Casa Owari Epilogo - Owari e Mai: O inicio...
Owari estava sentado à mesa, observando Mai enquanto ela falava com uma emoção que ele raramente via em seus olhos. Sua expressão, geralmente calma e controlada, agora estava tomada por uma mistura de surpresa e felicidade. Quando ela revelou a notícia de que estava grávida, o silêncio no ambiente se tornou quase palpável.
Mai respirava fundo, tentando manter a calma, mas seus olhos brilhavam de alegria contida. "
Eu não sabia por que estava me sentindo tão estranha", disse ela com um leve sorriso, "
então fui ao centro médico para checar... e foi quando descobri."
Owari a ouviu em silêncio, seus pensamentos caóticos enquanto processava o que significava aquela revelação. Ele, que sempre viveu nas sombras, movido por missões e violência, finalmente encontrou um lugar para chamar de seu. E agora, sua vida estava prestes a mudar de uma maneira que ele jamais poderia ter imaginado.
Ele suspirou profundamente, seus olhos se voltando para a mesa diante dele. Era difícil entender a tempestade de emoções que agitava dentro de si. Havia alegria — a ideia de criar uma nova vida ao lado de Mai, de proteger algo além das batalhas e dos conflitos. Mas também havia medo. Owari sabia melhor do que ninguém como o mundo em que viviam era cruel e incerto.
"
Eu..." ele começou, mas as palavras falharam momentaneamente. Seu olhar se voltou para Mai, e ele estendeu a mão para segurar a dela. "
Eu não sei o que dizer. Nunca pensei que algo assim fosse acontecer comigo. Com a gente."
Mai apertou a mão dele, sorrindo suavemente. "
Eu também não esperava, mas agora que sabemos... bom, temos que pensar no que faremos a partir daqui."
Owari respirou fundo mais uma vez, sentindo o peso da responsabilidade que agora pairava sobre seus ombros. Mas, ao olhar para Mai, sentiu um calor que não experimentava há anos. Era como se finalmente tivesse encontrado o seu lugar no mundo. Tudo o que importava agora era ela, o futuro que eles poderiam construir juntos e a vida que crescia dentro dela.
"
Eu... eu estou com você, Mai," disse ele, sua voz agora firme, apesar do tumulto interior. "
Não importa o que aconteça, vamos enfrentar isso juntos."
Mai sorriu, seus olhos se enchendo de lágrimas de felicidade enquanto apertava a mão dele. "
Eu sei que podemos. Com você ao meu lado, eu não tenho medo."
Owari sorriu de volta, sentindo uma calma rara tomar conta dele. Por mais que o futuro fosse incerto e o mundo ao seu redor fosse um lugar perigoso, pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu que havia algo de verdadeiramente precioso pelo qual lutar.
9 Meses depois...
Owari estava de joelhos ao lado da cama, o suor escorrendo pelo rosto enquanto apertava a mão de Mai. Seus olhos estavam fixos no rosto contorcido dela, cada grito ecoando em sua mente como facadas. O quarto estava abafado, o ar pesado com tensão e medo. A equipe médica corria de um lado para o outro, seus rostos espelhando a seriedade da situação. Owari nunca havia se sentido tão impotente em sua vida.
De repente, um choro suave preencheu o ar. A primeira criança,
uma menina, havia nascido. Por um breve momento, um raio de esperança brilhou nos olhos de Owari. Ele segurou a pequena nos braços, sentindo a fragilidade daquele corpo recém-nascido. Mas, ao olhar mais de perto, seu coração começou a apertar. Algo estava errado. O brilho de vida que deveria estar presente nos olhos da criança parecia esvanecer com cada segundo que passava.
Desespero tomou conta de Owari. Ele chamou por ajuda, mas os médicos estavam divididos. Mai continuava lutando, gritando de dor enquanto o segundo bebê se preparava para vir ao mundo. A equipe médica fez o que pôde, mas a vida da menina parecia escapar de suas mãos como areia ao vento. Owari sentia como se o mundo estivesse desmoronando ao seu redor.
Finalmente, após um esforço excruciante, o segundo bebê nasceu.
Um menino. Owari olhou para ele com a mesma esperança, mas, assim como com sua irmã, a vitalidade parecia escapar daquele pequeno corpo. Owari segurava o filho nos braços, o pavor crescendo dentro de si enquanto via o mesmo destino cruel se repetir. Ele estava à beira de perder tudo.
E então, como um sussurro no fundo de sua mente, Hellsing se manifestou. Pela primeira vez,
não houve zombaria,
não houve ironia. Apenas uma voz fria e implacável.
"As crianças vão morrer," disse Hellsing, sua voz reverberando na mente de Owari. "Este é o curso natural dos seus destinos. Mas eu posso salvar uma delas. Apenas uma."
Owari sentiu o chão desaparecer sob seus pés. A escolha era insuportável. Ele implorou, com lágrimas nos olhos, para que Hellsing salvasse ambas as crianças. Mas a entidade foi clara.
"Até eu tenho meus limites," disse Hellsing. "Você pode escolher. Mas lembre-se... salvar uma dessas vidas terá um preço. A criança que eu salvar será meu novo receptáculo quando atingir a maturidade. E quando esse momento chegar, você morrerá."
Owari, desesperado e sem tempo para ponderar, não conseguia pensar em si mesmo. Tudo o que importava naquele momento era salvar ao menos uma de suas crianças. Ele gritou para Hellsing, aceitando o acordo sem hesitar. Mas antes que pudesse escolher, Hellsing tomou a decisão por ele.
A onda de energia negra varreu o quarto, envolvendo o menino. Owari observou, horrorizado e aliviado ao mesmo tempo, enquanto o corpo do bebê era revitalizado. O menino, que há poucos segundos estava à beira da morte, começou a chorar, o som de sua vida recém-restaurada ecoando pela sala.
Mas a alegria durou pouco. Mai, ainda deitada na cama, apertava a menina morta contra o peito, soluçando descontroladamente. Lágrimas corriam por seu rosto enquanto a dor a consumia. A visão de sua filha, tão pequena e frágil, sem vida, era algo que ela jamais poderia esquecer. Owari sentia cada lágrima como uma facada em sua alma. Ele queria consolá-la, queria dizer algo que fizesse a dor ir embora, mas não havia palavras. O vazio era avassalador.
Lágrimas caíam silenciosamente dos olhos de Owari enquanto ele segurava seu filho nos braços. A alegria de ter uma vida salva era ofuscada pela tragédia que se desenrolava diante dele. Ele havia perdido sua filha, e, pior ainda, sabia que o filho que restava estava destinado a ser o próximo hospedeiro de Hellsing. O preço da vida era sua própria morte futura.
"Tudo o que é dado," sussurrou Hellsing em sua mente, com frieza, "tem que ser cobrado."
Owari fechou os olhos, o peso da decisão o esmagando. Ele havia salvo seu filho, mas o custo daquela escolha o perseguiria pelo resto de sua vida. E, embora ele ainda tivesse Mai e seu filho, o vazio deixado pela perda de sua filha seria uma cicatriz que ele carregaria para sempre.
Naquele momento, ele soube que nunca mais seria o mesmo.
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