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Um pequeno vilarejo próximo ao mar localizado no extremo sul do País dos Rios, que se resume a uma pequena praça rodeada de casas simples e cortada por um rio que deságua no mar próximo. Trata-se de um local relativamente tranquilo e pacato, com baixo número de moradores e sem muitos atrativos. O local é parcialmente cercado por florestas densas e ao norte possui um desfiladeiro.

O Vilarejo Kota sobrevive através da agricultura de subsistência, pesca e caça nas florestas. A maior parte da produção acaba sendo utilizada para garantir a sobrevivência dos moradores, tendo um comércio muito fraco. Por estar afastado dos principais centros de atividade do país e não ter nenhum recurso estratégico, costuma ser um local ignorado por todos, exceto nukenins que querem desaparecer ou pesquisadores estudando recursos específicos. Ainda que pacífica, sua população costuma ser desconfiada.

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Vilarejo Kota - País dos Rios UH00nSs

Segurando meu velho cantil, encaixei o bico na minha boca e tomei um gole de café amargo que infelizmente já estava frio. Observo a água do mar de relance, com um olhar um pouco melancólico enquanto sentia dores se espalhar por todo meu corpo, me sentia cada vez mais fraco com o tempo apesar de que meu treino como shinobi tinha melhorado meus atributos consideravelmente, eu estava mais forte, mas me sentia mais fraco, minha vida era realmente uma bela contradição.

Sinto o vento bater no meu rosto. O ar do mar é bom para um velho pescador como eu, até me traz um pouco de nostalgia, mas a situação atual não deixava de ser complicada. Já na praia, deixo escapar um resmungo ao ver uma criança fraca, com uma expressão débil, em uma situação tão precária quanto a minha. Pensei em inicialmente ignorar aquela jovem abobalhada que aparentemente era uma kunoichi, eu tinha coisas mais importantes para fazer, mas lembrei brevemente de algo do passado e soltei um breve suspiro.

Minha voz geralmente quieta se intensificou, eu estava falando com a garota.

Tsc... Hey, pentelha... Quer alguma ajuda? Tá perdida? Deve ter um vilarejo aqui perto que pode te ajudar, estou indo para lá agora. Me acompanhe se tiver se perdido dos seus país.

Independente da resposta, eu iria me direcionar até o tal vilarejo. Se ela iria me seguir ou não, era escolha dela. Tinha que buscar alguma informação para planejar meu futuro, no final... Eu estava visivelmente irritado com o conflito atual que ocorria em Kirigakure no Sato, aqueles bandos de bárbaros praticamente me forçavam mudar o rumo da minha vida novamente, pelo visto teria que arranjar outro lugar para morar e trabalhar.

@Lady @Hemurin

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Vilarejo Kota - País dos Rios 69dlm8M

Um solavanco brusco despertou-me do meu sono quase-que-profundo. Eu diria que... o tipo de solavanco que te arranca dos sonhos e te joga de volta à realidade com o coração disparado. Abri os olhos rapidamente, meu corpo ainda sentindo o balanço suave das ondas. A luz do amanhecer ilumina meu pequeno bote avariado, agora encalhado na areia de uma praia desconhecida. Me sentei devagar, tentando entender onde estou. O som do mar parece distante, abafado pelo silêncio da praia. Olhei em volta e vi que o bote está destruído, as laterais esfoladas e a madeira rangendo sob o meu peso.

Fazendo uma retrospectiva haja vista eu não ter batido a cabeça no bote e perdido as memórias... Eu consegui, com sucesso, fugir de Kumogakure no Sato em busca de liberdade para expressar minha arte, mas agora estou sozinha, em um lugar que eu não reconheço. Levantei-me, ainda um pouco trêmula, e olhei ao redor. Não muito distante, meus olhos se fixaram em um homem. Ele é mais velho, alto e corpulento, sua figura imponente destacando-se contra o horizonte. A princípio, senti uma indiferença notável, mas então percebi que ele está simplesmente parado, me observando com curiosidade. Não tardaria para o mesmo interagir comigo, esboçando... preocupação, talvez? Não entendo muito bem as emoções humanas, assim como só sei expressá-las por intermédio da arte. Talvez ele seja um velho tarado pensando estar abordando uma "Criança frágil" como eu, assim como ele pode estar apenas sendo empático. Vai saber.

