A Geração Z é Mais Insegura que as Anteriores?

Morghul escreveu:

Shinobinokami escreveu:

Voltemos mais uma geração, quando não havia sequer escolas ou hospitais. Eu tenho uma única tia-avó alfabetizada, isso só ocorreu porque quando ela era criança trabalhava na cidade (área urbana) para uma família rica que acabou por gostar muito dela. Minha avó e todas as minhas tia-avós foram empregadas domésticas quando eram pequena, isso quando não estavam trabalhando na roça.  

Assim era a vida nas gerações anteriores, as pessoas começavam a trabalhar cedo (crianças) e trabalhavam pesado, sem qualquer expectativa de ascenção social, enquanto viviam em péssimas condições de vida. Se tu acha que a vida atual de ficar vendo video no TikTok no ar-condicionado é mais dificil do que isso, você está completamente maluco.

Minha mãe conta que na sua infância a casa dela era cheia de goteiras e a mãe dela e o pai ralavam muito para poder alimentar os filhos. Mas ela também me disse que o avô dela (meu bisavô) um dia, simplesmente invadiu um terreno abandonado e se apossou dele. Todos os meus parentes e minha família vivem nele até hoje. Fazer algo assim atualmente é impensável. Na adolescência ela conheceu meu pai quando ele tinha carro, depois do casamento ele teve que vender.

A geração Z vive mais confortável, é verdade. Mas me parece que esses bens de grande valor como imóveis e carros já foram beeeem mais acessíveis do que são hoje.

Não, não é. Eu moro perto de uma área que foi um canavial e hoje é abandonada, está em disputa judicial há décadas. Há alguns anos simplesmente começaram a invadí-la e loteá-la, inclusive com pessoas invadindo, cercando e vendendo lotes. Hoje é um bairro, tem até linha de ônibus. O que ocorre é que ninguém aqui faria isso pelo mesmo motivo que meu pai, a quem ofereceram lotes, não entrou no esquema: a gente tem conhecimento.

Todo mundo aqui sabe que é arriscado fazer algo assim, ninguém vai gastar dinheiro construindo uma casa que pode ser tomada a qualquer momento, ninguém exceto as pessoas que não sabem disso. Da mesma forma, meu primo que ganha um salário minimo tem um carro. Nenhum dos meus amigos que ganham muito mais do que ele tem carro. Por que? Porque ele financiou esse carro em umas 100 parcelas e pode perder o emprego a qualquer momento, inclusive isso já aconteceu. O que ele fez? Simplesmente deixou de pagar as parcelas.

Muito provavelmente os pais ensinaram a eles, ou eles mesmo aprenderam, que é péssimo ter qualquer tipo de divida. 

Se você se formasse numa faculdade ou mesmo num cursinho tecnólogo, você era foda, já garantia o sustento pelo resto da vida.
Hoje em dia sabemos como é, estão exigindo bacharel para receber pouco mais que salário mínimo.

Seus amigos que recebem mais de 10k desde o início de carreira, devem ser cheios de contatos, não são a realidade da maioria, com certeza.

Bem, nós aparentemente vivemos em realidades muito diferentes. Eu não conheço nenhum bacharel, formado em um curso sério obviamente, que ganha pouco mais de um salário mínimo, nem alguém formado em um bom curso técnico.

Nenhum dos meus amigos tem contatos na área, a gente é formado no curso técnico em mecânica industrial e moramos na região da bacia petrolifera, todos eles trabalham para empresas multinacionais de petróleo, ganham mais porque tem direito a adicionais e participação nos lucros, as empresas abrem processos seletivos periodicamente eles entraram através da instituição em que a gente estudou (Instituto Federal). 

Obviamente não é a realidade da maioria das pessoas, não é a realidade nem sequer entre as pessoas que estudaram comigo, eu estou falando do meu grupo pessoal de amigos (obviamente nerds) de uma turma de uns 40 alunos. A questão é, você acredita que uma ou duas gerações atrás seria possível garotos pobres, mas inteligentes, se tornarem petroleiros de multinacionais sem dificuldades? Com bolsa, transporte gratuito, etc. 

