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Bem, eu resolvi meio que recomeçar como fanficter e desisti de todas as minhas fics anteriores as quais eu sentia que não haveria nenhum progresso. Esse sentimento de que eu não conseguiria acabá-las me deixava meio desanimado, somado ao fato das pessoas daqui do fórum não se interessarem tanto por fics quanto outras coisas daqui do fórum. Nesse processo de "renascimento" eu vou começar uma fic a qual eu venho planejando já faz um tempo e a qual eu estou muito animado para escrever e pretendo ir até o fim com ela. Essa história é baseada nas músicas de uma banda magnífica de power/prog metal chamada Symphony X e eu recomendo altamente que todos os que escutam Heavy Metal, passem a ouvir essa banda. Tenho que deixar os créditos para meu amigo Vini/Hidan/Gostosão da Mari, porque se não fosse por ele, eu provavelmente não conheceria a banda e consequentemente não teria essa ideia. Para aqueles que se interessarem na banda, vocês podem ler mais sobre ela aqui.
Para fazer a fic, eu usarei as músicas para tomar base e o nome das mesmas servirá como o nome do capítulo e cada CD da banda será uma espécie de temporada. Nem todas as músicas serão usadas (se isso acontecer, provavelmente serão apenas as instrumentais).
Espero que gostem. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1-Prólogo
2 - Symphony X 2.1 - The Raging Season 2.2 - Premonition 2.3 - Masquerade 2.4 - Absinthe and Rue 2.5 - Shades of Grey 2.6 - Taunting the Notorious 2.7 - Rapture or Pain 2.8 - Thorns of Sorrow 2.9 - A Lesson Before Dying
3 -The Damnation Game 3.1 - The Damnation Game 3.2 - Dressed to Kill 3.3 - The Edge of Forever 3.4 - Savage Curtain 3.5 - Whispers 3.6 - The Haunting 3.7 - Secrets 3.8 - A Winter's Dream - Prelude (Part I) 3.9 - A Winter's Dream - The Ascension (Part II)
4 - Divine Wings Of Tragedy 4.1 - Of Sins and Shadows 4.2 - Sea of Lies 4.3 - Out of the Ashes 4.4 - The Accolade 4.5 - Pharaoh 4.6 - The Eyes of Medusa 4.7 - The Witching Hour 4.8 - The Divine Wings Of Tragedy 4.9 - Candlelight Fantasia
5 - Twilight In Olympus 5.1 - Smoke and Mirrors 5.2 - Church of the Machine 5.3 - Sonata 5.4 - In the Dragon's Den 5.5 - Through the Looking Glass 5.6 - The Relic 5.7 - Orion: the Hunter 5.8 - Lady of the Snow
6 - New Mithology Suite 6.1 - Evolution (The Grand Design) 6.2 - Fallen 6.3 - Transcendence 6.4 - Communion and the Oracle 6.5 - The Bird - Serpent War / Cataclysm 6.6 - On the Breath of Poseidon 6.7 - Egypt 6.8 - Death of Balance / Lacrymosa 6.9 - Absence of Light 6.10 - A Fool's Paradise 6.11 - Rediscovery - The New Mythology
7 - The Odyssey 7.1 - Inferno (Unleash the Fire) 7.2 - Wicked 7.3 - Incantations of the Apprentice 7.4 - Accolade II 7.5 - King of Terrors 7.6 - The Turning 7.7 - Awakenings 7.8 - The Odyssey
8 - Paradise Lost 8.1 - Set the World on Fire (The Lie of Lies) 8.2 - Domination 8.3 - Serpent's Kiss 8.4 - Paradise Lost 8.5 - Eve of Seduction 8.6 - Walls of Babylon 8.7 - Seven 8.8 - Sacrifice 8.9 - Revelation (Divus Pennae Ex Tragoedia)
Bem, isso vai dar um trabalho De qualquer forma, ainda hoje posto o prólogo e o primeiro capítulo, mas antes vou almoçar sauhsauashsausa Se por acaso eu inclui algum capítulo que na verdade seja uma música apenas instrumental ou algo que eu sinta a necessidade de ser retirado (pouco provável) eu avisarei (:
O sol nascia no continente de Dementia brilhando intensamente para todos que já estavam acordados começando mais um dia de trabalho árduo no reinado de Synfonya. A gloriosa luz alcançava o interior da enorme biblioteca indo de encontro ao rosto de um garoto que havia adormecido ao lado de um grande livro que estava aberto, em cima de uma enorme mesa de madeira meio gasta e levemente suja.
O livro era uma história, uma lenda que falava sobre um jovem guerreiro que tinha como objetivo encontrar o Paraíso Perdido, uma terra de sonhos onde a paz prosperava, uma terra onde não haviam batalhas, caos, destruição, guerras. Um lugar onde todos poderiam sentar na grama de seus enormes campos e poderiam sentir em suas faces o toque do vento que vinha do Norte. Uma terra de riquezas onde não havia nenhum tipo de discriminação nem injustiça.
Algumas pessoas acreditam que essa lenda é na verdade real, mas que o Paraíso Perdido poderia apenas ser encontrado por aqueles de coração puro, que fossem fiéis a todas as crenças de sua terra, leais aos amigos e superiores e é claro tivesse uma coragem que causaria inveja até mesmo ao mais destemido guerreiro do reino de Barkhar, o maior reinado de toda Dementia e também o mais antigo. As pessoas acreditavam também que além de todas essas qualidades, o Paraíso só poderia ser acessado após a morte que seria a época em que o espírito de cada um estaria em plena paz consigo mesmo.
Outros ainda tem dúvidas da veracidade dessa história que vem sendo contada por gerações, mas ninguém sabe de fato se é real ou não, já que os mortos não podem falar com as pessoas ainda vivas e dizer o que há após a morte. Mas pelo menos naquela biblioteca, despertava lentamente um garoto que acreditava fielmente nessa história criada por uma pessoa que ninguém sabe quem é, já que o livro fora largado em frente a biblioteca enquanto ainda estava e construção. O primeiro livro de lá, acredita-se que foi escrito por um andarilho que passou no local anos antes e escrevia sobre todas as suas aventuras em terras desconhecidas onde o impossível se tornava possível, e então ele podeira compartilhar com outras pessoas todas as coisas que viu, as dores que sentiu na pele, emoções que viveu e inimigos que derrotou com ajuda de sua espada. Contava também sobre criaturas místicas que viviam nos locais mais sombrios da terra, na profundidade do mar e aqueles que viviam em um lugar onde o olho não poderia alcançar pois estavam acima das nuvéns.
O garoto sorriu ao imaginar todas as aventuras que havia lido, se levantou e foi continuar sua vida, treinando para algum dia ser um guerreiro tão grande quanto esse que ele tanto admirava, esse homem que teve tantas aventuras e se tornou tão forte, essa pessoa que ninguém sabe quem é.
2 – Symphony X 2.1 – The Raging Season (A Temporada de Fúria)
Música e letra:
Spoiler :
Letra:
The Raging Season Symphony X
From whom the Gods destroy they first make mad casting shadows on our fears Malicious designs built strong and iron-clad catostrophic conclusion, judgement closes near
Chaos sets the stage bitter mouths of violent rage spinning webs of timeless confusion help us find our way
Tonight can we scape from this hell (seasons ragin - sands of time will fall) conquer the wicked tonight can we escape from ourselves
Ten-thousand tyrants preach their treachery striking down the weary and the wise Swords of oppression sever the artery of our freedom - victimized
Chaos sets the stage bitter mouths of violent rage spinning webs of timeless confusion help us find our way
Tonight can we scape from this hell (seasons ragin - sands of time will fall) conquer the wicked tonight can we escape from ourselves
Down-cast jaded - the glory has faded so close your eyes (locked in the darkness all your life...) dream a twisted tale - dark and venomous (...do you really have a reason not to fell this raging season) so infamous
Watch the raging inferno of serpents rip the flesh from all your pride and glory then you die open your eyes - it's true
[Solo]
Chaos sets the stage bitter mouths of violent rage spinning webs of timeless confusion help us find our way
Tonight can we scape from this hell (seasons ragin - sands of time will fall) conquer the wicked tonight can we escape from ourselves
Desculpa, não consegui tradução "/
Synfonya é um reino muito conhecido por ser um lugar onde raramente as pessoas estão tristes. Todos estão sempre muito contentes, uma terra onde frequentemente as pessoas festejam e tentam ser o mais felizes o possível. Com um rei muito bondoso no poder, ninguém tem nada contra a hierarquia imposta ali. São reconhecidos também por sua música de excelente qualidade. Mas não se deixe enganar pelo fato de ser um povo festeiro, o exército do reino de Synfonya é um dos melhores de todo o continente de Dementia, que é bastante reconhecido e também temido. Era uma terra abençoada pelos deuses onde todos prosperavam.
Em uma área do castelo, um tipo de estádio pequeno, alguns jovens treinavam para serem os futuros soldados do reino, aprendiam a lutar com espadas, arcos e flechas, lanças e outros tipos de arma. Aprendiam a botar toda sua alma naquilo que faziam, fossem homens ou mulheres, para que se um dia fosse necessário, poderiam lutar com toda garra pondo toda a vontade de proteger seu amado povo e depois serem reconhecidos como heróis. Enquanto todos treinavam lutando uns com os outros com a supervisão de alguns soldados mais experientes, em um outro canto afastado dos outros havia um jovem no auge dos seus 19 anos que treinava sozinho dando espadadas em um tronco de árvore. O cabelo bagunçado juntamente das roupas encharcadas de suor indicavam que ele estava treinando a horas movimentos repetitivos com a sua arma. Sentado numa tora ali perto observando estava um homem velho, com o rosto tomado por rugas e os cabelos grisalhos amarrados num rabo de cavalo. Nos braços, notavam-se algumas cicatrizes indicando que em seus tempos de juventude, havia lutado em várias guerras. Ele dava instruções para o garoto que por algum motivo era excluído pelos outros do grupo.
-Vamos lá garoto, você está cansado?-O velho gritava com uma voz rouca e um pouco estridente - você precisa trabalhar mas esses braços, imagine-se numa batalha, se seus braços não forem fortes e ágeis ao mesmo tempo você morre!
O garoto deu mais algumas espadadas até que cansado deixou cair a espada e pôs-se a se ajoelhar no chão, respirando ofegantemente.
-Me... me desculpe...senhor...Sebastian, mas estou cansado...estou treinando por umas três horas no mínimo...sempre com esses movimentos.
-Você reclama Sieg, mas não compreende que essa é uma das formas de ficar mais forte?
-Mas como posso saber se estou forte, se apenas fico fazendo esses exercícios? Nunca lutei com nenhum dos meus colegas...
Naquela hora, um dos soldados que supervisionava os outros, tendo visto aquela cena, se aproximou lentamente. Ao se aproximar, começou a rir debochando dos dois. Sieg e seu mestre apenas o ignoravam, eram caçoados pelos outros desde que Sieg era apenas um garoto, pois todos (com exceção do velho) achavam que ele não tinha nenhum futuro como guerreiro e achavam que ele deveria trabalhar na biblioteca, já que é lá onde ele passa grande parte do tempo.
O guarda após acabar com o deboche, se virou para Sebastian.
-Então velho, o seu pupilo é só mais um fracassado assim como você foi e ainda é, certo?
-Cale-se seu imprestável - O velho dizia com um certo tom de raiva - pois saiba que na época em que você ainda era um bebê e ainda tomava o leite materno, eu já havia derrotado guerreiros que eram temidos por todo esse continente, já havia derrubado reinos e triunfado em diversas guerras que me deixaram marcas até hoje, pelo bem de Synfonya. Agora eu estou passando o meu conhecimento, todas as coisas que aprendi quando ainda tinha um corpo jovem para esse garoto que tem um enorme potencial e é desprezado por vocês, cegos inúteis.
-Ah, cale-se Sebastian – o soldado havia se enfurecido com as palavras do velho – se isso tudo fosse verdade você seria tratado com respeito hoje em dia e não como lixo. E esse seu garoto que mal pode levantar uma espada. Porque vocês dois não morrem e fazem um favor a toda Dementia?
-Se a idade não me impedisse, eu te derrubaria agora por sua falta de respeito comigo e com o garoto. Mas eu tenho certeza que Sieg tem a capacidade de te derrotar a qualquer momento.
Sieg que só observava a cena ficou surpreendido ao ouvir seu instrutor dizer palavras como essa. Como ele, uma pessoa que nunca havia participado de nenhuma batalha, poderia enfrentar um soldado com bastante experiência? Estava meio preocupado com o rumo daquela história.
