Vila Reinīaian
A chuva caía implacável sobre a Vila Reinīaian, as gotas batendo no chão de concreto e nas estruturas metálicas da cidade com um ritmo constante, quase sufocante. Owari, coberto por seu chapéu de palha, mantinha-se imóvel, seus olhos frios e calculistas escondidos sob a aba encharcada. Ele olhou para Noro e os outros dois membros mascarados do esquadrão, o desconforto em suas posturas era sutil, mas presente. Algo estava errado, e Owari sabia disso.
O plano que Noro havia proposto era simples demais. Uma explosão no mercado central, uma distração. Ele entraria no prédio central durante o caos. Mas Owari, com sua mente aguçada, via além da simplicidade do esquema. Ele sabia que havia muito mais em jogo. A presença de um espião no grupo era uma sombra que pairava sobre eles, e ele não confiaria sua vida em algo tão vago e arriscado.
O silêncio entre eles se tornou quase palpável, uma cortina espessa de tensão que nem mesmo o som incessante da chuva podia dissipar. Owari, com um movimento calmo, passou a mão pelo cabo de sua espada, o toque frio do metal o ancorando na realidade. Ele não podia se dar ao luxo de hesitar ou de ser descuidado.
Finalmente, ele falou, sua voz cortando o ar como uma lâmina afiada.
“Um de vocês será a isca. Não vou entrar às cegas, esperando que o espião morda algo tão óbvio.”
A declaração pairou no ar, pesada como chumbo. Os três mascarados se entreolharam, embora seus rostos estivessem escondidos pelas máscaras escuras, Owari podia sentir o desconforto. Era como se a própria chuva ao redor tivesse congelado, presa em uma tensão opressora. Owari mantinha-se imperturbável, seus olhos frios como o inverno mais cruel, varrendo cada um dos três membros do esquadrão. Ele sabia que um deles estava traindo a organização, e se algum movimento errático acontecesse, ele não hesitaria em agir.
“Escolham quem será,” ordenou, sem espaço para contestação em sua voz. Era um comando, não uma sugestão. “Se o espião está atento, vai se revelar quando um de vocês cair. E eu vou estar observando.”
Noro, o líder do esquadrão, não se moveu de imediato. Ele parecia avaliar a situação, o que apenas aumentou a desconfiança de Owari. Havia algo por trás de sua calma, algo que ele estava escondendo, mas Owari não podia arriscar revelar sua própria insegurança. Cada segundo perdido era um risco, e ele não estava disposto a deixar as sombras se aproximarem mais do que já estavam.
“Não temos tempo para hesitações,” acrescentou Owari, sua paciência se esvaindo. “Se alguém precisa se arriscar, que seja agora. Talvez se contassem tudo o que sabem...”
Noro, porém, não se abalou com as palavras de Owari. O líder do esquadrão era um homem de poucas palavras e gestos calculados. Owari notou a leve inclinação de sua cabeça, como se estivesse decidindo seu próximo movimento.
Depois de alguns segundos, Noro deu um passo à frente, enfrentando Owari diretamente. Mesmo sem ver seu rosto, Owari pôde sentir a determinação inabalável do homem. "O restante do esquadrão vai criar a distração," disse ele, sua voz calma, quase fria. "Eles serão as iscas. Enquanto isso, eu e você, Owari, vamos aproveitar a situação para entrar no prédio central e iniciar a busca por Mai."
A firmeza de Noro era quase desconcertante. Ele parecia absolutamente leal à organização, sem hesitação em seu discurso. Mas Owari sabia que a lealdade cega também poderia ser um disfarce. Qualquer um podia ser o espião. Qualquer um podia estar jogando um jogo duplo.
“Com Mai em nossas mãos,” continuou Noro, “será fácil identificar o traidor. Quando ela estiver segura, teremos o controle da situação.”
Owari permaneceu em silêncio por um momento, ponderando. Sua mente, sempre afiada, avaliava todas as possibilidades. Era possível que Noro estivesse falando a verdade, mas também era possível que ele estivesse armando uma armadilha. No entanto, Owari precisava seguir em frente. Mai estava ali, em algum lugar, e ele não podia desperdiçar essa oportunidade. Se houvesse um traidor, ele o encontraria — mas isso não mudava o fato de que a vida de Mai e a segurança de Yuno estavam em jogo.
Owari olhou para o céu, onde as nuvens negras pareciam se fundir com a chuva incessante. Ele estava imerso em sombras, tanto metafóricas quanto literais, e o peso da decisão que tomaria moldaria seu destino.
“Vamos seguir com o plano,” disse finalmente, sua voz mais baixa, quase um sussurro. “Mas não confio em nenhum de vocês.”
Noro inclinou a cabeça em um aceno de concordância, sem responder às últimas palavras de Owari. Não havia necessidade de diálogo adicional. O caminho estava traçado, e cada um seguiria seu papel.
Enquanto os outros dois membros do esquadrão saíam para preparar a distração, Owari e Noro permaneceram em silêncio, aguardando o momento certo para agir. As sombras da Vila Reinīaian se tornavam mais profundas a cada minuto, e o instinto de Owari gritava que algo estava prestes a acontecer. Ele apertou o cabo de sua espada, sentindo o peso familiar da lâmina.
Logo, eles se moveriam. E quando o momento chegasse, Owari estaria pronto para qualquer coisa — até mesmo para a traição iminente que ele sentia pairar no ar...
Como Owari vai agir?
