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Myato irradiava satisfação, ser bem sucedido em algo que ele se esforçou tanto para conseguir, lhe deu um forte sentimento de realização. Ele se sentiu encorajado, se via cada vez mais forte, sentindo que seu objetivo poderia ser alcançado, se dedicasse esforço naquilo. Pensando sobre seu objetivo, lhe veio a mente, Orochimaru - O que será que está acontecendo naquele teste que o Otokage está passando para Hanya e Rena? O que tem na cabeça delas para se submeterem a uma coisa dessas? - .
Quebrando a mesa, após aprender o jutsu, estranhou a moça da loja não acordar, mas ignorou isso, Myato dava risadas da cara e da reação de seu sensei. O homem de cabelos cinzentos, arregalou os olhos de forma que o garoto não conseguia olhar para ele com seriedade. Ainda olhando para a cara de desprezo de Kabuto, Myato viu uma abelha pousar no óculos dele, sentiu a necessidade de avisar o sensei - Estranho, uma abelha aqui, quase não vejo insetos por aqui, pensei que só apareciam lá na vila da folha -.
Yakushi Kabuto percebeu a presença da abelha no exato momento em que voou próxima a ele. Sem hesitar, concentrou seu chakra no dedo indicador e aplicou um peteleco poderoso no inseto, resultando na explosão imediata do pequeno animal com um simples ataque. Em seguida, o jounin se ergueu e fez um comentário breve:
— Bom, eu até queria te ensinar mais um jutsu, mas acho que provavelmente não estou mais em condições de fazê-lo hoje. Amanhã, Orochimaru-sama pode nos designar outra missão, então precisamos estar bem descansados. Quanto a essa abelha, parece ser apenas uma brincadeira dos irmãos Kamizuru. Talvez você se lembre da dupla de gêmeos que encontramos aleatoriamente durante nossa última missão. Lembro que eles comentaram que queriam brincar com vocês, mas sugiro que apenas ignore aquelas crianças chatas... Nós vemos amanhã, talvez... Se o Orochimaru não nós lotar de algum trabalho exaustivo, posso até ensinar algo mais básico para você.
Por último, Yakushi Kabuto movimentou-se de forma consideravelmente mais saudável do que antes e despediu-se educadamente de Myato. Agora, Myato estava livre para decidir seu próximo passo. Ele poderia optar por descansar em preparação para uma possível missão no dia seguinte, ou então explorar Otogakure no Sato e observar o que acontecia ao seu redor. Talvez até decidisse juntar-se aos seus companheiros em uma aventura antes de todos descansarem, as possibilidades estavam em suas mãos.
Imerso nesse momento de não saber o que fazer, Myato sentiu uma sensação de liberdade se entrelaçar com a responsabilidade que pesava sobre seus ombros. A brisa fresca da tarde acariciava seu rosto enquanto ele não via muito o que fazer naquele instante. Observando calmamente o movimento das ruas de Otogakure no Sato, Myato vislumbrava algumas cobaias e suditos mais fiéis de Orochimaru se locomoverem em cada esquina. A energia pulsante da vida na vila ecoava em seus ouvidos, convidando-o a se juntar ao ritmo vibrante que permeava o ar.
Por fim, quais seriam as futuras ações de Myato? Ele iria voltar a fazer companhia para suas companheiras? Iria investigar alguma região específica de Otogakure no Sato? Ou apenas iria se preparar para dormir e esperar outra futura missão de Orochimaru?
-Não se preocupe Kabuto, você ainda vai ver que minhas habilidades vão aumentar muito. Em outra oportunidade treinamos outra coisa, por hora vamos descansar, pela manhã vou ir na casa das 2 garotas que vimos antes de partir para a missão, Rena também irá junto.
Se despediu do seu sensei, com igual respeito, iria se despedir da moça do ninja shop também, porém ela continuava imersa em seu sono profundo. Ao sair da loja fechou a porta e deixou que a jovem descansasse em paz. Pensou que após dormir, e descansar um pouco, poderia se juntar a Rena para ir na casa das garotas, o que será que elas vão querer deles?
O respeito por Kabuto crescia cada vez mais, e saber o que seria a próxima missão o animava. Rena Kaguya tinha o seu respeito pela seriedade em batalha, apesar de saber que ela tinha dificuldade em controlar seus impulsos. Hanya Uchiha, por outro lado, havia o deixado com uma opinião dividida, entre companheirismo e raiva pelas suas atitudes tomadas com extrema inocência.
