Estação Ferroviária de Pyroklastos

A dupla formada por Aqua e Apollo atravessou uma parte de Pyroklastos sem se importar muito com os arredores, afinal se Ivana escapasse para o centro, seria uma desvantagem enorme aos caçadores de recompensa. No fim de uma rua deserta notariam uma construção bem maior que os prédios habituais da vila, em arco e vidros laterais mas com a frente totalmente aberta para os trilhos de trem, que conduziam os transportes para uma garagem, se forem para aquele lado. Alguns embates aconteciam nos arredores da estação, significando que a pista estavam quente.

A neblina não parecia tão mais forte que no porto, mesmo que um pouco mais densa: pelo menos Apollo não sentia nenhuma alteração no seu corpo e mente. Passariam direto pelas pequenas batalhas para adentrar o saguão em uma das plataformas e ver que lá naturalmente também estaria tomado pela neblina, mas ao contrário do que já haviam visto essa estava um pouco mais alta, batendo no peito de Apollo. Apenas as partes mais altas do trem estariam visíveis naquele mar de nuvem branca. Só havia um trem estacionado e seu sistemas desligados.

O haki da observação de Apollo era muito avançado, assim que colocou o pé na estação ele saberia onde estariam todas as áureas presentes ali, e veria dois na extrema direita, dois na esquerda (próximo a dupla), três na plataforma do centro e dois dentro de um dos vagões do único trem ali. Nenhum deles estava visível a olho nu.

- Uma das áureas do trem se destaca diante das outras - analisou Aqualung, Apollo poderia confirmar. Uma das áureas era mais forte que as outras, era o que conseguia sentir - Se essa não for a Ivana, eu sou um total e completo maluco de pedra. Só temos que ir pra lá, chamando atenção dos outros ou não. Eu vou na frente - e se liquefez imediatamente, uma corrente de água rasteira, feito uma cobra, deslizaria na direção do trem.

7º Turno
@Zenfm

Apollo decidiu seguir Aqua a tira colo, deslizaram o mais silenciosamente possível até a entrada do último vagão, o único que tinha acesso pela plataforma de embarque da estação. Logo cedo se aproximou do trem, o habitante do céu perceberia que não se tratava de um trem qualquer - esse era grande e bastante cumprido, sua largura permitia que quatro homens adultos pudessem andar pelos corredores com conforto, além de ser um tanto quanto requintado, mesmo eles terem entrado pelos vagões de carga, que ficavam atrás.

Isso se confirmaria quando pisassem no primeiro vagão de passageiros, Aqua voltaria sua forma normal andando rápido, quase correndo, Apollo o acompanharia com mais facilidade, era alto e suas pernas mais cumpridas. A decoração era predominante mente vermelho, variando um pouco mais pro escuro mas dentro dessa paleta, principalmente o vagão do bar também vazio mas com todas as luzes acessas. - A Ivana se da melhor em ambientes mais fechados em que ela tem mais controle e pode usar suas armas estranhas de cientista com mais eficácia... A seleção desse trem enorme e o despache dos outros deve estar tudo nos planinhoszinhos dela...

Embora mais contido, a névoa estranha ainda se fazia presente no vagão, mas Apollo continuava sem sentir efeito algum. Foi então que seu haki da observação notou várias coisas diferentes, uma aura nova lá na sala de maquinários e controle, extremo oposto, outra aura, mas essa vinha pelo lado, um pouco mais a frente, enquanto que atrás as auras de antes convergiam para a entrada que haviam usado. - Uh... hora de correr.

Meio minuto depois abriram mais uma das portas e lá estava uma figura em meditação, uma mulher de cabelos longos e brancos, vestido preto por baixo de um jaleco branco, ela estava de olhos fechados e protegida por uma redoma purpura. Apollo não a conhecia, mas notou os olhos de Aqua se estreitando como um felino quando foca em sua presa, pronta para dar o bote e sobreviver. Não restava dúvidas, era a Ivana.


O vagão era espaçoso, dava para contorná-la, mas não teriam tempo, a aura nova que vinha chegava e abria uma porta lateral, uma mulher morena de cabelos grandes e revoltosos, tão revoltosos que se mexiam sozinho, como se tivessem vontade própria. - Você deve ser o Aqua, já o grandão eu não conheço...

- Ih, eu me lembro de você no vídeo do laboratório, você tava na luta da Nine e Garret. O que tá fazendo aqui? Quer se afogar? - Apollo sentiria uma leveza maior de Aqua, semelhante aquela do começo da missão.

