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[Vintória] Backstabber

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⟴ 15º Turno



Tendo concluído sua fuga de maneira sorrateira, e agora com a situação relativamente estabilizada com relação às dores, Hemumu finalmente estava livre para escolher que rumo seguir. Decidiu partir rumo ao bairro pobre, o mesmo lugar aonde havia desembargo. Uma escolha inteligente, considerando que já conhecia as localidades e procurá-la por lá seria mais difícil para a nobreza, que geralmente não tinha tanta segurança na região.

Contudo, tinha que novamente escolher entre duas alternativas : o elevador ou o caminho dos pés rapados. O primeiro parecia estar bem cheio, já que a festa parecia ter acabado e alguns dos nobres pareciam ter assuntos a resolver na cidade baixa. Sabe como é né, festa de velho geralmente não chega nas 6 da manhã. Fora que a única pessoa reconhecível ali era a namoradinha do ruivo, que parecia estar bem estressada. Será que o ruivo também era broxa ? Vai saber.

Já a segunda opção estava vazia, afinal, o caminho ali era escuro e mais do que isso, perigoso de ser atravessado, já que um passo em falso poderia significar uma queda de centenas de metros de altura. Isso sem contar a presença de guardas no final do caminho estreito, o que tornava a situação ainda mais complicada.

O que ela decidiria ? As duas opções pareciam bem ruins, dada a sua situação. Mas perder tempo também não parecia ser uma opção, já que vampiros não eram lá muito amigos da luz do sol.

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Hemumu se viu na mesma situação da sua chegada em Vintória, quando precisou escolher entre o elevador e a estrada. No dia, a preocupação com o suor era um problema, mas hoje a questão ia bem além de estar arrumadinha e apresentável. 「 Acho que consigo usar o elevador se deixar o anel do Fitzroy em evidência... 」Para ela, o anel ainda podia trazer algum benefício, mas logo se lembrou que o velho irritado (broxa e cheio de chumbo no corpo) podia ter colocado um prêmio por sua cabeça e achou melhor descartar a opção fácil. O maior problema da estrada, além da duração desconhecida da viagem, eram os seus ferimentos, já que precisaria cobrir uma bela distância e teria que considerar esforços diversos com o que encontrasse pelo caminho.

Com as suas atuais roupas, que não eram parecidas com as dos nobres, não restou outra opção além de seguir tentando não chamar muita atenção pelo caminho dos moribundos. Guardou o anel, sabendo que precisaria usá-lo para que os guardas liberassem sua passagem lá embaixo, e tinha planos para trocá-lo por uma noite em algum albergue qualquer na parte pobre da cidade. 「 Espero chegar lá antes de virar pó ou brilhar na luz do dia. Seja lá o que for, nenhuma das opções parece ser interessante. 」 Brilhar ia contra seu código de ser uma ninja das sombras, além de que se tornar uma bola de discoteca ambulante faria com que ela nunca mais se misturasse entre as pessoas comuns. 

Pretendia lidar com os imprevistos do caminho utilizando da sua habilidade ninja excepcional (aka akuma no mi), tapando eventuais buracos com o mercúrio, aumentando o tamanho do espaço para colocar os pés e criando uma espécie de faixa para empurrá-la para trás pela cintura caso perdesse o equilíbrio. O ponto principal era não se exceder e não chamar atenção, uma vez que não sabia muito bem se as pessoas teriam visão dela descendo (ou se ligariam pra olhar, já que estava descendo pelos barrancos que só a escória andava).

Caso tivesse sucesso, mostraria o anel de ferro da família Fitzroy para liberarem sua passagem e procuraria um lugar para se hospedar. 「 Talvez eu consiga trocar todos esses anéis por um quarto para ficar até o fim da luz do dia, aí me livro deles e dessa ilha de vez. 」 Se existia alguma fofoca em específico que poderia levar para Nine-senpai, infelizmente, dada a situação, ela não poderia mais fazer o papel de telefone sem fio nessa ilha. O que ela precisava agora é se fortalecer, retomar o treinamento para derrotar Danzou e derrubar toda a parte nobre de Vintória, já que todos poderiam ser ninjas vampiros patifes disfarçados querendo dominar o mundo.





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⟴ 16º Turno - 04:45



Usando de suas habilidade que ela imaginava ser de ninja, Hemumu não teve problemas para descer por aquele caminho. Claro, não que tenha sido uma jornada fácil, com um caminho tão destruído como aquele. E isso sem falar do tipo de gente que às vezes passava por ali em plena madrugada, que não eram lá muito agradáveis. Só pelas caras dos meliantes já dava para saber que pelo menos uma pequena parcela deles havia dado algum jeito de acessar a estrada sem falar com os guardas. Além disso, o gasto de tempo para percorrer aquele caminho também foi considerável.

Enfim, chegando ao fim do trajeto, ela finalmente se deparou com o último dos obstáculos : os guardas. Esses, ao verem a chegada da moça, antes mesmo dela mostrar o anel ou falar qualquer coisa, cochicharam algo por alguns segundos antes de atendê-la. Provavelmente tinham notado a situação de seus ferimentos e a falta do seu dedo. Sabe-se lá o que tinham falado entre si, mas fato era que liberaram a passagem da caçadora de recompensas com um sorriso no rosto sem maiores problemas. Seria outro golpe de sorte ?

Andando pela Cidade Baixa de madrugada, não era muito difícil notar que o movimento dali era bem pequeno naquele horário. Isso sem citar a falta de iluminação, que tornavam becos e ruas inteiras um tremendo breu, que só não virou coisa pior devido à ação de alguns postes e de algumas tavernas que ainda estavam abertas durante aquele horário. Numa dessas tavernas, uma placa informou que o lugar também era uma hospedaria, e Yoshizawa se viu obrigada a entrar ali para pernoitar.
Ou melhor, passar o dia também. Entretanto, antes de entrar, ela sentiu um vulto passando a alguns metros atrás de si, mas não soube distinguir a origem dele.