Após uma breve despedida de Kabuto e sua saída do Ninja Shop, Myato foi recebido pela atmosfera pesada e enigmática de uma chuva inesperada que parecia envolver a cidade. As gotas, grossas e rápidas, criavam uma cortina de água que obscurecia a visão e deixava o ar úmido e denso. Enquanto caminhava pelas ruas, Myato notou movimento incomum ao seu redor. Crianças, vestindo roupas rasgadas e desgastadas pelo tempo, corriam em desespero, buscando refúgio das águas torrenciais que caíam do céu. Seus rostos sujos e cansados refletiam a luta constante pela sobrevivência nas duras ruas naquele vilarejo.
Enquanto observava as crianças se dispersando em busca de algum abrigo precário, Myato se movia em direção de seu dormitório. A chuva densa e estranha, era bastante forte, mas provavelmente a chuva não seria um problema dentro de seu dormitório.
Satisfeita com o que ouviu de Orochimaru, e aliviada de não ter sido abatida ali mesmo, Rena se despede de seus companheiros de time e do Otokage e segue até o Ninja Shop. Suas intenções eram claras : aumentar seu armamento e se tivesse sorte, encontrar a Sacerdotisa, que provavelmente já deveria ter coletado o dinheiro para sua foice. De certa maneira, sentia-se responsável por ela, já que havia sido a responsável por trazer a garota ali, mesmo sendo de idades parecidas. Além disso, estava curiosa para saber mais sobre o Deus maluco dela.
- Uma Chakura no Fu, uma Zouketsugan LV1 e um Pergaminho de Desenho com Pincel e Tinta, por favor. - Pediu enquanto retirava o dinheiro do bolso para pagar a dona do estabelecimento. A quantia era uma verdadeira facada em seu coração, mas não era como se tivesse coisa melhor para gastar. Nunca foi de gostar de luxos e estava satisfeita com suas condições de vida atuais. Ademais, longe de Hanya, ela tinha tempo para baixar a guarda, e isso já era um descanso considerável para o seu corpo.
Myato, ao sair do escritório do Otokage, realizou uma visita aos seus antigos amigos. Na floresta Otogakure no sato adentrou na caverna onde ficavam escondidos seus amigos. Sabendo que Zetsu o vigiava, o convidou para entrar, mostrando-o a situação de seus amigos. - Veja o que meus amigos se tornaram após o experimento de Orochimaru, não sei é possível reverter isso, mas gastarei minha vida se for preciso, para tentar. - disse o jovem, o sujeito esquisito, enquanto escorriam lágrimas de seu rosto. Após escutar a opnião de Zetsu, iria sair da caverna, se dirigindo ao ninja shop.
Ao chegar no ninja shop, iria cumprimentar a vendedora com irônia - Desculpa pelo outro dia, espero que a mesa que quebrei possa ter sido compensada com aquele dinheiro. -. Após a irônia, iria realizar seu pedido: - 1x Hikaridama Especial - 1x Hikaridama - 1x Orenji-iro Hyorogan
Naquela região, a jovem mulher de aparência felina carregava uma pilha de caixas, cada uma repleta de equipamentos diversos. Sua destreza ao manusear os objetos era notável, especialmente considerando sua estatura física. Os olhos da mulher se iluminaram quando Myato e Rena surgiram à vista. Ela esperava ver Kabuto, mas infelizmente ele não estava por perto. Um suspiro de desapontamento escapou de seus lábios e ela repousou as caixas de uma forma um tanto triste. Contudo, ela logo se concentrou nos pedidos da dupla. Com uma pequena nota mental, ela se preparou para vasculhar as prateleiras em busca dos itens solicitados.
Após um longo período, Kaede voltaria à mesa de atendimento, trazendo todos os itens que haviam sido pedidos:
— Muito obrigada pela preferência, aqui estão os itens solicitados… — Ao ouvir sobre a situação envolvendo a mesa, a garota com características felinas iria mover seus olhos para o lado enquanto posicionaria seus dedos em seu queixo, de forma pensativa. — Ah, sim… Não se preocupe, Myato-kun, já resolvi o tal problema. Só peço que tome cuidado da próxima, não temos muito(s) vendedores de móveis em Otogakure no Sato.
Corredor Subterrâneo - Manhã Por volta das 10 horas.
Kaguya Rena seguiria a procura da garota que se autoproclamava ser uma Sacerdotisa e curiosamente não estava localizando elas em nenhum lugar, mas conforme caminhava pelo território de Otogakure no Sato. Seus ouvidos captaram sons de briga em um território, ao observar mais de perto o que estava acontecendo.
