[CDZ] Qual sua crítica a Saint Seiya - Origin ?

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Saint Seiya Origin foi um duo de capítulos escritos e desenhados pelo Kurumada , dessa vez com o intuito de narrar a história sobre o nascimento de Saga e Kanon até o momento do suícidio de Saga perante Saori, na derrota da batalha das Doze Casas. E de uma vez por todoas desmistificar a história por trás do lado maligno (malégno) do Saga e como essa possessão do mal teve origem, respondendo se era algo místico ou só um disturbio de personalidade.

Kurumada introduz uma vilã nova a deusa Ker e alguns novos conceitos para o universo de Saint Seiya, mas não fecha por completo as peripécias que a deusa Ker causou e viria causar.

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Assim como no outro tópico, logo mais deixo minha critica a esse projeto do Kurumada. Adianto que achei melhor que Zero, porém ainda com falhas muito bestas.

Mas e você como avalia Saint Seiya Origin ?

O traço continua ruim, pra variar. Eis um antes e depois do Kanon (atenção no cabelo dele):


O design da Ker até que ficou bom, mas Kurumada não consegue desenhá-la de forma simétrica na armadura.

Quanto a história do gaiden, foi a pior decisão que Kurumada fez em toda a franquia. Ele basicamente reescreveu toda a história do mangá (ou pelo menos da fase santuário) com a introdução da deusa Ker.

Até então, Saga era o vilão da saga do santuário, assassinando o Grande Mestre, usurpando seu cargo durante treze anos e atentando contra a vida de Atena várias vezes. Agora Saga não é mais o vilão, pois descobrimos que ele foi uma vítima da Ker e foi controlado feito uma marionete. Sua personalidade ruim é na verdade uma possessão de um espírito chamado Lemur.

Ou seja, todos os eventos da fase santuário foram perpetrados por Lemur e Ker. Saga não teve nada a ver com isso, ele não passou de um hospedeiro.

Origin ainda traz um aparente furo na cronologia da obra. Logo no início temos a cena de Kanon no templo submarino diante das escamas, do tridente e da ânfora. Esta cena no mangá clássico ocorre dez dias após Kanon ser aprisionado no Cabo Sunyon.
Contudo, em Origin essa cena ocorre ao mesmo tempo em que Saga comete suicídio. O problema é que a morte de Saga ocorre treze anos após Kanon ser preso no Cabo Sunyon.

Outra decepção é que este gaiden não aprofunda o relacionamento entre Saga e Kanon. A única cena em que ambos estão juntos nesse gaiden foi extraída do próprio mangá clássico (quando Saga prende seu irmão no Cabo Sunyon).

Tem outros problemas em Origin, como a repetição de imagens. A cena de Seiya exorcizando Saga aparece duas vezes (três vezes, se contarmos que esta cena foi extraída do mangá clássico), a cena de Saori com os cavaleiros de bronze foi extraída do Episódio Zero, algumas outras cenas também foram extraídas do mangá clássico. Ou seja, muita reciclagem e pouca novidade em um gaiden que já é curto.

Nota zero. EPZ foi ruim, mas pelo menos não comprometeu drasticamente a história do mangá. Aqui Kurumada cementou a obra original.

Beleza quando disse no início do tópico sobre as falhas muito bestas o @L já reproduziu o que me referia. A cagança na crolonogia do Kanon e na passagem do cabo sunyon.  No caso do Shura em Episódio Zero acho que ele realmente tentou fazer um reset proposital na idade do personagem, já aqui em Origin acho que ele só se atrapalhou mesmo.  

Mas vamos começar pelos pontos positivos:
- Ainda acho Origin levemente superior a Zero, simplesmente porque diferente dos ultimos anos de Next Dimension, aqui Kurumada tentou ousar de verdade. Ele simplesmente criou uma vilão que foi fundamental (diria a principal pivô) de 2 dos principais arcos da franquia. Ele desenvolveu isso bem e com louvor essas ideias em Origem e Destiny? Não. Mas ainda sim me surpreendeu bastante ele inserir agora pontos que foram tão relevantes para o enredo Saint Seiya acontecer. O resultado não foi bom, mas realmente já admiro que tenha me surpreendido.

- O traço dos personagens continua um retrocesso, mas é fato que Kurumada sabe desenhar muito bem armaduras. E parece que ele sempre se aplica muito bem a isso, e o desing da vestimenta da Ker ficou bem legal.

- Ele pôs fim a uma discussão de séculos. Nas comunidades de CDZ sempre foi discutido o que originava o lado mal do Saga, alguns defendiam a tese do Mu de ser só uma dupla personalidade e de sempre ter havido escuridão dentro do Saga e o seu cosmo só a alimentou enquanto outros desde a época já acreditavam que os sintomas que Saga apresentada não eram naturais, mas sim influência de algum tipo de maldição. Essa discussão se perpetuou por muito tempo, até que finalmente ele resolveu esclarecer. Novamente ponto pela idéia, mas peca na execução.

Pontos Negativos

- Desleixo total com a continuidade como já citado.

- Kurumada claramente fez um reaproveitamento de ideias da Shiori e do seu próprio Next Dimension para contar a origem do lado malégno do Saga. A função que Ker desempenha é muuuito parecida com a do Yohma (Kairos) em Lost Canvas, em que basicamente um ser divino por trás dos panos controla os rumos da guerra santa, e corrompe com maldade um Santo de Gêmeos, visando uma treta interna no Santuário, Yohma jogou uma gota de maldade e Ker jogou um Lemur. Além disso o fato do Lemur ser retratado praticamente como ''um terceiro gêmeo'' imaterial, sem forma, lembra um pouco o caso do Abel em Next Dimension.

