Sim, é correto. Você pode até dizer que a priori não tem correlação lógica entre as duas coisas, mas a experiência prova que a correlação existe. Uma pessoa que se habitual a ouvir músicas enlatas produzidas para a massa, como o Funk, não procura ouvir músicas mais difíceis, ela rejeita essa experiência como algo negativo. As vezes nem a música em si é o suficiente, o cérebro do indivíduo está em um estado tão apodrecido que ele precisa da música e da dancinha para conseguir consumir.
"Uma pessoa que se habitual a ouvir músicas enlatas produzidas para a massa" Não existe isso, a maioria dos funks não chegam no Mainstream, assim como quem produz músicas de elite por vezes queriam mais visibilidade ao próprio trabalho. Você fala sobre "música dificil" mas não conseguiria definir o que é uma música dificil, fora que se for entrar no mérito de que música dificil seria a que tem uma letra complexa e uma produção carregada, poucas pessoas realmente ouvem isso, ninguém realmente procura por esse tipo de música no dia-a-dia. Nenhuma dessas alegações são verificáveis na prática, nem mesmo a de que o cérebro de alguém estaria apodrecido, nada disso, isso porque o cerébro dificilmente vai fazer qualquer distinção, ele só vai absorver os hertz musicais, assim como ele absorve o de um dia no trânsito.
Essa ideia de que o consumo de música popular "enlatada" impede alguém de apreciar outras formas de música é baseada na suposição de que a evolução cultural e intelectual segue um caminho linear, o que não é verdade. Muitas pessoas apreciam uma ampla gama de gêneros musicais, desde os mais populares até os mais complexos, dependendo de seu humor, contexto e experiências pessoais. O consumo de funk não impede que alguém aprecie música clássica, jazz, ou qualquer outro gênero que você por gosto pessoal categoriza como "música verdadeira".
E quando eu disse que cientificamente a Cintra é mais ruim do que a cerveja puro malte? Eu afirmei que uma pessoa acostumada a beber Cintra depois que bebe uma puro malte passa a considerar a Cintra ruim, isso é um julgamento de valor que ela faz. Alguém definiu objetivamente e cientificamente que a Cintra é ruim e a puro malte é boa? O paladar é tão subjetivo quanto qualquer outro sentido. Ou você nunca achou ruim uma comida que as outras pessoas acham boa? Ou o contrário?
Eu te afirmo com certezas que há pessoas no Brasil que consideram a Cintra boa e até aqueles que vão afirmar que ela é melhor. A questão é que existe um consenso que ela é ruim e a puro malte é boa e esse consenso não saiu de lugar nenhum. O álcool tem notas de amargor, acidez, doce e salgado. A forma como esses sabores chegam na língua definem o gosto para o indivíduo e ele faz um julgamento de valor baseado em suas experiências prévias. O consenso define o que é bom e o que é ruim.o
A parte da experiência prévia é a mais importante. O que eu afirmei é que da mesma forma que a língua depois que aprende um novo sabor passa a reconsiderar os sabores que já conhecia, a mente depois que conhece "novos sabores" passa a reconsiderar o que conhecia.
E não, isso não funciona de forma diferente com a arte. Quando eu era criança meu filme favorito era Xuxa e os Duendes, minha mãe tinha a fita e eu vi esse filme quase diariamente, achava genial. Em meados de 2014 eu reassisti esse, é tão ruim que me traumatizou. Da mesma forma, eu assisti O Poderoso Chefão com meu pai quando era criança e dormi. Hoje eu acho que é o melhor filme já feito.
Esse é o motivo do porque existe cultura para crianças e para adultos, conforme um indivíduo amadurece e aumenta sua bagagem cultural seu gosto devia convergir para um consenso onde Xuxa e os Duendes não é considerado um bom filme e O Poderoso Chefão é.
O gosto é, de fato, subjetivo. Cada pessoa tem suas próprias preferências, que são moldadas por experiências anteriores, cultura e contexto social. No entanto, o que você chama de "consenso" sobre o que é bom ou ruim não é uma verdade absoluta, mas sim uma construção social. Esse consenso pode ser influenciado por muitos fatores, incluindo marketing, tradição, e a própria cultura dominante. Por exemplo, a ideia de que uma cerveja puro malte é "melhor" do que uma cerveja mais barata como a Cintra é, em parte, uma construção social que valoriza certas qualidades (como o sabor mais complexo) que podem não ser tão importantes para todos.
Quando você compara filmes como "Xuxa e os Duendes" com "O Poderoso Chefão", está apontando para a diferença entre entretenimento popular e obras que são amplamente reconhecidas por seu valor artístico. No entanto, é importante lembrar que as obras de arte também são julgadas dentro de contextos culturais específicos. O que é considerado uma obra-prima em uma época ou cultura pode não ser visto da mesma maneira em outra. Além disso, o valor de uma obra de arte não se resume apenas ao consenso. Muitas vezes, obras que são inicialmente ignoradas ou desprezadas ganham reconhecimento e valor com o tempo, à medida que as perspectivas culturais mudam.
