Rapaz, vejo Del Piero como um jogador mais longevo - apesar de Baggio ter conseguido uma surpreendente retomada na carreira lá pra 2001 ou 2002, o que, pela bola, quase o botou numa Copa do Mundo aos 35 anos, depois de temporadas de mau desempenho. Além disso, "Alex" é pra mim o maior ídolo da Velha Senhora, que teve tantos craques, inclusive o próprio Roberto.
Mas aí entramos numa discussão de melhor, e quando penso no melhor penso geralmente no auge. Baggio fez entre 1990 e 1994 temporadas gigantescas, jogando mais que Del Piero. Era um atacante que fazia tudo, desde a finalização até a criação de jogadas. Não o adversário nesse confronto não o fizesse. Fez, e fez bem, mas o primeiro fez melhor, digamos. Não a toa, levou as premiações de Melhor do Mundo de 1993, e sem dúvidas teria ganho a de 1994 se não tivesse perdido a Copa (na qual jogou mais que Romário, pra mim). Uma das maiores decepções é ele não ter tido um mundial, mas a culpa não é toda dele também:
Em 1990 a Itália tinha um potencial gigantesco, pra mim o melhor que a Azzurra já fez. Zenga, Bergomi, Ferri, Baresi e Maldini (o melhor sistema defensivo da história de uma seleção na Copa) De Napoli, Giannini, Donadoni e De Agostini, Vialli e Schillacci. Não foi mais longe pelo pragmatismo do técnico, deixando Carlo Ancelotti e Roberto Baggio no banco. O jovem atacante entrava e incendiava. Nas semis contra a Argentina mandou bola na trave e até fez gol na prorrogação, mas que foi invalidado pelo juiz já ter paralisado.
Em 1994 já titular e melhor do mundo, fez uma puta Copa. A Itália chegou na final com, se não me engano, 6 desfalques. Entre os titulares, um Baggio que jogou no sacrifício e um recém operado Baresi, que fez a cirurgia durante a Copa e disputou o último jogo. Ainda assim, o jogo foi pros penaltis e só acabou por lá.
Contei muita historinha, foi mal. Eu diria que talvez Del Piero pode ser o maior, em virtude da Copa e da idolatria que tem na Juventus, o que ainda assim é discutível. Bola por bola, no auge, eu prefiro Baggio. Na minha Itália de todos os tempos entram os dois.