Os olhos da Kaguya se fixaram na cena diante dela. Sua amiga, encapuzada, manipulava habilmente as correntes, pendurando um genin de cabeça para baixo enquanto imobilizava ele completamente. O chacoalhar brutal que ela infligia nele era tão intenso que a calça do garoto que estava sendo torturado deslizou, revelando a pele pálida de suas pernas e até mesmo sua cueca. Yazuka-hime, com sua expressão imperturbável, parecia roubar dinheiro que havia caído daquele índividuo. Mas não era apenas isso: ela também cometia um literal bullying, zombando deles com palavras afiadas e cruéis.
— Seu nome era "Saku", né? O que sua mãe tava pensando quando te deu esse nome? — Comentava ela com deboche enquanto calculava a quantia de dinheiro que tinha furtado dele. — Só 110 ryos? Eita, miséria... Bom, eu não podia esperar muito de um mano que veste uma cueca furada.
O sujeito totalmente humilhado, parecia estar furioso naquele instante e literalmente berrava para a garota.
— Sua vadia desgraçada, espera eu falar isso para o Orochimaru... Você vai ser caçada até a morte!
— Ui, ui, ui... Vai chamar o papai Orochimaru... Ou seria mamãe? Vai chamar algum advogado para te defender também? Não se garante na porrada, não? — Sacerdotisa naquele instante iria notar a presença de Rena. — Ah... Oi, Rena-chan... Quer azucrinar o Saku-chan também? Acho que daqui a pouco, ele chora. Hahahaha!
Ao notar, a presença de Rena, o sujeito que se chamava Zaku iria berrar naquele instante:
— Hey, garota Kaguya... Bote algum bom senso nessa lunática e me tire daqui!
Por fim, o que Kaguya Rena queria com a Sacerdotisa? Iria tentar ajudar o sujeito chamado Zaku, iria ignorar ou iria ajudar no bully?
Corredor Subterrâneo - Manhã Por volta das 10 horas.
Antes de ter entrado no Ninja Shop, Myato havia dado uma passada nas celas onde seus amigos ficavam. Ao comentar o nome do Zetsu, porém, uma dupla um tanto bizarra iria emergir do chão de uma forma um tanto mágica. Um desses Zetsu(s) porém, Myato não tinha visto ainda. Ele parecia um tanto agitado, já mexia sua cabeça de uma forma um tanto estranha enquanto analisava as cobaias de Orochimaru.
O Zetsu que parecia ter um padrão de espiral em sua cabeça iria comentar de uma forma um tanto inocente ao observar as cobaias falhas:
— Oshi, oshi... Nossa, que maneiro... Será que eles perderam a capacidade de defecar? — Comentava de forma totalmente despreocupada, como se não tivesse entendido muito bem a situação.
O outro Zetsu que provavelmente era um clone, apenas comentaria de forma mais humana:
— Não seja indelicado, Tobi...
— Indelicado? Mas... Mas... Eu falei algo errado? Vai dizer que tu não acharias legal virar um monstrengo de 3 metros de altura? Nós somos monstros, mas não temos nem 2 metros... E pior, não conseguimos defecar... Eu tenho inveja, isso sim!
— Seu nome é Myato, certo? Perdão pela atitude do meu amigo, ele é um tanto inocente, mas é um bom garoto. Sobre as cobaias de Orochimaru, provavelmente não existe uma forma de reverter o processo que aconteceu com eles, porém... Se você fosse capaz de alocar suas almas e consciências para outro corpo, provavelmente eles poderiam ter uma vida mais normal.
O que Myato responderia? Por fim, o que Myato faria nesse tempo livre?
Satisfeita com os itens obtidos, Rena decidiu sair da loja em busca de sua amiga. Mesmo tendo os materiais necessários para usar o jutsu que lhe interessava, o Ninpo: Choju Giga, não tinha tempo para aprendê-lo rápido e nem mesmo um mestre para facilitar o processo, então decidiu deixar a questão de lado por enquanto.
Após algum tempo de caminhada, atraída por uma barulheira irritante, Rena se aproximou de um par de jovens. Felizmente, um deles era a pessoa que estava procurando, embora não fosse lá muito próxima da outra pessoa. Ao perceber que tipo de cena estava assistindo, deu um risinho. Embora se compadecesse com a situação do jovem, toda a simpatia que tinha desapareceu após notar o tom com que ele falava.