Por isso eu estou dizendo que essa história de que a geração Z enfrenta mais dificuldades que as gerações anteriores para ascender socialmente do @Jony é completamente absurda. Eu espero ser mais bem sucedido financeiramente do que os meus pais, mas se não for, obviamente não é porque na verdade a minha vida de procastinandor é mais dificil do que a vida que eles levaram de que ter que trabalhar desde a adolescência.

@ShinobinoKami


Quando eu disse que um operário de fábrica conseguia sustentar uma família de 3 filhos sozinho nos anos 80, eu estava me referindo ao meu avô materno. Nasceu em 59, teve o primeiro filho aos 24 anos, três em sequência de anos. Os mesmos amigos dele, da mesma industria/fábrica, do Vale do Aço, sustentavam suas famílias plenissimos.

Realmente começavam a trabalhar mais cedo, provavelmente porque era algo cultural. Minha vó foi contratada para trabalhar em um hospital aos 13 anos, sem curso nenhum, como enfermeira, em 1966, com poucos meses já tinha o salário de uma enfermeira!!! Não continuou no hospital, pois se apaixonou e fugiu com meu avô. Esse avô era um mero vendedor ambulante, mas daqueles que vendem enxovais por picapes. Este é meu avô paterno. Sabe qual a condição financeira que ele conseguiria prover para essa minha vó e sua família de 4 filhos e ainda criando 2 sobrinhos? Uma casa de dois andares, em um lote enorme, vários quartos, cômodos, dois carros, filhos estudando em escolas particulares. Tendo somente sua garagem como depósito de mercadorias para ele e outros dois vendedores que vendiam para ele sobre comissão, mais como uma parceria... Também tem um amigo que começou vendendo picolé, hoje um magnata do ramo imobiliário do Vale do Aço.

Realmente teve um período que a moeda estava desvalorizada, mas não durou tanto.

Meu avô paterno nasceu em 1940, sendo o caçula da família. Todos os seus irmãos já sabiam ler, havia uma escola onde viviam na roça. Haviam sim escolas, realmente distantes, mas haviam. Quem quisesse aprender a ler, mesmo naquela época, conseguia.
Conseguir lotes e casa própria era imensamente mais fácil. Trocavam lotes enormes de até 600m² por carros e vícios.

Caralho filho, ou eu estou REALMENTE COMPLETAMENTE ALIENADO E SÓ LI E RECEBI MENTIRAS, ou você conheceu pessoas que realmente tinham extrema dificuldade na época. Pois por tudo que eu pesquisei, sempre li informações de que a geração Boomer teve tudo de mão beijada, tudo, simplesmente tudo era mais fácil, em todos os aspectos.

Só quero dizer mais uma coisa: 90 DA POPULAÇÃO BRASILEIRA RECEBE MENOS DE 3 MIL POR MÊS.

- Não é todo mundo que consegue vaga no Senai na adolescência.
- Não é todo mundo que os pais tem condições de pagar cursos profissionalizantes na adolescência, muito menos faculdade ao terminar o ensino médio.

Muitas pessoas se quiserem uma carreira melhor, tem que trabalhar de CLT no comércio ou fábrica/industrial (esse para homens, e é muito pior que o comércio), enfrentar transporte público, para as poucas horas de tempo livre que sobra dedicar a algum curso profissionalizante. Tem pessoas com rotinas de 16 horas entre trabalho+curso+transporte público, chegam em casa só pra comer, cagar e então dormir só 7 horas e muitas vezes APENAS 4 (o que conseguir).

Concursos públicos e vários outros extremamente disputados, tendo que estudar pra caramba concorrendo com que tem o dia inteiro livre. Hoje em dia tem que estudar pra caralho por meses, as vezes anos, horas por dia. 30 anos atrás em 1994 uma adolescente só precisou concluir o ensino médio, sem estudar 1 minuto sequer a mais além da escola, passou em um concurso que oferece um cargo do mesmo nível.