-Se você diz... – falou o soldado com desdém – levante-se seu lixo. Vamos lutar, agora estou curioso e quero saber o que esse seu professor tem lhe ensinado. Pegue sua espada e venha até o centro da arena. Talvez eu possa ter a felicidade de acabar com você agora. – Ele se afastou e voltou para onde estava antes
-Vamos garoto, faça o que ele disse. Eu sei que você é capaz de derrotá-lo, é só fazer os movimentos que tenho te ensinado por tantos anos, você consegue – Dizia Sebastian numa tentativa de animar Sieg após observar o rosto do seu discípulo depois do término da conversa.
Sieg se levantou e pegou a arma e se dirigiu ao centro. Um círculo havia sido feito com as pessoas que estavam no local. Todos encaravam Sieg, achando que ele fosse maluco. O soldado pegou sua espada e olhou para o garoto friamente. Não deu muito tempo para que o soldado avançasse contra ele desferindo de cara um golpe com sua espada que foi defendido com uma certa facilidade. Daí ele acertou um chute na barriga de seu oponente e então desferiu um segundo ataque, que derrubou a espada das mãos de Sieg.
-Tsc, lixo...eu não preciso nem de espadas pra acabar com você.
O soldado avançou com um soco e acertou o rosto de Sieg e o derrubou. O garoto pegou a sua espada, e para a surpresa do outro, se levantou com um movimento ágil e fez um enorme corte no peito de seu adversário.
-Seu bastardo, como você ousa fazer isso com um superior...eu vou te matar...
Enfurecido, ele avançou novamente contra Sieg em um movimento de desespero, impulsionado pela raiva que sentia por ter tomado o golpe de alguém que estava numa posição bem abaixo dele. Com um movimento de cima para baixo, ele tentou acertar o garoto que novamente se defendeu. Tentou repetir o mesmo movimento de antes, acertando de novo um chute na barriga de seu adversário. Sieg porém, com um rápido movimento das pernas, se esquivou do chute e seu adversário estava com o lado do corpo livre para ser acertado. Sieg aproveitou essa sua chance e fez um corte profundo no soldado que urrou de dor e caiu no chão.
-ARGH, SEU VERME...COMO...COMO VOCÊ...CONSEGUIU? EU VOU TE MATAR SEU...
Não conseguiu terminar a frase, pois um soco no rosto o impediu de continuar a falar. O soldado meio atordoado se levantou com dificuldade, e percebeu que tinha a oportunidade em suas mãos. Sieg estava de costas, indo de encontro ao seu treinador. O homem avançou com a espada nas mãos, mas foi impedido por alguém.
-Eu não acredito que você realmente perdeu pra um garoto que ainda está treinando. Isso é ridículo, e pensar que você faz parte do exército de Synfonya.
-Me desculpe general, eu fraquejei...isso não se repetirá.
O general se voltou para o rapaz que havia derrotado um de seus soldados -Hey garoto, qual é o seu nome?
-Sieg...senhor...e esse é meu instrutor, Sebastian...
-Hum...Sebastian...já ouvi falar de você pelo reino. Me disseram que você foi um grande guerreiro algumas décadas atrás. Eu respeito o senhor devido as diversas histórias que já me contaram sobre sua pessoa mas, me perdoe por meu engano idiota, pensei que já estivesse morto. De qualquer forma garoto, essa sua decisão de lutar contra um superior foi errada. Você deveria ser punido, mas vamos deixar isso passar. Na verdade, você se saiu muito bem na luta...algum dia será um grande guerreiro também. Na verdade...seu rosto me lembra muito uma pessoa que eu conheci a alguns anos atrás. Enfim, é hora de se retirar...
O homem se virou para os outros e dirigiu a palavra aos que assistiam tudo aquilo.
-Agora, todos voltem para suas casas, amanhã é o festival para a deusa Athys, que vem nos protegendo todos esses anos. Descansem e se preparem porque amanhã será um grande dia.
Todos se retiraram, exceto Sieg que se sentou na tora onde antes estava sentado o seu instrutor. O mesmo veio até ele e fez um sinal com a cabeça indicando que deveriam ir embora. O dia em que um simples rapaz de 19 anos derrotou um soldado com anos de experiência. Aquilo seria só o começo de uma jornada.
Na noite do dia seguinte, o reino estava em festa, muita música, comidas e bebidas. Alguns iam ao templo do reino dar graças à deusa Athys, que protegia aquela região de Dementia. Todos estavam na festa, exceto por Sieg que se encontrava (como de costume) na biblioteca, lendo novamente o seu livro. Era dali onde ele tirava toda a sua inspiração para treinar e se tornar um grande guerreiro. Ele ia cada vez mais fundo naquelas letras, lendo sobre o Paraíso Perdido, até que algo o chamou sua atenção. Uma explosão vinda de fora o tirou de seu transe. Ele ouvia alguns sons de grito de mulheres, e também ouviu o som de pessoas desembainhando suas espadas. Os berros que os soldados davam ao partir para a guerra demonstrando sua coragem, ouviu também o relinchar de cavalos...o que havia acontecido? Sieg se levantou lentamente e deixou o livro em cima da mesa. Vagarosamente andou até a porta e a abriu um pouco. Viu que algumas estavam sendo incendiadas e alguns soldados lutavam contra homens que vestiam uma estranha armadura negra. Um dos inimigos encravou sem dó sua lança no peito de um homem, que logo Sieg reconheceu ser o general com quem havia falado com ele no dia anterior. Então, ele percebeu que o inimigo olhava para ele e vinha correndo em sua direção. Sieg tentou fechar a enorme porta da biblioteca mas não conseguiu fazer isso a tempo e o inimigo conseguiu acertar-lhe no peito, o jogando longe. O inimigo puxou uma espada também negra e avançou contra Sieg, que rolou para de baixo de uma das mesas da biblioteca. O outro homem, com um chute conseguiu afastar aquela enorme mesa. Sieg se levantou e conseguiu evitar um golpe que iria lhe cortar ao meio, segurando o braço do oponente e depois o empurrando. Uma flecha de repente cortou o ar e acertou uma fresta que havia na armadura do inimigo. Antes de morrer, aquele ser da armadura parecia grunhir enquanto sentia a dor, e o sangue que saía da armadura tnha um tom de cor mais escuro que o sangue de uma pessoa normal. Na porta, ele viu Sebastian com alguns ferimentos, e correu para lhe ajudar.
-O que está acontecendo lá fora?
-Isso...isso que eu matei...é um tirano. - O velho falava enquanto tentava se sentar num banco.
-O que é um tirano? - Ele falava ajudando o seu professor a se sentar num banco e depois indo fechar a porta da biblioteca.
-É uma espécie de soldado...são humanos que entregaram suas almas para o deus da morte, Vlad. Ele está atacando Synfonya, e parece que já destruiu até mesmo o reino de Barkhar. Ele provavelmente quer dominar Dementia...
-Mas porque isso?
-Eu não sei, algo deve ter acontecido no Paraíso Perdido...você sabe... o lugar onde...
-os deuses vivem, sim, eu sei. Mas o que nós faremos?
-Teremos que esperar aqui, eu não tenho certeza mas aparentemente tem uns dez mil tiranos lá fora. Vlad reuniu um enorme exército, é incrível imaginar que um número tão grande de pessoas venderam suas almas para esse demônio. Provavelmente tudo por poder, já que eles acabam por ficar um pouco mais fortes que um humano normal. Mas ainda são mortais, um golpe de espada ou uma flechada e tudo se resolve...a propósito, porque não está armado? Se eu me atrasasse um pouco mais, você poderia ter morrido.
-Eu...eu não trouxe, não achei que fosse ser necessário já que estávamos em dia de festa.
-Você precisa estar sempre preparado Sieg...tome, eu trouxe a minha junto com o arco. Agora vamos esperar, só nós dois não vamos ter condições de derrotar todos aqueles seres desgraçados que estão lá fora. Por hora, descansemos...me ajude aqui, essa biblioteca tem um esconderijo subterrâneo, vamos para lá.
Sieg e Sebastian foram andando até uma área reservada da biblioteca, onde embaixo de uma pequena mesa havia uma pequena porta, com uma escada que dava numa pequena sala. Horas se passaram até que finalmente a batalha parecia ter acabado. Ao tentar sair, a porta não se abria, algo devia estar prendendo. Foram por um outro caminho que deu num local perto da arena. O castelo estava totalmente destruído, milhares de pessoas mortas e sangue em todos os lados. O reino havia sido tomado pelo caos. As poucas pessoas que estavam vivas pareciam ter enlouquecida devido ao medo, muitos homens ditos como corajosos tremiam no chão, aterrorizados com as coisas que viram.
Os dois andavam quando ouvirão passos de um cavalo vindo atrás deles. Se viraram e viram um homem em cima de um cavalo negro, ele era careca e metade de seu rosto era apenas carne viva. Ele segurava uma espada diferente de todas que Sieg já havia visto, ela tinha uma cor de sangue e tinha uma forma que lembrava uma foice.
-A...a espada da opressão - o velho disse aterrorizado. - Esse é...Vlad
-Humanos inúteis, vocês merecem morrer - Dizia o homem de cima do cavalo. Levantou a espada e parecia que ia atacá-los a distância de alguma forma. Uma luz cegou os três momentaneamente e quando a mesma cessou, Vlad estava caído no chão meio atordoado.
-Maldita Athys- Ele resmungou
-Vamos garoto, temos que ir...Athys no salvou desse destino terrível...vamos, rápido.
Eles aproveitaram a chance e fugiram. Não tinham nenhum lugar para onde ir, sem nenhum rumo. Precisavam pensar em algo, o que iriam fazer? Eles já haviam saído do reino e viram uma pessoa com uma roupa branca, um tipo de capuz. Não podiam ver o rosto daquela pessoa, mas ela fez um movimento com as mãos indicando que deveriam a seguir.
-Vamos garoto, não acho que vá nos fazer mal...posso sentir uma sensação de paz vindo dessa pessoa...eu não sei o que vai nos acontecer agora, mas essa é a noite em que nós fugimos de nós mesmos, apagamos nosso passado nesse lugar...começamos uma nova história.
Eles seguiram a pessoa no capuz até que chegaram em uma floresta. Lá, pararam e tentaram entender tudo o que estava acontecendo.
Quem é você - Perguntou Sieg.
O indivíduo pôs as mãos no capuz e revelou seu rosto.
Ficou grande, vou tentar fazer os próximos capítulos menores :x Comentem: http://forum.narutoshippuuden2010.com.br/t9871-paradise-lost-the-symphony-x-saga-comentarios
Última edição por Dave em Sex 05 Ago 2011, 20:24, editado 1 vez(es)
Shackled in darkness - the forbidden portrait confined to it's frame Unbroken silence - a total misfortune and shame
Ragin obsession - this mask of oppression, it hides your agression from view This tearing suture renounces the love he once knew
Your sacrifice this paradise of innocence Trust the lie - you falsify the line of truth You disguise your insolence Don't deny insanity - mediocrity
Save us from this masquerade of lies Kings and fools die in ridicule (save us) Save us from this masquerade of lies
A fallen fortress sees him beneath starless skies Subsiding deeper - the final farewell in his eyes
Unspoken hero - distrusted and thrusted within surmise Seizing intrusion to unveil his clever disguise
Your sacrifice this paradise of innocence Trust the lie - you falsify the line of truth
Save us from this masquerade of lies Kings and fools die in ridicule (save us) Save us from this masquerade of lies
[Solo]
Save us from this masquerade of lies Kings and fools die in ridicule (save us) Save us from this masquerade of lies
Depoisponho tradução u.u
O capuz escondia um rosto jovem e cansado com algumas marcas de queimaduras e algumas pequenas cicatrizes. Os fios de cabelos rebeldes num to bem escuro faziam jus a pele pálida de um homem que usava uma venda branca, o que só poderia significar que era cego. Apesar da venda ele parecia estar encarando os dois, que mantinham uma expressão de surpresa em suas faces.
-Quando me disseram que o único jovem sobrevivente do ataque de Vlad seria provavelmente uma das pessoas mais importantes desse continente, eu imaginava alguém alguns anos mais velho e com alguns músculos mais trabalhados e que já tivesse participado de diversas missões e é claro, tivesse anos de experiência. Não pensava que seria um cara com uns 18 anos que ainda treina para ser um guerreiro - O homem falava com um certo tom irônico enquanto esboçava um pequeno sorriso.
-19...e quem é você? - Sieg mantinha a calma, simplesmente ignorando o comentário feito pelo outro.
-...mas se Athys diz que você será tão importante assim, quem sou eu para discordar da opinião dela? Na verdade, seus olhos até que me dão uma sensação de que você realmente pode ser útil...estranho...lembra de mim quando era mais novo...
