Leonard ainda estava submerso em seus pensamentos, calculando o tempo de morte da vítima, quando pode ouvir um comentário distante daquelas profundezas analíticas. Foi então que uma pequena luz acendeu em algum lugar do seu mundinho interior. Não passava de uma hipótese, claro, mas tudo se alinhava bem demais para ser verdade.
Fruto de suas leituras e maratonas de séries criminais, Leonard sabia que serial killers podiam apresentar rituais e técnicas bastante únicas quando matavam suas vítimas. Um desses era o de transformar o corpo em uma espécie de obra de arte macabra. Algo que possivelmente acontecia por conta de desejos em se expressar ao mundo. Pat parecia reconhecer vagamente algum padrão naquela “obra-prima” e, por isso, Leonard questionava-se:
“Quais as chances de ela ter encontrado justo o mesmo serial killer, depois de um tempo longo suficiente para que nem sequer reconheça direito o autor de um ritual tão específico?" - disse mentalmente, já imaginando uma possível explicação que eliminaria a casualidade daquela situação.O nome da resposta estava prestes a emergir de seu subconsciente, quando sua atenção - e face - voltaram-se para Garret, que parecia querer lhe dizer algo. Prestando total atenção no de Espadas, os acontecimentos pareciam se encaixar de uma forma muito agradável para que fosse simples coincidência.
Era uma sensação que estava lhe incomodando do fundo de sua mente desde o início da viagem, mas que até então não havia conseguido trazer à tona de uma forma clara. Só que, diante das novas falas do Ás, a coisa pareceu subitamente materializar-se: era atípico de Garret dividir tão pouca informação acerca de uma missão tão importante como aquela. Ainda mais considerando o contexto político da ilha, seria simplesmente muita despreocupação caçar um serial killer aleatório por aí. Despreocupação demais até mesmo para alguém como Garret, que geralmente sempre está atrás de poder como o que a arma misteriosa poderia conceder. Ele deveria conhecer o assassino muito bem. Bem o suficiente para saber pelo menos qual era a intenção dele com toda a situação ao redor da família real.
“Então foi com o Haki que ele nos guiou até a cena do crime” - Leonard cerrou os olhos, imaginando uma cena em que o assassino era invisível, mas as vítimas que morriam inexplicavelmente, não.Mais uma vez antes de materializar a resposta, a situação com Tzuyu e Doge acabaram lhe roubando o foco. Normalmente estaria irritado com os aparentes descompassos em seu planejamento. No entanto, ele também havia contabilizado a mesma hipótese que Tzuyu: achava pouco provável que o cão fosse simplesmente captar o cheiro do alvo no ar aleatoriamente. Por isso, havia incluído o crucifixo em seus procedimentos e apostado que o cão conseguiria rastrear o alvo, não que já havia captado seu rastro.
Somando o fato miccional com a percepção acertada da presença de minas terrestres no local, Leonard começava a mudar sua opinião inicial sobre Tzuyu. Ela não parecia ter mais do que dois neurônios, mas seus instintos certamente pareciam bastante afiados. Bom, pelo menos até certo nível.
- Não se movam!! O campo ao nosso redor está minado! - em tom de urgência, Leonard elevaria a voz para que todos do grupo ouvissem - Vou nos fazer flutuar pelos ares. Considerando que minas terrestres são ativadas pela pressão no solo, só não derrubem nada e tudo deve ficar bem - finalizaria com um estalo de dedos, utilizando Dark Field e Dark Surge para fazer todos voarem sob seu comando. No pior dos casos, tentaria erguer um Gravitational Lensing para proteger todos.Ignorando o sono de Tzuyu, que não parecia ser das pessoas mais objetivas e, consequentemente, sujeita a comportamentos descontraídos demais para uma situação tão tensa quanto aquela, Leonard retornou às suas deduções junto a Garret. Num nível puramente objetivo, o de Espadas estava correto: o próximo passo deveria ser correr para a catedral. Todavia, em níveis mais sutis, a intuição de detetive de Leonard dizia que o caminho para a mente responsável por aqueles acontecimentos era outro.
Tendo isso em mente, Leonard continuou agachado para que Doge pudesse farejar o crucifixo. Daquela vez, porém, ele pareceu efetivamente encontrar um rastro. Considerando que Pyroklastos ficava ao sul da ilha, e que agora estavam nas fazendas, que se situavam entre o sul e a capital, no centro, o norte até poderia significar "em direção ao subúrbio". No entanto, em última instância também significava mais perto da capital. Algo que, dada a situação com a arma ancestral, seria bem típico do notório inominado em questão.
Rainhas de Copas emocionadas à parte, àquela altura já estava claro para Leonard que havia múltiplos agentes assassinando pessoas. Pelo menos dois: um que havia tocado e usado a cruz como arma - daí o rastro captado por Doge - e outro que havia acabado de matar na catedral. Leonard só não conseguia entender - ainda - como estavam apagando seus Hakis com precisão suficiente para enganar até mesmo Garret.
