Distrito da luz vermelha - País do Demônio

O Distrito da Luz Vermelha é a maior cidade do misterioso País do Demônio, conhecida por sua atmosfera carregada de misticismo e um intenso contraste entre o espiritual e o mundano. Durante o dia, o local parece ser um centro espiritual, repleto de templos majestosos dedicados a diversas divindades e crenças locais. Monges e sacerdotes, vestidos em trajes tradicionais, conduzem rituais que atraem tanto os devotos quanto curiosos vindos de terras distantes.

À medida que o sol se põe, porém, o distrito revela seu verdadeiro caráter: a cidade se transforma em um vibrante e caótico centro de entretenimento noturno. As ruas, antes silenciosas, agora são preenchidas por um comércio frenético. Estabelecimentos de jogos, tavernas e casas de prazer florescem, e as vielas se enchem de luzes e sons que envolvem qualquer um que ouse se aventurar por elas.

O distrito é governado por Lucilfer, um homem de presença imponente e aura enigmática, cujo passado e verdadeiras intenções são um mistério. Suas decisões são respeitadas e temidas por todos, e sua figura é central no equilíbrio entre a devoção religiosa e a luxúria que domina a cidade.

Três anos haviam se passado desde o fatídico dia em que Owari abandonou Sunagakure, e a dor da escolha que fez ainda pesava em seu coração. Um ano e oito meses desde que seus filhos vieram ao mundo, um momento que deveria ter sido de pura alegria, mas que foi marcado por uma perda irreparável. Enquanto caminhava pelas ruas do Distrito da Luz Vermelha, Owari sentia o peso de cada passo, seu olhar perdido em pensamentos profundos. Sua mão passava instintivamente sobre a tatuagem em seu antebraço, onde estava gravado o nome Kay, em homenagem à sua filha falecida.

O nome, uma marca permanente de sua dor, era o único memorial que ele podia oferecer. Owari, sempre visto como frio e calculista, escondia essa cicatriz profunda dentro de si. Mesmo três anos depois, ele ainda acordava às vezes no meio da noite com os gritos de Mai ecoando em sua mente, o som da vida de sua filha escapando e Hellsing sussurrando suas verdades sombrias.

Enquanto ele caminhava, as ruas do distrito, sempre movimentadas e cheias de segredos obscuros, não ofereciam consolo. Cada canto lhe lembrava das escolhas que fez e dos caminhos que tomou. Em casa, Yuno, seu filho, estava sob os cuidados de uma velha senhora, uma babá a quem ele devia a vida. Ele a havia salvado em uma missão, e em troca, ela cuidava de Yuno como se fosse seu próprio neto. Owari confiava nela mais do que em qualquer outro, sabendo que seu filho estava seguro em suas mãos enquanto ele lidava com os assuntos que o afligiam.

O pensamento de Yuno o fez parar por um momento. Ele suspirou profundamente, sentindo o peso em seu peito aumentar. Cada dia que passava, ele via mais de si mesmo no garoto. O olhar sério, a determinação em seus olhos, mesmo tão jovem, trazia lembranças que Owari preferia enterrar. Mas o que o preocupava mais era a sombra de Hellsing, sempre presente, espreitando, esperando o momento de se manifestar no corpo de Yuno.

No entanto, havia outra coisa que o inquietava mais naquele dia. Ele estava a caminho do escritório de Lucilfer, carregando uma informação que o deixava dividido. Após longas buscas, ele finalmente havia encontrado notícias de Mai, sua antiga companheira e mãe de seus filhos. Depois do parto, Mai se quebrou, a perda de Kay a jogando em um abismo do qual ela nunca conseguiu se recuperar. Owari tinha feito o possível para apoiá-la, mas a dor a consumiu de uma forma que ele não podia alcançar. Ela havia desaparecido pouco depois, sumindo sem deixar rastros.

Agora, com essas novas informações, Owari sabia que devia a Mai, ao menos, uma última chance. Uma oportunidade de salvá-la ou, no mínimo, de dar a Yuno a oportunidade de ver sua mãe uma última vez antes que o destino os separasse para sempre. Mas ele também sabia que, com Lucilfer envolvido, essa tentativa não seria fácil, e muito menos sem custo.

Chegando ao escritório de Lucilfer, Owari sentiu um frio na espinha, um pressentimento que algo grande estava para acontecer. Lucilfer sempre teve suas próprias agendas e motivos ocultos, e Owari sabia que ele teria que negociar com cuidado. Ele entrou no escritório, a aura de poder de Lucilfer presente em cada detalhe da sala.

Owari parou diante dele, seu semblante sério, determinado, mas com a tristeza ainda pesando em seu olhar.

Como Owari vai proceder?

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Owari seguiu Gin pelas ruas estreitas do Distrito da Luz Vermelha, um lugar que exalava decadência e prazer em cada esquina. Prédios com luzes chamativas iluminavam o caminho, e o perfume doce e enjoativo das flores misturado ao aroma de sake preenchia o ar. Por todos os lados, mulheres de olhares sedutores e sorrisos calculados atraíam aqueles que buscavam algo mais. Owari manteve sua atenção em Gin, que caminhava sem hesitação em direção a um edifício de fachada extravagante, onde uma música abafada ecoava entre as paredes.