— Pais... — Balbuciaria, fitando o horizonte com um olhar morto, de forma que talvez o sentimento transmitido por tal seja percebido pelo velho. Ou não? — Eu... vou nos guiar. — Murmuraria de forma incisiva, tomando a atitude — Algo que não é do meu feitio, eu diria — e me posicionando ao lado do velho. Não sei quem ele é, da onde veio nem suas intenções; porém, não é como se eu tivesse muita escolha a não ser cooperar. Por conta disso, buscaria a utilização dos dotes da Visão Absoluta para enxergar à longas distâncias e poder traçar o caminho mais prático e seguro para que possamos seguir sem maiores perigos.

Conforme caminhasse e sem desviar do foco inicial, buscaria remover o líquido das minhas vestes por meio da torção. Imagino que não será bom pegar um resfriado nessas condições atuais.



Usados :


@Hemurin

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Vilarejo Kota - Manhã, por volta das 7:00 🌤
@Ben Ikneg  @Lady

Meio que andando e meio que se arrastando, a dupla de estranhos abandonou os botes aos frangalhos e seguiu a pé até a pequena vila. Não sabendo se aquilo significava um sinal de respeito aos mais velhos ou um comportamento esquisito qualquer, Tenshi tomou a frente e manteve o estranho na retaguarda, considerando que o velho fosse seguí-la e sem desconfiar de que poderia tomar uma rasteira. Pouco a pouco e sem nada fora do normal, as casinhas foram se aproximando, não demorando mais do que alguns minutos para ambos se verem atravessando um arco tosco de madeira escrito “Vilarejo Kota”.

A visão privilegiada da garota mais nova permitiu que ela detectasse um prédio onde poderia conseguir mais informações, já que era um dos únicos locais com as portas abertas e com alguém dentro naquele horário. Tratava-se de um prédio mediano, simples e mal conservado no centro da praça, devendo ser uma estalagem ou mercearia. O vilarejo era muito vazio para tirar qualquer tipo de conclusão. Como não tinha opções, Tenshi começou a se direcionar até o lugar.

Dentro do estabelecimento havia um velho mal encarado, aparentando ter pelo menos uns 80 anos. Ele estava atrás de um balcão com uma montanha de peixes, provavelmente tentando tirar as escamas e espinhas - se movia de forma lenta e parecia resmungar.  Quando notou a aparição da dupla que vinha da praia, começou a retrucar:


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– Ai, era só o que me faltava! MIAAAAURA! Tem mais dois estranhos aqui! Já não bastava aquela bonitona que chegou ontem procurando gente pra entrar na floresta… Como se alguém fosse aceitar o convite de uma esquisita para passear por aí. Certeza que querem sequestrar a gente e roubar os peixe! OS PEIXE! Nem por uma baleia lotada de ryous… – A reclamação se tornou uma crise de tosse. Após aquilo se resolver, o velho cuspiu em um balde que estava no chão, limpou as mãos em um pano imundo guardado no avental e abandonou o balcão lotado de peixes. Ele correu em marcha lenta para receber os visitantes antes que adentrassem no seu estabelecimento. – O que é que um velho cegueta e uma criança que acabou de sair das fraldas tão querendo aqui nesse fim de mundo? DISGRAÇAAAA! – Perguntou o senhor, batendo as gengivas enquanto falava. Se tinham dois dentes na sua boca era muito, e talvez nem fosse durar por muito mais tempo.

De uma das portas, uma velha apontando um facão saiu querendo saber a origem da gritaria. A senhora encarou os recém-chegados por um momento. Pela aparência cansada e situação da dupla, chegou à conclusão que não deveriam causar problemas. Até porque ela era quem estava com problemas, com um barulho estranho saindo da porta atrás dela, um ambiente que deveria ser o de uma cozinha.