E essa a facilidade em progredir na vida que você pensa que todos os brasileiros hoje em dia tem? Acha que é atoa que desde 2000 cresce de forma acelerada o número de adultos que vivem com os pais, você realmente crê que a queda do poder de compra não diminui nem um pouco?

As dificuldades dessa geração são imensas e muitas pessoas estão estudando, estão progredindo, encarando esses desafios.

Última edição por Jony em Dom 27 Out 2024, 02:43, editado 1 vez(es)

Fato: Hoje é mais fácil de estudar, mas também é exigido mais estudo (o que significa mais trabalho para completar esse estudo)

Jony escreveu:

Vou responder o comentário do ShinobinoKami mais tarde. E rapaz, ou o RJ é muito merda, ou as vivências das pessoas da época que conhecemos são totalmente diferentes.E ainda me pareceu completamente maluco usar seus amigos como base, quando se existem diversos e diversos exemplos de pessoas que terminam faculdades e não conseguem emprego.

Estou usando eles para exemplificar meu ponto.

Obviamente, o governo federal e o governo estadual não criaram os auxilios estudantis para os meus amigos, nem o municipio o transporte gratuito. Além disso, se essas políticas não trouxessem retorno, não continuariam existindo.

Eu me formei em eletrotécnica. Na primeira semana de aula haviam 40 alunos na sala, apenas 5 de toda a turma conseguiram a graduação ao longo dos 4 módulos, 2 anos de curso. Sabe qual é a taxa de aprovação? Inferior a 10%.

Não entendi seu ponto aqui. 

Não são todos que terminam um curso que saem com emprego garantido. Se a pessoa não conseguir vaga no Senai e a família não tiver condição de pagar curso, a pessoa tem que encarar curso/faculdade+ CLT 6x1.

Existem várias instituições de ensino públicas que oferecem cursos técnicos. Eu mesmo me formei em uma que existe em todo o território nacional.

Quando eu disse que um operário de fábrica conseguia sustentar uma família de 3 filhos sozinho nos anos 80, eu estava me referindo ao meu avô materno. Nasceu em 59, teve o primeiro filho aos 24 anos, três em sequência de anos. Os mesmos amigos dele, da mesma industria/fábrica, do Vale do Aço, sustentavam suas famílias plenissimos.

Realmente começavam a trabalhar mais cedo, provavelmente porque era algo cultural. Minha vó foi contratada para trabalhar em um hospital aos 13 anos, sem curso nenhum, como enfermeira, em 1966, com poucos meses já tinha o salário de uma enfermeira!!! Não continuou no hospital, pois se apaixonou e fugiu com meu avô. Esse avô era um mero vendedor ambulante, mas daqueles que vendem enxovais por picapes. Este é meu avô paterno. Sabe qual a condição financeira que ele conseguiria prover para essa minha vó e sua família de 4 filhos e ainda criando 2 sobrinhos? Uma casa de dois andares, em um lote enorme, vários quartos, cômodos, dois carros, filhos estudando em escolas particulares. Tendo somente sua garagem como depósito de mercadorias para ele e outros dois vendedores que vendiam para ele sobre comissão, mais como uma parceria... Também tem um amigo que começou vendendo picolé, hoje um magnata do ramo imobiliário do Vale do Aço.

Basicamente você está dizendo que veio de uma família de classe média enquanto a maioria absoluta desse país era extremamente pobre, e isso não é uma opiniõa minha, é um dado, em 1940 quase 80% da população vivia na área rural e vivia da agricultura de subsistência. 

Enquanto seus avós viviam em uma casa de dois andares, em um lote enorme, vários quartos, cômodos, dois carros, filhos estudando em escolas particulares, meus avós eram agricultores analfabetos em uma casa de sapê como a maioria do país. 