Ao entrar, ela é recebida por uma atmosfera rústica e acolhedora. O ambiente era escuro, com pouca iluminação, mas as velas e tochas espalhadas pelas paredes criam uma atmosfera aconchegante. No centro do salão principal, há uma grande lareira que crepita, aquecendo o ambiente e criando uma atmosfera acolhedora. Há mesas e cadeiras dispostas ao redor da lareira, onde poderia se sentar e desfrutar de uma refeição ou uma bebida, se assim quisesse.

A equipe da taverna é vestida com roupas medievais, como camisas de linho, coletes de couro e botas de cano alto. Eles estão bem ocupados com beberrões descontrolados e não parecem estar de bom humor, dada a hora avançada da noite. Ninguém merece trabalhar de madrugada né ?

Os quartos, segundo um cartaz dali, são simples, mas confortáveis, com camas de dossel, móveis de madeira e lençóis de linho. Cada quarto tem uma janela com vista para a paisagem circundante da Cidade Baixa. Um lugar relativamente acolhedor, para os padrões do bairro pobre.

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- Um momento, senhorita.- Ao avistar a cliente no balcão, o hospedeiro pareceu se lembrar de algo e se dirigiu até os fundos, e ficou por lá por alguns minutos. Nesse meio tempo Hemumu pensou ter escutado um som familiar, mas diante da barulheira do bar, não soube identificar exatamente o que era. Enfim, passado o tempo, o homem retornou com uma chave em mãos. - O seu é o único quarto do último andar, ao fim do corredor. Não tem erro, ele é fácil de achar. Tomei o cuidado de deixá-la isolado dos outros, então não precisará se incomodar com o barulho dos nossos outros clientes. Considere uma isso uma gentileza da casa. - Ele entregou a chave para a moça sem maiores enrolações, informando que o pagamento seria na saída.

Numa parede, Hemumu pôde notar que já eram 04:45 da manhã. Cabia a ela decidir se iria subir a escadaria rumo ao seu quarto para descansar e tratar suas feridas, ou se iria preferir tentar a sorte no porto antes do amanhecer.  Em razão dos medicamentos adquiridos ela não se sentia exatamente cansada, mas também sabia como médica que não demoraria nem 10 minutos para que as dores voltassem. Mas pelo bem dela, o mestre esperava que a personagem decidisse rápido, já que alguns beberrões já estavam ficando mais a vontade para serem babacas devido ao álcool.

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Ao chegar ao final do caminho dos pés-rapados, restava o obstáculo dos guardas para ter sua passagem livre para a parte pobretona da cidade. Por ter sido fácil demais e nem ter ganhado um insulto em troca, como um “passa sem encostar em mim, imundice!”, Hemumu sentiu que o sorriso que recebeu dos guardas era muito suspeito. 「 Quem são vocês? Ninjas vampiros disfarçados também? 」 Como não podia fazer mais nada além de passar por eles, aceitou o favor com essa desconfiança na cabeça.

「 Quem deve estar mais interessado em me encontrar: George ou Danzou? Acredito que Danzou. Ele viu minhas habilidades especiais de ninja e deve querer me recrutar forçadamente. Eu tenho meu próprio clã, não posso aceitar, mesmo transformada em vampira sem o meu concentimento. Ou saio daqui ou perco a vida! 」 A garota seguiu andando sem perceber nenhuma movimentação suspeita nos arredores até uma taverna-hospedaria bem arrumadinha, que chamou sua atenção. Só que acabou não gostando muito - queria um lugar mais vazio e discreto pra poder começar seu tratamento sem chamar atenção (podendo até gritar despreocupadamente). Mesmo assim, dirigiu-se até o atendente que a tratou com bastante simpatia. 「 Você pode ser um ninja vampiro também… Cercado por outros shinobis prontos para me atacar por não querer entrar no seu clã. 」A ausência momentânea do homem permitiu que ela desse uma olhada no relógio, então planejou os próximos passos um pouco diferente de antes. Um ninja se adaptava a situação, ao menos foi o que ela lembrou de algum ensinamento perdido na sua memória.

– Claro, vou pegar minhas coisas que deixei ali fora e subo direto pro quarto. Você pode levar um prato de comida para lá, por favor? Quero comer e me deitar imediatamente - respondeu a garota na mesma simpatia, deixando o anel de Fitzroy com ele para garantir algum nível de confiança. Hemumu não iria aguardar uma confirmação para se dirigir até a saída calmamente, mas esperava que o homem desse atenção para o anel e ao seu pedido de comida.

Surtada e traumatizada do jeito que estava, a kunoichi com a kekkei genkai de mercúrio preferia dar no pé mesmo. Caso tivesse sucesso em sair, aproveitaria o tempo restante para ir bem rapidinho tentar a sorte em um barco que a tirasse daquela ilha. 「 Será que vou ter sede de sangue? 」A kunoichi estava preocupada em cometer uma chacina durante a viagem, principalmente porque podia até mesmo matar quem dirigia a embarcação, e ela não era navegadora. Ficaria a deriva no meio do mar? Mas não podia se preocupar com isso agora.

Quando saísse de vista, tomaria outra pílula vermelha para suportar a dor até arranjar um lugarzinho no barco para começar o trabalho médico de limpar os ferimentos, dar os possíveis pontos e arrumar curativos nos ferimentos.





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⟴ 17º Turno - 05:10



Optando por não passar a noite na hospedaria suspeita, Hemumu meteu um papo mole para cima do dono do estabelecimento que não pareceu desconfiado, dando tempo para ela dar no pé sem muitas dificuldades. Ao sair, notou que já estava um pouco mais claro, o que começou a lhe dar uns arrepios aqui e ali, por mais que não estivesse em contato com nenhum raio solar.

Enfim, seguindo até o porto e se aproveitando da escuridão parcial que ainda existia para ser sorrateira, a ninja não teve problemas em alcançar seu objetivo. Lá, deparou-se com muitas opções de caminhos para escolher.

A primeira, e mais óbvia, era uma embarcação improvisada e rudimentar, uma espécie de que estava disposta ali, amarrada com uma corda simples. Era feita com toras de madeira amarradas umas às outras, formando uma plataforma flutuante bem simples que não parecia lá de muita qualidade. Contudo, pelo menos tinha espaço para uma só pessoa, o que evitaria que Hemumu lidasse com uma tripulação. O problema era que a moça não era navegadora, e sabe-se até onde a jangada lhe levaria, sendo guiada apenas pela correnteza, isso é, se chegasse até terra firme. Amarrado ao mastro, também existia uma caixa de madeira, aparentemente trancada por um cadeado.