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– Quem que tá aí? Não temos nada! – a idosa perguntou. Depois voltou a encarar o velho que deveria ser seu marido. – Tsc… Você me atrapalhou de novo, véi fi da puta! Vô botar veneno nos seu peixe tudo! – E saiu batendo a porta com um estrondo, claramente não querendo ser incomodada ou atrapalhada de sua pacata rotina.

Vilarejo Kota - País dos Rios OKSw0yH

– Ôôô mulé mal-humorada! Qualquer dia desses eu morro e ela fica aí só… – O velho coçava a cabeça incomodado, agora na frente da entrada, impedindo a passagem da dupla. O cheiro de peixe nem um pouco suave vazava do estabelecimento, lançando ondas podres contra a única entrada. – E então, é o que que vocês querem?

O velho aguardava um posicionamento de alguém, querendo voltar aos seus afazeres.

Ação livre

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Vilarejo Kota - País dos Rios UH00nSs

Ao entrar no vilarejo com aquela criança bizarra, saída diretamente de um pesadelo, meu único pensamento era me livrar logo dela, deixar aquela fedelha em algum canto seguro e partir para meu próximo objetivo. Mas, claro, a paz nunca é uma opção. Um bando de civis inconvenientes se amontoa e um deles, sem um pingo de respeito, me chama de velho cegueta. Respondo apenas com um olhar gélido enquanto cruzo meus braços, deixando claro que ele acabou de cometer um grande erro de me chamar por aquele termo.

Não gostei do seu tom. Posso ser cegueta, mas meu único olho vale por uma dúzia dos seus! — Digo, lançando-lhe um olhar frio. Logo, outro assunto me chama a atenção, algo que exalava problema. Tento, com um esforço visível, suavizar meu tom. — Vocês parecem estar com dificuldades, e eu sou o cara que resolve problemas, desde que me paguem alguma coisa. Sou um shinobi, mesmo que do nível mais baixo. Então, há algo que eu possa fazer por vocês? Aliás, que história é essa envolvendo uma mulher estranha querendo levar vocês para floresta? Que tipo de golpe novo é esse?

Por fim, aponto para a criança bizarra que estava me acompanhando:

Não sei muito bem da história dessa criança, mas encontrei agora pouco com uma imensa cara de fome. Parece que vai chorar a qualquer momento, se não quiserem ajudar ela, pelo menos me ofertem algum trabalho para que eu possa dar algum dinheiro para ela sobreviver. Nem que seja pescar, era meu trabalho no passado.

@Lady @Hemurin

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Vilarejo Kota - País dos Rios 69dlm8M

Nosso caminho seria guiado pela minha visão fora do comum, e eventualmente encontraríamos uma espécie de vilarejo, denominado Kota. Também acabaria por nos levar até um dos únicos estabelecimentos com suas portas abertas, e nos dirigiríamos até tal, haja vista não ter muitas opções nem informações sobre o que fazer no momento. Ao passo em que entrássemos em tal lugar, uma espécie de diálogo... Incomum? Se formaria no ambiente — Por sinal, bastante vagabundo —, com o velhote ao meu lado não demonstrando estar contente com o emitido pelo casal. No que diz respeito a mim, ignoraria os comentários feitos por eles.

Como esperado de alguém com idade mais avançada, o velho do tapa-olho tomaria a dianteira desta vez, retrucando as falas dos nativos (?) enquanto faria algumas indagações pertinentes para a atualidade, buscando alternativas para melhorar nossas condições, mostrando preocupação para comigo mesmo que nós nos conheçamos apenas à menos de 1 hora. — Isso é empatia? — Faria um monólogo interno, fitando o velho com curiosidade, tentando entender as nuances de sua personalidade e do comportamento humano como um todo. Ao menos o que ele demonstrou até então.