- Perdeu-se a chance de dar profundidade ao Kanon. Entendemos que Kanon tinha um complexo de inferioridade em relação a Saga, e ele colocou na sua cabeça que é cruel justamente para fazer oposição a bondade extrema do irmão. Mas isso ficou muito raso, não vimos as dificuldades que Kanon passou no santuário, como ele ficou oculto do conhecimento de todos, faltou um caminho mais sólido para o personagem.

Última edição por Moisés MR em Sáb 09 maio 2020, 01:25, editado 2 vez(es)

Moisés MR escreveu:

Beleza quando disse no início do tópico sobre as falhas muito bestas o @L já reproduziu o que me referia. A cagança na crolonogia do Kanon e na passagem do cabo sunyon. No caso do Shura em Episódio Zero acho que ele realmente tentou fazer um reset proposital na idade do personagem, já aqui em Origin acho que ele só se atrapalhou mesmo.

Mas vamos começar pelos pontos positivos:
- Ainda acho Origin levemente superior a Zero, simplesmente porque diferente dos ultimos anos de Next Dimension, aqui Kurumada tentou ousar de verdade. Ele simplesmente criou uma vilão que foi fundamental (diria a principal pivô) de 2 dos principais arcos da franquia. Ele desenvolveu isso bem e com louvor essas ideias em Origem e Destiny? Não. Mas ainda sim me surpreendeu bastante ele inserir agora pontos que forão tão relevantes para o enredo Saint Seiya acontecer. O resultado não foi bom, mas realmente já admiro que tenha me surpreendido.

- O traço dos personagens continua um retrocesso, mas é fato que Kurumada sabe desenhar muito bem armaduras. E parece que ele sempre se aplica muito bem a isso, e o desing da vestimenta da Ke ficou bem legal.

- Ele pôs fim a uma discussão de séculos. Nas comunidades de CDZ sempre foi discutido o que originava o lado mal do Saga, alguns defendiam a tese do Mu de ser só uma dupla personalidade e de sempre ter havido escuridão dentro do Saga e o seu cosmo só a alimentou enquanto outros desde a época já acreditavam que os sintomas que Saga apresentada não eram naturais, mas sim influência de algum tipo de maldição. Essa discussão se perpetuou por muito tempo, até que finalmente ele resolveu esclarecer. Novamente ponto pela idéia, mas peca na execução.

Pontos Negativos

- Desleixo total com a continuidade como já citado.

- Kurumada claramente fez um reaproveitamento de ideias da Shiori e do seu próprio Next Dimension para contar a origem do lado malégno do Saga. A função que Ker desempenha é muuuita parecida com a do Yohma (Kairos) em Lost Canvas, em que basicamente um ser divino por trás dos panos controla os rumos da guerra santo, e corrompe com maldade um Santo de Gêmeos, visando uma treta interna no Santuário, Yohma jogou uma gota de maldade e Ker jogou um Lemur. Além disso o fato do Lemur ser retratado praticamente como ''um terceiro gêmeo'' imaterial, sem forma, lembra um pouco o caso do Abel em Next Dimension.

- Perdeu-se a chance de dar profundidade ao Kanon. Entendemos que Kanon tinha um complexo de inferioridade em relação a Saga, e ele colocou na sua cabeça que é cruel justamente para fazer oposição a bondade extrema do irmão. Mas isso ficou muito raso, não vimos as dificuldades que Kanon passou no santuário, como ele ficou oculto do conhecimento de todos, faltou um caminho mais sólido para o personagem.

Concordo.

Moisés MR escreveu:

Mas ainda sim me surpreendeu bastante ele inserir agora pontos que foram tão relevantes para o enredo Saint Seiya acontecer. O resultado não foi bom, mas realmente já admiro que tenha me surpreendido.

Eu não entendo como surpreender negativamente os fãs é considerado um ponto positivo.

L escreveu:

Moisés MR escreveu:

Mas ainda sim me surpreendeu bastante ele inserir agora pontos que foram tão relevantes para o enredo Saint Seiya acontecer. O resultado não foi bom, mas realmente já admiro que tenha me surpreendido.

Eu não entendo como surpreender negativamente os fãs é considerado um ponto positivo.

Entre uma mesmice ruim e uma surpresa ruim, prefiro a surpresa ruim. Comparado a repetição de fórmulas que é Next Dimension, ele inserir um elemento novo no material base foi pelo menos ousado da parte dele (nos padrões Kurumada é claro). E isso é positivo porque mostra que se torcer bem da para sair coisa nova dele. Só que no caso discutido o que saiu foi um pedaço merda.

Moisés MR escreveu:

Entre uma mesmice ruim e uma surpresa ruim, prefiro a surpresa ruim. Comparado a repetição de fórmulas que é Next Dimension, ele inserir um elemento novo no material base foi pelo menos ousado da parte dele (nos padrões Kurumada é claro). E isso é positivo porque mostra que se torcer bem da para sair coisa nova dele. Só que no caso discutido o que saiu foi um pedaço merda.

Eu também pensava assim, mas depois mudei de ideia. Kurumada prejudicou uma história que estava consolidada há trinta anos porque sentiu vontade de inovar.

A questão do Shura não é tão problemática porque não mexe com a estrutura histórica da obra, é um caso particular de um personagem que não influencia muito no enredo. Mas introduzir uma personagem que sequer havia sido mencionada no clássico e fazer dela o estopim para todos os eventos do mangá é uma decisão extremamente irresponsável e precipitada.

Não tem problema criar novos personagens, isso é até bem-vindo, mas que faça isso de forma menos invasiva para não mexer onde não tem que ser mexido.