A segunda era um navio cargueiro, uma embarcação grande e robusta, construída para transportar mercadorias em abundância de um lugar para outro. Ele parecia ser equipado com vários decks, cada um com uma série de compartimentos de carga que podem ser carregados com diferentes tipos de mercadorias, como contêineres, grãos, minérios, veículos e outros bens. Além disso, ele também parecia contar com uma tripulação bem treinada de comerciantes, incluindo capitão, oficiais de convés, engenheiros, cozinheiros e seguranças. Só que aqui, o problema seria achar um jeito de conseguir entrar no navio cargueiro e ficar com segurança. Afinal, sendo estrangeiros, eles não sabiam o valor dos anéis e muito menos pareciam bem humorados o suficiente para aceitar uma estranha ferida na tripulação.

A terceira e última era um navio pirata pequeno. Ele contava com um convés aberto, sem muitos compartimentos abaixo dele, e um único mastro com uma vela grande com uma bandeira arriada, o que exigia coragem, considerando que estava em uma ilha bem protegida pela Marinha. A embarcação tinha uma estrutura simples, feita de madeira e reforçada com metal para suportar as ondas do mar e possíveis colisões, o suficiente para viajar na Grande Line.

Também era equipado com armas, incluindo canhões leves, pistolas, espadas e facas. A tripulação parecia ser composta por três membros, um capitão mal-humorado, um navegador lerdo e um espadachim edgy que ficava com cara de bunda, andando para lá e para cá. Pelas movimentações, eles pareciam estar recarregando os suprimentos, então não deveriam passar muito tempo na ilha. Por outro lado, dado o caráter dos piratas, sabe-se lá que tipo de reação podia se esperar deles com a ideia de uma tripulante temporária.

Além disso, a opção de esperar para decidir sempre existia, mas comparando as movimentações do porto com as do dia em que chegou, ficava claro que o número de guardas ali havia aumentado por algum motivo, o que poderia piorar no futuro. De qualquer forma, com esse leque de opções em mãos, cabia a Yoshizawa decidir como agir.





Vou considerar morte = 6hrs mesmo. O porto tem guardas, turistas e todo tipo de gente, mas ninguém te viu ainda.

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「 Pelo cheiro de água salgada ardida, podre e fedida, devo estar perto do mar e do porto. 」Pelo visto a ninja estava certa. Tentando andar sem chamar atenção, a garota já estava ficando preocupada de que não chegaria ao local antes do amanhecer, o que poderia significar mil coisas ruins diferentes nesse momento. O céu noturno já estava se despedindo de forma preguiçosa, então só restou pra garota adiantar o passo.

No porto, Hemumu não gostou do que viu. Além da quantidade superior de guardas que a deixava nervosa, só viu 3 opções de embarcações - fracassar em entrar em qualquer uma que escolhesse seria brutal. Também não poderia arrumar confusão, ou chamaria atenção desnecessária dos homens armados, que poderiam devolvê-la a George, ou pior, ao clã de Danzou. Naquele momento, ela não sabia mais nada sobre os poderes e forças de cada um, tudo se misturava. Precisava descansar, a única coisa que a mantinha em pé era o seu desespero para sair da ilha.

A melhor opção era o navio cargueiro - lidar com piratas seria problemático e roubar a jangadinha não ajudaria muito. Considerando que não sabia navegar e não teria como fazer isso mesmo que soubesse - teria que dar um jeito de se esconder da luz do dia, o que significava deixar a jangada nas mãos do destino até o anoitecer. Tentaria primeiro o barco cargueiro, mesmo com aquela galera mal humorada e desconfiada. 「 O não eu já tenho, né… 」Então é isso, faltava correr atrás de ainda mais humilhação.

Respirou fundo, fez um selo de mão rápido para ganhar confiança, ajeitou seu cachecol amarelo para que pendesse por cima da parte esquerda do corpo, na tentativa de ocultar a falta de volume daquele lado do tórax e falaria segurando o cachecol com a mão com o dedinho faltando, como desculpa para manter esse ferimento escondido. Iria se aproximar da pessoa que parecesse responsável pela embarcação com o andar bem tranquilo, com uma ideia meio doida na cabeça. 「 Foco na energia Yin, muita calma e muita benção de Nin-nin-sama. 」

– Olá! Sou Hemu, médica recém-formada. Preciso de uma carona até a próxima ilha, podemos negociar essa viagem colocando meus serviços médicos à disposição? Não preciso de nenhum quarto grande ou luxuoso, posso viajar trancada até mesmo dentro do banheiro. Essa parte da ilha parece ter alguma doença desconhecida, mas o próprio mar guarda os seus segredos, então posso ser de grande utilidade na sua viagem.

Caso ainda não fosse suficiente, Hemumu acrescentaria mais responsabilidades no trabalho. 
E talvez seguisse independente da resposta, já que estava tão cansada que não estava conseguindo raciocinar direito.

– Também posso limpar o piso do convés e lavar os pratos. Prometo ficar bem longe das mercadorias! - completaria a ninja quando conseguisse, mas ainda tinha uma linha mais dramática para seguir.

– Então corte meu pescoço e me jogue ao mar, é um favor que você me faz! Se eu não chegar até a próxima ilha, perderei meus últimos 10 anos de estudos de medicina. Já falaram que vão me expulsar da academia de médicos e rasgar meu certificado se eu não chegar lá ainda essa semana. O atraso não é minha culpa, não tem uma variedade grande de embarcações e sou recusada em todas! Só preciso ir pra uma ilha com mais barcos. - a garota se dirigiria até a borda do navio e apertaria os ferimentos para encher os olhos de lágrimas, para aumentar o teor dramático. 「 Meu bom Nin-nin-sama, como fingir dói… 」Aquela pessoa seria tão fria a ponto de não se incomodar com o desespero de uma dama? Hemumu esperava que não, pois o tempo estava acabando. No primeiro sinal de que a pessoa estava cedendo, limparia os olhos rapidamente, forçaria um aperto de mão (com a mão com todos os dedos) para selar o acordo e responderia:

– Obrigada! Tenho uma doença rara, então morro se pegar sol. Começo meu expediente após o anoitecer! - e entraria no navio muito feliz. Caso o homem perguntasse o nome da doença, reponderia "Curuba" ou algo do tipo, não estava lá muito genial para inventar mais nada a essa altura do campeonato.