Realmente teve um pedido que a moeda estava desvalorizada, mas não durou tanto.

Durou mais de 10 anos... e mesmo que fosse um tempo curto, você por acaso já experimentou algo próximo disso? 

Meu avô paterno nasceu em 1940, sendo o caçula da família. Todos os seus irmãos já sabiam ler, havia uma escola onde viviam na roça. Haviam sim escolas, realmente distantes, mas haviam. Quem quisesse aprender a ler, mesmo naquela época, conseguia.

Não, não conseguia. Em 1940 56% da população brasileira era analfabeta.


Observação: isso não inclui os analfabetos funcionais, dentro desses 44 de alfabetizados a maioria só sabia ler e escrever o próprio nome. Nessa época haviam poucas escolas e era necessário pagar para estudar (não havia mensalidade, mas era necessário comprar o uniforme da escola, que era caro), o ensino primário gratuito só foi instituido na constituição de 1946.

Conseguir lotes e casa própria era imensamente mais fácil. Trocavam lotes enormes de até 600m² por carros e vícios.

Menos de 30% do país era urbanizado nessa época. 

Caralho filho, ou eu estou REALMENTE COMPLETAMENTE ALIENADO E SÓ LI E RECEBI MENTIRAS, ou você conheceu pessoas que realmente tinham extrema dificuldade na época. Pois por tudo que eu pesquisei, sempre li informações de que a geração Boomer teve tudo de mão beijada, tudo, simplesmente tudo era mais fácil, em todos os aspectos.

Cara, a geração Boomer teve tudo de mão beijada nos Estados Unidos da América, que nessa época foi a nação mais rica da história da humanidade, nós estamos no Brasil, você está falando da geração do país errado, o Braisl nessa época nós eramos uma das nações mais pobres do mundo, com um IDH extremamente baixo e uma epidemia de cólera e malária.  

Só quero dizer mais uma coisa: 90 DA POPULAÇÃO BRASILEIRA RECEBE MENOS DE 3 MIL POR MÊS.

E a geração Z é 10% da população. 

Você só pode está de brincadeira se acha que esses 90% recebem menos de R$3 mil por mês porque eles estudaram muito, mas não encontraram emprego. Essas pessoas Jony são pessoas pobres, filhas de pessoas mais pobres ainda que muito provavelmente abandonaram a escola para sustentar a casa. Elas não tiveram as oportunidades que os jovens da geração Z tem. 

- Não é todo mundo que consegue vaga no Senai na adolescência.
- Não é todo mundo que os pais tem condições de pagar cursos profissionalizantes na adolescência, muito menos faculdade ao terminar o ensino médio.

Muitas pessoas se quiserem uma carreira melhor, tem que trabalhar de CLT no comércio ou fábrica/industrial (esse para homens, e é muito pior que o comércio), enfrentar transporte público, para as poucas horas de tempo livre que sobra dedicar a algum curso profissionalizante. Tem pessoas com rotinas de 16 horas entre trabalho+curso+transporte público, chegam em casa só pra comer, cagar e então dormir só 7 horas e muitas vezes APENAS 4 (o que conseguir).

Me desculpe comentar, mas sua história não tá fechado. Deixe me ver se eu entendi direito, seus avós tinham dinheiro, eram de classe média e viviam bem, seus pais estudaram em escolas particulares, mas você tem dificuldade para arrumar uma vaga no Senai? E você acha que essa é a média do brasileiro?

Enquanto eu que tinha avós extremamente pobres, pais pobres que ascenderam socialmente graças a educação e hoje posso estudar sem me preocupar com meu sustento na verdade sou uma anomalia na sociedade brasileira?

Concursos públicos e vários outros extremamente disputados, tendo que estudar pra caramba concorrendo com que tem o dia inteiro livre.

São disputados pois esse não é mais um país completamente analfabeto. 

E essa a facilidade em progredir na vida que você pensa que todos os brasileiros hoje em dia tem? Acha que é atoa que desde 2000 cresce de forma acelerada o número de adultos que vivem com os pais, você realmente crê que a queda do poder de compra não diminui nem um pouco?