- Um homem deveria resolver seus problemas sozinhos, não ? Sem contar que o Orochimaru-sama admitiu a presença dela na vila. - Depois de responder Zaku, voltou seu foco para a Sacerdotisa.- Eu ouvi falar de uma tortura engraçada em Kirigakure, se quiser testá-la. Primeiro você amarra a pessoa em algum lugar, e deixa um balde pingando água na testa dela até ela ficar louca. Parece divertido, quer testar com ele ? - Sugeriu, sabendo que não seria muito difícil fazer aquilo com um cara naquele estado. - Ah, e você conseguiu o dinheiro para a foice ? Se quiser companhia para roubar pessoas, estou aqui. Aposto que a gente não demora a encontrar alguma corja nesse fim de mundo. - Falou, sabendo que o Otokage permitia aquele tipo de ato. Além disso, não faria mal fazer uma limpeza naquele lugar antes de se tornar líder, considerando a quantidade de monstros vestidos em pele humana que existia por ali, mesmo entre os civis.
Corredor Subterrâneo - Manhã Por volta das 10 horas.
Quando Kaguya Rena mencionou um método de tortura, os olhos avermelhados de Yazuka-hime brilharam de forma encantadora. Sua atenção se concentrou inteiramente em Rena, como se esta estivesse revelando um segredo incrivelmente fofo e encantador. A garota era assustadoramente apegada à tortura física e mental, algo que não surpreendia, considerando sua religião peculiar. Sua voz parecia errática e emocionada naquele momento.
— Rena-chan, como vamos fazer isso? Temos que pendurar um balde, mas como exatamente? — Seus olhos piscavam naquele momento. — Não entendo muito bem de engenharia, como podemos montar uma engenhosidade como essa?
Zaku ouviu as duas garotas e resmungou imediatamente, totalmente incrédulo:
— Ei, que diabos está acontecendo? Prestem atenção no que estão falando… Vocês realmente vão me torturar? SUAS MALUCAS DO CACETE!! — O sujeito estava ficando com medo, suor frio escorria de seu rosto. — Droga, v-vocês não estão falando s-sério, né? Eu sou uma pessoa, porra, assim como você.
Yakuza-hime balançou a cabeça enquanto encarava Zaku naquele instante.
— Huh… Mas a graça é torturar pessoas, horas… Apenas seres humanos devem ser torturados, quem tortura animais é um puta psicopata do cacete. Isso é senso comum no local que eu vivo!
Quando Yakuza-hime estava prestes a executar sua tortura com aquele sujeito, uma dupla de shinobis surgiu de repente. Eles tentaram aplicar um golpe de kunai na direção da garota maluca do Culto Jashin, forçando-a a se defender com suas correntes que ela manipulava habilmente. Uma técnica de Raiton foi dispersa em direção a Zaku, fazendo com que as correntes da cultista Jashinista, que estavam enroscadas no corpo do genin, perdessem seu efeito.
Nesse momento, Zaku caiu no chão e uma dupla de indíviduos iriam rapidamente ir de seu encontro. Vendo que seus companheiros de time estavam protegendo ele, o indíviduo de forma alegre comentou:
— Dosu… Rin… Vocês vieram me salvar dessa maluca?
— Não podemos deixar um companheiro sendo humilhado assim. Coloque suas calças, Zaku... Vamos ensinar uma lição para essas piranhas! — Comentaria a garota que vestia a bandana de Otogakure no Sato.
Yakuza-hime olhou para aquele trio de forma inocente e apenas comentaria casualmente para Kaguya Rena.
— Rena-chan... O dinheiro vai ficar meio a meio, okay? Acho que chegou a oportunidade perfeita que você estava falando.
Pelo visto, Kaguya Rena havia sido arrastada para uma batalha naquele exato momento, visivelmente a garota que se chamava Sacerdotisa era uma verdadeira encrenca ambulante, pelo menos parecia existir alguma recompensa em andar com ela. O que a garota Kaguya iria fazer naquele momento?
- Ah, não é tão complicado. Eu consigo te ajudar com meus fios de aço. Sobre o balde, é só deixar no ângulo certo. Amarramos ele numa árvore, deixamos o balde lá e vualá ! - Explicou empolgada, embora sua fala não fosse tão didática assim. Depois, enquanto assistia Zaku resmungar, uma dupla de shinobis surgiu, deixando-a surpresa. Pela cara deles, não pareciam lá ser nenhum exemplo de caráter.