Caso contrário... Bem, restava tentar a sorte com os piratas. Ou aproveitar que já estava perto do mar e se jogar dentro.





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⟴ 18º Turno - 05:20




Num primeiro momento, ao ouvir o papo mole da moça, o que parecia ser o capitão do navio não parecia ter gostado muito do que havia escutado. Pela cara dele, aquele tipo de conversinha era algo que ele escutava todos os dias, na maioria das vezes, de bandidos que não relutavam em mandar mulheres para baixar a guarda de quem cuidava da embarcação, para atacá-la no meio do mar quando toda a tripulação estivesse embriagada.

Contudo, com a garota indo ao extremo da atuação, o coração duro do homem começava a se quebrar aos poucos, conforme se notava pela sua expressão, embora a dúvida ainda estivesse presente ali. Isso sem contar que a aparência decrépita da caçadora não passou desapercebida pelo comerciante. No final das contas, depois daquele chororô todo, ele optou por dar o benefício da dúvida à moça. Ou talvez a informação de uma doença na ilha tivesse lhe assustado e quisesse ir embora o mais rápido possível, vai saber. As possibilidades eram muitas.

- Não me entenda errado, garota...eu ainda tenho que checar com o meu patrão se ele irá aceitar uma estranha na tripulação do Titanic II. - Ele interrompeu a passagem da garota colocando uma mão no seu ombro, antes dela entrar. Em seguida, subiu no convés da embarcação e saiu a procura de alguém, levantando a tábua que levava até o Titanic para evitar que algum espertinho o seguisse de fininho.

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A espera pelo retorno do homem, contudo, foi interrompida por algo. Ou melhor, por alguém, que alvejou o estômago da médica com duas flechas imbuídas com Haki. Como ele sabia que a menina era uma Logia ?

Ao levar o olhar ao inimigo, notou ser alguém com uma armadura tradicional japonesa, com o peito e as costas protegidos por placas de metal. Ele também usava uma capa vermelha que flutuava atrás dele com o bater do vento. Em suas costas, ele também contava com uma katana longa e curvada. Em resumo, um samurai que tinha sua identidade acobertada por um capacete.

Além disso, o arqueiro havia errado seu alvo, o que indicava que sua mira não era das melhores ou que talvez havia trocado o ataque surpresa a distância por um golpe menos preciso. Qualquer que fosse a resposta, ele não parecia que ia parar o ataque contra a shinobi por aí, e começou um avanço na direção dela, enquanto desembainhar sua lâmina, ignorando que estava iniciando uma batalha no meio de dezenas de pessoas que ainda não haviam notado a batalha que estava prestes a eclodir ali. Pela velocidade do inimigo, ele parecia ser mais lento que a garota.

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Yoshizawa não recebeu um não definitivo como resposta a sua investida, sinal de que existia um sinalzinho de esperança de viajar naquele transporte. Infelizmente, ela não soube identificar o que fez o homem considerar a ideia de ter a desconhecida a bordo – o fato de ser médica, a doença desconhecida, o choro desesperador de uma dama. Mas conseguiu, e isso que importa. Já o fato da embarcação se chamar Titanic não passou tanta segurança para a garota, mas orava para Nin-nin-sama para não viajar pra algum lugar com gelo (ou icebergs). Pedir proteção era o máximo que podia fazer. Mas a questão do Titanic afundar talvez acontecesse antes do previsto, já que o coitado estava sendo alvejado por flechas.

– Senhor Capitão, eeerm… Acho que tão tentando roubar sua carga aqui! - Hemumu falaria para a entrada do lugar que o homem havia entrado, sem tirar os olhos do suposto samurai.

O objetivo nem era chamar a atenção dos homens daquela embarcação, era só ver se a barra tava limpa pra garota entrar em ação. As flechas imbuídas com haki deixavam bem claro quem era o alvo do ataque – se tratava de um enviado de alguém, agora se de George ou de Danzou, não saberia dizer. Provavelmente um teste do Danzou? Enviar um samurai para caçar uma ninja e testar os poderes do selo amaldiçoado que a garota ganhou parecia algo que ele faria. Mesmo sendo um possível teste de Danzou, a garota ia com tudo pra cima. Não gostava de falhar.



「 Já tomei um cacete de um kage, não vou perder mais pra qualquer genin dessa ilha não! 」A ninja precisava terminar a batalha mais rápido do que ela havia iniciado, ou chamaria a atenção indesejada das pessoas do porto (que era o que ela estava tentando evitar). Para o azar do genin samurai, Hemumu estava com um ódio reprimido desde que acordou, então não estava lá tão interessada em adquirir informações, só em silenciar o atacante o mais rápido possível. O ódio se transformou em sede de sangue, e a garota começou a confundir aquilo com a questão do vampirismo e tudo mais. Será que aquele desconhecido seria a primeira vítima do beijo da nova vampira? Esperava que não.

A garota fez um selo com uma só mão para dar início a criação de ferramentas ninjas – criou 2 shurikens de mercúrio para lançar no homem e testar sua proteção, e seguiu na direção do samurai, criando 7 kunais de mercúrio para dar início ao seu jutsu: Tsubami no Tonda (ataque crítico em agilidade). Tentaria acertar os golpes sucessivos no espaço entre as placas de ferro, pernas, braços e finalizando com a tantou no pescoço.

Esperava que o homem fosse retalhado com esse ataque, mas caso faltasse um pouquinho, tentaria esquivar dos golpes com a lâmina para acertar um rasgo com a tantou em seu pescoço e lançá-lo ao mar. Tiraria as flechas dali e jogaria na água também, não podia deixar nenhum registro do que tinha acontecido para conseguir sua vaga na embarcação. Esperava que a armadura ajudasse o homem a afundar, caso contrário, empurraria-o usando mercúrio para esconder o corpo.