De todo modo, aguardaria o prosseguir dos acontecimentos, cogitando a ideia de fazê-los responder forçosamente por intermédio dos meus olhos caso se recusem a passar informações cruciais ou mesmo falem coisas inúteis. Por ora, confiaria na eloquência do velho, algo que me falta.


@Hemurin

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Vilarejo Kota - Manhã 🌤
@Ben Ikneg  @Lady

Diante da devolutiva de Kagetsu, utilizando de um tom agressivo e incomodado, o velhote rabujento ficou tenso e levemente pálido, com gotas de suor começando a brotar por sua testa conforme ouvia. O senhor lançou alguns olhares nervosos até mesmo para Tenshi, como um pedido silencioso de ajuda. Sem ter nenhuma resposta da garota, ele limpou a garganta e começou a falar em um tom apaziguador, tentando acalmar a situação e sair daquele incômodo:

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– Hmm-hmm… Ééh, bem, então né… Estamos numa vila muito simples, dificilmente vai ter trabalho pra vocês aqui. Mas tem uma mulher que apareceu ontem e tá querendo ajuda para… Aaa, ali está ela! EI, EI! PARECE QUE ARRANJEI GENTE PRA VOCÊ!

Aliviado que deixaria de ser o centro das atenções para os dois estranhos,  o homem interrompeu a conversa para chamar a atenção de uma mulher que voltava a pé para a praça. De cabelos longos com mechas brancas e olhos cinzentos, suas vestimentas eram um misto de preto, branco e cinza. Tenshi perceberia com mais rapidez do que Kagetsu que existia um pequeno volume na região da cintura - se tratava de uma bolsa shinobi. Percebendo que estava sendo chamada, a desconhecida se dirigiu até o grupo.


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– Hmm? Devo dizer que estou chocada, senhor Fusa. Você queria me botar pra correr ontem, já hoje mais cedo ameaçou me atropelar com a canoa e me cobrir de peixes. Meia hora depois, me arranjou ajudantes… O que fez o senhor mudar de ideia tão rápido? – Ainda que questionasse de forma polida, a mulher encarava secamente. A expressão era séria e contida, mas lançou um olhar interessado para os dois novatos.

– He he he… A oportunidade faz a ocasião, né não? Esses dois apareceram aqui com muita vontade de trabalhar. Se caírem fora agora, ainda ganham caldo de peixe de graça! – Nisso, o homem entrou correndo dentro do estabelecimento, atravessando a porta onde a velha Miaura estava, desencadeando uma discussão acalorada lá dentro, e retornou com 2 potinhos de um caldo insosso e fedido com a cabeça decepada de peixes boiando dentro. – Pronto, toma aí e xispa todo mundo! Pode largar os potes aí na porta quando acabar! TCHAU! – O homem entregou a comida de qualquer jeito para Kagetsu, virando as costas e batendo a porta com pressa.

Suspirando, a mulher tirou as duas tigelinhas de caldo das mãos do portador e abandonou-as na porta recém-fechada. Em troca, ela distribuiu um pacote de ração seca para cada, retirando-os das vestes.

– Acho melhor deixar essa sopa esquisita pra lá… Se tiverem uma infecção intestinal, não serão muito úteis. Então… Meu nome é Riko. Estou pesquisando as propriedades de algumas ervas para desenvolver um antídoto. Fiquei sabendo de uma em específico que floresce na fronteira entre o País do Fogo e dos Rios, mas não encontrei vendendo em nenhum lugar por onde passei. Esse vilarejo foi minha última esperança, então quero pegar diretamente onde nascem. Confirmei a localização das plantas e há boatos de que uma galera esquisita começou a aparecer pela região. Normalmente eu trabalho sozinha, mas prefiro contar com mais olhos e ouvidos nesse tipo de situação.