Tudo bem, te concedo seu ponto, mas então eu questiono: esse é o funk que o povo brasileiro escuta? Ou é a versão simplista e fácil a qual eu me refiro.
Mas qual seu ponto? Porque nenhum dos que você apresentou até agora são verificáveis, são meras opiniões pessoais.
Besteira, a complexidade de uma música está no nível de atenção que ela exige, nada além disso. Isso é um fato, não é debatível. Você pode discutir com seus os fatores que retém ou dispensam a atenção, nisso entra a melodia, ritmo, efeitos sonoros, letra.
Parabéns, e você pode fazer um funk complexo, assim como qualquer outro genêro, embora não seja peculiar do genêro. Te garanto que nem você deve acompanhar os genêros realmente complexos, e dentro de um genêro, você pode fazer algo extremamente simples feito o "O Tempo Não Para" do Cazuza ou uma música do mesmo genêro e complexa feito Engenheiros do Hawaii. Pessoas inteligentes e burras podem se identificar com qualquer uma das duas músicas, nenhuma delas é realmente melhor que a outra porque está ouvindo isso ou aquilo, como mencionei anteriormente, isso é devaneio elitista.
Falácia. Eu não disse que apenas músicas mais complexas merecem ser apreciadas e sim que quem só consome música fácil não tem capacidade de apreciar uma música mais complexa.
Eu mesmo gosto muito de phonk e lofi, mas eu não me habituo a ouvir só isso, muito menos, o mais importante: isso não é parte da cultura popular brasileira.
Como o funk está em uma posição baixíssima na régua da complexidade musical e ele se tornou parte da música popular brasileira, ele joga o nível cultural da música brasileira para o fundo e emburrece a população.
Quem só ouvir música complexa, da mesma forma, não vai apreciar música simples. Porque ele tem o próprio gosto e somente isso. E se você se habituar a ouvir somente lo-fi e phonk, qual o problema? Além de ser o de não apreciar outros trabalhos, você fala como se fosse perder pontos de inteligência, o que não é real.
Como o funk está em uma posição baixíssima na régua da complexidade musical e ele se tornou parte da música popular brasileira, ele joga o nível cultural da música brasileira para o fundo e emburrece a população.
Nenhum país de primeiro mundo garante louros porque sua música é considerada complexa e isso aumenta a inteligência da população, como falei anteriormente, não existem indicios, nem estudos, somente sua opinião de que o Funk emburrece a população.
A discussão é sobre se músicas como o Funk emburrecem o sujeito.
O fato das pessoas se habituarem a músicas fáceis como o Funk significa que elas não vão conseguir ouvir músicas mais complexas.
As pessoas que não ouvem essas músicas mais complexas obviamente não vão procurar músicas assim.
Você não consegue provar que músicas como Funk emburrece o sujeito e nem que o contrário aumenta inteligência. O fato de uma pessoa habituada ao funk não conseguir ouvir outra coisa é outra opinião pessoal, ela pode ouvir outra coisa, o que ocorre é ela ter uma preferência pelo funk.
A maioria das músicas, se não todas as músicas cujo o autor tinha como o objetivo transmitir uma ideia que pode enriquecer um ser humano tem algum grau de complexidade.
Quase ninguém ouve música pra se enriquecer como pessoa, isso é devaneio seu. Inclusive deve ser um dos menores motivos, se for entrar em mérito de pesquisa. As pessoas ouvem música por várias razões, que incluem a regulação emocional, a socialização, a expressão de identidade, e até mesmo por motivos de distração e prazer estético. A música tem um impacto profundo no cérebro e no bem-estar psicológico, sendo usada para melhorar o humor, aliviar o estresse, e até mesmo para criar um senso de comunidade.
Um estudo publicado na Psychology of Music (2013) identificou que um dos principais motivos para ouvir música é a regulação emocional, ou seja, as pessoas usam a música para mudar, manter ou intensificar seus estados emocionais.
A música ativa centros de prazer no cérebro, como o núcleo accumbens, que são também ativados por outros tipos de recompensas, como comida e sexo. Isso foi demonstrado em um estudo de neuroimagem publicado na Nature Neuroscience.
essas pessoas nunca vão chegar nessas músicas que realmente são de gente usando música como uma forma de arte para transmitir algo de bom.
Você não é ninguém para definir o que é música de gente. E pra quem citou Turma do pagode como exemplo de "música boa", acho que você não está em nenhuma posição, realmente, pode soar contraditório depois de tudo que eu falei, mas não é, você fala tanto de complexidade musical e deu um exemplo "mid", onde não é possivel se enriquecer e tampouco aumenta qualquer nível de inteligência com isso.
Enzo médio não conseguir consumir sem um TikTok.
TikTok é recente, e as músicas que viralizam lá, maioria é americana. Funk é bem anterior ao TikTok, e quando ele realmente estava explodindo no Brasil, essa rede nem era tão popular.