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1. Começa o Torneio dos Homens

- Já me chamaram por muitos nomes, mas de todos aqueles nomes eu escolhi adotar Apolo, era o que mais combinava comigo. - O homem alto de pele morena e cabelos loiros parecia um surfista, vestindo camisa havaiana e bermuda, ele claramente não estava no lugar certo.

- E quais são suas habilidades Apolo? - Perguntou o homem calvo e de óculos.

- De onde eu vim eu era responsável pelo sol, pela luz, verdade, cura, música, poesia, beleza, arco e flecha, perfeição e também fazia profecia.

- Você tem algum certificado?

- O que é um certificado?

- Senhor Apolo, acho que o seu perfil não combina com a nossa empresa. Por que razão nós deveríamos te contratar?

- Eu já falei que sou o deus da razão?  

- Por favor, se retire da minha sala.

Após falhar em mais uma entrevista de emprego, Apolo, antiga divindade solar dos gregos, atravessou a rua em frente ao prédio e entrou em uma lanchonete onde pediu um suco e uma coxinha.
Ele tinha escolhido o Rio de Janeiro para viver por causa do calor, das praias e do carnaval, mas não estava se adaptando bem. Desde que chegou na cidade há algumas centenas de anos ele já tinha sido poeta, compositor de samba, músico, artista de circo, modelo, vendedor e tinha acabado de falhar em uma entrevista de emprego para trabalhar como auxiliar administrativo.

- O aluguel vence mês que vêm. - O deus pensava enquanto degustava sua coxinha, dourada, quente e gordurosa, era melhor que a ambrosia do olimpo. Sem máscara ou qualquer apreço pela leis sanitárias vigentes. Ele vivia em uma mine quitinete na zona norte do Rio, sem água encanada e com luz elétrica proveniente de “gato”.  

Como ele foi parar nessa situação você se pergunta? Há alguns milênios atrás aconteceu a "Tetranomaquia", a batalha final entre deuses e homens, os deuses perderam. Apolo teve um destino pior que seus pares, por ter se rendido durante a batalha foi considerado um traidor e um covarde. Desde então ele vagou pelo mundo procurando um lugar para descansar até que sua longa, mas finita, vida acabe.

- Eu vou viver assim até o último dia da minha vida. - Era assim que Apolo pensava até aquela manhã, quando ele entregou a nota de cinco reais engordurada para o atendente e saiu da lanchonete dando de cara com sua irmã gêmea Ártemis. Ela tinha uma pele extremamente branca em contraste com a dele e estava vestindo um terno escuro, óculos de sol e uma máscara preta.

- Eu preciso da sua ajuda. - Foi a primeira coisa que ela falou.

As deidades da lua e do sol voltaram para dentro da lanchonete. No fundo do estabelecimento, em dois bancos de aço inoxidável irrealmente enferrujados, ou sujos por causa da gordura no ar,  eles conversaram.

- Você percebeu que recentemente o mundo parece está um caos maior que o normal? - Ártemis perguntou tirando a máscara, ela era um divindade que não podia ficar doente e só usava o adereço para se disfarçar melhor, mas naquele local o disfarce não funcionava.

- Não.

- Você não vê o noticiário?

- Não. Não tenho televisão, celular ou computador.

- E os jornais?

- Não sei ler em português, só grego.

Ártemis sabia que seu irmão podia ser irrealmente burro.

- Pandemia, terremotos, explosões, guerras, o mundo está um caos e a razão disso é muito simples. Um grupo de humanos chamado “Arcaicos” pediu a “aquele acima de nós” uma revanche.

- Humanos? Pediram uma revanche contra quem?

- Contra os humanos. Eles querem que o mundo volte a ser como era na nossa época.

- Humanos sempre tem as piores ideias possíveis nos piores momentos possíveis. Mas o que isso tem a ver comigo?

- Eu estou organizando o evento, quero que você lute pelo lado dos Arcaicos.

- Por que eu faria isso?

- Os Campos Elísios. Se você lutar e ganhar, “aquele acima de nós” vai permitir que você entre nos Campos Elísios.    