-O garoto perguntou quem é você...e como pode falar essas coisas se você é cego? - O velho gritava com sua voz estridente
-E você é velho mas ainda tem a energia pra matar alguns tiranos, ainda por cima acertou a jugular de um deles. Eu não preciso de olhos para poder enxergar, e quanto a quem eu sou, vocês só precisam saber que eu estou do lado de vocês. Fui mandado pela deusa Athys para procurar o garoto que de acordo com ela será a salvação de Dementia e talvez de todo o mundo. Ela me disse que achando um homem velho conhecido pelo nome de Sebastian eu poderia encontrar o garoto...senti que era você no momento em que lhe vi atravessando a espada no peito de um daqueles devotos de Vlad. Me perdoe se eu não fui muito gentil com vocês no começo mas isso é de minha natureza, ser um pouco debochado...vocês se acostumam. Agora, me sigam, vamos para um lugar mais seguro.
Os dois obedeceram aquele homem e entraram na floresta, onde aquela hora da noite não podia ver nada direito devido a escuridão. O silêncio era quebrado pelos sons de animais se rastejando e pulando de árvores em árvores e também pelo homem misterioso que assobiava tranquilamente. Logo chegaram a uma clareira onde havia uma fogueira que estava pronta para ser acesa. O homem com um simples estalar de dedos a acendeu e ordenou que os outros dois se sentassem.
-Aquela luz...foi você? - Sieg perguntou demonstrando uma enorme curiosidade.
-Ah sim, é uma técnica que eu aprendi com Athys. Muito simpática, por sinal.
-O que você é dela? - O velho dessa vez perguntou parecendo demonstrar o mesmo interesse que o garoto.
-Bem, é como se eu fosse um tipo de guarda-costas dela...não que Athys precise de um, mas eu também sirvo para ajudá-la em diversas coisas. Uma delas é como mensageiro e é para isso que eu estou aqui...entregar uma mensagem para você garoto.
-Então isso significa... - a cada palavra, Sieg parecia ficar mais animado - ...que o Paraíso Perdido é real?
-É, isso está relacionado a mensagem que eu tenho que lhe entregar então preste atenção em tudo o que eu disser. Como você bem deve saber, o Paraíso Perdido é a terra para onde todos aqueles de coração justo vão após a morte. Lá é a habitação dos deuses que cuidam do continente de Dementia, sendo todos liderados por Athys. O Paraíso é dividido em 7 partes e cada uma delas é controlada por um deus e cada um deles toma conta de 7 instrumentos que juntos formam a Sinfonia X. Acredito que você nunca ouviu falar sobre isso, já que é algo que foi mantido em segredo pelos deuses, pois a pessoa que tiver acesso aos 7 instrumentos poderá chegar ao nível de um deus. Se os humanos soubessem de tal coisa a terra seria dominada pelo caos e pela sede de poder. Acontece que dentre os 7 deuses que possuem os instrumentos, apenas Athys sempre carrega consigo a sua parte. Os outros 6 esconderam seus devidos instrumentos em vários lugares de Dementia. Por não ser de confiança, Vlad não recebeu nenhuma parte o que já explica boa parte do ódio que sente pelos outros deuses. Após alguns conflitos entre eles que aconteceram recentemente, sabendo sobre esse segredo Vlad veio a terra para procurar por esses instrumentos. Agora você imagina...se um humano com acesso a tal coisa estaria ao nível de um deus, o que um deus se tornaria se conseguisse juntar o poder dos 7 instrumentos só para si?
-E porque a própria Athys ou os outros deuses não vem a terra resolver esse assunto. Ou porque simplesmente não acabam com Vlad?-Sieg perguntou
-Acredito eu que eles tem que tomar conta do Paraíso e para isso são necessário os 7 lá. E deuses não tem a permissão para matar outros deuses, a não ser que você seja um monstro feito de ódio e rancor que nem Vlad. O porque dessa lei entre eles eu não sei, é algo que está acima do que podemos compreender.
-Então...eles mandam um garoto fazer o trabalho deles? -O velho perguntava, percebia-se pelo tom de voz que ele não concordava com isso.
-Exato. E Sieg foi escolhido para esse serviço. Fora ele, só existiu um que seria capaz de fazer isso, mas ele está morto agora. Mas voltando ao assunto principal, nesse ritmo Vlad destruirá todos os reinos de Dementia. Começou por Barkhar e agora Synfonya...
-Porque Synfonya foi o segundo? - Sieg o interrompeu - Quero dizer...Barkhar é o maior reino de Dementia, eu também começaria por lá...mas eu acho que existem reinos maiores que Synfonya...
-Pra alguém que passa tanto tempo na biblioteca, pensei que você ja soubesse da história de Synfonya, e porque tem esse nome. Synfonya foi fundada por dois amigos que se chamavam Caruban, futuramente conhecido por Paladino Negro e Xuzui, o Rei Bardo. Você deve saber o que é um bardo...basicamente um músico. E paladino é um cavalheiro que luta apenas pela verdade. Após diversas batalhas e reunindo milhares de seguidores e chegando a essa terra sem domínio, resolveram construir um castelo e então, com ajuda de todos os outros que os veneravam, construíram um enorme castelo. Em poucos anos todo esse reino já estava pronto. Caruban e Xuzui se tornaram os líderes de todo esse reino que até então não tinha nome. Porém, Caruban andava meio estranho a um tempo e e um dia qualquer, voltou-se contra Xuzui na tentativa de tomar o poder para si. Xuzui não era só um ótimo músico mas também um guerreiro exímio e derrotou Caruban. Decepcionado com a traição do amigo, o expulsou do reino e o nomeou como Paladino Negro. O negro se refere ao fato de Caruban ter se tornado justamente o inverso do que um paladino deveria ser e Caruban carregou esse nome consigo por todos os anos de sua vida. Antes de morrer, construiu uma espada que poderia destruir qualquer reino com um simples golpe...a Espada da Opressão, que atualmente está nas mãos de Vlad. Ele jurou que iria destruir o reino de Zuzui, mas a morte chegou antes que pudesse fazer isso. Nesse mesmo tempo, Xuzui recebeu um pedido da deusa Athys...por causa de sua habilidade musical reconhecida por todo o continente, foi mandado que ele criasse 7 instrumentos que seriam capazes de trazer uma estabilidade para o Paraíso Perdido. Em uma semana ele já tinha feito tudo e seu trabalho ficou reconhecido como Sinfonia X. Sinfonia você entende pelo fato de ser algo relacionado a música. O X é do nome Xuzui. E por esse reino ser o local da criação da Sinfonia X, ficou conhecido como reino de Synfonya. Uma história linda, não acham?
-Então - Sieg voltou a falar - Vlad acha que alguns dos instrumentos pode estar escondido aqui...
-Agora tudo se encaixa... - Sebastian se intrometeu.
-Bem garoto - o homem voltou a falar - você precisa recuperar esses instrumentos. Sei que você consegue...aceita essa missão?
-Acho que não tenho escolha, é isso ou a destruição de toda Dementia.
-Muito bem. Agora eu tenho que ir e lhe desejo sorte em seu caminho. Eu apareço pra contar as novidades de vez em quando.
-Obrigado - Disse Sieg com um sorriso no rosto.
-Uma coisa...eu não sei se devo dizer isso, pode ser meio desanimador...mas...eu tenho um certo pressentimento quanto ao seu futuro.
-E qual é?
-Veja você mesmo.
Ele retirou a venda e se virou para ele. Os olhos daquele homem eram totalmente brancos e brilhavam intensamente. Por um momento Sieg se sentiu meio tonto e apagou. Ao acordar, se encontrava em um lugar gelado. A cor do sangue se sobressaía na neve e logo mais a frente vários corpos no chão. Bem ao longe, Sieg podia ver uma garota que corria desesperada, ela vestia um longo vestido branco e tinha longos cabelos loiros e lisos, era a única coisa que ele podia ver. Correndo na direção dela se encontrava um homem extremamente grande com um machado coberto de sangue. Toda aquela visão acabou e depois Sieg se viu em uma estrada de terra, onde havia uma bifurcação. Do lado esquerdo se encontrava um homem com uma enorme armadura vermelha. Seu rosto estava escondido pelo capacete, porém o cabelo ruivo comprido ficava visível. Do lado direito, um outro homem com uma armadura igual mas de cor azul e com cabelos brancos. Novamente essa imagem sumiu e ele se viu num campo, onde longe havia um rapaz sentado olhando para sua espada. Parecia estar chorando, mas Sieg estava muito distante para se certificar disso. Novamente ele estava em outro lugar, onde via uma criança fugindo das sombras que pareciam se estender cada vez mais. Após essa terrível cena, se pegou caindo no nada, e de repente, sentiu água. Estava no mar, e a água tinha uma cor preta. Sentia algo o puxando para baixo enquanto ele tentava, numa tentativa desesperada, se livrar das coisas que o agarravam e o puxavam para o fundo. Falhando nisso, a última pessoa que viu, reconheceu ser Vlad. Sieg estava de joelhos para ele e sentia algo perfurando seu peito, o sangue jorrando e a dor se espalhando pelo seu corpo.
Após essa última cena, ele acordou na floresta. Se levantou com ajuda dos outros dois.
-Viu? Bem, eu não sei exatamente o que essas coisas podem significar, mas eu lhe digo uma coisa. Você viverá uma vida de amor e tragédia, paz e guerra, felicidades e tristezas. O sopro do destino rodeia você, meu caro amigo. Torço para que você não caia de joelhos diante desse destino inevitável.
Dito isso, aquele homem andou até as árvores, escondeu novamente o rosto no capuz e sumiu na escuridão da floresta.
-Esse cara é estranho - disse Sebastian - Bem, é melhor descansarmos, dormir um pouco e amanhã resolvemos o que fazer.
-Acha que é seguro ficar aqui?
-Não acho que Vlad nos encontrará aqui. Você deve estar cansado, é melhor...
Sebastian foi interrompido pelo som de um galho se quebrando e logo em seguida alguns passos.
-Isso não foi um anmal - dizia Sieg enquanto se levantava - é você de novo? Não tente nos pregar uma peça...alguém que trabalha junto com Athys não deveria fazer tais brincadeiras.
Ninguém respondeu, não havia nenhum som mais vindo dos outros cantos da floresta. Sieg observou o local por mais alguns instantes, já pronto para puxar a espada. Quando se certificou de que não havia nada, pôs-se a se sentar. O som de algo cortando o vento ecoou pela clareira. Um corte no braço de Sieg, um gole de raspão. Preso ao chão estava uma espécie de facão ligado a uma corrente que foi puxada de volta. O velho se levantou também e preparou o arco, juntamente com Sieg que já empunhava a espada. Novamente o som de vento sendo cortado vindo de uma outra direção, a corrente se prendera a espada que Sieg segurava e foi puxada. Das árvores saiu uma mulher que carregava a espada. Ela usava uma máscara branca com algumas pinturas e suas roupas deixavam claramente a amostra seu belo corpo. Preso ao braço direito estavam as correntes e com a mão esquerda, ela segurava a espada. Logo depois surgiu também um outro homem, com uma máscara muito parecida com a da mulher. Era bem magro e alto.
Os dois observaram Sebastian e Sieg por um bom tempo.
-Uma criança e um velho, eu realmente ouvi que ele é o futuro de Dementia? Tsc, ele vai morrer logo, logo. Porque não adiantamos essa parte?- O homem debochava
-Tem razão. E não se preocupe, vamos tentar fazer com que seja uma morte bem rápida-a mulher disse e depois começou a rir.
Sieg sentia seu braço que havia sido cortado um pouco pesado. Também estava se sentindo um pouco enjoado e suava bastante. Tudo começava a balançar e mesmo com sua visão turva, pôde ver os dois correndo em sua direção.
