Refúgio das Chamas Sagradas - País do Fogo

Haku gelou ao ver o inseto tirado de suas vestes. Não só porque estavam sendo monitorados e não sabia, mas porque tinha um bicho nojento no seu corpo todo aquele tempo. Tinha tomado cuidado para não falarem nada, então provavelmente não tinham conseguido captar nada de muito útil, já que o comportamento em si — treinos e estada no monastério — não tinha sido suspeito. Agora, deixar um baratão daqueles na linda e limpa roupinha de Haku era um ultraje. O Aburame pagaria. Mais cedo ou mais tarde.

O meta definitivamente não estava para jutsus defensivos. Mesmo na teoria eles não eram abordagens muito vantajosas em batalhas pelo simples fato de que não as avançava para mais próximo de suas conclusões. Na melhor das hipóteses, as barreiras anulavam a ofensiva dos inimigos e ambos perdiam chakra, sem se ferirem e, portanto, sem aproximar de um resultado para a contenda. Considerando ainda que era necessário um jutsu de rank superior para bloquear um jutsu de rank inferior, a situação piorava. A tendência era, portanto, que você ficasse com ainda menos chakra do que o atacante e a luta não progredisse. Nessa situação, lançar uma saraivada de ataques era o melhor a se fazer. E o mais óbvio e fácil também. Afinal, forçar o inimigo a performar defesas eficazes significava que o estado de saúde de ambos ficariam iguais ao começo, mas o defensor com certeza ficaria sem chakra primeiro. Tinha que necessariamente utilizar jutsus mais caros, afinal.

Sufocar o inimigo com ataques rápido não era uma estratégia diferenciada. O problema maior era ter a vantagem inicial para continuar forçando o inimigo no beco sem saída que era o ato de defender, coisa que não vinha acontecendo nas últimas lutas. Mas, naquela situação, as condições pareciam distintas.

A tentativa de erradicar o clone e aproveitar da brecha criada por Narie para desferir danos havia tido sucesso. O que Haku não sabia era do grande poder regenerativo que aquela transformação possuia. Não lembrava de nada similar com Han-sensei e, se as coisas continuassem naquele ritmo, provavelmente perderiam aquela luta. O manto parecia permitir que Sora gastasse bastante energia e, de quebra, ainda conseguisse se curar de ferimentos.

Diante do novo surto de pressão causado pela nuvem de poeira erguida pelo inimigo, Haku lançou uma de suas Zouketsugans Lv 1 para Narie, que já deveria estar na pica do saci em questão de chakra. Buscando causar dano ao inimigo e livrar-se da falta de visibilidade para auxiliar a colega desferir algum ataque, Haku rapidamente perpararia um Fuuton: Atsugai [Rank B | Potência Normal]. O fuuton não apenas deveria limpar a nuvem de poeira, como também deveria impedir o avanço que Sora devia estar efetuando oculto.

Graças à alta abrangência de 180º do jutsu, exceto caso Sora tivesse conseguido dar uma volta para um dos flancos nas diagonais posteriores deles, ele deveria receber algum dano e ser empurrado um pouco.

Apesar da volta ser um tanto improvável, Haku ainda procuraria se manter atento aos locais que o jutsu de vento não afetasse. Narie deveria ser capaz de prendê-lo antes que pudesse se aproximar. Afinal, ela poderia ficar de prontidão para interceptá-lo caso viesse dos pontos que o fuuton não afetasse e, caso ele não estivesse lá, significando que o fuuton havia o atingido, a própria técnica de vento deveria empurrar Sora, dando mais tempo para a colega readequar a mira de seu jutsu.

Caso ela utilizasse algum mokuton para prender Sora, Haku prosseguiria com um Katon: Gōryūka no Jutsu [Rank B | Potencia Alta]. Usando a madeira como combustível, esperava aumentar a intensidade das chamas. Não porque a queimadura generalizada da pele do rapaz iria deixá-lo numa condição física grave. Afinal, ele deveria ser capaz de regenerar. Mas, sim, porque tanta dor deveria atrapalhar na concentração dele e, assim, facilitar a perda de controle. Se, ainda não fosse o caso, causar grandes danos deveria forçá-lo a liberar mais caudas para se curar, como antes, e assim forçá-lo a utilizar um estágio mais difícil de controlar e, quem sabe, também perder o controle.

A escolha daquele katon era para concentrar mais o dano em Sora em vez de dispersá-lo por uma grande área no ambiente. Concentrado, o fogo poderia se alimentar da madeira da colega para ampliar seus danos.