Mas a resposta seria interrompida por um ruído característico, um mecanismo começando a funcionar e fazendo vibrar todo o trem, Apollo poderia inferir que alguém havia ligado os mecanismos de partida para esquentar o motor, Aqua faria uma careta imediatamente - Ok, mudança de planos. Esse trem não pode partir agora de modo algum. Manter os sistemas prontos é uma boa, mas ele precisa ficar aqui, Ivana não pode se aproximar da capital sob pretexto nenhum. Deve ter um maquinário pronto para dar a partida, então sua missão é impedi-lo - e tirou de suas vestes um mini den den mushi azul com cabelo da cor de ciano - aguarde novas instruções.

A porta lateral estava entre Ivana e a mulher dos cabelos vivos, a porta do próximo vagão estava atrás de Ivana. Os cabelos da mulher avançariam na direção de Apollo, mas um jato grande e pressurizado surgiria do nada para proteger Apollo, enquanto que outros cabelos se dirigiriam a porta lateral para fechá-la. Apollo sentia que os homens de antes que seguiram seus passos não tardariam a chegar.

8º Turno
@Zenfm

Com uma carta na manga, Apollo tirou seu flash dial e apertou o botão. A mecha de cabelos que ia pra porta terminou sua ação fechando a entrada lateral, mas o Spade tinha como objetivo ir por dentro e não por fora e o flash iria garantir isso pois atordoaria completamente a mulher dos cabelos vivos, abrindo a brecha pra correr pelas duas e abrir a porta para o próximo vagão. Ivana, de olhos fechados, não havia movido sequer um único músculo.

Se vendo livre daquele vagão cheio, começaria indo para o próximo vagão, e para o próximo, enquanto sentia seus perseguidores também passando por onde os outros estavam, só que por fora, tendo como alvo principal ele, provavelmente. Mas não demoraria muito para se deparar com uma porta reforçada a sua frente, o extremo do trem e a sala de controle. A temperatura ali seria alta, os sistemas estavam quase todos aquecidos e um puxar de alavanca colocaria o trem em movimento. Seus perseguidores haviam chegado pelo teto, via suas auras e ouvia seus passos, aquele vagão também tinha a entrada lateral que servia de embarque e desembarque, mas a porta estaria encostada, não trancada.

Com a porta para seu objetivo diante de si e seus inimigos vindo pelo teto, Apollo precisava agir. Aquele vagão não era tão xique e requentado, o calor vindo do motor deixava o ambiente muito desagradável, os acentos eram normais, mas o que chamou sua atenção foram dois canos estranhos do teto, ao olhar para eles um gás de odor desagradável começava a sair...

9º Turno
@Zenfm

O cabelo do membro da Null Set estava completamente encharcado, seus movimentos eram quase inexistentes pois estavam pesado demais para se mexer, ela também se apresentava muito cansada enquanto que Aqua continuava no mesmo local, com sua vibe completamente intacta. - Você precisa de um secador de cabelo, então vá lá buscar um enquanto eu trato de assuntos com a Ivana. - feroz, a mulher avançou para ele com uma faca em punhos, mas um rápido movimento das mãos e água surgia do nada como um jato forte com pressão no peito da mulher, queimando-a.

Sem perder mais tempo, ele criaria uma esfera de água um pouco maior que uma cabeça e a colocaria na mulher, afogando-a. Não haveria mais ninguém entre eles. Um segundo jato ia em direção a Ivana, mas uma cúpula roxa se fazia visível no choque, protegendo a inventora. Ela abriu os olhos pela primeira vez.

- Parece que eu encerrei seu feitiço hihi - comentou Aqua. Não havia como ela controlar tanta gente e ainda agir por conta, precisaria ficar concentrada.

- Não importa, o trem deve partir daqui a minutos, e o plano estará completo. Você não tem como atravessar meu mecanismo de defesa, porque é só um. Quando mandou seu subordinado pra longe, você perdeu a oportunidade de me prender.

Aqua mandou um jato de água um pouco maior, ele se chocou contra a defesa, a fricção do jato contínuo desarmou a cúpula, que foi refeita meio segundo depois. Um campo magnético foi ativado com isso, repelindo toda a água pra longe

- A menos que você consiga atravessar paredes, ninguém sozinho pode me capturar. Essa é a minha defesa total.

Aqua continuou enviando ataques para ver se conseguia pegar a brecha de meio segundo. Não conseguiu. Continuaria, porém. Ver a cúpula se refazendo parecia estar divertindo-o.