Ia postar um por semana, mas não consegui me controlar e_e Então, está ai o segundo capítulo, espero que gostem (: E comentem, por favor :D http://forum.narutoshippuuden2010.com.br/t9871-paradise-lost-the-symphony-x-saga-comentarios
Última edição por Dave em Sex 05 Ago 2011, 20:23, editado 1 vez(es)
Shackled in darkness - the forbidden portrait confined to it's frame Unbroken silence - a total misfortune and shame
Ragin obsession - this mask of oppression, it hides your agression from view This tearing suture renounces the love he once knew
Your sacrifice this paradise of innocence Trust the lie - you falsify the line of truth You disguise your insolence Don't deny insanity - mediocrity
Save us from this masquerade of lies Kings and fools die in ridicule (save us) Save us from this masquerade of lies
A fallen fortress sees him beneath starless skies Subsiding deeper - the final farewell in his eyes
Unspoken hero - distrusted and thrusted within surmise Seizing intrusion to unveil his clever disguise
Your sacrifice this paradise of innocence Trust the lie - you falsify the line of truth
Save us from this masquerade of lies Kings and fools die in ridicule (save us) Save us from this masquerade of lies
[Solo]
Save us from this masquerade of lies Kings and fools die in ridicule (save us) Save us from this masquerade of lies
Sieg sentia um frio que nunca havia sentido anteriormente. Não era simplesmente a ausência de calor no loca, era algo mais. Sentia um medo que nunca havia sentido antes, talvez por nunca ter ficado em uma situação como essa onde a morte estava frente a ele e também era quase certa de acontecer. O corpo cansado tentava se mover para fugir do ataque que poderia acabar com ele agora, o peso que antes sentia somente no braço parecia estar se espalhando por todo o corpo em questão de segundos. A visão ficava cada vez mais embaçada, impossibilitando que visse o movimento do inimigo que agora avançava demonstrando toda sua sede de sangue.
-Garoto, se jogue no chão – Sebastian gritava enquanto se levantava do chão, devido ao ataque que sofreu anteriormente.
O corpo de Sieg parece ter respondido aos gritos do velho e num movimento de desespero se jogou de encontro ao chão. Sieg ainda pôde sentir o vento passando próximo ao seu rosto, por pouco não foi acertado pela sua própria espada que agora estava nas mãos de outra pessoa. Por um momento a visão de Sieg pareceu ter melhorado um pouco, o ajudando a ver a mulher dando um salto e, enquanto ainda estava no ar, preparava um ataque que acertaria o coração. Por impulso do nervosismo, ele levantou as pernas e acertou um chute bem na barriga da mulher mascarada, que fez um gemido. Aproveitou para jogá-la longe com a ajuda das pernas. No mesmo momento ouviu o som de uma flecha cortando o ar e acertando o homem mascarado. Logo em seguida, seu tutor avançava como um touro contra o inimigo e o jogando contra o chão. Agora a batalha estava de igual para igual. Sieg tentava se levantar, mesmo achando que isso seria impossível.
-Hahahahahahaha...o que foi garoto? - A mulher entoava a frase em um tom irônico, acompanhada daquela risada quase histérica - Seu corpo está lento? Sua visão vai sumindo cada vez mais rápido? Talvez seja por causa do veneno, um corte e rapidamente ele se espalhará. Não vai levar muito tempo até que você morra. Logo você sentirá uma intensa dor no peito e após isso você vai começar a morrer lentamente. Quando sentir o sangue na sua boca, saiba que é porque você estará próximo de cruzar os portões do inferno, garoto maldito. Então...a escolha é sua, quer uma morte lenta ou uma morte rápida? Só posso lhe garantir que independente do modo que você escolher, será uma morte dolorosa, hahaha!
-Porque...porque estão nos atacando? - Ele perguntava enquanto se levantava, as pernas tremiam e tossia um pouco.
-Fomos mandados aqui por Vlad. Se levarmos a sua cabeça e a do velho para ele, eu e meu irmão poderemos finalmente nos livrarmos dessa maldição que nos acompanha a tantos anos. Então garoto, prepare-se para morrer, a minha vida com certeza vale muito mais do que a sua e eu vou matar qualquer um que impedi-la de eu voltar a vivê-la normalmente. Sua escolha foi feita, eu não vou esperar até que o veneno faça efeito...vou acabar com você agora.
Ela correu na direção de Sieg e fez um movimento parecido com o que Sebastian havia feito com o outro. Ela o jogou contra uma parede e o acertou um golpe na barriga. Sieg sentiu uma enorme dor tomando conta de seu corpo, o sangue descendo pelo abdômen e o frio parecia aumentar cada vez mais. A morte estava cada vez mais próxima e ele podia sentir isso com clareza.
-Você só morre se você quiser, apenas isso não será capaz de pará-lo Sieg, eu sei disso - Uma voz suave ecoou pelos seus ouvidos, uma voz que nunca havia escutado antes.
-MORRA!! - Ela retirou a faca que penetrava a barriga de Sieg e se preparou para um novo ataque.
O frio aos poucos parecia estar desaparecendo. Suas pernas ficaram firmes novamente e sentia seu corpo leve, uma sensação de calor agora tomava conta de todos os seus músculos. Ele segurou o braço da mulher impedindo o ataque e com um movimento inusitado, acertou uma cabeçada na máscara daquela que antes estava prestes a matá-lo. Ela cambaleou e tomou uma certa distância. Caiu sentada no chão, o impacto havia sido muito forte. Uma rachadura havia sido feita na máscara, e aos poucos essa mesma rachadura ia se expandindo ao longo de toda a máscara que poucos segundos depois caiu no chão em pedaços, revelando o rosto daquela mulher. A boca deformada dava lugar a enormes dentes afiados como os de um monstro, um olho parecia ter sido arrancado enquanto o outro estava quase todo vermelho e o nariz eram pequenos buracos. Haviam também diversos cortes ainda abertos e que deixavam escapar algumas gotas de sangue.
-Desgraçado...a minha máscara...eu vou te matar, seu ingrato - Ela dizia com um tom de voz de certa forma meio choroso. Se levantou e correu em direção a Sieg, a faca novamente nas mãos, porém ele simplesmente saiu da frente e ela bateu na árvore e caiu no chão novamente.
Sieg ouviu o gemido de uma outra pessoa, se virou e viu Sebastian caído no chão, indefeso, enquanto o homem segurava a espada e estava pronto para matá-lo. Correu para tentar protegê-lo, acertou um chute extremamente forte no joelho do homem mascarado, que caiu no chão urrando de dor. Sieg tomou a espada de suas mãos e sem hesitação a atravessou pelo peito do inimigo caído. Soltou a espada e se agachou em frente ao adversário que agonizava.
-Deixe-me ver seu rosto enquanto você morre, desgraçado - Ele disse para o homem e depois retirou a máscara. O rosto dele não era muito diferente da mulher, com exceção de que uma parte de sua cara havia um buraco onde era possível ver uma parte do osso. Sieg se levantou e enquanto andava foi acertado com uma facada no peito, a mulher ficava se segurando a ele, tentando acertá-lo mais vezes.
-Seu demônio...você matou meu irmão, agora eu vou matar você...-Ela sussurrava enquanto tentava atacá-lo.
-Não perca seu tempo tentando. - Com um movimento, acertou o rosto dela com o cotovelo e a golpeou com uma sequência de socos, maior parte deles no corpo. Ao finalizar, um chute que a jogou contra uma das árvores da floresta. Sieg se apressou e agarrou a espada. Com uma investida, assim como o irmão, ele fez com que a espada atravessasse a mulher, acertando a barriga.
-Hahaha, seu verme - ela dizia, a voz cada vez mais fraca - de qualquer forma você vai morrer. O veneno ainda corre pelo seu corpo, será questão de minutos até que você morra.
-Cale-se - Sieg puxou a espada e a mulher caiu, rapidamente uma enorme poça de sangue foi se formando em volta dela.
-Mas antes de morrer, eu quero deixar claro uma coisa...você...você é muito igual a mim e meu irmão. Uma maldição foi lançada sobre você, essa sua missão de proteger Dementia das mãos de Vlad...hahahahahaha...você não aguentaria. O seu caminho seria sombrio, muitas coisas para fazer com que você se desviasse do rumo que deveria tomar. Assim como eu, você sabe que tudo isso não passa de um disfarce, uma máscara que esconde sua verdadeira aparência. Você é um monstro com uma sede de sangue incrível garoto, seria só questão de tempo até que você finalmente revelasse o seu lado negro.
-Eu já disse pra você calar a boca... - A voz de Sieg expressava um nervosismo incomum.
-hahaha, aceite essa realidade. Um demônio...é isso que você é, garoto. Talvez não seja muito diferente de Vlad no quesito crueldade, eu posso sentir essa energia ruim vindo de você. Seus olhos não me enganam. O verdadeiro salvador de Dementia sou eu, que envenenei você e logo vai morrer. Livrei todo o continente dessa sua mentira, dessa máscara que você veste, os livrei do monstro que vive dentro de si. Quanto mais você acreditasse nessa baboseira de que poderia salvar o continente das mãos de Vlad, quanto mais acreditasse em todas essas falsas esperanças, mais rápido esse ódio iria tomar conta de você e logo se tornaria essa criatura horrível que vive dentro do seu coração...aceite garoto, aceite esse fato. Entenda, é tudo mentira, o que você é...nada é de verdade. Te vejo no inferno, seu ser despre...
-CALE A BOCA - Sieg avançou enquanto gritava e acertou um chute na cara da mulher, e a cabeça dela foi esmagada contra a parede.
Sieg começou a caminhar lentamente, novamente suas pernas estavam trêmulas e a visão voltando a ficar embaçada. Os danos que havia sofrido e que antes não sentia nada, agora pareciam dominar o corpo dele com intensas sensações de dor. Começou a tossir e então sentiu o gosto de sangue na boca e em seguida caiu. Tudo ia escurecendo, viu alguém se levantando com dificuldade, provavelmente era Sebastian. A mesma pessoa o ajudou a levantar e caminhar, cada movimento que fazia sentia uma dor horrível. Era como se todos os seus órgãos estivessem em chamas. Junto com Sebastian caminhou mais a fundo da floresta, mas não sabia muito bem para onde estavam indo. Ouvia seu instrutor dizendo coisas que ele não podia entender, sua audição parecia estar sumindo também. Novamente tossiu e sentiu mais uma vez o sangue em sua boca e após isso, seu corpo batendo em alguma coisa que não sabia o que era. Tudo ficou escuro e de repente ele acordou, era um tipo de taverna que estava completamente vazia. Sieg estava deitado em um canto qualquer, de onde podia ver dois homens conversando.
Sabia que não tinha morrido, pois se sentia de uma certa forma bem. Mas também sabia que aquilo não poderia ser real. Então, o que seria, ele se perguntou.
Última edição por Dave em Sex 05 Ago 2011, 20:23, editado 1 vez(es)
Bem, eu meio que postei um prólogo da minha fic, e já postei alguns capítulos mas vou fazer um tópico aqui também.
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Paradise Lost (Paraíso Perdido) é o lugar onde vivem quase todos os deuses que tomam conta do continente de Dementia. É também o lugar para onde vão as pessoas que são consideradas puras de coração. Após alguns conflitos entre Vlad - Deus da morte - e os outros deuses, o mesmo decidiu se vingar e tomar para si todo o continente. No meio de todo o caos que começa a se espalhar pelo continente, um jovem é escolhido dentre milhares de pessoas para cumprir a missão de reunir os 7 instrumentos que juntos completam a Sinfonia X e assim, poder livrar Dementia das mãos de Vlad. Uma longa jornada de tentações para o jovem guerreiro que permanece constantemente no caminho da justiça. Uma longa e difícil jornada onde o perigo é constante. Essa passa a ser a vida de Sieg após receber essa importante missão que irá basear sua vida em diversas escolhas que podem o levar a glória e honra ou a total destruição.
In your time of dying don't call my name so you see me as evil it's just the same
Through the windows in my mind now you're cast in flames
Absinthe and Rue twisted wings of paranoia twilight runs through eyes of ignorance
Afflicted, addicted, and wicked you'll loom in fear severed, endeavored in trial time closes near
Obsessing, possessing, confessing consumed by sin injected, infected by venom that's searing your skin
Through the windows in my mind now you're cast in flames
Absinthe and Rue twisted wings of paranoia twilight runs through eyes of ignorance
Absinthe and Rue twisted wings of paranoia twilight runs through eyes of ignorance
Por alguns segundos tudo pareceu começar a girar após ter se colocado de pé, havia cochilado ali por um bom tempo. Os dois homens que conversavam na taverna vazia pareciam nem notar a presença de Sieg no local. Um se sentava em um pequeno banco em frente ao balcão enquanto segurava uma enorme caneca onde tomava diversos goles. Era careca e o rosto mostrava claramente as marcas da idade, sobre o corpo magro algumas roupas sujas e gastas. Do outro lado do balcão, estava de pé havia um homem gordo com uma barba grande e de longos cabelos escuros e crespos que pareciam não receber muito cuidado. Ia enchendo a sua caneca enquanto falava com o outro companheiro de bebida. Ambos manifestavam uma expressão de pessoas que já haviam sido dominadas pelo cansaço e pela monotonia à tempos.