- Pode ser. Esses outros dois parecem ser mais competentes que o bunda mole do Zaku, então aposto que nosso roubo valerá a pena. - Opinou, preparando-se para o combate. Embora preferisse bater em outros tipos de criminosos, a ideia de espancar moleques que tinham lhe ofendido também parecia bastante satisfatória. Além disso, se aquelas pessoas não a respeitavam por bem, deveriam temê-la por mal.
Iniciando sua ofensiva, ela ativaria o selo amaldiçoado e concomitantemente, lançaria um Chidori Senbon em potência alta contra o grupo de ninjas do Som. Depois, caso tivesse tempo, criaria uma lâmina com Tsubaki no Mai para lutar usando Bukijutsu, já que abusar de seus Raitons atrapalharia a Sacerdotisa. Com a arma, tentaria defender ataques inimigos antes de pensar em sua próxima ação.
Corredor Subterrâneo - Manhã Por volta das 10 horas.
Naquele breve instante, Kaguya Rena acionou a marca amaldiçoada que repousava em seu pescoço, desencadeando uma transformação sinistra. A tatuagem, outrora discreta, expandiu-se rapidamente, serpenteando por todo o seu corpo como uma teia de sombras. A dor que a acometeu foi além do físico, mergulhando nas profundezas de sua alma. Angústia e agonia entrelaçaram-se, como se os próprios músculos se rebelassem contra a carne que os continha. A sede insaciável por sangue tomou conta de Rena, uma ânsia que jamais imaginara experimentar. O poder irregular do selo, uma dádiva e maldição entrelaçadas, distorcia seus sentimentos de maneira imprevisível. Em tempos diferentes, ela oscilava entre fúria e desespero, como marés turbulentas em uma noite de tempestade.
Mas o verdadeiro horror ainda estava por vir. Rena sentiu algo se movendo sob sua pele, algo derivado as mutações físicas de seu corpo, algo que não pertencia ao reino dos vivos. Ossos emergiram, rompendo a barreira da epiderme. Um breve osso na testa ergueu-se como um chifre macabro, e seu único olho visível dilatou-se, refletindo o terror que apossava sua alma. O ar ao redor pareceu rarefeito, como se o próprio mundo estivesse retendo o fôlego, aguardando o desenlace sombrio que se aproximava.
A garota de cabelos rosados que vestia um manto negro naquele instante iria observar aquela transformação física de sua amiga e seus olhos se arregalaram e um sorriso iria se esboçar. Ela de uma forma um tanto infantil iria começar bater as palmas de sua mão de forma extrema e rápida, achando aquela transformação maneira.
O trio de Otogakure no Sato, naquele instante iria recuar um passo. Eles pareciam imediatamente reconhecer aquela marca estranha que parecia ter se espalhado pelo corpo da jovem.
— Essa desgraçada é uma das favoritas do Orochimaru?
— Puta que pariu... Eu não sabia disso...
O sujeito que Rena conhecia como Dosu, porém, não parecia realmente preocupado.
— Não se preocupem, ela não parece ter controle completo da marca, temos alguma chance. Kin... O papel de atordoar será inteiramente seu.
Naquele instante, Dosu parecia ser possuído por um chakra sombrio, uma energia maligna que percorria cada fibra de seu ser. O chakra não apenas ampliava seus atributos físicos, mas também distorcia sua aparência. Sua pele, antes pálida, agora assumia uma tonalidade acinzentada, como se a própria morte o tivesse tocado.
Dosu era o único do trio capaz de acompanhar a velocidade assombrosa de Kaguya Rena. Quando ela ergueu-se para o próximo ataque, ele já havia executado um selo de mão, infundindo chakra Raiton em seus pés. Num piscar de olhos, ele desapareceu da frente de Rena, como se tivesse se fundido às sombras.
As mãos de Rena, agora portadoras de um poder terrível, lançaram-se à frente. Agulhas carregadas de Raiton emergiram, ziguezagueando pelo ar como serpentes elétricas. O ataque furioso voou em direção aos inimigos, encontrando Zaku e Kin em pontos vitais. O impacto foi brutal: ossos se quebraram, músculos se rasgaram, e os dois caíram ao chão, contorcendo-se em agonia.
Mas Dosu não estava derrotado. Emergindo das sombras, ele avançou em direção a Rena, punhos cerrados. Seu soco mortal estava prestes a atingir o ouvido direito dela, quando Yazuka-hime interveio. Com um selo de mão, ela lançou o “Genjutsu: Shibari”, aprisionando Dosu em uma rede invisível. O sujeito, paralisado e impotente, estava agora à mercê da Kaguya, cujos olhos refletiam a escuridão de um abismo sem fim. A garota Kaguya naquele instante iria usar seu Tsubaki no Mai, arrancando de seus próprios ossos, uma katana extremamente afiada. Rena não tinha certeza, mas mesmo que Dosu estivesse paralisado naquele instante. Algo parecia errado.