Voltaria para ficar próximo ao lugar que lembrava que capitão a havia deixado, arrumando suas roupas para manter o disfarce de médica desesperada. Se fosse preciso, lembraria de sua doença rara de morrer quando exposta ao sol para adiantá-lo na decisão.





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Técnica :

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⟴ 19º Turno - 05:22



Ao ser alvejado por armas de mercúrio, o samurai tentou desviar e até refletir elas com a sua espada, mas não conseguiu. A adversária estava um nível acima de em questão de agilidade, e ele acabou sendo atingido por todos os ataques. Por sorte e algumas pequenas movimentações corporais, a totalidade dos golpes acertou a armadura do homem, removendo-o quase que por completo. Fazer o quê né, usar esse tipo de item tava no meta de quem era ricasso.

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- Tsc. - Já despido, ele resmungou, claramente com raiva. Em seguida, cobriu seu braço direito inteiro e sua espada com Haki do Armamento, desferindo um golpe extenso de ar contra Hemumu. Com Haki, é claro. Se a garota desviasse, ele pegaria no coitado do Titanic II que estava atrás de si e sabe-se lá o que aconteceria. Além disso, ele parecia ter usado algum tipo de aumento momentâneo de velocidade na execução daquilo.

Enquanto isso, ao redor daquele pequeno conflito, outras pessoas pareciam notar a batalha que estava acontecendo. Afinal, se dois malucos brigando não fosse o suficiente, armas de mercúrio criadas do corpo de alguém foram estranhas o suficiente para instaurar a curiosidade e o desespero no porto. Isso sem falar nos piratas, que decidiram saquear a pobre da jangada que estava sozinha no porto, entrando em conflito com alguns guardas no processo.

Fato era que muita coisa estava acontecendo ao mesmo tempo, naquele porto, e a cada instante que se passava, mais e mais atenção era reunida naquele lugar, o que poderia ser ruim para a espiã que só queria dar o fora dali. Isso não bastasse, seu corpo começava novamente a dar pequenos sinais de cansaço, como já era de esperar pelas experiências que havia passado. Por mais que os remédios fossem úteis, não eliminariam problemas que estivessem fora da sua qualidade.

A única coisa disso tudo era que o homem que estava resolvendo o problema da Yoshizawa ainda não havia dado as caras para sofrer fogo amigo, mas sabê-se lá quando isso aconteceria com uma baderna tão grande tendo se formado ali.

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「 Então esse é o poder dos berries que tanto falam? 」A ninja estava surpresa que o seu ataque havia sido totalmente aparado pela armadura e capacete do samurai. O porto estava um caos, brigas diversas envolvendo guardas, piratas, samurais e ninjas faziam os transeuntes parecerem filhos da puta procurando a mãe em puteiro. Naquela confusão, era capaz de até Jesus Cristo vir andando sobre as águas com uma prece de salvação, ou o próprio deus shinobi matar todo mundo com uma chuva de shurikens. E pensar que Hemumu queria o mínimo de discrição pra fugir… Seria pedir muito para o bom kami-sama do ninpou?

Como se já não fosse o suficiente, o samurai despido e totalmente inconsequente ainda queria derrotar Hemumu sem se preocupar em levar o que tinha pelo caminho, fosse barco, animal ou gente. Na situação em que a pobre ninja se encontrava, jamais que ela se permitiria tankar o próximo golpe, então a embarcação dos comerciantes às suas costas ficaria nas mãos do destino, igual ao velho George e ela própria quando descobrisse que perdeu tempo negociando seu transporte.

A ninja tentaria dar um salto evasivo para a esquerda para sair da linha do golpe e saltaria na direção do homem com sua tantou em mãos, revestindo-a com chakra especial (haki do armamento), pronta pra finalizar o samurai genin desgraçado destruidor de sonhos e vidas com dois cortes na região da jugular. Durante o salto evasivo, faria um selo de mão pra reoordenar as kunais e shurikens de mercúrio que já estavam jogadas pelo ambiente e atingi-lo por trás, junto com a investida frontal.

– Quem é você, genin patife? Quem te enviou? – Hemumu perguntaria para o homem, mesmo que tivesse sucesso no seu ataque e ele estivesse nas últimas. A garota estava no ápice do estresse, e olha que pelo decorrer inteiro da campanha (perdendo um peito, um dedo, as armas, a sombra, o reflexo, uma sensei, um treinamento, um pedaço da humanidade e boa parte da dignidade), ela não era necessariamente uma pessoa que se alterava tão fácil.

Conseguindo derrotar o samurai de uma vez por todas, restava rever o plano de fuga. Mas não sobraram muitas opções para escolher, então ela ia recapitular: a jangada, fudida; a embarcação comerciante que era uma esperança para ir embora, provavelmente danificada com o último golpe do samurai e inutilizada até mais tarde. Dessa forma, só restava subir a bordo na embarcação pirata e ajudar os paspalhos a se livrar dos guardas e zarpar dali. Uma veia começou a latejar na cabeça de mercúrio da ninja, ela realmente não esperava ter que lidar com essa gentalha a essa altura do campeonato. Infelizmente, Nin-nin-sama acerta os alvos até com shurikens cegas, então restava seguir em frente e confiar.

– Vamos embora, cambada! Ou vamos todos nos juntar a Nin-nin-sama antes do amanhecer, demônios das trevas imundos! – Hemumu gritava para os piratas desconhecidos, preocupando-se em descobrir suas identidades depois, mas na sua cabeça só conseguia pensar em xingá-los. Lançaria algumas shurikens de mercúrio nos guardas para ajudá-los a escapar e subiria à bordo na confusão e desespero que se formasse.

Para os piratas, tinha um discurso pronto para usar assim que tivesse a oportunidade – que iria se somar ao ódio e a vontade de matar uns 3. Hemumu precisaria de um intensivão de meditação pra recuperar o equilíbrio dos chakras.





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⟴ 20º Turno - 05:22



Apesar do desvio rápido, o golpe de ar do samurai acabou pegando em parte do braço de Hemumu, ferindo-a ali e fazendo com o que o chão do porto fosse manchado com seu sangue. Continuando o ritmo daquela batalha inesperada, ela seguiu com um novo ataque, defendido pelo inimigo usando seu arco de madeira, com a mão livre. Ou pelo menos foi isso que ele tentou fazer, né, já que o item se quebrou, apenas servindo para diminuir o impacto do golpe e desviar sua trajetória, que atingiu o ombro do homem. Após o golpe, ele cobriu o ombro com Haki para conter o sangramento.