Pararam de conversar ao notarem que Sieg se aproximava. Os dois o encaravam com seriedade e Sieg retribuía da mesma forma, com exceção de que seu olhar não demonstrava apenas seriedade, mas também dúvida.
-Vai querer o que, meu jovem? - Perguntou o homem gordo atrás do balcão.
-Ah, nada, muito obrigado...eu não tenho dinheiro...
-Não se preocupe... - disse o outro logo após um gole de sua bebida - ...aqui é tudo por conta da casa.
-Eu...eu não bebo.
-Pois deveria jovem, a bebida é o elixir dos deuses, é claro que talvez você não devesse extrapolar, ainda mais sendo tão novo. Mas não há nada melhor que uma bebida para acabar com todas as frustrações.
-Bem, eu ainda recuso. Eu só quero saber que lugar é esse?
-Você está na Casa das Lamentações. - Voltou a dizer o homem gordo - Sim, é um bar, mas eu creio que não há problemas em chamar de casa. Eu me chamo Edgar, sou o dono do lugar. E este é meu amigo Haron.
-Prazer em conhecê-los, mas eu gostaria de saber como eu vim parar aqui...eu estava com meu mestre, Sebastian. Fomos atacados e...
-Ah, tudo explicado então... - Edgar voltou a falar - Você sabe o que é a Casa das Lamentações? É um lugar criado para que as almas de pessoas que estão próximas de morrer possam vir até aqui se lamentar de todas as coisas que deixaram de fazer. Desabafar, beber, colocar as mágoas e e problemas pra fora para que quando morrerem, não tenham do que se arrepender e então o espírito de cada um poderá descansar em paz. Algumas vezes as pessoas até encontram velhas amizades por aqui e então podem conversar sobre suas respectivas vidas. Muitas vezes, falar sobre as coisas que você não fez pode ser tão eficaz quanto realizá-las. É o que eu vejo por aqui...até que chegue a hora em que elas definitivamente aceitam sua morte e então podem ir em paz.
-Então isso quer dizer que eu morri?
-Mais ou menos. - pôs-se a explicar Haron - Você não morreu ainda, mas provavelmente está bem perto disso. Então sua alma foi mandada pra cá. Caso tenha algo que se arrependa de ter feito...ou de não ter feito. Essa é a hora de se lamentar. Sente-se, pegue uma bebida e ponha tudo pra fora.
-Eu não sei se tenho algo a dizer. Bem...não há uma forma de ir embora?
-É claro, só passar por aquela porta - Edgar apontou para uma pequena porta bem no fundo da taverna - É a única saída e é pra lá que as pessoas vão quando finalmente notam de que não tem mais nada a fazer senão aceitar que morreram.
-Alguém alguma vez já sobreviveu?
-Provavelmente já. São casos raros, eu não posso lhe assegurar de que já aconteceu. Mas já apareceram aqui pessoas que realmente tinham uma enorme vontade de viver, então eu creio que elas passaram por aquela porta e sobreviveram. Não tenho certeza disso...
-Bem...eu não quero morrer...
-Hahahaha, é o que sua boca diz...mas e o seu coração? Muitas pessoas dizem que não querem morrer, mas na verdade suas vidas são tão ruins que no fundo acham que a morte é a única opção.
-Mas...eu ainda tenho algumas coisas pra fazer...
-Sente-se - Disse Haron abrindo um pequeno sorriso - Estamos aqui pra escutar.
-Esqueçam isso. Não tenho nada a dizer...mas e vocês dois. Porque ainda ficam aqui?
-Bem -Edgar voltou a falar - acho que quando os deuses criaram esse lugar, eles precisavam de alguém para ajudar. Um pouco antes de eu morrer, eu fui o primeiro a chegar aqui. Me fizeram a proposta, se eu queria realmente morrer ou ficar nesse lugar. A ideia não me pareceu tão ruim, então aceitei.
-E você? - Sieg perguntou para Haron
-Simplesmente não quis ir embora daqui. Provavelmente o meu corpo morreu, mas minha alma ainda permanece aqui.
-E isso é permitido?
-Ninguém reclamou até hoje. - Disse após um outro gole.
-Bem garoto, você pode ficar aqui ou pode ir embora. Eu não sei se você realmente quer viver, mas só lhe resta passar por aquela porta. Boa sorte.
-Bem, obrigado por tudo vocês dois.
Sieg caminhou até a porta e ficou um tempo a encarando. Ia abrir, até que foi interrompido por Edgar.
-GAROTO!!! VENHA CÁ!- ele gritava
Sieg voltou até o balcão. Edgar procurava algo no balcão, pegou um copo pequeno e uma garrafa verde muito empoeirada. A abriu e despejou o líquido de cor verde no pequeno copo.
-Faz um bom tempo desde que eu abri isso. Só três pessoas experimentaram...nós dois e um jovem que veio aqui uma vez...você me lembra muito ele.
-Ah sim...aquela vez foi bem estranha...
-Porque? - Sieg não conseguia evitar a curiosidade.
-Bom, diferente de todos que chegam até aqui...ele não apareceu na forma espiritual dele...e sim na humana. Na verdade, ele entrou por aquela porta que você ia passar. Foi a única vez que isso aconteceu. Uma pessoa, na sua forma carnal, entrando por aquela porta. Foi bizarro, ele realmente era merecedor dessa bebida. Bem, ai está...tome tudo de uma vez.
-Ah...acho que não pode ser tão ruim. - Disse com um sorriso no rosto.
-Sieg pegou o copo e em um gole tomou todo o líquido. Um gosto levemente doce agora tomava conta de toda a sua boca e rapidamente começou a sentir uma certa mudança no seu corpo. A princípio parecia estar mais leve, mas passado alguns minutos sentia como se sua pele estivesse em chamas. A imensa dor que sentia por todo o seu corpo, como se alguma espécie de ácido fosse destruindo todos os seus órgãos até que o queimasse por completo.
-Só esqueci de mencionar que isso desce como um veneno que queima todo o seu corpo, haha – Edgar dizia enquanto ria um pouco com a situação na qual Sieg se encontrava.
Sentia seu corpo sendo tomado por chamas conforme a bebida que ardia intensamente ia descendo como se estivesse destruindo seu organismo por dentro. Sieg caiu no chão com um baque enquanto se contorcia de dor e gemia. Ele começou a tossir e sentia-se tonto. Podia ver os dois homens rindo, mas tudo parecia tão surreal. O calor que consumia seu corpo pareceu ter aumentado e notou que havia fogo a sua volta. A sua volta, um grupo enorme de pessoas o encaravam com desprezo, como se um animal imundo estivesse próximo de uma inevitável e horrível morte. As mesmas pessoas cochichavam palavras ao qual ele não podia entender muito bem, palavras que expressavam ódio e repulsa. Outros riam sarcasticamente enquanto olhavam sofrendo no chão, tratando-o como um verme. Estava ficando louco, paranóico. Por uma janela ele notava o crepúsculo ao longe, o que aos poucos foi fazendo com que voltasse ao normal. Olhou a sua volta e agora só estavam no local ele e os outros dois, Edgar e Haron.
-Gostou? - Perguntou Edgar com um tom de ironia notório em sua voz.
-Nunca...nunca mais...me deixe tomar isso... - Sieg dizia enquanto tentava se levar e se recompôr;
-Acho que você está pronto para passar por aquela porta e então continuar sua jornada....
-....ou morrer, nunca se sabe. - Haron completou a frase do companheiro.
Sieg se levantou e encarou os dois sujeitos que tomavam alguns goles de cerveja. Ele se virou para a porta em questão e andou com um certo receio até ela. Dessa vez, não foi interrompido por ninguém. Sieg a abriu e avançou, se jogando aos braços da sorte e desejando que a hora de sua morte ainda não tivesse chegado.
Última edição por Dave em Sex 05 Ago 2011, 20:22, editado 1 vez(es)
Seasons changing now - winter's come and I'll be on my own just bear another day
I have wondered - if I can turn back hands of time I'll try, just try another way
I don't know why my heart keeps calling, but I really don't want you to stay I have my reasons to keep from falling then cast me into shades of gray
Life's an endless stage - wisdom comes with age, can't you see what mindless games we play
(So the end) So the end is near - captured by the spirit in the wind you keep calling out to me
I'll find my way I'll wee it through
I don't know why my heart keeps calling, but I really don't want you to stay I have my reasons to keep from falling then cast me into shades of gray
[Solo]
When the curtain falls - I'll hold my head up high and curse you all such vicious games we play
I don't know why my heart keeps calling, but I really don't want you to stay I have my reasons to keep from falling then cast me into shades of gray
I don't know why my heart keeps calling, but I really don't want you to stay I have my reasons to keep from falling then cast me into shades of gray
2.5 - Shades Of Grey (Tons de Cinza)
Ao abrir os olhos, Sieg conseguiu apenas ver tudo a sua volta girando. Sentia-se tonto demais para fazer qualquer outra coisa. Fechou os olhos e lançou-lhe as mãos contra o rosto na esperança de tentar aliviar um pouco a dor e a tonteira. Quando finalmente se sentiu recuperado, abriu novamente os olhos e logo visualizou um único ponto luminoso no meio da escuridão que rodeava o local onde estava. Um rosto ascendia sobre as chamas da pequena fogueira. Um rosto que apresentava nas rugas uma expressão velha e cansada, com um tom de cor anêmico. Reconheceu ser o velho Sebastian sentado, olhando fixamente para o fogo enquanto mergulhava no mais profundo de seus pensamentos.
Sieg se levantou com uma facilidade que supostamente não deveria sentir, afinal, havia chegado a beira da morte. A lembrança lhe veio a cabeça como uma forte batida, havia sobrevivido. Talvez isso o fizesse uma pessoa especial, pois teve a oportunidade de seguir em frente com seus deveres e suas vontades, teve uma chance que quase nenhum homem em todo o enorme continente tivera antes. Ainda se recordava da dor que sentira alguns minutos antes, a sensação do corpo inteiro ardendo em fogo após virar garganta abaixo um copo daquele Absinto. 'Doce veneno que corroeu minhas entranhas' pensou consigo ao lembrar da insuportável dor que a bebida lhe causara.
Dispersou-se de todos os pensamentos que lhe vinham em mente e andou até o velho, que até então não havia notado a presença do jovem. A visão foi se adaptando a escuridão conforme os segundos passavam e notou que se encontrava em uma pequena cabana a qual o tempo se encarregou de cuidar com maus tratos, deteriorando a madeira aos poucos. Havia algo de estranho no lugar, já que nada parecia estar muito certo. Com exceção das chamas da fogueira e do brilho nos olhos de seu mestre, tudo estava em tons de cinza, causando um aspecto depressivo no pequeno cômodo que abrigava os dois. Talvez...talvez eu não tenha sobrevivido pensou inseguro enquanto sentia um soluço descendo pela garganta seca. Se aproximou do corpo imóvel do pensativo Sebastian e resolveu se sentar próximo ao mesmo, que por um momento pareceu ter se esquecido do fogo. Olhou para o lado, mas parecia não ver ninguém, logo em seguida, se levantou e se aproximou da cama onde se encontrava deitado o corpo de Sieg. Não havia notado ainda, mas estava fora de seu corpo. Estava confuso, tentando pensar em alguma solução no mínimo 'coerente' para a situação. Voltou a atenção para Sebastian ao vê-lo se mexer, indo para fora da cabana. Logo após ter saído, outra coisa lhe chamou mais atenção ainda. Tentou se levantar.
-Continue sentado - Disse uma voz rouca, vindo da porta. Uma pequena senhora, devia estar pelos seus 80 anos, andava lentamente até a direção de Sieg. O sorriso simpático e quente dava uma sensação mais feliz ao lugar. Se apoiava num pedaço de madeira e sobre suas costas encurvadas havia um manto escuro com as extremidades um pouco gastas. - Seu espírito deve repousar um pouco antes que possa voltar a sentir a terra sob seus pés.
Seguindo os conselhos da velha, ele voltou a se sentar e decidiu permanecer calado. Ela lentamente se aproximara dele e se sentara ao seu lado, tendo um pouco de dificuldade ao se agachar. Ambos ficaram em silêncio por um curto período de tempo, até que ele resolveu tomar coragem em perguntar uma de suas milhares perguntas que tinha na cabeça. A dúvida ainda reinava em sua mente já fazia a algum tempo.
-O que está acontecendo comigo? Eu estava em uma espécie de taverna com dois homens...