Riko fez uma pequena pausa para entender se os ouvintes estavam acompanhando. Ela parecia ir direto ao ponto, mas tanto Tenshi quanto Hoozuki perceberiam que a mulher deixou propositalmente algumas partes de fora daquela conversa. Suas origens, o que ela fazia e o motivo principal de querer o antídoto foram alguns desses tópicos ausentes. O fato dela estar viajando por praticamente todo o País dos Rios poderia indicar que ela não era da região, além de aparentar estar sozinha, o que significava que contava com meios de se proteger.

– Se estiverem interessados, consigo pagar 400 ryous para cada. Mas não garanto a segurança de ninguém, estarão indo por sua conta e risco… Considerando que dificilmente vão conseguir arranjar algum trabalho com a galera rabugenta daqui, é bom considerar... – Riko fez mais uma pausa educada, aguardando algum tipo de resposta. – E então?

Com a proposta em mãos, restava para a dupla decidir se iria ou não aceitar. Eles poderiam fazer mais perguntas, se fosse do interesse deles, ou tentar ir para outro lugar.

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Fico surpreso ao ver o velho senhor empalidecer e praticamente sair correndo após falar comigo. "Será que foi algo que eu disse?" pergunto mentalmente a mim mesmo, enquanto noto a presença de uma mulher que parecia mais perdida do que a criança ao meu lado. E, para completar, ela parecia uma kunoichi, embora eu não pudesse definir seu nível de habilidade apenas olhando.

Tsc... Que problemático… — Sussurro para mim mesmo.

Talvez por meu leve trauma envolvendo shinobi, faço uma careta de mal-humorado e começo a analisar a situação. "Porra, isso parece um golpe mesmo. O velho pescador estava certo. Devo recusar? Mas e se a criança com cara de abobada aceitar essa proposta maluca? Já ouvi falar de gente estranha que vende órgãos de inocentes no mercado negro, geralmente são iryoninjas que te fazem propostas estranhas e te isolam em um lugar que você não pode fazer nada contra eles. E ela nem ao menos falou a nação que ela está filiada, não sei o que esperar num eventual combate... Que merda… "

Depois de refletir um pouco, mexo nos meus bolsos e percebo que eu tinha absolutamente nada de dinheiro, meus lábios se contorcem e por fim, suspiro de forma pesada. Encaro a mulher na minha frente com uma cara de poucos amigos.

Certo, vamos aceitar sua proposta. No entanto, com uma pequena condição se não for de muito incomodo. Eu sou um velho senhor de outra geração e de fato, sou um pouco preconceituoso e desconfiado com estrangeiros, e você facilmente parece ser a pessoa mais perigosa que eu já vi fora o Kage da minha própria vila. Não farei perguntas desnecessárias, mas é importante eu saber que nação você está filiada, meu espirito velho precisa ter certeza que não estou me metendo em uma confusão que eu não possa lidar.

Por fim, verifico se há algum animal por perto e deixo aquele caldo de peixe nojento para ele comer. Guardo o pacote de ração no bolso e, independentemente da resposta dela, já estou decidido a falar:

Eu aceito o trabalho, me mostre o caminho, Riko-san... Só peço que... Caso isso seja uma armadilha, deixe a criança ao meu lado de fora de seus planos. — Tento fazer uma breve piada, mas como eu sempre estava com cara de puto, talvez o tom saísse meio ameaçador, é complicado. — Bom, vamos achar essas ervas de uma vez!

@Lady @Hemurin

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Perceberia os olhares direcionados à mim pelo velho do vagabundo estabelecimento, sem esboçar nenhuma reação em resposta, preferindo a não-demonstração de preocupação, embora me intrigue a possível motivação para seu nervosismo aparente. Esse mesmo velho começaria a bradar intensamente, chamando alguém que, haja vista meus olhos terem captado — Talvez de forma mais rápida do que o "Desconhecido" que veio comigo — uma bolsa Shinobi junto deste "Alguém", implicando que seja uma Kunoichi.