Posteriormente, aproveitando a pouca distância de sua inimiga, ele desferiu uma rasteira nela, fazendo a caçadora cair no chão. Aproveitando a posição da inimiga, ele planejava cravar sua lâmina com Haki no peito da garota, parar encerrar o duelo. Além disso, pela cara do samurai, ele parecia estar cansado de ficar abusando de Haki, mas a situação de Yoshizawa não era lá muito diferente. Fora que, naquela distância, realizar um movimento evasivo para ambas as partes seria difícil.

Atrás da dupla de combatentes, o pobre do Titanic II, que não tinha nada a ver com isso, foi atingido por uma parcela do golpe de ar, quebrando o casco e formando um rombo com cerca de uns 3m de diâmetro. O suficiente para a água do mar começar a entrar e iguarias em caixotes começassem a ser lançadas abruptamente na água. Isso foi o suficiente para despertar a ganância dos mais espertinhos, que logo começaram a se lançar no mar para roubar as mercadorias enquanto os seguranças se dividiam entre cuidar do navio e lidar com os ladrões.

Já os piratas, que também se achavam os caras por se aproveitarem da situação, ao abrirem o caixote que estava na jangada se depararam com uma jaguatirica branca de lá seus 4m de altura, que não demorou a se lançar no pescoço do espadachim mais próximo. A julgar pela cor atípica do animal e pelos símbolos em seu rosto, provavelmente se tratava de um animal de outra ilha, quiçá do Novo Mundo. Provavelmente ele havia ficado agitado com tanta barulheira e sangue jorrado pelo lugar.

Muitos eram os focos de confusão por ali, e cada vez mais a guarda da ilha aumentava seu número no porto para conter a confusão. Nesse ritmo, não demoraria muito para algum deles interferir no combate de Hemumu, e talvez até desse tempo para algum membro do clã Nara chegar até ali. Fora que se ainda quisesse uma carona, teria que ser rápida e dar um jeito de conservar a vida do resto dos piratas ou dos comerciantes. Isso é, se a ideia de viajar numa jangada sozinha não lhe fosse agradável.

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「 Esse genin desgraçado é mais habilidoso do que imaginei! 」 No chão após tomar uma rasteira fofa e impossibilitada de realizar um movimento evasivo, Hemumu teria que ir pro ofensivo mesmo: aproveitaria a distância e posição de ambos pra enfiar um belo chute na virilha do seu oponente, pretendendo ganhar tempo para bater a sua tantou na espada, segurando as extremidades da sua lâmina com ambas as mãos num movimento de baixo para cima. Caso tivesse sucesso em desestabilizar o guerreiro com o chute nas partes sensíveis e aparar o golpe antes de atingir seu coração, deslizaria a tantou pela lâmina do homem para ir levantando a espada até alcançar a mão do samurai, removendo uns dedos para que a luta ficasse de igual pra igual (ao menos na contagem dos dedinhos que fazem os selos dos ninjutsus).

Concluindo o movimento, restava se distanciar do homem para derrotá-lo de longe mesmo. Considerando que ele já estava sem o arco e com o peito à mostra (além da possível aproximação de guardas), para Hemumu aquilo significava um convite para brincar de tiro ao alvo. A ninja focaria na criação de shurikens para deixar o samurai despido mais furado que uma almofadinha de alfinetes. Juntando as mãos para realizar um selo (com 1 dedinho faltando) que esperava ser o último para aquele combate em específico, a garota usaria o Ninpou: Nagare Shuriken contra o seu alvo. Se mesmo assim esse indigente continuasse vivo, iria tentar sufocá-lo com mercúrio, tapando a boca e vias respiratórias até ele ir de father pra próxima encarnação.

「 Ainda bem que sou uma ninja médica, não uma ninja veterinária. 」Hemumu só tentaria ficar fora da visão, e possivelmente da dieta, da imensa jaguatirica exótica. Já estava com problemas demais para acrescentar um bicho louco no meio deles. E seu plano B iria por água abaixo, pois teria que salvar os piratas da jaguatirica e dos guardas ao mesmo tempo, e não estava muito confiante de que conseguiria. Como se não fosse suficiente a treta de ninjas, samurais e piratas, o porto ganhou mais um centro de conflito, já que aparentemente as classes sociais também precisavam resolver suas diferenças em um embate. O desespero para colocar a mão nos bens, independente de quem o tinha produzido, era tão grande, que tinha gente se jogando desesperadamente na água.

Não muito preocupada com os roubos, mas com o naufrágio do Titanic sem icebergs, Hemumu iria pro plano C, que basicamente era voltar pro plano A de forma desesperadora.

– Calma, eu vou consertar o barco! Avise para afastarem a embarcação do porto assim que possível, ou não vai sobrar nada pra salvar! – gritaria para os seguranças caso eles tentassem impedi-la. Derrubaria alguns pobres desesperados com shurikens de mercúrio para mostrar que estavam do mesmo lado, já considerando que o desespero dos seguranças poderia fazer os homens aceitarem alianças inesperadas.

Não entendia nada de construção naval, mas se tapasse o corte no casco com mercúrio e o solidificasse, daria pra pausar a entrada de água. Aquilo ao menos possibilitaria a embarcação a se distanciar do porto antes que roubassem tudo. Esperava que os construtores dessem um jeito durante a viagem, antes do mercúrio voltar ao seu estado líquido nas condições normais de temperatura e pressão.

– Temos que sair da ilha pro Rei não confiscar os bens desse navio pra pagar os danos do porto! – essa informação poderia gerar a urgência necessária para o contratante e o capitão correrem dali. Com Hemumu dentro do barco, óbvio.





~ :


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⟴ 21º Turno - 05:35



Assertivamente escolhendo atacar numa situação como aquela, Hemumu atinge em cheio os pobres ovos do samurai, que agora estavam desprotegidos. Tarefa que não difícil, dada o seu conhecimento médico e sua pro eficiência em uma distância tão curta. Como resultado, seu golpe com a espada mal teve força, e não difícil para a kunoichi arrancar três dedos do homem naquela brincadeira.