Kaguya Rena: HP - 230, Chakra - 310, Sanidade - 110 [Toxidade - 0]
Sacerdotisa: HP - ???, Chakra - ???, Sanidade - ??? [Toxidade - 0]
Dosu: HP - ???, Chakra - ???, Sanidade - ??? [Toxidade - 0]
Em toda vez que Rena utilizava aquele poder obscuro, ela se perguntava se precisava mesmo se submeter aquilo. As sensações que percorriam seu corpo com o uso do Selo eram escruciantes, e a agonia era intensa. Todavia, mesmo claramente desconfortável, a conclusão que Kaguya chegava era sempre a mesma : que negar aquele poder seria covardia. E ser uma medrosa era algo que ela não podia admitir. Havia escolhido o caminho das pedras quando decidiu se tornar ninja e fraquejar agora não era opção.
Enfim, depois de atacar os três jovens, Rena se deu por satisfeita ao ver que havia conseguido derrotar dois deles com seu movimento inicial. Nunca havia testado aquele jutsu em combate, e pelo visto ele era bastante útil. A ação seguinte de Dosu também foi preocupante, já que ele também era muito rápido. Felizmente, como ela não estava lutando sozinha, acabou tendo ajuda de sua companheira que interceptou o golpe direto do ninja.
- Obrigada... - Disse, incerta da vitória. De alguma forma, ela sentia uma certa estranheza, como se algo estivesse fora do lugar naquela luta. Será que ela havia deixado algo passar ? Se sim, não poderia arriscar. Por isso, tentaria usar o Raiton Chidori Nagashi, esperando que aquilo atingisse Dosu e evitasse algum outro ataque surpresa.
Corredor Subterrâneo - Manhã Por volta das 10 horas.
No ápice da tensão, enquanto Kaguya Rena se preparava para lançar um jutsu preventivo, o indivíduo próximo a ela, embora paralisado, de repente pareceu mover a mão, quase como se tivesse dado um tapa no ar. Nesse instante, um choque entre os dois aconteceu, desencadeando uma reação instantânea de Rena, que canalizou rapidamente chakra Raiton por todo o seu corpo. Com um movimento veloz, ela envolveu seu adversário em um poderoso campo elétrico, corroendo seu corpo com um choque letal que se espalhou brutalmente.
Mas com uma velocidade avassaladora, um ataque bizarro parecia se manifestar da estranha manopla que o sujeito utilizava, um ataque invisível, atingindo diretamente o ouvido direito de Kaguya Rena, um ataque que literalmente ignorava sua resistência física, um choque tão poderoso no seu ouvido que faria a garota imediatamente cair no chão, vendo o mundo inteiro girar enquanto seu ouvido direito havia entrado em completo colapso graças ao forte som que ela estava ouvindo.
Notando que algo havia acontecido com Rena, a garota de cabelos rosados não parecia entender nada, porém rapidamente se posicionou. Como o chakra Raiton parecia estar preencher o corpo de Dosu, Sacerdotisa rapidamente iria manifestar um jutsu de natureza Fuuton, reforçando seu punho direito e num movimento de seu dedo indicador, uma lâmina de vento atingiu o peito do sujeito, fazendo seu sangue cair no chão e ele se afastar levemente devido ao impacto do ataque. Então a garota de cabelos rosados, rapidamente entraria na frente de Rena para receber os ataques seguintes, caso existissem.
Dosu nesse momento estava paralisado e havia sangue dele no chão, Sacerdotisa parecia casualmente olhar para aquele sangue naquele instante, pensando se deveria utilizar seu ritual no seu próximo movimento. Porém, quando Rena havia recebido um ataque direto, o genjutsu que afetava especialmente seu corpo seria encerrado, e a realidade ficava um pouco mais coerente na sua visão, ela poderia notar um vulto feminino surgindo no médio alcance da dupla e realizando selos de mão, e a imagem do corpo da Kin que estava no chão devido ao seu ataque anterior, simplesmente sumindo da sua visão.