A velha interrompeu Sieg com uma risada - Haron e Edgar. Dois vadios, não fazem mais nada da vida a não ser ficarem recebendo o espírito dos mortos...ou os que deveriam morrer. Você é um dos poucos que escapou de ir para o mundo dos espíritos meu jovem. Sinto de longe que tem um coração puro, os deuses lhe pouparam, seria uma grande perda se você morresse agora, tão jovem. - Ela permanecia com o mesmo sorriso simpático de antes. - Mas então, deixe-me eliminar todas as suas dúvidas. O seu mestre o trouxe há alguns dias. Oito, para ser mais específica.
-Eu estou desacordado a oito dias? - Era notória a surpresa em sua voz. Tentou se conter, mas não conseguiria.
-Sim, o veneno que estava no seu corpo era demasiado poderoso. Você teve sorte dos deuses lhes trazerem a tempo para que eu pudesse lhe curar. O tempo que você passa na taverna é diferente ao do mundo real. Lá o tempo se move lentamente, para que a alma dos mortos possam se arrepender do que foi ou não foi feito.
-Bem, e onde eu estou?
-Na pequena Vila de Myrr, Filhos da Floresta, vivemos em paz aqui há anos. Lembro de ter a metade de sua idade quando vim para cá, meu jovem. Aqui temos os melhores curandeiros, não querendo exaltar as minhas próprias habilidades, e por anos vivemos em total prosperidade.
-Sim. Olha, eu agradeço muito pela sua ajuda. Mas, eu tenho algumas coisas a fazer. Preciso voltar... - o pensamento lhe assustava de alguma forma - para o meu corpo.
-Você voltará, jovem. Eu apenas pedi para que os Espíritos do Vento o trouxessem para esse lado por um tempo. Assim você pode repousar por algum tempo mais e ainda assim ter todas as suas perguntas respondidas. Logo, lhe enviarei de volta para o seu corpo e então poderá fazer o que lhe tiver vontade. Mas antes, permita-me trocar algumas palavras de conhecimento, palavras vindas de uma velha, já que se diz que a sabedoria se vem com a idade, não concorda?
-Sim, eu acho. - Se aquietou e parou para prestar atenção ao que a velha havia de dizer - O que tam a dizer para mim? Talvez seu conhecimento possa ser útil par a jornada que terei que viver.
-Ah, se serão meu jovem, se serão. Você sabe meu garoto. Estamos numa época de mudanças, as temporadas vem mudando cruelmente para o bem ou mal da humanidade. O inverno está para chegar e com ele virão todos os problemas. E creio que você já saiba que de agora em diante, o seu caminho será apenas feito por você mesmo... ao menos ouso dizer que não discordará e fará de mim uma velha estúpida - A mulher soltou uma risada fina - O que eu quero dizer é que, virão dias difíceis em breve e para isso só posso lhe dizer que terá sempre de suportar todas as dificuldades. Mas nunca esqueça de que independente do tempo que vier, não desista do objetivo imposto a você pelos deuses. Se algo ocorrer de errado, apenas tente um outro caminho. - A velha parou e por um momento, fitou a fogueira como antes fazia Sebastian.
-Eu entendo o que você diz. - Ele começou a falar, olhando também para a fogueira - Já estou ciente de que tempos difíceis estarão para vir.
-O que você vê no quarto, jovem? - Ela disse, o rosto apresentava feições sérias - Me diga, o que vê?
-Bem...é só mais um quarto normal. Não posso enxergar nada de diferente. Exceto pela cor acinzentada que nos ronda por aqui.
-Exato. Nunca esqueça que sua vida será assim daqui em diante. Mas sempre que se sentir fraco, sempre que sentir que forças maiores que você estarão lhe puxando para o profundo e negro abismo da morte, sempre que sentir que não haverá mais esperança - Um pequeno sorriso se abriu lentamente na boca da velha - Mesmo que não compreenda as razões, sempre que seu coração permanecer a chamar, sempre que sentir o calor em seu corpo, sempre que sentir a sensação de dor tomando conta de seu corpo...pois saiba que isso significa que você não deve morrer. Significa que você não pode desistir. Então, no meio de um mundo sem cor, serão nessas horas que você poderá enxergar, por menor que seja, a chama que o manterá vivo. Assim como essa fogueira ilumina um lugar escuro, mesmo a chama sendo fraca, ela não se apaga e é o suficiente para aquecer-nos. Apenas levante a cabeça e amaldiçoe, se tiver, essa terra que lançará contra você malditos jogos negligentes que o carregarão até a morte. Entende o que lhe digo?
Hesitou por um momento. As palavras da mulher ao seu lado ainda rodavam por sua cabeça. De alguma forma, sentia que ela estava certa e sabia disso. Só lhe restou concordar, balançando a cabeça e com um baixo tom de voz, respondeu afirmativamente.
A velha mulher entonou uma risada abafada e voltou os olhos para o que seria a versão espiritual de Sieg, que ainda permanecia a olhar as fracas chamas da pequena fogueira que se encontrava a frente de ambos.
-Não me tome por tola só por ser uma velha. Como eu já lhe disse...
-A sabedoria vem com a idade. Sim, eu tenho que concordar. Acredito em suas palavras minha sábia senhora. Temo que esteja correta acerca do futuro que me aguarda. Tentarei fazer o possível para garantir que estarei sempre lutando pelos ideais certos e dar o melhor de mim. Mas eu não consigo entender a razão de ter sido escolhido para...para isso – Os olhos demonstravam uma mescla de pavor e dúvida – Existem tantas pessoas com enorme vontade de servir aos deuses. E é claro, são mil vezes mais fortes e habilidosos do que eu.
-Talvez os deuses o considerem o de mais nobre coração, meu jovem. Ninguém pode entender as razões pelas quais cada um deles vive. E se você foi escolhido por Athys é certo que ela confia em sua capacidade. Creio que já seja tempo de voltar ao seu corpo, garoto. Seu mestre Sebastian eestá impaciente. Se preocupa muito com você, nos momentos em que não está calado, só sabe citar seu nome e as coisas que há de fazer. Feche os olhos e os Espíritos do Vento o levarão de volta.
Uma última olhada no fogo e logo após fechou seus olhos. Por um instante teve a sensação de que algo o puxava e quando menos esperou, já olhava para o teto de madeira. Estava completamente sozinho no quarto, a fogueira jazia apagada. Tentou se levantar, mas ainda se sentia um pouco mal. O corpo estava pesado e suava como um animal, não sabia dizer se era devido ao veneno que talvez ainda não tivesse acabado o efeito por completo e fosse só questão de tempo pra que voltasse ao normal, ou se seria o absinto que ainda fazia algum efeito em seu organismo. Mas não importava o que fosse, aquilo poderia ser bom, significava que não estava morto, significava que estaria ali para fazer o que tivesse de ser feito e aceitar seu destino. Decidiu que deveria se preparar para o que tivesse de vir, necessitaria de ajuda e felizmente já a tinha. Sebastian estaria ao seu lado o ajudando no que precisasse, e poderia se assegurar de que o velho mestre o apoiaria na longa jornada a qual fora submetido. Com um pouco mais de fé, pôs-se a levantar e saiu da cabana. Era uma bela noite, a lua iluminava a enorme floresta. Percebeu logo que o pequeno vilarejo era cercado por barreiras de madeira, com homens localizados em pontos estratégicos para garantir a segurança dos que habitavam Myrr. Não havia muito movimento naquele horário, exceto por alguns jovens que se encontravam sentados em toras de madeira rindo e bebendo. E também os soldados que tomavam conta da vila. E claro, Sebastian, que se alegrara ao ver Sieg de pé.
-Como se sente, garoto? - Perguntou enquanto dava uns tapas em suas costas.
-Um pouco enjoado, mas estou bem. - Um sorriso se abrira em seu rosto ao ver Sebastian. Sentia-se um pouco melhor sabendo que estava bem. - Bom, é melhor se recompôr logo. Ao amanhecer partiremos. Será uma longa caminhada até o próximo reino. Estava pensando e acho que é melhor nos dirigirmos para o Sul. Se as condições forem boas, talvez o reino de lá ainda não tenha sido atacado por Vlad. E não creio que ele se dirigirá para aquela direção agora. Devemos levá-lo até lá para que possa treinar por algum tempo, treinar com pessoas que tenham mais experiência e menos idade do que eu. Bondosos sejam os deuses para que meu velho amigo Fill ainda esteja por aquelas redondezas. Ele é por volta de uns 15 anos mais novo que eu, deve estar em melhores condições. Um ótimo guerreiro.
-Mas...não temos tempo para treino.
-Não se preocupe quanto a isso. Aquele homem da floresta...o que encontramos antes de ser atacado, bem, ele veio trazer uma nova mensagem. Os deuses tentarão tomar conta da situação atual para que você tenha tempo de se preparar. Provavelmente irá ocorrer um tipo de desestabilização entre o Mundo Espiritual e o Humano, mas nada para se preocupar, parece. Então garoto, teremos que partir logo. Volte a descansar e eu prepararei algumas coisas para levarmos durante a viagem. Amanhã será o primeiro longo dia de uma série de dias enormes. Agora vá.
Sieg não disse nada, apenas voltou para a cabana. Receberia um treinamento, precisava se esforçar o máximo para ficar mais forte. Voltou para a cama e pensou por um momento, nas coisas que lhe aguardavam. Havia acabado de despertar mas o sono veio rapidamente como se não dormisse a anos. Naquela noite ele teve um sonho, um bem diferente dos que já tivera antes. No sonho, seu corpo doía e via o seu sangue derramado no chão. A sua frente se encontrava Vlad empunhando a Espada da Opressão. Andava lentamente a sua direção, mas fora impedido por um feixe de luz. Um cavaleiro surgira, a armadura branca e segurando uma enorme espada que possuía um brilho tão forte quanto o Sol. Não pôde ver o rosto do cavaleiro, mas tinha uma ideia de quem poderia ser. No seu sonho, era como se toda a dor sumisse naquele exato momento. Um último golpe do cavaleiro contra Vlad fez com que a luz resplandecesse por todo o continente. Acordara logo após aquilo e o Sol já havia nascido. Sebastian o esperava do lado de fora da cabana. Se arrumou correndo e fo ide encontro ao mestre. As portas da barreira que davam para o Sul se abriram, liberando o caminho para os dois. A velha os observava seguirem seus caminhos, rumo a novas aventuras.
Última edição por Dave em Sex 05 Ago 2011, 20:22, editado 1 vez(es)
2.6 - Taunting The Notorious (provocando o Notório)
Já estavam caminhando fazia um bom tempo, desde que saíram de Myrr. Alguns minutos a mais e seria o 4º dia de viagem sem nenhum sucesso. Vez ou outra encontravam alguns mercadores que vagavam sem rumo pelas terras, apenas na esperança de conseguirem algumas moedas. Encontraram até mesmo um que vinha em uma carroça carregando uma jaula com algumas mulheres semi-nuas. As oferecia por um preço bem “generoso”, e poderiam ser escravas, prostitutas ou o que quisessem que fossem, elas seriam. Sieg se impressionou, entendia que mitas mulheres vendiam seus próprios corpos, mas nunca vira uma pessoa vender outra.
Chegaram a um ponto onde haveria uma subida íngreme e ali resolveram dar uma parada para descansar. Já estava anoitecendo, o frio começava a aumentar. Por sorte traziam consigo madeira o suficiente para fazer uma pequena fogueira. Tinham também comida, que só seria suficiente para mais uma refeição. Acenderam a fogueira e prepararam sua comida. Sieg resolveu dormir, se encolheu no chão e pôs sobre o seu corpo uma capa que carregava consigo desde o momento em que acordou na cabana. Guardou a espada de baixo da capa também, e podia sentir o aço gelado encostando em seu corpo. Estava adormecendo, seus olhos fechando, ouvindo apenas o som do fogo queimando a madeira e Sieg se preparando para dormir também. Seus olhos fecharam, mas teve que os abrir alguns minutos depois (pelo menos a sensação era de terem sido minutos) quando despertou ouvindo o som de gritos e galopes. Percebera que Sebastian estava acordado também, mas ambos mantiveram-se deitados. Os sons iam se aproximando, até que uma mulher carregando uma criança se aproximou do local onde se encontravam. Atrás dela, vinha correndo desajeitadamente um homem ferido, um corte ao lado da cabeça, tinha perdido o ouvido esquerdo. Também escorria muito sangue de seu braço, e havia perdido 3 dedos. Aparentemente, não notaram a presença deles, estariam assustados demais para isso.