Afastando-se enfim do cabeludo, ela enfim consegue realizar um ataque limpo, antes que o samurai cruzasse novamente a distância entre os dois, se protegesse com haki ou lançasse outro ataque a distância. O inimigo misterioso havia sido enfim derrotado. Observando com maior atenção as calças do homem, notava que ele contava com o mesmo símbolo vistos nas roupas do membro do clã Nara momentos atrás, mas agora não era o momento para prestar atenção nisso. Tinha problemas mais urgentes para resolver.

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- Entre logo nessa jeringonça ! - Uma mulher exclamou, lá de cima do Titanic II, antes que algum funcionário pudesse responder por ela. Aparentemente os esforços e falas de Yoshizawa para conquistar sua vaga no navio haviam sido suficientes, e não demorou para uma prancha ser jogada, facilitando a passagem dos trabalhadores e da Logia.

Contudo, como nem tudo eram rosas, alguns guardas tentaram subir pela prancha para capturar Hemumu, mas assim que tomaram tal atitude, a moça virou a tábua, jogando eles no mar sem o menor sinal de dó. Enquanto isso, o mercúrio agia, impedindo que mais mercadorias escapulissem, embora os funcionários estivessem chocados demais com a substância para tomar uma atitude sobre.

- Que porcaria é essa que você usou para colar o casco do Titanic ? - Ela questionou, irritada, enquanto a embarcação zarpava novamente rumo ao mar. Ninguém poderia julgá-la por esse sentimento, considerando as perdas financeiras que teve. Enquanto isso, o felino devorava o resto dos piratas e o caos se ampliava no porto das mais variadas maneiras. Seria esse o legado que Hemumu deixaria para o pobre vilarejo de Vintória ? [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]. Pelo menos a menina havia cumprido a missão da Spades, e saído inteira viva da ilha. Vitória para os mercenários.

Enquanto escutava a fala da mulher, o corpo de Yoshizawa sentia novamente os sintomas da exaustão. Isso sem contar um pinicamento intenso na sua pele, como se fosse o mau presságio de algo perigoso que não demoraria a acontecer.

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Tendo sua passagem liberada pela desconhecida, Yoshizawa via a ilha que que teria um capítulo especial nos seus novos pesadelos ir ficando para trás. Apesar de não saber o nome da mulher que permitiu sua entrada, ela deveria ser o tal patrão que o capitão anterior se referia.

A redução da adrenalina do corpo também fez a ninja voltar a sentir as dores do seu álbum de figurinhas de ferimentos, com uma nova figurinha representando o corte que recebeu do samurai entrando na fila do tratamento. Também havia a vibração esquisita na pele, que era um sinal de que um perigo desconhecido bem próximo. Hemumu lembrou do seu desconhecimento quanto aos malefícios de tomar sol nas suas atuais condições, correndo para um lugar com sombra, enquanto respondia a dúvida da mulher sobre a substância criada por sua arte ninja especial. Antes de entrar em um lugar coberto, ficou em dúvida e jogou mais uma camada de mercúrio sólido sobre o rasgo no casco, só pra garantir.

– É mercúrio! Evitem contato direto e não terão problemas. Ele só vai se manter sólido por algumas horas, então é bom já adiantar o conserto com o que tiverem disponível. Usem luvas! – a kunoichi seguiu com as explicações, deixando algumas partes importantes sobre a saúde humana de fora.

Pelo que lembrava, mercúrio é um material tóxico e vai poluir o mar quando se tornar líquido e se soltar do barco. Pela proximidade, Vintória deverá ser a região mais afetada com aquele problema, por mais que a substância que ela criou não estivesse em grande quantidade. Havia uma explicação mais longa e importante para os efeitos no ecossistema, principalmente em relação a interação do mercúrio com a água e cadeia alimentar, mas felizmente o mestre seria poupado desse lenga-lenga, pois essas informações estavam além das capacidades médicas de Hemumu. A garota havia pesquisado os efeitos bem superficialmente para saber o que tinha de arma e pronto. Mercúrio fazia mal e não era indicado ao consumo, muito menos contato – havia algumas diferenças em relação a intoxicação por cada estado físico, mas nenhum era benéfico. Fim de explicação.

– Como falei, tenho uma doença que me impossibilita pegar sol, terei que trocar o dia pela noite na nossa viagem. Vejo os feridos após anoitecer e conversamos sobre o itinerário mais tarde! Onde fica um quartinho sem janelas? – a garota saiu perguntando e tateando pelo barco, e iria se enfiar nem que fosse em um armário pra fugir da luz da manhã.

Em um ambiente relativamente mais seguro, trancaria a porta para dar início ao tratamento da sua coleção de ferimentos que havia ignorado por tanto tempo, com possíveis gritos e gemidos que poderiam assustar a tripulação. Se tivesse gente no cômodo, ela expulsaria com algumas palavras bem diretas antes de trancar:

– Sou ninja. Sou vampira. Sou médica. Tenho uma kekkei genkai de manipular mercúrio. Tô morrendo de sede e é melhor você sair daqui antes que eu pule no seu pescoço e chupe seu sangue todo com um canudinho.

Talvez precisasse fazer mágica com seu kit de primeiros socorros, mas assim que seu estado de saúde estivesse mais estável, meditaria até equilibrar seus chakras ou cair no sono. O que viesse primeiro. Lembrou do símbolo do clã Nara do finado samurai e sentiu um frio na espinha. Se por medo ou instinto de sobrevivência, ela não sabia dizer. Só sabia que era uma sensação ruim. Além de despeitada, estaria se tornando medrosa? Só o tempo responderia essa dúvida.





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⟴ 22º Turno - 20:55



- Então esse é o poder daqueles sei lá o que do diabo que tanto falam...é, parece útil. Será que existe algum poder desses que imprime berries ? - A cada uso do mercúrio, a capitã da embarcação ficava mais e mais curiosa com relação àquilo. Sobre a questão das interações do mercúrio, o mestre sabia só o básico porque matava as aulas de química na escola para ficar vagabundando. Por ora, bastava informar que ele estava feliz da menina não poder manipular mercúrio gasoso. Assim, considerando que sua capitã acreditou naquela explicação, os outros funcionários tomaram um rumo semelhante e adotaram as tais medidas de seguranças.