As dificuldades dessa geração são imensas, estão estudando, estão progredindo.

Cara, a geração Z estava nascendo em 2000, digamos que essa sua informação é verdadeira, o que ela tem a ver com a discussão?

ShinobinoKami escreveu:

Cara, a geração Z estava nascendo em 2000, digamos que essa sua informação é verdadeira, o que ela tem a ver com a discussão?

Respondendo apenas a esse último parágrafo, obviamente também me estava me referindo a geração Y.

Sobre o Senai, não estava falando sobre mim.

Talvez depois eu responda o resto.

ShinobinoKami escreveu:

Não, não é. Eu moro perto de uma área que foi um canavial e hoje é abandonada, está em disputa judicial há décadas. Há alguns anos simplesmente começaram a invadí-la e loteá-la, inclusive com pessoas invadindo, cercando e vendendo lotes. Hoje é um bairro, tem até linha de ônibus. O que ocorre é que ninguém aqui faria isso pelo mesmo motivo que meu pai, a quem ofereceram lotes, não entrou no esquema: a gente tem conhecimento.

Todo mundo aqui sabe que é arriscado fazer algo assim, ninguém vai gastar dinheiro construindo uma casa que pode ser tomada a qualquer momento, ninguém exceto as pessoas que não sabem disso. Da mesma forma, meu primo que ganha um salário minimo tem um carro. Nenhum dos meus amigos que ganham muito mais do que ele tem carro. Por que? Porque ele financiou esse carro em umas 100 parcelas e pode perder o emprego a qualquer momento, inclusive isso já aconteceu. O que ele fez? Simplesmente deixou de pagar as parcelas.

Muito provavelmente os pais ensinaram a eles, ou eles mesmo aprenderam, que é péssimo ter qualquer tipo de divida. 

Se está em disputa judicial, significa que nunca pertenceu a eles.

O terreno que meu bisavô tomou, é legalizado. Temos escritura, pagamos imposto, etc.

Bem, nós aparentemente vivemos em realidades muito diferentes. Eu não conheço nenhum bacharel, formado em um curso sério obviamente, que ganha pouco mais de um salário mínimo, nem alguém formado em um bom curso técnico.

Isso é nítido. Eu vivo na realidade que é real, a da maioria. Você deve viver nas terras encantadas. Há vários relatos Brasil afora de engenheiros/ubers, não são lendas.
Se você entrar no linkedn ou consultar qualquer convenção de sindicato, vai ver que os pisos salariais são risíveis.

Minha classe inclusive é a mais desvalorizada que existe. O piso de um analista contábil júnior na capital de São Paulo não passa de 3mil.

Nenhum dos meus amigos tem contatos na área, a gente é formado no curso técnico em mecânica industrial e moramos na região da bacia petrolifera, todos eles trabalham para empresas multinacionais de petróleo, ganham mais porque tem direito a adicionais e participação nos lucros, as empresas abrem processos seletivos periodicamente eles entraram através da instituição em que a gente estudou (Instituto Federal).

Sabe, é importante reconhecer certos privilégios.

Eu moro numa cidade considerada uma as mais seguras do RJ, é uma puta sorte. Não levo 01h30 perdendo tempo em trânsito para ir trabalhar, eu chego no meu trampo em 15 minutos com trânsito, e não levo riscos de levar tiros nas costas como a galera que passou pela Avenida Brasil essa semana. Só de pensar, já quero me m@tar.

Obviamente não é a realidade da maioria das pessoas, não é a realidade nem sequer entre as pessoas que estudaram comigo, eu estou falando do meu grupo pessoal de amigos (obviamente nerds) de uma turma de uns 40 alunos. A questão é, você acredita que uma ou duas gerações atrás seria possível garotos pobres, mas inteligentes, se tornarem petroleiros de multinacionais sem dificuldades? Com bolsa, transporte gratuito, etc. 