Kaguya Rena: HP - 135, Chakra - 250, Sanidade - 110 [Toxidade - 0][Perda de audição temporária 2x turno, Tontura 2x turnos]
Sacerdotisa: HP - ???, Chakra - ???, Sanidade - ??? [Toxidade - 0] [Afetada pelo Genjutsu de Kin, acredita que ela esteja derrotada]
Dosu: HP - ???, Chakra - ???, Sanidade - ??? [Toxidade - 0] [Paralisado, 1x turno]
Kin: HP - ???, Chakra - ???, Sanidade - ??? [Toxidade - 0]
Para o azar da Kaguya, sua suspeita acabou se confirmando e ela não demorou para notar que havia sido atingida por um ataque até então desconhecido, causando um dano brutal em seu ouvido. Pelo menos, em razão da dor sofrida, ela havia conseguido sair do genjutsu que lhe afingia, percebendo assim que Kin ainda estava em combate.
Assim, Rena decide usar o Genjutsu Kai em sua companheira para libertá-la da ilusão, ao mesmo tempo que também desativava o selo amaldiçoado, temendo que ele fosse mais atrapalhar do que ajudar.
- Veja, a Kin ainda está de pé. Aquilo era tudo uma ilusão. Não consigo me mover direito no momento, mas se me jogar nela, conseguirei atacar acertá-la. - Sugeriu, sabendo das condições terríveis em que se encontrava. Além disso, como Dosu estava paralisado, não deveriam ter problema para avançar, e se dessem sorte, conseguiriam interromper o jutsu da menina.
Enfim, estando perto de Kin, usaria um novo Chidori Nagashi em potência alta contra a garota e tentaria localizar Zaku, para ver se ele também havia dado um jeito de escapar do seu primeiro ataque. Se notasse o avanço de algum dos inimigos no corpo a corpo, usaria Karamatsu no Mai para se defender.
Corredor Subterrâneo - Manhã Por volta das 10 horas.
Kaguya Rena sofrendo de uma terrivel tontura, iria imediatamente se levantar, sentindo seu corpo cambalear, como o Genjutsu Kai era uma técnica que exigia o atributo selos, a aplicação de sua técnica em sua amiga não seria imediata. O que deu tempo para que a sua oponente chamada Kin conseguisse aplicar outro ataque em direção delas, a garota de Otogakure no Sato iria jogar uma senbou com um guizo acoplado em sua estrutura, e atingiriria diretamente Rena naquele momento, que não sentiria dano nenhum graças a resistência física de seu corpo, porém, o efeito desejado era outro.
Um som extremamente irritante atingiria os ouvidos tanto de Rena quanto Yazuka, fazendo ambas serem afetadas por um genjutsu secundário. Onde a imagem de diversas Kin(s) surgiriam em suas voltas, fazendo ambas simplesmente aluscinarem.
A jovem Sacerdotisa iria resmungar naquele momento, notando que a garota não havia sido derrotada, e iria realizar selos de mão naquele momento e iria libertar tanto a Kaguya do genjutsu, quanto ela.
— Taquipariu... O estilo de luta desses merdas é completamente irritante... Além de roubarmos esses merdas, vou meter a cabeça de cada um numa privada entupida para eles verem o que é bom para tosse.
No calor da batalha, Sacerdotisa percebeu que sua companheira, a jovem Kaguya, estava com dificuldade para se mover. Sem hesitar, a garota de cabelos rosados manipulou suas correntes, enrolando-as habilmente no corpo da Kaguya. Com um impulso vigoroso, lançou sua própria aliada em direção à inimiga feminina.
Com os braços erguidos, Rena concentrou seu chakra. O Chidori Nagashi, uma torrente elétrica, irrompeu de seu corpo. O poderoso fluxo de energia atingiu Tsuchi Kin com força brutal, fazendo-a soltar um grito de dor.
Enquanto a batalha se desenrolava, Yazuka Hime aproximou-se da poça de sangue deixada por Dosu. Ela colocou a mão sobre o líquido vermelho e, com um gesto lento e sinistro, lambeu-o. A pele de Yazuka Hime adquiriu uma tonalidade escura, e um padrão de esqueleto branco começou a se espalhar por todo o seu corpo, seu ritual estava quase pronto, agora ela só precisava formar o simbolo do ritual. Mas após isso, o efeito paralisante que afetava o corpo do genin do som, finalmente cessava.