Quando entraram, Owari viu o espaço revelando uma cena de decadência luxuosa. Cortinas vermelhas e douradas, mesas com jogadores e apostas elevadas, e figuras de aparência suspeita rindo alto e bebendo sem restrições. Gin, sem perder o foco, caminhou em direção ao balcão, ignorando os olhares desconfiados e as conversas que cessaram ao verem dois homens armados entrarem. Sem rodeios, ele se dirigiu ao segurança mais próximo.


"Estamos aqui para ver o Gatuno."

O segurança, com uma postura rígida e um olhar atento, avaliou Gin e Owari por um momento antes de gesticular na direção de uma mesa no fundo do salão. Lá, um homem idoso, vestido em roupas elegantes, desfrutava de uma refeição, alheio ao movimento ao seu redor. Suas mãos enrugadas moviam-se devagar enquanto levava o copo de sake à boca, e seu olhar cansado, mas atento, observava a sala.

Gin e Owari atravessaram o salão até a mesa, onde o velho, conhecido como o "Gatuno", ergueu os olhos com uma expressão de leve surpresa ao ver Gin, mas logo abriu um sorriso calculado.


"Ora, Gin, rapaz, quanto tempo!"  o Gatuno saudou, sua voz grave e arrastada, carregada de um charme astuto.  "Sinto que você não veio aqui apenas para uma visita casual. Quem é o seu amigo?"

Owari manteve-se em silêncio, permitindo que Gin liderasse a conversa.

"Gatuno, estamos em busca de informações," Gin respondeu, cortando direto ao ponto. "Ouvi dizer que você sabe sobre tudo que acontece aqui, e, se houver alguém que conhece a entrada de um esquadrão ANBU no País do Demônio, esse alguém é você."

O velho Gatuno soltou uma risada baixa, entre um gole de sake e um pedaço de peixe, antes de erguer os olhos astutos para os dois.

"Ah, eu sei de muita coisa, Gin. A questão é: qual é o preço que estão dispostos a pagar por essas informações?"

Como Owari vai agir?

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Owari manteve seu olhar firme e inexpressivo enquanto Gatuno considerava a resposta.

"Quanto quer?" Owari perguntou em tom direto, sem rodeios, a voz carregada de uma frieza que sugeria mais do que uma simples negociação.

Gatuno ergueu as sobrancelhas, claramente entendendo o peso por trás das palavras de Owari, mas manteve-se inabalável. Seu sorriso fino e astuto retornou, e ele balançou a cabeça levemente, como se reprovasse a abordagem.


"Ora, ora, não se esqueçam de que eu e a Genei Ryodan, temos um acordo," ele respondeu calmamente, seu olhar malicioso fixo em Owari. "Não é a primeira vez que vocês vêm a mim, e eu certamente não serei intimidado em minha própria casa."

Gin, que até então havia mantido um sorriso sutil, inclinou-se para frente, sua expressão mudando para uma de aparente curiosidade.

"Então o que você quer, Gatuno?" Gin perguntou em um tom quase casual.

O velho mafioso soltou uma risada baixa, saboreando a tensão no ar, antes de responder:

"Quero um favor." Ele fitou Gin e Owari, e a malícia em seus olhos se intensificou. "Nada de dinheiro ou trocas de informação comuns. Quero que me fiquem devendo. Um favor, apenas um, e quando chegar a hora, chamarei por vocês. Não haverá desculpas, nem atrasos. Vocês virão e farão o que for preciso, sem perguntas."

Gin lançou um olhar rápido a Owari, com um brilho de diversão em seus olhos, como se apreciasse a audácia de Gatuno.

"Parece justo. Oque acha Owari?" Gin disse, aceitando o acordo com um sorriso sagaz.

Como Owari vai proceder?

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Owari estreitou os olhos, seu semblante duro como pedra, e respondeu com uma voz baixa e desprovida de emoção, quase cortante:

"Está bem. Você terá seu favor quando a hora chegar, mas somente um."

Gatuno apenas sorriu, inclinado para frente com o olhar penetrante de um velho lobo que acabara de conseguir o que queria. Com um aceno lento e satisfeito, ele bateu de leve a ponta dos dedos sobre a mesa.


"Muito bem, muito bem... gosto de saber que estamos em sintonia," disse Gatuno, recostando-se e finalmente revelando o que sabia. "Há algo que pode lhes interessar. Um dos meus informantes notou uma atividade suspeita próxima à Vila Demonzufōji. Parece que há algum tempo um grupo de figuras encapuzadas foi visto circulando a vila. Ninguém os reconhece, e foram discretos. A Vila Demonzufōji, como vocês sabem, é onde residem alguns dos ferreiros mais habilidosos do mundo. Se alguém quisesse obter um novo arsenal ou mesmo algo raro, é para lá que iria."

Owari absorveu as palavras com atenção. Os ferreiros da Vila Demonzufōji eram conhecidos pela criação de armamentos lendários, e ele sabia que qualquer movimento na região não era casual.


"Isso pode ser um ponto de infiltração," Gin murmurou, refletindo. "Talvez estejam tentando se armar para algo maior ou conseguir informações de algo especifico."

Gin, fixando novamente seu olhar frio em Gatuno.

"Iremos até lá. E que esta informação, Gatuno, seja digna do favor que está pedindo."

O mafioso apenas riu, dando de ombros como quem já tinha o destino dos dois nas mãos, enquanto observava Owari e Gin saírem do salão em direção ao próximo passo de sua missão.

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