Pois é, seu exemplo não serve para essa discussão.

Para ser petroleiro de multinacional, para início de conversa, é preciso ter conhecimento de que isso existe. Morar próximo ou ter condições e recursos para se deslocar até o local.
A maioria se vê obrigado a se ferrar em escala 6x1 de comércio mesmo.

Por isso eu estou dizendo que essa história de que a geração Z enfrenta mais dificuldades que as gerações anteriores para ascender socialmente do @Jony é completamente absurda. Eu espero ser mais bem sucedido financeiramente do que os meus pais, mas se não for, obviamente não é porque na verdade a minha vida de procastinandor é mais dificil do que a vida que eles levaram de que ter que trabalhar desde a adolescência.

Não é absurda.

A geração Z tem mais recursos para viver mais ou menos bem, confortável, como eu tinha dito. Antigamente somente a classe média adiante tinha micro-ondas, TV, um computador, um diploma de universidade. Hoje é fácil ter acesso a essas coisas, pois o valor de mercado diminuiu e se tornaram coisas básicas. Bens valiosos e de longo prazo, não descartáveis como carros e imóveis, está ficando restrito a elite. E só observar o tanto de pessoas acima dos 30 que ainda moram com os pais, garanto que não é por amor a seus velhos.

Sobre o que é ascender socialmente para você, a gente precisa dar uma analisada, pois você parece viver num mundo invertido.

Morghul escreveu:

ShinobinoKami escreveu:

Não, não é. Eu moro perto de uma área que foi um canavial e hoje é abandonada, está em disputa judicial há décadas. Há alguns anos simplesmente começaram a invadí-la e loteá-la, inclusive com pessoas invadindo, cercando e vendendo lotes. Hoje é um bairro, tem até linha de ônibus. O que ocorre é que ninguém aqui faria isso pelo mesmo motivo que meu pai, a quem ofereceram lotes, não entrou no esquema: a gente tem conhecimento.

Todo mundo aqui sabe que é arriscado fazer algo assim, ninguém vai gastar dinheiro construindo uma casa que pode ser tomada a qualquer momento, ninguém exceto as pessoas que não sabem disso. Da mesma forma, meu primo que ganha um salário minimo tem um carro. Nenhum dos meus amigos que ganham muito mais do que ele tem carro. Por que? Porque ele financiou esse carro em umas 100 parcelas e pode perder o emprego a qualquer momento, inclusive isso já aconteceu. O que ele fez? Simplesmente deixou de pagar as parcelas.

Muito provavelmente os pais ensinaram a eles, ou eles mesmo aprenderam, que é péssimo ter qualquer tipo de divida. 

Se está em disputa judicial, significa que nunca pertenceu a eles.

O terreno que meu bisavô tomou, é legalizado. Temos escritura, pagamos imposto, etc.

Bem, nós aparentemente vivemos em realidades muito diferentes. Eu não conheço nenhum bacharel, formado em um curso sério obviamente, que ganha pouco mais de um salário mínimo, nem alguém formado em um bom curso técnico.

Isso é nítido. Eu vivo na realidade que é real, a da maioria. Você deve viver nas terras encantadas. Há vários relatos Brasil afora de engenheiros/ubers, não são lendas.
Se você entrar no linkedn ou consultar qualquer convenção de sindicato, vai ver que os pisos salariais são risíveis.

Minha classe inclusive é a mais desvalorizada que existe. O piso de um analista contábil júnior na capital de São Paulo não passa de 3mil.

Nenhum dos meus amigos tem contatos na área, a gente é formado no curso técnico em mecânica industrial e moramos na região da bacia petrolifera, todos eles trabalham para empresas multinacionais de petróleo, ganham mais porque tem direito a adicionais e participação nos lucros, as empresas abrem processos seletivos periodicamente eles entraram através da instituição em que a gente estudou (Instituto Federal).

Sabe, é importante reconhecer certos privilégios.