Segundos depois, surgiram três homens montados em cavalos negros, todos usavam armaduras e empunhavam a espada para o ar. Soltavam gritos que expressavam sua fúria. Os dois primeiros quase esmagaram Sieg de tão próximos que passaram, o terceiro vinha exatamente em sua direção, só que o cavalo deu um salto, evitando o obstáculo. Sieg tremia, mas seu corpo automaticamente realizou uma ação que a mente não havia ordenado. Naquele exato segundo em que o cavalo realizava o salto, usou uma mão para se apoiar com dificuldade no chão e com a outra agarrou o cabo da espada. Arremessou a capa ao ar com o movimento brusco do corpo, e ergueu a espada em um movimento reto, perfurando tanto a capa quanto o cavalo. Sangue caiu sobre seu corpo, só não teria sido pior devido ao manto que estava ali para impedir. Ouviu o relinchar do animal que agonizava, indo direto ao chão. Escutou também um baque e um urro de dor. Se levantou e visualizou a cena do cavaleiro caído no chão.
Pôs-se em posição de combate, observara que Sebastian já havia se levantado e os outros dois cavaleiros voltavam para ver o que havia acontecido. Um pouco mais longe, estavam homem, mulher e criança, caídos no chão, tremendo.
-O que há de errado com você garoto? - O cavaleiro caído se levantou e tirou seu capacete, revelando um rosto cheio de cicatrizes e uma barba mal feita. Era careca e seus olhos ardiam em ódio. - Você pagará pelo meu cavalo com a sua vida.
Com a espada em mãos, o guerreiro avançou. A espada apontada para cima, realizou um movimento de corte de cima para baixo. Sieg se esquivou, se jogando por de baixo das pernas do homem. Tinha parte de baixo do corpo de seu adversário desprotegida. Sentado no chão, um movimento lateral de sua lâmina, tão rápido quanto um raio, cortou uma das pernas daquele homem careca. Sangue jorrou, sujando ambas sua face suas roupas. Antes que o enorme cavaleiro pudesse desabar no chão e gritar de dor, ouviu-se o som de uma flecha cortando o ar. A alguns metros estava Sebastian, segurando seu arco. A flecha atravessara a cabeça daquele homem, sem lhe permitir mais um segundo de vida. Os outros dois desceram do cavalo, observaram a cena, a enorme quantidade de sangue que se espalhava pelo chão. Viram jovem e velho em posição de combate.
-Todos aqueles que se opõem ao Lord Yoren merecem morrer. Bastardos, que suas cabeças possam rolar pelo chão com um golpe de minha espada – Disse um alto e gordo. Este avançou em direção a Sieg, enquanto o outro, de estatura média foi em direção a Sebastian. O grandão desferiu um golpe que foi defendido. Apesar da facilidade para bloquear o ataque, o impacto entre as espadas fez todo seu corpo tremer, e por pouco suas pernas não o traíram. Ao seu lado, escutou um gemido de Sebastian, que se encontrava em uma posição meio um pouco desfavorecida. Usava o arco para evitar que fosse cortado o meio, colocando-lhe sob os braços do inimigo, impedindo-o de dar fim ao golpe. Mas a lâmina estava cada vez mais próxima do rosto de seu tutor. Tentou pensar em algo para ajudá-lo, ma já tinha seus próprios problemas. Mas um golpe lançado contra si, conseguiu se defender mais uma vez, mas perdera o equilíbrio. Uma terceira investida do homem a sua frente quase o pegou. Por sorte, Sieg conseguiu acertar o corpo do outro através de uma brecha da armadura. Não casou nenhum dano considerável, mas era o suficiente para poder se manter vivo. Recuperou o equilíbrio e se afastou um pouco, pondo a espada a sua frente novamente, enquanto os olhos se voltavam pra luta ao lado.
Sebastian foi muito ousado ao tentar um movimento arriscado. Soltou o braço do homem que tentava o acertar. A espada desceu, mas conseguiu jogar o corpo para o lado, se esquivando do golpe que por pouco não o cortara ao meio. Rapidamente pôs-se em pé, e se esquivou de um segundo ataque, jogou seu corpo contra o do inimigo e puxou uma faca que estava presa a sua cintura. Encravou a lâmina no espaço que seria o visor do capacete. Puxou a faca de volta com tal ferocidade que por pouco o olho daquele homem não veio junto com a faca.
-Garoto, preste atenção – Sebastian gritou em seguida.
Sieg voltou o olhar para o guerreiro gordo a sua frente, ele vinha mais uma vez com a espada fazendo um movimento de cima para baixo. Sieg contra-atacou com um movimento similar, mas vindo de baixo para cima. As lâminas se encontraram, mas a espada do homem gordo foi jogada de volta para o alto. Uma outra brecha na armadura, na altura dos braços, Sieg acertou com a espada ali e puxou. Ouviu o som de aço caindo no chão, e um grito de dor. O homem caíra de joelhos, seu braço direito pendurado, quase soltando do corpo. A espada no chão encharcada de sangue.
-Seria mais misericordioso de sua parte se arrancasse o braço dele por completo, Sieg – Sebastian se aproximava, uma mescla de sarcasmo e prazer possuía a sua voz. Sieg nunca o vira dessa forma.
-Estranho te ver assim, velho. Você sempre foi tão pacífico...de um certo modo.
-Devem ser as lembranças dos tempos de guerra voltando. E desde quando você me chama por velho? Está ficando muito confiante, garoto – Ele soltou uma gargalhada, que cortou o ar sério da situação onde todos se encontravam. Sebastian pegou a faca que havia acabado de usar e se aproximou do guerreiro, que o olhava com um certo temor. Tirou-lhe o capacete e o olhou nos olhos. O sorriso de antes desaparecera. Pegou a faca que usara a pouco tempo e então cortou a pele que ainda segurava o braço e o jogou no chão, como lixo. O guerreiro que anteriormente era visto como grande, tornava-se pequeno ao se curvar diante da dor.
O casal que antes fugia dos três guerreiros, vinham na direção dos dois. O homem vinha na frente, com uma cara de pavor. A mulher, logo atrás, quase não conseguia segurar a criança, que chorava e gritava sem parar.
-Acho que cabe a vocês escolherem qual será a justiça dada a ele. - Sieg falou, com um certo tom de superioridade – Não seremos nós que vamos escolher se ele morre ou vive, fica a escolha de vocês. É melhor nós irmos, velho.
O homem no chão gritou e então começou a gargalhar
-Eu não preciso de dois braços para matar esses bastardos traídores de Yoren. Eu posso matar todos vocês...TODOS...e só preciso de um braço pra isso.
Sieg o olhara com um certo desdém.
-E você conseguiria matar alguém se não tiver nenhum braço?
Ele encarou o homem no chão, a enorme poça de sangue que se formava e escorria até o gramado do campo, deixando vermelhas algumas plantas. Segurou sua espada enquanto olhava o sangue. Pôs o pé direito em cima do peito do homem caído, e desceu a espada com velocidade. Mais um grito de dor daquele homem que agora não possuía mais nenhum dos braços. Sieg guardou a espada na bainha e pôs-se a continuar seu caminho.
-Espere, garoto! - Gritou Sebastian. - Me diga você...quem é esse tal Yoren?
-Atual Senhor de Barkhar, o mais temido Cavaleiro de toda Dementia. Todos aqueles que forem contra o grande Lorde Yoren são destinados a morte. Então vocês já sabem que a morte lhes é inevitável...
-Pensei que Barkhar tivesse sido destruída por Vlad. - Sieg interrompeu.
-E foi, e certa forma. Todo aquele lugar se transformou em caos, mas ele precisava de alguém para cuidar de tudo e para ir tomando outros reinos. Lorde Yoren foi nomeado para tal posição. E trouxe consigo seu exército. Se assegurem de que será impossível escaparem do destino de vocês, vão todos morrer...seus malditos, vocês morrerão e seus corpos serão jogados na floresta para que sirvam de comida para os vermes, seus pedaços de bosta...
-Ah, cale-se – Sieg se virou e voltou a caminhar. Sebastian o seguiu, meio aflito. Nunca vira o garoto agir daquela forma. Sempre fora um tanto inocente e pacífico, mas aquela cena havia deixado Sebastian um tanto assustado. O garoto havia tomado uma atitude um pouco autoritária. Não que tivesse feito algo errado, mas aquilo era certamente muito estranho. Talvez estivesse finalmente mudando, começando a se transformar no guerreiro que os deuses desejam para derrotar Vlad. Mas de qualquer forma, ainda havia um longo caminho a ser percorrido para isso.
Ainda estava escuro, apesar de ainda ser madrugada, não se sentiam cansados. Andaram por um tempo, até que finalmente avistaram as enormes muralhas que protegiam o castelo. Ao longe se escutava os sons de espadas e gritos de guerra. A luta ainda acontecia por ali, havia vestígios dela em uma área enorme só do portão principal em diante. Não podiam imaginar como estaria a situação do lado de dentro, mas teriam de arriscar. Não tinham ideia de quem seria esse tal Yoren, se seria tão poderoso. Mas para Vlad o ter escolhido como ajudante, seria improvável que ele fosse um indivíduo de pouco poder. Os dois pegaram suas armas e já preparados, correram em direção aos portões do castelo. Logo na entrada se depararam com alguns inimigos, armados com os que haviam encontrado anteriormente. Fora uma batalha simples contra estes, Sebastian permanecia de longe acertando as flechas em pontos estratégicos, sempre mirando em brechas da armadura. Sieg apenas se esquivava dos golpes e encaixava um golpe de espada quando lhe era possível.
O caminho a frente estava de certa forma livre, já que todos batalhavam. Um inimigo ou outro surgia, mas não eram muito poderosos para os dois.
-Garoto, precisamos chegar na torre ao Leste – Sebastian apontou para uma torre, talvez a mais alta de todo o castelo. - Para chegarmos lá, precisaremos alcançar o salão principal, mas a entrada está bloqueada por esse exército do tal Yoren. Precisamos abrir caminho.
Sieg observou rapidamente todo o local a sua volta. Algo lhe chamou a atenção. Aparentemente uma outra torre estava em construção no momento em que o castelo havia sido atacado. Haviam materiais de carpintaria, escadas e enormes toras de madeira, sem mencionar a torre que ainda estava na metade.
-Tive uma ideia...me dê a faca.
Sebastian jogou a faca que carregava para Sieg. O garoto correu, um homem sobre um cavalo, segurando uma lança surgiu na sua frente. A ponta da lança veio em sua direção , mas conseguiu usar a espada para se proteger, a jogando para longe. Sem perder aquela chance, puxou a espada e deu uma investida com a arma, que derrubou o outro do cavalo. Sem hesitar, usou a faca para cortar a garganta do adversário. Voltou seu caminho e chegou perto da torre em construção, e notara que haviam chamas por ali. O fogo começava a se expandir rapidamente pela madeira e em breve estariam queimando as pequenas casas e tendas que haviam dentro dos muros. Subiu as escadas antes que pegassem fogo por completo e o impossibilitasse de escalar tudo. Alguns pedaços de madeira caíam de lá de cima, dificultando o caminho, e o fogo parecia ter aumentado dez vezes mais em questão de segundos. Chegou ao ponto mais alto da torre em construção, o fogo quase o alcançando. Sentia o suor escorrer por todo o seu corpo, a respiração ofegante e uma certa dor nas pernas. Mas sabia que não poderia descansar agora, deveria executar o plano. Em um tipo de plataforma, há via uma corda que segurava uma tora gigantesca. A distância de onde estava para a tora não era muito, mas sabia que aquele seria um salto difícil. Guardou a espada e pós a faca na boca, afinal, não tinha mais escolhas, pois o fogo já estava consumindo tudo abaixo dele, e se não fosse rápido, tudo aquilo iria desabar. Pegou impulso e então saltou. Por um breve momento, sentiu um certo receio, a distância dali pro chão era enorme. Sentiu que estava seguro ao segurar no pedaço de tora, mas aquilo era muito instável, ainda mais com o vento que soprava, e fazia balançar com uma certa frequência. Se segurou o mais firme que pôde e foi se arrastando até perto da corda. Quando já estava no centro, olhou para baixo e se deu conta de como teve uma ideia um tanto estúpida. Mas já que estava ali, iria executá-la.
Tirou a faca da boca e começou a cortar a corda. Foi tão de repente, mas sentia que estava caindo. Terminara de cortar a corda mais rápido do que previra, mas agora o que restava era se segurar. Enfiou o aço na madeira e se segurou. Logo sentiu um tremor por todo o corpo, e com ele veio um estrondo que ecoou por todo o castelo. Aquela tora fora de certo o suficiente para esmagar algumas pessoas. Caíra próximo do portão que dava para a entrada do salão principal. Agora, a outra ponta, aquela onde Sieg se encontrava, estava indo de encontro ao chão. Antes que também pudesse ser esmagado, saltou e caiu de costas no chão. Ouviu mais um estrondo, mais não tão alto quanto o anterior. Mas aquilo fora o suficiente para afastar aqueles que ficavam próximos do portão.