Kaguya Rena: HP - 135, Chakra - 160, Sanidade - 110 [Toxidade - 0][Perda de audição temporária 1x turno, Tontura 1x turnos]
Sacerdotisa: HP - ???, Chakra - ???, Sanidade - ??? [Toxidade - 0]
Dosu: HP - ???, Chakra - ???, Sanidade - ??? [Toxidade - 0]
Kin: HP - ???, Chakra - ???, Sanidade - ??? [Toxidade - 0] [Paralisada pelo Raiton - 1x]
Rena concordava com a Sacerdotisa. De alguma forma, lutar com inimigos que utilizavam som era tremendamente irritante, ainda mais quando uma daquelas pessoas ainda misturava genjutsu no meio. Claro, as técnicas faziam jus ao nome da aldeia, mas ainda assim, não deixavam de ser bizarras. Parecia o estilo de luta de alguma artista circense, tremendamente indireto e diferente da metodologia da Kaguya.
- Espero mesmo que você faça isso, porque eu já estou ficando maluca. - Disse antes de partir em direção a Kin. Depois, deu-se por satisfeita com o resultado do ataque. Considerando as condições em que estava, aquilo era o melhor que poderia obter.
Depois, objetivamente conseguir uma rendição, ergueu sua lâmina e a apontou em direção à menina.
- Renda-se. Tanto eu quanto você estamos mal, mas te garanto que eu sou mais rápida que você ! - Gritou com Kin, tentando também distrair Dosu, dando a sua amiga a chance de terminar o ritual. Contudo, se algo desse errado, tentaria acertar um Hadan com sua arma na garota quando pudesse agir.
Corredor Subterrâneo - Manhã Por volta das 10 horas.
Naquele instante, Dosu assumiu uma postura de combate peculiar. Suas costas corcundas pareciam ainda mais disformes, e as bandagens que envolviam seu corpo se moviam de maneira quase sobrenatural. Havia algo de estranho naquele sujeito, algo que o distinguia dos demais indivíduos que o acompanhavam. Ele parecia verdadeiramente possuir um nível de Chunin, ao contrário dos outros. Kaguya Rena, observando que o adversário ainda estava fisicamente apto para continuar a luta, tomou uma decisão drástica. Utilizando Tsuchi Kin como refém, a jovem de cabelos brancos ergueu sua lâmina óssea e a posicionou no pescoço frágil da garota, o osso afiado literalmente raspava na pele da sua adversária que estava paralisada e incapaz de reagir naquele instante. Rena ameaçava executá-la caso Dosu não se rendesse.
Por um instante, o sujeito hesitou. Visivelmente aqueles indivíduos não tinham grandes sentimentos de companheirismo, porém, como já haviam passado algum tempo junto em missões, era literalmente impossível simplesmente arriscar a vida
— Maldição! Estou cercado de inúteis... — Resmungou ele. O destino da batalha pendia em um fio, e nenhum deles sairia ileso dessa disputa implacável e ele sabia disso.
Naquele cenário sombrio, a garota de cabelos rosados agiu com uma calma perturbadora. Seu pé deslizou sobre a pequena poça de sangue, moldando-a em um símbolo triangular. O círculo que o envolvia era quase perfeito, como se tivesse sido traçado por mãos invisíveis. Com determinação, a jovem se posicionou dentro do símbolo, seus olhos refletindo uma mistura de antecipação e êxtase mórbido. Ela retirou uma estaca metálica da bolsa de armas, sua superfície fria e afiada contrastando com o calor do sangue sob seus pés.
Os preparativos para o ritual jashinista estavam completos. O sacrifício estava iminente. Um sorriso sinistro curvou os lábios da garota enquanto ela se preparava para invocar forças além da compreensão humana. O que quer que estivesse prestes a acontecer, não seria algo que se esqueceria facilmente. O ar estava carregado com a promessa de dor e escuridão, e o mundo parecia conter a respiração, aguardando o desfecho macabro que se desenrolaria ali. A estaca afiada que a garota segurava se projetaria inicialmente em sua própria coxa naquele momento, fazendo assim sangue jorrar de seu membro corporal, porém ela não sentiria dor nenhuma.
— Primeiro... Impedir a movimentação das pernas...
Dosu naquele instante sentiria sua perna direita doer e um ferimento sobre sua coxa surgir no mesmo lugar.
— Segundo... Impedir a movimentação dos braços...
A garota fincaria nesse momento a estaca em seu próprio braço, e um ferimento iria ser inflingido no braço do sujeito naquele momento.
— E terceiro... Vamos rasgar alguns órgãos para garantir uma morte lenta e dolorosa... Hahahaha!
Pelo visto, o combate já tinha acabado. Agora a garotinha que estava acompanhando Rena naquela luta parecia ter perdido um pouco da única gota de bom senso que ela tinha. Iria impedir que ela matasse o Dosu?