A mulher de cabelos longos e olhos cinzentos logo começaria a se pronunciar, elucidando suas ambições e ansiando pelo nosso apoio, se autoproclamando Riko, assim como revelou que o nome do velho é Fusa. De forma resumida, ela explicara que busca por ervas medicinais aqui nesse lugar, não especificando que antídoto ou para quê, assim como omitira maiores informações, informações essas que, por estarem faltando, não possuo muitos motivos para confiar na mesma. De qualquer forma, ela abriria uma proposta, oferecendo uma boa quantia em dinheiro além de entregar uma espécie de ração. — É bom? — Um monólogo interno tomaria conta da minha mente, fitando com curiosidade o alimento entregue.

Antes mesmo que eu pudesse me pronunciar em resposta, novamente o "Desconhecido" tomaria a dianteira, fazendo algumas indagações pertinentes para a situação, como se estivesse lendo minha mente para ter feito as perguntas que responderão as dúvidas na minha cabeça. Sua experiência é o suficiente para eu confiar que ele sabe o que está fazendo, então não retrucaria nem adicionaria nada a mais, e nada a menos. Enquanto ela fosse responder, procuraria um gatinho, entregando o caldo de peixe para ele caso lograsse êxito. Absorveria tudo que ela (Riko) tivesse pra falar com atenção.

Por fim, ouviria o "Desconhecido" aceitar o trabalho, gesto que me faria apenas acenar positivamente, não havendo motivos para não aceitar o trabalho. Também ficaria levemente sem jeito ao perceber novamente aquele ao meu lado se mostrando preocupado com minha integridade física, mesmo que tenhamos nos conhecido há pouco. De qualquer forma, o seguiria caso Riko mostrasse o caminho, assim como utilizaria dos dotes da Visão Absoluta para ir "Clareando" o caminho e buscar garantir uma locomoção mais segura.

— Se ela agir estranho... faça-a olhar nos meus olhos. Não me pergunte o porquê. — Ciciaria nos ouvidos do "Desconhecido" após tocar sua veste para chamar sua atenção, sendo bem incisiva no meu tom de voz, apesar de manter a expressão neutra e sem interesse.


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@Hemurin

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Vilarejo Kota - Manhã 🌤
@Ben Ikneg  @Lady

Aceitando a proposta da desconhecida com alguns adendos, os próximos passos da dupla estavam definidos. A mulher notou a desconfiança do senhor mais velho e ponderou antes de responder. Considerando que ela era uma completa desconhecida, nada mais justo. Porém, aquela dupla também era completamente estranha para ela, então não seriam informações tão completas quanto gostariam.

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– Fui uma kunoichi de Amegakure, mas abandonei a vila anos atrás. – Comentou, aproveitando o esvaziamento das ruas e da distância que já tinham aberto da casa onde estavam para compartilhar informações. Da bolsa shinobi, ela apresentou rapidamente uma bandana com o símbolo de Amegakure cortado, acreditando que aquilo serviria como uma espécie de prova. A mulher abriu um pequeno sorriso ao ouvir sobre ser tão perigosa quanto o kage da vila de Kagetsu. – Fica complicado de se manter por lá depois que matam todos os seus familiares… Nem meus genins escaparam do que o líder chamou de justiça. Enfim, cada lugar tem sua dose de complicação. Acredito que não seja muito diferente para vocês… Não vou perguntar de onde vocês vieram, saber os nomes que vocês usam é o suficiente. E não se preocupem, não sou de atacar ou envenenar garotinhas e pessoas mais velhas. – Riko revirou os olhos para essas possibilidades. – Pelas perguntas que fizeram, imagino que já passaram por algum tipo de treinamento, então espero que não sejam muito inexperientes. Vocês são parentes ou algo do tipo? – Questionou, agora curiosa com a relação da dupla. O velho parecia querer manter um nível de segurança sobre a jovem.

Nesse meio tempo, um gato das ruas aproximou-se das tigelas de comida deixadas por ali. Na primeira fungadinha, o felino demonstrou um imenso desprezo para o que estava dentro dos pratos, se afastando velozmente. A cabeça decepada do peixe continuava boiando abandonada no ensopado repugnante.


