「Parece que o gigantão tem um coração guardado em algum lugar desse monte de carne que ele chama de corpo...」 Pensou Narie, coçando a cabeça. Não podia deixar de sentir compaixão pelo sensei, que foi obrigado pelos próprios familiares a carregar a cruz de ter uma bijuu selada em seu corpo e odiado por algo que ele nem tinha culpa. Além disso, ele preferia seguir seu caminho como shinobi protegendo aqueles que considera importante, mesmo que não fizesse parte da mesma vila e família - o que fez o respeito pelo homem subir. Pelo visto, os desentendimentos entre ele e Oonoki deveriam ser irreconciliáveis, assim como deve ter sido com o Nidaime Muu
O comentário sobre o comércio do País da Terra fez a kunoichi franzir o rosto em uma careta de desagrado, já que era algo que lembrava imediatamente do seu passado. Desde que as relações exteriores começaram a piorar, os Kinoshitas deram um jeito de resolver a situação (ao menos para eles, ainda que de forma não convencional). 「Qual é o lema mesmo? Aprofunde as raízes, colha os frutos e descanse na sombra. Que merda...」 Relembrou a garota, triste que aquilo continuasse tão enraizado em sua mente, carregar o sobrenome (木下 = Kinoshita = "Debaixo da Árvore") já era desagradável o suficiente.
– Ele queria sequestrar os jinchuurikis de outras vilas? Eu diria que deve ser mais fácil matá-los e tentar a sorte com as bijuus. Vai ver que o plano era esse mesmo. – Comentou Narie, revirando os olhos. – De qualquer forma, que papinho... Estranho. Bem, uma hora ou outra o velho Tsuchikage vai precisar se aposentar. Mas, assim... Quem é essa tal Akatsuki?
Naquele momento, pouco importava para ela quem deixaria ou entraria no cargo, já que não nutria nenhum apreço especial por ninguém. Desde que não existisse alguma instabilidade, já se dava por satisfeita. Saber mais podres sobre o Tsuchikage só piorou o desagrado - tinha a sensação de que o velhote gostaria de bater um papo e tomar um chá com o líder da sua ex-família. A menção daquela organização desconhecida atiçou a curiosidade da garota, junto ao tal perigo misterioso. Não tinha lá tanta intimidade, mas já estavam fofocando mesmo... Não custava tentar.
Não tendo opção, a genin concordou com o novo sensei e seguiu até o Ninja Shop para fazer uma tour pelo local.
Para Narie, a viagem se limitaria a uma tour mesmo. Suas condições econômicas do momento não permitiam que ela arranjasse nem mesmo uma gripe - o mal de ter sido banida dos Kinoshitas e ter sido obrigada a fazer missões de nível baixo por tanto tempo. Ela se sentia pagando pra trabalhar e viver. Porém, passando o olho pelos produtos, um em específico chamou a atenção da garota, considerando os alvos que tinham.
– Acho que seria bom levar um desse daqui... Restringir influências negativas deve fazer algo com... Bem, vocês sabem o que. – Comentou, pegando um Chakura no Fu para mostrar os colegas. Ao leve toque no produto, sentiu a respiração do dono da loja no seu colarinho, a mão estendida aguardando o pagamento. – Mas nem olhem pra mim. Na minha situação, tô latindo pra economizar cachorro. – A garota largou o papel de volta na caixa e se afastou dos produtos, tentando se livrar do maníaco.
Considerando que não tinha dinheiro e estavam indo fazer uma missão difícil, teria que engolir o orgulho e pedir umas Pílulas ou mais itens utilitários caso houvesse alguma necessidade. No mais, aguardaria o restante por 30 segundos para seguir viagem.
– E então, já terminaram? – Cobraria a garota impaciente e perto da saída, novamente de braços cruzados e batendo o pé.
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