15° Turno
Diferente dos outros acontecimentos, a cantoria sombria da mulher chamou a atenção de Kyrie, que por um momento diminuiu as notas da sua apresentação para se encaixar nas falas que ouvia.
- Eu sabia! Você é filha de lorde Zephyr e o está traindo para me ajudar. Que nobre da sua causa. - A criança que já havia devaneado com essa historia, se entorpecia com sua verdade enquanto olhava de canto de olho para a suma sacerdotisa. - Já você, o que fez aqui com certeza é uma obra de lorde Zephyr, talvez fosse um plano maléfico para me prender para sempre usando esse violino, mas agora que sei da verdade não cairei em armadilhas. - Ao mesmo tempo que parava de falar, suas notas paravam abruptamente e em seus braços o violino aumentava de tamanho ganhando asas e tentáculos de aspecto medonho. - Agora sintam a irá do Deus Kyrie! - Pouco se importou com aquela diferença enorme que aconteceu, muito provavelmente por achar que foi um feito dele, e voltou a tocar. Agora a melodia se assemelhava as rezas das híbridas, porém de forma mais horripilante, capaz de colocar medo no coração de todos os presentes.
Outra que não mostrava uma surpresa, e sim excitação, era a suma sacerdotisa que parecia esperar por isso. Mas para sua infelicidade alguns dos detalhes fugiram do seu controle e antes que pudesse se explicar ao animador, os tentáculos do violino avançavam perigosamente a ela, fazendo a mesma se defender com seus próprios tentáculos e ser jogada para longe do palco. Levantava irritada e voltava sua atenção a loira, percebendo também Arriety ao seu lado.
- Então resolveu mostrar suas garras, Arriety. Sempre soube que você era igual aquela escoria. - Apontava seus tentáculos para a mulher enquanto a ameaçava. - Vejam irmãs, a estrangeira e a dragão negro estão tentando tirar esse momento de gloria da nossa seita, não podemos permitir tal ameaça. Eliminem elas antes de nosso senhor aparecer. - Com a ordem dada, voltou a virar de costas e prestar atenção em Kyrie, que novamente se desligou do mundo externo e deu toda a sua atenção para as notas que saiam do violino.
A hibrida mais próxima da dupla se levantava e fazia uma leve postura de avanço, no entanto rapidamente foi parada por Arriety que aparecia na sua frente e a agarrava pelo pescoço, colocando toda sua força no aperto até ouvir um estralo característico. - Eu as protegi de perigos exteriores por todos esses anos, mas a pena e o nojo que eu sinto por vocês me fazem não ter muita simpatia. - Suas palavras ríspidas após o assassinato frio harmonizavam-se perfeitamente a musica medonha de fundo. - No entanto, estou disposta a estender minha mão e continuar com tal proteção até vocês entenderem o mundo a sua volta e verem a verdade, então direi apenas uma vez; A sacerdotisa é apenas um fantoche para um cientista e seus experimentos, as que se opõem a isso podem ficar ao meu lado... Já as que não acreditam em mim, bem... Caíram pelas minhas mãos. - Com um tom claro de ameaça, a dragão deixava o corpo falecido em suas mãos cair no chão e esperava pela reação das demais.
Infelizmente, ou não, para Musa, a híbrida tinha um jeito um pouco "ortodoxo" de persuasão, muito pelo sentimento de aprisionamento e desgosto que sentia por essa seita de mentira e quem a comandava. Porém o que Musa via a sua frente era boa parte das hibridas ainda ajoelhadas rezando em direção ao palco, essas eram as de mentalidade mais fracas e estavam totalmente hipnotizadas pela melodia e medo. As de pé, 2 ou 3 dezenas, eram claramente as mais fortes e algumas hesitavam em atacar, porém não demorou muito até que começassem avançar contra. Dessas, cerca de 5 híbridas com punhais de 15cm em mãos avançavam na direção da loira, o restante rodeava a dragão negro pois sabiam perfeitamente do que ela era capaz.
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