Ação livre para: @Barba Branca no tópico: https://www.forumnsanimes.com/t106694-predio-central-vila-reiniaian-pais-da-chuva
Formação Rochosa nos arredores da Vila Reinīaian
Makoto permaneceu em silêncio por um momento, observando o vilarejo de Reinīaian, o som constante da chuva ecoando ao redor deles. Ele sabia que o tempo era essencial, mas qualquer movimento precipitado poderia comprometer a missão. Com os olhos fixos no fluxo de pessoas e ninjas que entravam e saíam da vila, ele voltou-se para Scarlet, que o observava atentamente, esperando sua decisão.
“Acho melhor emboscarmos algum mercenário e roubar as roupas dele,” Makoto começou, seu tom firme e calculado, “ou também podemos usar o Henge no Jutsu para nos disfarçarmos rapidamente. O que acha?”
Scarlet ponderou por um instante, os olhos movendo-se de volta para a vila à distância, avaliando as opções. Ela sabia que ambos eram métodos válidos, mas cada um carregava seu próprio risco. Antes que ela pudesse responder, Makoto prosseguiu:
“De qualquer forma, vou tentar me aproximar com cautela da vila e usar o meu sensor Jiton: Kinzoku no Kizuna para ver se ele é eficiente contra a barreira. Se eu conseguir sentir algo além dela, podemos traçar um plano de infiltração mais sólido.”
Scarlet assentiu, confiando no julgamento de Makoto. Ela conhecia bem as habilidades sensoriais dele e sabia que, se houvesse alguma forma de penetrar a barreira ou encontrar uma abertura, ele seria capaz de detectá-la.
Makoto então se moveu com cautela, desaparecendo na chuva como uma sombra. Ele desceu da formação rochosa, avançando em direção aos limites da vila, seus movimentos silenciosos e precisos, como o de um caçador experiente. A água da chuva escorria por sua capa, misturando-se ao terreno lamacento enquanto ele se aproximava dos limites da barreira invisível que cercava Reinīaian.
Assim que estava suficientemente perto, ele se agachou em uma posição discreta, mantendo-se fora de vista. Com um movimento lento e calculado, Makoto fechou os olhos por um breve instante e ativou seu Jiton: Kinzoku no Kizuna. O chakra percorreu seu corpo, conectando-se à rede de partículas metálicas dispersas no ambiente ao seu redor, um dos poderes únicos da Liberação de Magnetismo. Ele estendeu sua percepção para além da barreira, tentando detectar qualquer presença metálica oculta, objetos de metal que pudessem sugerir a presença de ninjas ou armadilhas.
Ao longo de alguns segundos, ele sentiu a pressão da barreira tentando bloquear suas habilidades, mas o Jiton era poderoso o suficiente para atravessar essa resistência. Embora a barreira dificultasse a detecção de chakra comum, Makoto conseguia sentir com clareza os metais presentes além dela — lâminas, armaduras, até mesmo objetos pequenos, como kunais e shurikens, que estavam espalhados pelos arredores da vila. No entanto, ele não conseguia identificar uma abertura ou um ponto fraco na barreira. Era uma rede sólida, projetada para impedir a invasão de qualquer sensor ou força externa.
Foi nesse momento, enquanto ele concentrava sua percepção no ambiente imediato, que algo chamou sua atenção. Não muito longe dali, uma pequena corrente subterrânea estava sendo drenada da vila, levada pelas chuvas intermináveis. Era uma passagem discreta e quase imperceptível, mas Makoto pôde sentir os metais enferrujados das grades que protegiam uma entrada oculta — uma saída de esgoto.
Ele abriu os olhos e franziu a testa. Era a oportunidade que precisavam.
Voltando-se rapidamente, ele retornou silenciosamente para onde Scarlet estava esperando, ocultando-se nas sombras das rochas.
“Encontrei algo,” disse ele em voz baixa, o tom sério. “Há uma entrada para a rede de esgoto logo além da barreira. Parece que a água da chuva está sendo drenada por lá e essa passagem leva direto ao centro comercial da vila. Não tem guardas visíveis, e as grades parecem velhas e enferrujadas.”
Scarlet arqueou uma sobrancelha, interessada. “Isso pode nos levar diretamente para o coração da vila sem que precisemos passar pela entrada principal. E se a barreira não bloqueia essa passagem... pode ser a nossa melhor chance.”
Makoto assentiu. “Exatamente. Não será fácil, mas é o melhor caminho sem sermos detectados. Podemos usar essa rota para nos infiltrar e nos misturarmos com a população no centro comercial”
Scarlet sorriu levemente, apreciando a precisão do plano. "Sempre soube que você encontraria uma saída. Vamos então aproveitar essa chance."
Sem mais delongas, ambos se moveram com cautela, deslocando-se silenciosamente em direção à pequena entrada descoberta por Makoto. O som da chuva caindo pesadamente os envolvia, tornando sua aproximação quase imperceptível. Ao chegarem ao local, Makoto observou de perto as grades enferrujadas que bloqueavam a entrada do esgoto. Com um movimento hábil, ele usou seu chakra Jiton para manipular levemente o metal corroído, dobrando as grades apenas o suficiente para que ambos pudessem passar.
Assim que estavam dentro, o cheiro de esgoto e água estagnada os envolveu, mas nenhum deles se deixou abalar. Estavam focados na missão. À medida que avançavam pela passagem estreita e escura, a tensão crescia. A cada passo que davam, se aproximavam mais do coração de Reinīaian — e, potencialmente, de Owari e Mai...
Como Makoto vai agir?
Ação livre para: @Nero Sparda