Scarlet escreveu: Esse tal de anticristo vai ter algum poder de manipular mentes ou coisa do gênero? Já que é uma profecia que todo mundo sabe. Bom, ele é um híbrido de humano e demônio.
O termo original grego θηρίο, transliterado por therion e traduzido pela expressão "Besta", que significa "poderoso animal selvagem" (13.4; 12.3; Dn 7.1,25). Seus poderes foram legados de forma mística pelo próprio Diabo (o Dragão).
A Besta simboliza toda espécie de deificação do homem ou da autoridade secular. Essa tem sido a marca de todos os tiranos e anticristos do passado, como o rei Antíoco Epifânio (Dn 7.25; 8.9-14; Ap 17.3-12), especialmente a partir dos imperadores romanos. Será também a principal característica do último e mais terrível anticristo que precederá o glorioso retorno de Cristo (Mt 24.15-31; 2Ts 2.1-12). O cenário que se arma coincide com a visão que Daniel teve acerca das quatro grandes feras, que significavam poderosos impérios já passados (Dn 7.2-7): babilônico (De 626 a 539 a.C), medo-persa (até 300 a.C), grego (até 63 a.C) e romano (até cerca de 110 d.C).
A Besta terá uma vitória apenas externa por meio do martírio dos cristãos que não negarem sua fé no SENHOR. Apesar da morte, as almas dos crentes estarão preservadas pelo Espírito Santo (Ap 6.9-11; Mt 24.12; Sl 69.28). O Diabo tem profunda inveja de Deus e procura imitar todos os procedimentos criativos do SENHOR, visando receber da humanidade toda a adoração à sua pessoa sedutora e nefasta. Por isso, vem tentando ao longo da história e nos últimos dias, com mais intensidade e evidência, projetar a imagem do seu anticristo como melhor substituto mundial de Jesus Cristo, o Filho de Deus, de quem é o verdadeiro e eterno domínio (Ap 5.9; Ap 7.9; Jr 15.2).
O sacrifício vicário de Jesus Cristo fez parte do propósito remidor de Deus mesmo antes da criação do Universo.
Os planos, mandamentos e profecias do SENHOR são tão reais e concretos quanto os próprios acontecimentos em si (At 2.23; Ef 1.4).
O Diabo, em sua inveja insana de Deus, desenvolve uma imitação da pessoa e da espiritualidade de Jesus na forma de um poderoso, carismático e ardiloso "falso profeta" (Ap 19.20), cuja forma exterior de cordeiro (pretenso exemplo de pessoa amável beneficiente) será usada pelo Dragão para seduzir e chefiar uma religião que adensará milhões de adoradores, de todas as partes do mundo, aos pés do anticristo. Com suas "feras diabólicas e sedutoras", Satanás dominará por um tempo os três grandes pilares da sociedade moderna: economia, política e religião. Da mesma forma como ocorreu na época de João, quando o povo de Deus foi obrigado a se render à adoração dos imperadores romanos e muitos cristãos foram mortos por terem se negado a prestar tal reverência, assim será no mundo atual, pouco antes da volta de Cristo (Mt 24.24).
As profecias podem ter uma realização imediata e repetida ao longo da história até o final dos tempos. Assim, os anticristos sempre forçaram as pessoas, especialmente o povo de Deus, a se renderem às suas "personas" como "divindades" e, para tanto, usaram de toda espécie de tortura e humilhações, como o ferretear de escravos ou presos militares, carimbar passaportes e outros documentos com expressões discriminatórias. A marca da Besta será uma espécie de prova de fidelidade às exigências de culto imperial à personalidade do último anticristo. Esse ato será promovido e supervisionado pelo "falso profeta" (a Besta possuída pelo Dragão), e um dos últimos símbolos da globalização, do ecumenismo e da padronização dos comportamentos da humanidade em favor do anticristo e de seu sistema mundial e valores (v.17; 14.9,11; 15.2; 19.20; 20.4). Essa também será uma das últimas grandes tentativas do Diabo para imitar (blasfemar) um procedimento santo de Deus, isto é, o selo espiritual dos servos de Cristo (Ap 7.)
Desde a Antiguidade, os escritos proféticos e apocalípticos judaicos costumavam atribuir às letras valores numéricos e significados ocultos, o que facilitava a conferência da correção de um texto (especialmente das cópias) pela simples somatória das letras, além de encerrar certos enigmas, a fim de evitar que mensagens pudessem ser compreendidas pelos perseguidores do povo de Deus. Na atualidade, muitos equipamentos usam letras que podem ser convertidas em números para suas operações. A tríade maldita, formada pelo anticristo e suas bestas, convencerá a sociedade mundial a ostentar sua marca e implantará um boicote econômico-financeiro contra todos os rebeldes. A marca do Diabo é um número que revela um nome humano. O número seis, simboliza na numerologia judaica a imperfeição e a maldade, numa flagrante oposição e eterna incapacidade de chegar à perfeição, bondade e justiça representadas pelo número sete. Portanto, sabemos que essa marca será uma expressão a união desses três representantes do Diabo sobre a terra. Além disso, eles deflagrarão violenta e impiedosa oposição contra seus opositores, especialmente os judeus e cristãos sinceros. Considerando o passado, esta profecia traduz bem alguns líderes tiranos mundiais e suas ações sanguinárias: Nabucodonosor, rei da Babilônia, que destruiu o primeiro Templo e escravizou o povo de Israel; Antíoco Epifânio, rei da Síria, que profanou o segundo Templo e colocou uma estátua representando seus deuses pagãos no Santo dos Santos; o comandante romano Tito e seu pai Vespasiano, que profanaram a terceira edificação do Templo (70 d.C), sobre o qual profetizou Jesus, quarenta anos antes da destruição de Jerusalém (Mt 24); Domiciano, imperador romano que obrigava todos os seus súditos a reverenciá-lo com uma frase protocolar (uma espécie de marca de blasfêmia), em latim:
Dominus et Deus noster (
Nosso Senhor e Deus); Nero César; já em meados do séc. XX. Adolf Hitler, com sua visão totalitária e insana do estabelecimento de uma raça humana perfeita, sem ascendência judaica (ariana) e seu anti-semitismo diabólico.