- Sério? - Leonard deixaria escapar após o elogio do ás, passando a mão no cabelo imaginário para prendê-lo atrás de sua orelha imaginária sobre o capacete - Assim você me deixa sem graça - prosseguiu, também levando a passagem do bastão da missão como um elogio.Apesar das distrações causadas por Garret - que, aliás, poderiam muito bem ser propositais em favor de distraí-lo quanto a situação com Pat e seu ex -, Leonard procurou manter-se atento às reações de todos os indivíduos do grupo, principalmente a Rainha de Copas. Pat podia ser meio ablublublé das ideia, mas, assim como Tzuyu, compensava em instintos afiados - até porque, do contrário, jamais teriam sobrevivido para chegar a cargos tão altos. Só que, dessa vez, ela parecia mais emocionada que o normal, algo que facilmente explicaria a aparente relutância de Garret em falar mais sobre o caso.
Ponderava já qual seria o estado mental resultante de Pat num hipotético encontro com Edwin. Duvidava que a presença de Garret pudesse de fato neutralizar despirocamentos e crises de pelanca daquela magnitude, por isso cogitava enviá-la propositalmente na direção supostamente oposta a Joker. A incógnita restante para resolver em qual alternativa apostar, no entanto, era se alguém como Pat seria subitamente capaz de um jogo mental daquele nível - de propositalmente parecer emocionada em relação a direção errada para ser enviada na direção certa - por amor. Estava prestes a bater o veredicto em favor da… Simplicidade de Pat, quando algo surpreendentemente caiu dos céus.
Os barris, o táxi e, eventualmente, a garota que surgiu de um deles, gritando, foram um pouco demais. Leonard estava quase tonto de tanta informação nova para processar, porém, foi tomado por uma sensação de familiaridade quanto a capa dela. No fim, acabou não dando importância, já que sua aparência era comum demais e poderia ter visto algo semelhante em literalmente qualquer lugar no passado.
- Bem… - com as sobrancelhas erguidas, ressurgiria do antro que eram seus pensamentos - Acho que antes de nos dividirmos para prosseguir, seria prudente que lidar com aquela ali, não é? - voltaria-se momentaneamente para Garret.No entanto, dois seres, dos quais com certeza não conseguiria esquecer, apareceram. Até Rose estava em Pthumerias? Porque seus fantasmas acompanhavam aquela garota esquisita? Qual era a conexão dela com a chapeuzinho ceifeira?
- Rose? - dirigiria-se inicialmente aos dois mini-hollows reconhecíveis - É o Leonard. Onde você está? - prosseguiu, até mesmo um tanto preocupado, já que fazia muito tempo que não tinha quaisquer notícias de sua ex-colega de equipe.Momentaneamente cogitando a possibilidade de que, talvez, os mini-hollows não conseguissem verbalizar respostas, voltou-se para a garota no barril. Considerando que os fantasmas pareciam estar juntos dela, ela deveria saber algo.
- Ei, garota, quem é você? - num súbito e incomum pico de extroversão, Leonard elevou a voz. Tinha seus motivos - Onde é que está Rose? - indagou, imaginando que ela deveria ter se escondido para fazer sua projeção astral e investigar melhor os arredores com seus fantasmas.
Infos Úteis :
Nome da Técnica: Dark Field
Tipo de Técnica: Ankoku Ankoku no Mi
Descrição: Usando matéria escura e matéria exótica, Leonard manipula o espaço para criar ou alterar campos gravitacionais no plano vertical. Sendo assim, é possível fazer com que áreas, objetos ou pessoas possam ser levitados ou esmagados. Funciona em sinergia com Dark Surge, permitindo criar movimentos mais complexos. Uma das consequências dessa sinergia é a capacidade de neutralizar campos gravitacionais, que não só protege o usuário de suas próprias técnicas, como também concede a capacidade de voo.
Nome da Técnica: Dark Surge
Tipo de Técnica: Ankoku Ankoku no Mi
Descrição: Usando matéria escura e matéria exótica, Leonard manipula o espaço para criar ou alterar campos gravitacionais no plano horizontal. Sendo assim, é possível fazer com que áreas, objetos ou pessoas possam ser atraídos ou impulsionados. Funciona em sinergia com Dark Field, permitindo criar movimentos mais complexos. Uma das consequências dessa sinergia é a capacidade de neutralizar campos gravitacionais, que não só protege o usuário de suas próprias técnicas, como também concede a capacidade de voo.
Nome da Técnica: Gravitational Lensing
Tipo de Técnica: Ankoku Ankoku no Mi
Descrição: Com um balançar de mãos ou um simples pensamento, Leonard pode criar grandes quantidades de matéria escura, que exercem uma poderosa influência gravitacional nos arredores. Graças à sua natureza, o espaço ao redor se deforma, fazendo com que os ataques sejam desviados ao seu redor - como em uma espécie de lente gravitacional - e em seguida sejam redirecionados ao critério de Leonard.
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