Campos Elísios o local destinado aos homens virtuosos que levaram grandes vidas e os deuses, com exceção de Apolo que foi banido de poder ir para lá algum dia por ser um traidor.

- E quem são meus adversários?

- Isso eu não posso dizer, questões de ética profissional. O que importa é, você vai aceitar ou não?

Apolo refletiu um pouco sobre o estado atual da sua vida, ela era miserável. Ele vivia de maneira tão indigna que pensou que talvez sua irmã tivesse dando a ele essa chance por pena.

- Bem, eu não tenho nada a perder mesmo, eu aceito a sua proposta.

- Na verdade, eu tenho que te dizer que não é bem assim, se você perder, perde a sua alma, e ela será reciclada.

Mesmo os deuses podiam perder suas almas, e ter elas recicladas significava deixar de existir como eram, Apolo sentiu a mesma coisa quando de joelhos implorou que Perseu não o matasse e se rendeu, indo contra o código divino. Mesmo sendo um deus, Apolo sentia muito medo da morte. Mas, ele percebeu que o melhor seria aceitar a proposta, não porque aceitou a morte, mas sim porque pretendia se render caso seu adversário se mostrasse muito superior.

- Eu aceito se você fizer algo por mim antes.

- O que é?

- Me compre mais uma coxinha.

Após vagar a refeição ricamente nutritiva de Apolo, Ártemis invocaria sua capacidade, ela tinha o poder de poder transportar instantaneamente si mesma e qualquer um próximo a ela para qualquer lugar da Terra.

Ártemis levou Apolo para o local onde aconteceria o campeonato que ela chamou de “Torneio dos Homens“, a batalha final entre os homens. O próprio “aquele acima dos deuses” havia dado essa missão para ela. A Cúpula Central era uma estrutura construída para imitar o antigo santuário olímpico de Zeus, mas no meio da Antártida o verdadeiro centro do mundo, uma grande arena circular com um chão de mármore seria o local da batalha. Do lado dos arcaicos lutariam aqueles que desejavam o velho mundo, sejam homens ou deuses, enquanto do outro lado estavam os “Vigentes”, que pretendiam proteger a atual ordem, do lado deles apenas humanos lutariam. Enquanto andava ao lado de Ártemis pelos corredores gelados do local e escutava as explicações, Apolo falaria para ela.

- Essa competição não faz sentido, desde a Tetranomaquia os humanos já perderam praticamente todo seu conhecimento sobre a magia divina, eles não tem como enfrentar divindades de igual para igual.  

- Sim, por isso “aquele acima de nós” concedeu a eles o direito de poder usar as armaduras dos antigos heróis.

- Eu já estou com a humanidade a um bom tempo e não conhecia um único humano que pudesse usar uma delas.

As armaduras dos antigos heróis era um conjunto das armas mais fortes da humanidade, todos os trajes de batalhas dos mais poderosos heróis da antiguidade, aquele capaz de vestir um desses, ganha poderes equivalentes ao usuário original. O problema é que somente aqueles que são fortes de mente e corpo e seguem uma forte justiça podem usar qualquer uma das armaduras.

No meio da caminha, Apolo e Ártemis perceberam alguém vindo pelo, um homem tão alto que precisaria se abaixar para passar por uma porta, com ombros tão largos que davam ao seu corpo um aspecto triangular, pele tão branca quanto neve e uma longa e espessa barba loira, vestindo uma armadura de placas douradas, com várias runas gravadas nela.

- É realmente nauseante ter a sua presença aqui, traidor. - Falaria o homem que uma voz tão grave que parecia um trovão, se dirigindo a Apolo.

- Eu também senti a sua Fenrir.

- Não profira o meu nome, vagabundo. Por que esse indivíduo está aqui? Ele não é digno de lutar ao meu lado. - Apolo abaixaria a cabeça escutando as palavras.

O homem olharia para Ártemis com desaprovação e passaria reto. Ártemis levaria Apolo até o final do corredor, onde havia uma espécie de camarote com visão para a arena e lá ela explicaria.

- São cinco lutadores de cada lado. Eu vou escolher o lutador dos Arcaicos e o responsável pelos Vigentes vai fazer o mesmo, nenhum de nós sabe quem o outro escolheu para luta, aquele que conseguir três vitórias ganha.