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O grupo andou até a outra entrada do vilarejo, que ficava ao norte. Ela também tinha um portão entalhado em madeira com o nome do lugar e dava acesso à uma floresta. Riko parou por um instante, dando um recado importante:

– Aqui começamos a viagem. Vou guiar o caminho e tentar nos manter longe de problemas. Uma última coisa antes de partir... Não me importo muito se vocês quiserem me abandonar, não seriam os primeiros nem vão ser os últimos a fazer isso. Mas se estiverem pensando em me trair ou demonstrarem qualquer sinal de que vão me atacar pelas costas, não terei piedade. – Comentou a mulher, agora com um olhar mordaz. Pelo visto, ela já tinha batido sua cota de gente trambiqueira. – Se não derem uma de espertinhos pra cima de mim, não teremos problemas.

Com esse aviso, ela saltou para as árvores, achando mais seguro seguir pelos galhos e pela parte alta do lugar. De início, percebeu que a dupla não tinha tanta velocidade para acompanhá-la, reduzindo o passo para que eles não ficassem tão para trás. Riko não reclamou em nenhum momento, mas era perceptível que estava um pouco incomodada com o passo lento. Vagarosamente, o grupo avançava na direção nordeste.

A floresta ia se abrindo para o trio, lotada de vida selvagem e vegetação densa, uma troca bem vinda para quem tinha passado dias no mar - tanto pela estabilidade do solo quanto pelas mudanças de sons e barulhos ao redor. As copas das árvores se amontoavam bem no alto, filtrando a luz do dia, lançando sombras sobre tudo e escurecendo o lugar.

Próximo aos portões do vilarejo havia animais comuns, como coelhos e aves rasteiras, mas uma maior variedade aparecia conforme o grupo se afastava. Nas árvores, era possível ver roedores, aves e cobras e, por todo o local, havia uma quantidade interessante de insetos. Por pequenos córregos e riachos por onde passavam, anfíbios, jacarés e peixes também se faziam presentes. Não era tão difícil arranjar recursos por ali, o que explicava a vida pacata e tranquila em Kota. Aquilo não explicava, porém, a falta de educação e pouca receptividade dos moradores de lá.

Tenshi conseguia observar algumas coisas a mais do local: aquele lugar também deveria ser um bom lar para predadores. Ela via pegadas grandes, rastros de galhos partidos, sangue seco, árvores com galhos grossos e capazes de suportar animais pesados… Tudo isso causava uma certa tensão. Os sons abafados e um ou outro barulho surpresa da fauna selvagem podia causar alguns sustos. Vez ou outra percebeu vultos e sombras que pareciam pertencer a animais, mas nem precisou avisar. Riko fazia leve alterações de rota como se percebesse os sinais, mas com uma qualidade visual inferior.





Vilarejo Kota - País dos Rios Vam34JJ

Floresta - Período da Tarde 🌤


No meio da tarde, já muito longe, os viajantes começaram a notar a presença de armadilhas. Não as arapucas simples, utilizadas para prender coelhos e aves, que foram identificadas logo no início da exploração - mas armadilhas planejadas para impedir a passagem de outras pessoas ou animais grandes. Riko estendeu a mão para que parassem e avaliassem o lugar.

– Consigo sentir a presença de um pequeno grupo a aproximadamente 1 km ao leste daqui. A erva precisa de luz do sol, então deve estar em uma área onde a luz do dia tenha acesso, uma clareira ou algo assim… Vamos fazer um primeiro reconhecimento.

A mulher pareceu se preocupar em investigar a flora local. Pelas franzidas no cenho e caretas que fazia, não parecia gostar do que estava encontrando, mas continuou em sua análise silenciosa, deixando a dupla livre para investigar da forma que preferissem.

Tenshi, percebendo o ambiente graças a sua visão aguçada, pela variação de luz entre as folhas e espaçamento percebido entre as árvores, sabia que a probabilidade de existir locais abertos eram maiores ao leste e ao norte, uma informação que teria que decidir se compartilharia ou não.


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