Eu moro numa cidade considerada uma as mais seguras do RJ, é uma puta sorte. Não levo 01h30 perdendo tempo em trânsito para ir trabalhar, eu chego no meu trampo em 15 minutos com trânsito, e não levo riscos de levar tiros nas costas como a galera que passou pela Avenida Brasil essa semana. Só de pensar, já quero me m@tar.

Obviamente não é a realidade da maioria das pessoas, não é a realidade nem sequer entre as pessoas que estudaram comigo, eu estou falando do meu grupo pessoal de amigos (obviamente nerds) de uma turma de uns 40 alunos. A questão é, você acredita que uma ou duas gerações atrás seria possível garotos pobres, mas inteligentes, se tornarem petroleiros de multinacionais sem dificuldades? Com bolsa, transporte gratuito, etc. 

Pois é, seu exemplo não serve para essa discussão.

Para ser petroleiro de multinacional, para início de conversa, é preciso ter conhecimento de que isso existe. Morar próximo ou ter condições e recursos para se deslocar até o local.
A maioria se vê obrigado a se ferrar em escala 6x1 de comércio mesmo.

Por isso eu estou dizendo que essa história de que a geração Z enfrenta mais dificuldades que as gerações anteriores para ascender socialmente do @Jony é completamente absurda. Eu espero ser mais bem sucedido financeiramente do que os meus pais, mas se não for, obviamente não é porque na verdade a minha vida de procastinandor é mais dificil do que a vida que eles levaram de que ter que trabalhar desde a adolescência.

Não é absurda.

A geração Z tem mais recursos para viver mais ou menos bem, confortável, como eu tinha dito. Antigamente somente a classe média adiante tinha micro-ondas, TV, um computador, um diploma de universidade. Hoje é fácil ter acesso a essas coisas, pois o valor de mercado diminuiu e se tornaram coisas básicas. Bens valiosos e de longo prazo, não descartáveis como carros e imóveis, está ficando restrito a elite. E só observar o tanto de pessoas acima dos 30 que ainda moram com os pais, garanto que não é por amor a seus velhos.

Sobre o que é ascender socialmente para você, a gente precisa dar uma analisada, pois você parece viver num mundo invertido.

Eu que passei do lado da avenida Brasil essa semana tendo que ir para um emprego que não paga nem um salário mínimo

Jony escreveu:

Sobre o Senai, não estava falando sobre mim.

Tá, tanto faz. Você acha que alguém que veio de uma família que na década de 40 era de classe média hoje teria dificuldade de entrar no Senai? Qual foi o ponto desse seu argumento? 

Morghul escreveu:

Se está em disputa judicial, significa que nunca pertenceu a eles.

O terreno que meu bisavô tomou, é legalizado. Temos escritura, pagamos imposto, etc.

Se o terreno que o seu bisavô invandiu é legalizado, é porque ele entrou com uso capião. Nada impede que essas pessoas façam isso, ou talvez até já tenha feito. Esse seu argumento de que não há mais invansão de terras no Brasil não condiz com a realidade, hoje a invasão de terrenos deve ser até mais comum, vide que grupos criminosos ganham dinheiro fazendo isso.

Isso é nítido. Eu vivo na realidade que é real, a da maioria. Você deve viver nas terras encantadas. Há vários relatos Brasil afora de engenheiros/ubers, não são lendas. Se você entrar no linkedn ou consultar qualquer convenção de sindicato, vai ver que os pisos salariais são risíveis.

Tudo bem @Morghul cite alguns desses casos de bacharéis que ganham um pouco mais do que um salário minimo. Eu tenho pessoas de todo o expectro social no meu circulo social e não há nenhuma com uma boa formação, de nível superior ou técnico, que ganhe um pouco mais do que um salário minimo. 

Não vou entrar no mérito da formação desses engenheiros uber, só vou te propor uma reflexão, assim como há engenheiros brasileiros desempregados trabalhando como uber, há engenheiros ganhando centenas de milhares de dólares. O que importa é, na média, a maioria dos engenheiros ganha bem ou ganha mal? Está empregada ou desempregada? A maioria dos engenheiros vive bem ou vive mal? 