Até que, o terremoto começou...


Apollos entrou na sala de controle com velocidade, o gás também estaria lá. Com sua força, começou a bater nos painéis e mecanismos, contudo sua força física não era seu destaque, aquilo tinha sido feito com materiais bem mais resistentes. O maquinário, boquiaberto, assistia um habitante do céu espancando os controles, vindo de lugar nenhum repentinamente. - ESPERA AI, O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?!

Logo o primeiro capanga, um homem vestido com roupas de circo rompia a porta, sendo alvejado por Apollos e sua lança, mas isso o tirou do trem também. O maquinário viu a chance e correu em direção a uma alavanca, mas nesse momento a terra começaria a tremer, derrubando-o, e impedindo-o. Apollos ouvira um estrondo vindo da direção norte, a onda de choque o jogaria contra o próprio trem, bem como todos que o perseguiam. Ele bateu a cabeça e caiu desacordado.


Quando Apollo acordou, o cenário era bem diferente. A primeira coisa que notou, foi o den den mushi tocando. Quando atendesse, ouviria a voz de Aqua - Está na hora, coloque o trem pra andar! Estamos indo para a capital ao norte! E venha mais para o meio do trem, por cima dos vagões!

Não havia mais um teto na estação. O céu foi tomado por nuvens pretas como o carvão, uma estrada para super choques azulados que caiam de vez em quando. Ao fundo, um vulto de tamanho colossal, humanoide com detalhes ocultos pela distância. Apollo podia supor que seria a arma ancestral. Verificando os arredores, ele só sentiria duas auras, de Aqua, parada, e Ivana, se distanciando deles. O maquinário estava no chão da sala de controle, desacordado. O terremoto havia parado, mas o pesadelo só começava.


**

O trio avançou pela vila rapidamente. Era destruição por todo o canto, rios de lava rompendo em vulcões menores, não havia mais névoa branca ou vermelha, só um mormaço preto acima de suas cabeças. Poucos estavam na rua, todos eles corriam em direção ao porto, desesperadamente. Algumas construções destruídas, algumas pegando fogo, o verdadeiro apocalipse. Curiosamente, o ar estaria bem gelado. A estação não tinha mais teto, só escombros, além de um trem mais ao fundo. Visualizaram Agua acima do último vagão, acenando para eles.

- Eu usei uma linha geral para chamar os sobreviventes, poucos vieram.

- Eles são comandos da Spades, não morreriam tão fácil assim - respondeu Nine sem pestanejar - Contudo não temos tempo para esperar mais ninguém. É hora de parar a arma!

Imediatamente Aqua pegou seu den den mushi, ligando para Apollo, dando a ordem. Nine disse que era para irem em cima dos vagões, proteger o trem dos detritos era uma prioridade. Deu também a Aqua duas máscaras. O trem começaria a andar rumo a capital, enquanto que o grupo se reencontrava por completo no meio do trem.

E como esperado, os detritos poderiam alvejar o transporte, então teriam que cuidar disso até que chegassem, todos os cinco. Diversos viriam na direção de cada um deles.

10º Turno
 @Sesshou  @Ammy  

Aquilo era muito para Apollo lidar, o vislumbre do gigante ao fundo o havia atingido, fazendo perder um pouco de sanidade. Ficaria com os olhos atônitos, olhando para o nada, ali na sala de controle. O maquinário, que estava no chão desacordado, recobrava a consciência sem notar a arma, só via um homem enorme de asas. Lembrando de suas ordens, ele se esgueirava pra frente, puxando a alavanca sutilmente, o verdadeiro responsável por fazer o trem funcionar. O movimento tirou Apollo do transe, que foi até onde foi ordenado, na parte central, no teto. Já o maquinário, sumiu nos vagões.

**

Algumas indagações haviam sido feitas a Nine, durante o caminho até a estação ferroviária de Pyroklastos ela havia explicado que Void estavam exausto e ferido por causa da luta de ambos, mas sentiu sua aura se distanciando quando a arma foi acordada e as reações aconteceram, indicando que havia uma chance dele ainda estar vivo. Também explicou que realmente era a arma ancestral, mas não conseguiria dar detalhes sobre ela, estavam realmente muito longe.