Ao iniciar sua procura maluca por um lugar fora do alcance do sol, ela desceu para o interior do navio, e o primeiro local seguro que encontrou foi a cozinha. Lá, um homem barbado de lá seus 50 anos organizava a dispensa, quando ouviu a conversa maluca da garota, não entendendo bulhufas do que era uma KG. Fora que né, quem diabos acredita na existência de vampiros hoje em dia ? Enfim, não incomodado com aquela situação toda, ele ficou na cozinha, observando com uma expressão de surpresa a garota cuidar de si mesma e cair na paia em poucos segundos logo em seguida.

[...]

Ao acordar, Hemumu notou que não estava mais na cozinha, e sim em um quarto simples sem janelas. Na verdade, nem um quarto aquilo era, mais parecia um pedaço de um armazém mesmo, considerando que só contava com um beliche, um relógio na parede informando as horas e alguns caixotes jogados aqui e ali. Seu corpo, agora totalmente descansado, ainda sofria com algumas dores e incômodos aqui e ali, mas já estava consideravelmente melhor devido ao tratamento feito por ela própria.

- Pensei que nunca ia acordar. Já tava pensando em te jogar no mar para aliviar o peso do navio. - Uma figura falou, da porta que era a única entrada e saída dali. Era a mesma capitã de antes, agora com uma xícara de café em mãos. - Após você dormir, o cozinheiro tentou te cutucar com uma faca de cozinha, mas seu corpo virou aquela coisa prateada...mercúrio, certo ? Então ele só desistiu de te incomodar e eu mandei um dos meus homens colocar você aqui. E como a bela adormecida está ? Ou prefere que eu te chame de Conde Drácula da Grand Line ? - Ela questionou de forma bem humorada. Uma das poucas interações pacificas de Yoshizawa em tempos, diga-se de passagem.

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Durante o sono, Hemumu teve uma quantidade longa de pesadelos envolvendo os pedaços ausentes do peito e do dedo perseguindo-a para onde quer que fosse, buscando vingança por serem abandonados, homens de terno caçando-a com garfos e facas gigantes, finalizando com uma viagem de barco envolvendo muita luta com o clã Nara. Acordou tensa e suada, tentando recapitular o que tinha acontecido no último dia. Notou que estava em um lugar diferente sem se lembrar como havia chegado ali.

– Já anoiteceu? Conseguiram consertar o barco? – a ninja perguntou para a patroa, que havia notado seu despertar, lembrando que o mercúrio já deveria ter ido embora do barco faz tempo.

Sobre a pergunta da mulher, bem… Hemumu imaginou que nunca fosse acordar também. Apesar de descansar, não teve exatamente um sono muito confortável. As dores dos ferimentos deveriam perdurar por mais um tempo, então não adiantava ficar forçando remédios. Enquanto a isso, restava orar pra não pegar uma infecção e trocar os curativos. O último pesadelo envolvendo a viagem de barco e ataque de ninjas a deixaram preocupada, mas não se lembrava de ter visto símbolos dos Nara entre aqueles mercadores. Além do mais, tinha acordado em uma cama, não em um caixão. Estranhou aquele contato, já que passou tanto tempo com gente orgulhosa, fresca e implicante. Responderia com hospitalidade, até entender o que estava acontecendo.

– Estou… melhor. – a garota pensou em responder com um “estou viva”, mas nem disso tinha muita certeza. Pelo batimento cardíaco e cinco sentidos até então presentes, podia pensar nessa possibilidade, mas o pós-vida ainda era um mistério. Se Hemumu não fosse uma vampira, podia bem ser uma alma penada presa nesse mundo.  – Não tenho muita certeza, acho melhor só me chamar de Hemumu. Então, quais são os planos da viagem?

Hemumu precisava alcançar uma base da Spades em alguma ilha. Não tinha muita certeza, mas de lá poderia falar com algum jounin pra tentar contato com Nine-senpai e reportar o fracasso da missão. Uma vez que ela não fazia ideia de quem tinha marcado com o rastreador e sua saída de Vintória não foi nada pacífica, podia esperar no mínimo uma expulsão da organização. Mas precisava arcar com as consequências. Talvez Vahlor Island ou Loser's Town – o que tivesse nos planos de parada da mulher.





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⟴ 23º Turno - 21:00



- Já, tu dormiu por mais de 10 horas. Pelas caras que fez dormindo, os últimos dias não parecem ter sido muito legais com você. - Deu um gole no café, seguido de uma careta. Provavelmente estava faltando açúcar ali, já que café puro tinha um gosto horrível. - Consertar é uma palavra muito forte. Eu diria que remendaram o casco. O resto do trabalho eles fazem quando chegar em terra firme. - Continuou falando, até que foi interrompida por um homem que cochichou algo em seu ouvido.

Ela, aparentemente preocupada, foi embora para resolver a questão. Demorou uns 10 minutos para a mulher voltar, mas não parecia ter sido algo tão sério para ser resolvido em tão pouco tempo.

- Bem, no momento estamos indo em linha reta para Gianect Island. Temos dois clientes interessantes por lá, querendo comprar nosso produto, mas não posso dizer mais do que isso. Se quiser tomar outro rumo começando por lá, eu não me importo. A ilha costuma ter alguns navegadores decentes. - Ela explicou para onde estavam indo. - Enfim, é isso. Como recompensa por ajudar a conter os danos ao navio, vou te alimentar até chegarmos lá. Mas vou precisar que você cuide dos ferimentos dos homens que se feriram naquela ilha maluca. Pode ser ? - A capitã da embarcação concluiu sua fala com uma proposta simples, não muito fora do que a própria Yoshizawa havia se oferecido a fazer antes. Era uma mulher de negócios, afinal, e aquele tipo de gente não costumava fazer favores de graça.





Botei gianect mais pq é perto de vintória na minha cabeça, e porque tu deve jogar com o ryu e cia no NW depois com aquele critério de média de pts do grupo. Mas pode jogar em qualquer outra ilha que quiser da GL, se esse não for o caso.
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