Apolo olharia para os outros camarotes e veria alguns rostos conhecidos, deuses antigos, como Zeus, Thor e Baal,  líderes mundiais, como o presidente américa, o chinês e o russo, figuras proeminentes, como o diretor James Cameron e o ator Sylvester Stallone, além do bilionário Bill Gates. De repente um grande burburinho começaria.

- Os primeiros competidores vão aparecer. - Disse Ártemis.

No meio da arena estava a responsável por julgar e apresentar as lutas, a antiga divindade da castidade, Héstia. Do lado direito uma figura iria aparecendo nas sombras enquanto ela fazia a apresentação dos lutadores.  

- Lutando pelos Arcaicos, o filho da divindade pagã Loki, aquele que matou o líder do panteão dos deuses nórdicos durante o Ragnarök, o mais forte do panteão nórdico, aquele que é agora conhecido como deus da selvageria e carnificina, o grande lobo nórdico, Fenrir! - O grande homem carregava um machado de batalha com com quase o dobro de sua altura.

Do lado esquerdo surgiria um homem que devia ter menos que a metade da altura de Fenrir, de pele morena, uma evidente calvície que contrastava com a volumosa barba. O que mais chamava a atenção era sua armadura dourado, com marcas negras no peitoral, nos antebraços e nos tornozelos e ornamentada com duas ombreiras com o formato de cabeça de leão.

- Lutando pelos Vigentes, vindo da América do Sul, do lugar chamado Maranhão. Um guerreiro que nunca foi ferido mesmo vivendo em meio à uma guerra brutal, o invulnerável, Gaius! - O pequeno homem estava desarmado.

- Você conhece esse humano? - Apolo perguntaria para Ártemis.

- Nunca vi na minha vida.

FIM



História que eu fiz enquanto estava entediado vendo uma aula após assistir o Torneio das Trevas de Yu Yu Hakusho, inspirado pelo @Comando Omega e pelo @Fëanor .  Se eu fizer um segundo capitulo, provavelmente será a luta entre o grande lobo e Gaius.

Representações visuais:
Apolo :

Ártemis :

Fenrir :

Gaius :


Os fatos descritos nesta historia são fictícios, nenhuma pessoa ou evento real foi utilizado.

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Kkkkkkkkkkk perdi foi tudo no Gaius. 😂
Ficou boa mano, krl, não coloquei fé mas tu fez um trampo maneiro.
Esperando os próximos capítulos.

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Lembro-me dessa ocasião.

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Boa história,é um tipo um Percy Jackson,você também vai incluir os deuses de outros pantreõescomo os deuses do Egito ou os deuses da mitologia BR ?

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Espero que esse Gaius não seja um cara inspirado em mim, e sim feito em referência ao saudoso porém nada coerente Enéias, bem como sua representação visual. Em nada tal descrição bate com as aparências gaiusianas.

KKKKKKKKKK

Esse Apolo aí também é conhecido. Deu pra imaginar um deus que cagou o foda-se pra própria vida e agora se degenera com os pecados mundanos.

Escreveste bem, meu amigo. Agora que fizeste um prólogo tem que continuar, fazer a história andar e montar um torneiozão padrão Shounen. Ambiente-nos na arena, na quantidade de lutas que ocorrerão (mesmo não revelando os lutadores) e a descrição visual de cada um dos competidores.

No aguardo pela luta do inabalável Gaius e dos próximos participantes pelo time humano.

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No geral,concordo com a Delta e o Gaius mais velho,essa obra tem muito potêncial,imagina os poderes dos deuses.


@Comando Delta

Dei uma pesquisada,realmente tem uma mitologia BR,mas não difere muito das outras na minha opinião.


https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quais-sao-os-principais-deuses-da-mitologia-indigena-brasileira/

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Agora que vi que não foi baseado em ninguém. Bom, então foi só uma coincidência o nome do querido Gayus.

Quem será o próximo? O réptil senil? O motoqueiro fantasma? O chinês okama? No aguardo pra onde sua criatividade vai levar, mas antes preciso ver o potencial deste meu homônimo.

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Temos personagens novos. Continue, Mamista.
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