De volta no trem, reparariam que o estrago foi apocalíptico. Os dois lados da ferrovia eram fazendas, sem muita iluminação natural, então o que se esperava era um oceano completamente preto, contudo o que observavam eram casas, árvores, pilhas de feno, tudo pegando fogo. Ao fundo dezenas, talvez uma centena de vulcões em erupção, emitindo uma luz avermelhada na ponta e cuspindo todo o tipo de material abrasante, venenoso e rochoso. O responsável por aquele chuva de detritos vulcânicos.

Yumi foi a primeira a agir criando três pássaros grandes, dois deles foram em direção a vários detritos, se chocando contra eles, desviando sua trajetória, mesmo pegando fogo depois. A lã da Tecelã era resistente, aquele fogo aparentava ser comum, então os dois pássaros flamejantes aguentariam mais alguns impactos. Haveriam mais detritos, que explodiriam no terceiro pássaro e nas nuvens de lá, mantendo a forma deles mas fazendo que também ficassem sendo consumidos pelo fogo. Tudo isso acima da cabeça de Yumi. Pelo menos o problema do frio estava solucionado.

Já Kamui pedia ajuda para Aqua, que estava destruindo seus próprios detritos. Ele com um aceno rápido, criou um arco de água, algo próximo a um arco íris e jogou entre Kamui e os detritos, agora o híbrido teria uma munição confortável de água, se comparado ao restante de sua aventura na ilha. Com seus tiros de água, ele acertou vários, muito por causa da quantidade de líquido que estava disponível no momento. O problema ali é que os tiros de água requeria uma boa mira, uma boa proficiência, e a sua estava bem abaixo para aquele local no mundo. Por isso alguns escaparam de sua técnica e se chocaram ao trem, fazendo o balançar.

Por sorte deles, aquele trem era especial, ele flutuava diante dos trilhos, usando uma força magnética fortíssima para não descarrilhar, o único motivo de ter saído quase intacto ao terremoto. Contudo, o teto onde estavam começaria a rachar, além de pegar fogo. Áqua cuidava do fogo facilmente, tendo cobertura de Nine e suas diversas espadas voadoras. Mas o teto do vagão que Yumi e Kamui usavam não duraria muito.

Voltando a perder sanidade, Apollo olhava o vulto imponente, ficando cada vez mais perto. Aquele trem era bem veloz, havia sido escolhido a dedo por Ivana, então o colosso titã ficava cada vez maior em um ritmo que não se esperaria de um trem comum. Por causa disso, nada fez para impedir os meteoritos que vinham em sua direção, explodindo no seu corpo robusto, criando cortes, se alojando, transpassando em algumas partes, um verdadeiro banho de sangue. Poeticamente, as feridas pegavam fogo, percorrendo suas costas e transformando suas asas em asas de fênix. Ainda vivo, sentia seu corpo cair suavemente para trás, sendo pego pelo vão entre os trilhos magnéticos e o trem. A força ali era surreal, por isso seu corpo comprimiu rapidamente, estraçalhando e fazendo os membros, tronco, cabeça e tudo mais voarem para todos os lados.

Aqua serrou os dentes - AGUENTEM MAIS UM POUCO! ESTAMOS QUASE CHEGANDO! - naquele ponto, todos já conseguiam ver como era o monstro, e a pergunta de Yumi seria finalmente respondida. Todos os efeitos ali eram mais poderosos, haviam mais vulcões, mais lava brotava na terra, além dos lagos de magma que a arma deixava por onde pisava. A frente deveria ser a capital, mas não havia mais nada. A região central havia sido completamente destruída.

- NINE, EU FICAREI POR FORA, E VOU TENTAR DAR APOIO AO GARRET E LEONARD QUE VÃO PARA A CABEÇA - revelou, havia recebido a informação mais cedo  - O PODER DE VOCÊS TRÊS NÃO É MUITO ÚTIL AQUI FORA, ENTÃO... - ele gritava pois o barulho era grande nos arredores, a cada passo era um estrondo, além dos trovões, vulcões e o próprio trem.

- VAMOS ENTRAR NA ARMA! ACABAR COM ELA, DE DENTRO PARA FORA!

O teto do vagão estava no limiar de ceder, até que Nine aparecia nas costas da dupla, pisando no ar. Pegou os dois pelas costas e lançou para cima. Toda a lã usada sumia em combustão, o teto cedia e ambos estavam a mercê do acaso...

Lá embaixo, não havia mais uma estação para receber o trem. Da beirada de um precipício para um mar de lava, o trem pulou desgovernado mergulhando com força e velocidade. Havia se desintegrado totalmente. Áqua já estava longe de vista. O maquinário morreu sem sentir dor.

continua aqui, postem lá