Ao se levantar, viu Sebastian se aproximar.
-Vamos garoto, agora precisamos entrar. Me ajude a abrir essa porta.
Era uma porta enorme de ferro e ambos sabiam que seria difícil, mas não impossível. Os dois começaram a empurrar com dificuldade, até que conseguiram ter espaço o suficiente pra passarem. Ao entrarem, se depararam com a cena de dois homens lutando. Um deles usava apenas uma cota de malha e uma espada longa. Tinha alguns poucos cabelos ruivos e um bigode e tinha uma estatura média. Seu corpo estava cheio de cortes, mas ele não parecia estar derrotado. O outro usava uma armadura negra, ornamentada com alguns diamantes. Ele portava uma espada de cor escura. Seus cabelos eram escuros e parecia ser bem jovem.
-Eu não acredito no que vejo. Está apanhando, Robert? - Disse Sebastian.
O homem ruivo não deu atenção, continuou concentrado no outro.
-Essa voz...o que faz aqui, Sebastian? Veio me ajudar a defender o castelo desse homem?
-Então esse é o tal Yoren? - Sebastian perguntou enquanto avaliava o homem da armadura negra.
-Mais dois tolos vieram se juntar a você, Robert – Disse o da armadura negra – todos morrerão pela minha espada, claro. Vocês são seres tão estúpidos. Porque cismam em causar a própria morte? Idiotas, vocês não sabem do meu poder? Vocês não sabem que é notório como a morte de vocês se aproximam? Porque vocês, inúteis, cismam em provocar isso...cismam em querer morrer...
-Ah, cale-se, seu imprestável – Gritou Robert – E como assim...”outros dois”?
Naquele momento, a resposta de Robert apareceu sem ele nem ter que procurá-la. Apenas pôde ver um garoto de cabelos longos, com suas roupas sujas de sangue, manejando uma espada e indo de encontro ao tal Yoren, que o observava com total desprezo.
Última edição por Dave em Sex 05 Ago 2011, 20:22, editado 1 vez(es)
Uma investida poderosa de Sieg, o som de aço acertando aço ecoou pelo enorme salão onde se encontravam os quatro. Yoren olhava para Sieg com total desprezo, enquanto empunhava sua espada, defendendo o ataque de Sieg. Apesar de ter sido um golpe com uma força estrondosa, Yoren não parecia se abalar, já que segurava a lâmina com apenas uma das mãos. Realizou um outro ataque que se revelou inútil, já que Yoren mais uma vez bloqueou o golpe com facilidade.
-Garoto idiota, corre para os braços da morte...se é isso que tanto deseja, então MORRA!
Utilizando o braço livre, fechou o punho e acertou um soco no peito de Sieg. Segundos após o golpe, uma espécie de esfera negra envolveu a mão de Yoren. Sieg pôde sentir o impacto do golpe, e era como se uma espada o retalhasse aos poucos por dentro, lhe causando uma dor insuportável. Em seguida, observou aquela esfera se expandir e resultar em uma explosão que o arremessou para o outro lado do salão.
-Garoto, você está bem? - Sebastian gritou e correu para ajudar Sieg, que se encontrava sem a parte de cima das vestes que haviam sido destruídas. Seu corpo exibia diversos cortes profundos, permitindo que enormes quantidades de sangue escapassem.
-O que foi esse golpe? Esse cara...isso não é normal para um ser humano...
-Não se esqueça que ele é um servo de Vlad, ele pode ter o poder que ele quiser. E você deveria tomar mais cuidado...o que eu te ensinei? Garoto idiota, não pode sair atacando um adversário que nem conhece dessa maneira.
Sieg não respondeu ao seu mestre, apenas o empurrou para o lado com um esforço que fez todo seu corpo doer e ergueu sua espada em posição de defesa. Por pouco, Yoren não cortou Sebastian ao meio. Sieg segurava sua espada como se segura um escudo, se cansando cada vez mais, a cada segundo seu corpo parecia perder mais energia.
-E pensar que você ainda está vivo, mesmo depois desse ataque. Ele sempre mata de primeira...talvez se eu aumentar um pouco mais o poder dele...
A esfera negra surgiu mais uma vez na mão de Yoren, dessa vez aparentava estar maior. Um ataque devastador, por pouco não o acertou. Uma parte da grossa parede do salão foi destruída. Sieg não hesitou, realizou um segundo ataque. A espada acertou a armadura de Yoren, mas não houve nenhum dano considerável, a lâmina fora impedida de acertar a carne pelo ferro que protegia Yoren., porém isso não foi motivo para impedir Sieg de continuar investindo. Realizou um movimento ágil, se jogando para o lado e trazendo consigo a espada, os pés se moviam com rapidez fazendo-o ir de encontro as costas do inimigo antes que o mesmo pudesse se virar. Movimentou o ferro com o braço e atacou com força.
Uma fina linha de sangue pairava momentaneamente no ar, um pequeno brilho devido ao fogo aceso em alguns candelabros e da lua que agora era visível, por causa do muro quebrado. Com a espada erguida, Sieg permanecia imóvel. Em seu ombro esquerdo se encontrava uma pequena lâmina negra. Um outro filete de sangue começou a escorrer por seu corpo.
-Agora você vai morrer, garoto ingênuo, mas eu farei questão de que você sofra antes disso.
Sieg podia ouvir as palavras de Yoren, mas não conseguia se mover. A espada caiu de suas mãos e em seguida desabou. Sentiu sua cabeça doer, havia batido em algum tijolo. Os olhos sem expressão olhavam fixadamente para um ponto qualquer. Ele pôde ver que tanto Robert quanto Sebastian avançavam em direção ao inimigo, que permanecia agachado encarando os olhos inexpressivos de Sieg.
-Essa pequena lâmina é capaz de causar uma dor inigualável até ao homem mais forte de todos. Daqui a alguns minutos você estará implorando por uma morte rápida e não tão dolorosa. Aproveite o sofrimento garoto.
A última que se passou diante de seus olhos antes de cair em um profundo 'sono', era uma aura negra que aos poucos cercava os dois companheiros. Após isso, não tinha mais ideia do que teria acontecido com ambos. Viu-se acorrentado a uma rocha, sem a parte de ima das roupas. Não era capaz de enxergar o que havia no resto do local, pois tudo havia sido tomado pela escuridão. Sentia-se fraco, sua cabeça doía e não tinha mais forças para tentar se levantar. Toda vez que se movia, a corrente que o prendia tilintava, lhe trazendo desconforto quanto aquela situação.
Seus olhos lentamente se fechavam, o cansaço ia o dominando por completo aos poucos. Talvez aquilo significasse a morte. “Ainda não”, ele ouviu. Escutou também passos, não sabia de onde o som vinha, mas era certo que estava no meio da escuridão. Aos poucos podia ver algum movimento. Até reconhecer um corpo feminino, uma mulher. Ela se aproximou mais, e revelou ser uma bela jovem. De certo que tinha uns 20 anos, o cabelo castanho e liso caía aos ombros, dando um realce aos olhos de cor de mel. A boca era pequena, os lábios um tanto rosados. Uma pele que de longe notava-se ser macia. Alguns pedaços de pano, provavelmente seda, tapavam-lhe a nudez. Mas ainda era possível perceber seu belo corpo com belas curvas. Os seios não eram de tal esplendorosidade, mas se adequavam perfeitamente ao corpo. Em suas mãos, carregava uma espada que brilhava tanto quanto prata.
-Quem é você?- A voz de Sieg soou fraca, tomada pela dor.
-Eu...eu apenas sou...tudo o que você sente...- ela disse com delicadeza.
-Não compreendo...como assim...tudo o que eu sinto? Você é apenas uma mulher.
-Não tente entender, Sieg. Isso tudo é muito complexo para a mente humana. Eu apenas faço parte de você. Eu apenas lhe proporciono tudo o que você sente. Felicidade, medo, raiva, dor, amor.- Ela levantou uma das mãos suavemente e tocou a testa de Sieg – Eu sou isso... – Arrastou a mão para o peio do jovem, onde ficaria seu coração – E isso.
-Porque nunca te vi antes, então? Isso não faz nenhum sentido, sabia?
-A vida em si não faz sentido. E como já disse, isso tudo é muito difícil de entender. Talvez eu tenha aparecido apenas porque foi sua vontade, de alguma forma. Mas não posso explicar, devo apenas fazer meu trabalho e...
-Eu estou morto?
-Não. Falando nisso, tente não morrer...
Ela empunhou a espada que parecia brilhar mais do que nunca, apesar de não haver nenhuma fonte de luz tão forte no local. Ela encostou a lâmina contra o peito de Sieg. Pareceu hesitar por um momento, mas então a empurrou. Sieg tentou gritar, mas era como se a sua voz tivesse sumido. Sangue escorria pelo buraco feito pela espada, e a mulher a sua frente também parecia sentir alguma dor. O sangue continuava a cair, e ela se ajoelhou, a boca próxima a de Sieg.
-Me diga o que sente...
Ela se aproximou, o lábio dos dois se tocaram. Por um momento, era como se toda dor tivesse desaparecido.
-Mas o que...? - Sieg tentava entender toda aquela bagunça.
-Encanto ou dor, as adversidades ainda permanecem. – ela disse – Enquanto você ainda tiver sentimentos, não estará pronto para morrer. Apenas deixe tudo isso tomar conta de você até que acorde.
Sieg fechou os olhos lentamente. AO abrir, viu toda aquela cena se dissipar. Uma luz surgiu, o cegando por um tempo. Sentindo um incômodo no ombro, notou que estava no salão. Viu que Robert e Sebastian lutavam contra Yoren. Era como se algo prendesse os dois, pois não podiam se mover com facilidade. O corpo de ambos exibiam feridas profundas. Yoren era definitivamente um homem poderoso.
Olhou para a pequena lâmina que causava uma dor terrível. Sentia o corpo meio pesado, mas teria que se esforçar. Lentamente foi tirando objeto de seu corpo, que parecia não querer sair. Era como se algo tentasse se manter preso ao jovem, fazendo-o sangrar lentamente até a morte. Com um certo sacrifício, conseguiu finalmente arrancar a lâmina Percebeu seu corpo um pouco mais leve. Se levantou, puxou a espada e avançou novamente. Os olhos antes vazios, agora queimavam de raiva. Ele se aproximou do inimigo, soltou um grito que demonstrava o ódio que sentia. Um ataque cheio de força, dor e fúria se aproximava de Yoren, que pôde ver o garoto a tempo de contra-atacar. A esfera negra novamente se formou em sua mão e então ambos golpes colidiram.
Uma explosão aconteceu no salão, derrubando algumas pilastras e alguns tijolos. Uma luminária que se encontrava pendurada ao teto, agora estava em pedaços no chão. As chamas das velas que caíram tocaram algumas cortinas, e rapidamente aquilo havia se tornado um forno. Sebastian se levantou e contemplou, junto de Robert que ainda estava no chão, a cena de Sieg arrancando o braço de Yoren e fazendo com que a espada quebrasse a armadura negra. A arma atravessou o corpo de Yoren, de tal maneira que uma enorme quantidade de sangue caísse ao chão. O garoto puxou a lâmina de volta e o corpo de Yoren finalmente foi ao chão.
-Esse desgraçado...difícil de matar o bastardo. - Sieg disse com um sorriso no rosto.
-Você foi incrível garoto – Disse Sebastian – Venha, vamos sair daqui.
Robert pôs-se em pé, e examinou Sieg da cabeça aos pés.
-Nada mal, meu jovem. - Dizia com uma expressão de seriedade.
Os três então caminharam até a porta do salão.
-Difícil de matar...você está certo meu jovem...EU REALMENTE SOU DIFÍCIL DE MATAR!
No momento em que se virou, viu uma lâmina como a que havia o acertado antes cortar o vento. Não havia como se defender. Por um momento fechou os olhos, mas não sentiu nada o acertando. Escutou um gemido ao seu lado e então abriu os olhos, se deparando com Sebastian, caindo ao chão. A tal lâmina negra o acertou, próximo a um dos pulmões. O velho caiu sentado, tossindo sangue.
-Vamos lá. Agora só faltam dois.
Após pronunciar essas palavras, novamente a aura negra surgiu, tomando conta do salão. Um tipo de casulo dessa mesma aura se formou em volta do homem da armadura negra, permitindo apenas visualizar o brilho de seus olhos, que agora possuíam a mesma cor de sangue. Aos poucos, a armadura foi se despedaçando e caindo no chão, dando forma ao verdadeiro demônio que era aquele homem chamado Yoren.