Minha classe inclusive é a mais desvalorizada que existe. O piso de um analista contábil júnior na capital de São Paulo não passa de 3mil.

Você está refutando seu próprio argumento. Você diz que a sua classe é a mais desvalorizada que existe e o piso salária de ingresso em São Paulo é de R$ 3.132,39 mais do que o dobro do salário minimo (R$ 1.412,00).

Sabe, é importante reconhecer certos privilégios.

Eu moro numa cidade considerada uma as mais seguras do RJ, é uma puta sorte. Não levo 01h30 perdendo tempo em trânsito para ir trabalhar, eu chego no meu trampo em 15 minutos com trânsito, e não levo riscos de levar tiros nas costas como a galera que passou pela Avenida Brasil essa semana. Só de pensar, já quero me m@tar.

Sim, essa discussão é sobre isso, essa é a geração mais privilégiada de todas.

O privilégio dos meus amigos não foi ter nascido na região da bacia, os pais deles também nasceram e eram pobres, os meus também não trabalham com petróleo. Foi ter acesso a todas as oportunidades já mencionadas, algo que as gerações anteriores não tiveram. 

Pois é, seu exemplo não serve para essa discussão.

Para ser petroleiro de multinacional, para início de conversa, é preciso ter conhecimento de que isso existe. Morar próximo ou ter condições e recursos para se deslocar até o local.

A maioria se vê obrigado a se ferrar em escala 6x1 de comércio mesmo.

Esse seu comentário não fez sentido. Suponho que você não entenda como funciona trabalhar para uma empresa de petróleo e está confundindo com trabalhar no comércio(?). Meus amigos trabalham embarcados, em alto mar. Eles ficam 14 dias no mar e 14 em terra. Quando eles tem que embarcar, eles pegam um ônibus para o Rio de Janeiro, onde são transportados para a plataforma. 

Porém isso é bem irrelevante, você está perdendo o ponto da discussão. O que importa é que meus amigos viveram de familias pobres e com relativamente pouca dificuldade hoje tem bons empregos, são de uma classe muito mais alto do que a dos pais deles, isso há uma ou duas gerações atrás seria possível? 

Não é absurda.

A geração Z tem mais recursos para viver mais ou menos bem, confortável, como eu tinha dito. Antigamente somente a classe média adiante tinha micro-ondas, TV, um computador, um diploma de universidade. Hoje é fácil ter acesso a essas coisas, pois o valor de mercado diminuiu e se tornaram coisas básicas. 

Sim é absurda, pouco importa essas questões materiais, tu acha que a vida de alguém da geração Z é mais fácil porque a gente tem televisão ou micro-ondas, não porque a gente não precisa passar 6 horas capinando a terra para planatar aipim e ter comida? 

O que importa é que a vida da geração Z é infinitamente mais fácil do que a das gerações anteriores, que tinham que trabalhar desde a infância ou adolescência, viver da roça, entre outras coisas que não são mais a realidade para a maioria dos que nasceram nessa geração.

Bens valiosos e de longo prazo, não descartáveis como carros e imóveis, está ficando restrito a elite. E só observar o tanto de pessoas acima dos 30 que ainda moram com os pais, garanto que não é por amor a seus velhos.

Tu disse nessa mesma discussão que o terreno da sua família é fruto de uso capião, como que tu argumenta que nessa época do seu bisâvo a terra já não era igualmente restrita e por isso ele invadiu?

(Mas é verdade, imóveis e carros são mais caros hoje e tem um motivo)

Sobre o que é ascender socialmente para você, a gente precisa dar uma analisada, pois você parece viver num mundo invertido.

Eu tenho certeza que ascender socialmente para mim é a mesma coisa do que para todo mundo: ser de uma classe social mais alto do que a dos seus pais.