NagatoPain__ escreveu: AngelOfDeath escreveu: NagatoPain__ escreveu: Primeiro de tudo: DEUS NÃO CRIOU O MAL
Existem vertentes do cristianismo que indiretamente professam que Deus criou o mal. É engraçado ver como uma mesma crença pode ter tantas divergências entre os que a professam. xD
À primeira vista pode parecer que, se Deus criou todas as coisas, então deve também ter criado o mal. Entretanto, há aqui um pressuposto que deve ser esclarecido. O mal não é uma “coisa”, como uma pedra ou a eletricidade. Você não pode ter um pote de mal! Mas o mal é algo que acontece, como o ato de correr. O mal não tem uma existência própria, mas na verdade, é a ausência do bem. Por exemplo, os buracos são reais, mas somente existem em outra coisa. À ausência de terra, damos o nome de buraco, mas o buraco não pode ser separado da terra. Quando Deus criou todas as coisas, é verdade que tudo o que existia era bom. Uma das boas coisas criadas por Deus foram criaturas que tinham a liberdade em escolher o bem. Para que tivessem uma real escolha, Deus deveria permitir a existência de algo além do bem para escolher. Então Deus permitiu que esses anjos livres e humanos escolhessem o bem ou o não-bem (mal). Quando um mau relacionamento existe entre duas coisas boas, a isso chamamos de mal, mas não se torna uma “coisa” que exige ter sido criada por Deus.
Examine o exemplo de Jó em Jó capítulos 1 e 2. Satanás quis destruir Jó, e Deus permitiu que Satanás fizesse tudo, exceto matá-lo. Deus permitiu que isto acontecesse para provar a Satanás que Jó era reto porque amava a Deus, e não porque Deus o tinha tão ricamente abençoado. Deus é soberano, e no controle máximo de tudo o que acontece. Satanás nada pode fazer a não ser que tenha a “permissão” de Deus. Deus não criou o mal, mas Ele permite o mal. Se Deus não houvesse permitido a possibilidade do mal, tanto a espécie humana quanto os anjos estariam servindo a Deus por obrigação, não por escolha. Ele não quis “robôs” que simplesmente fizessem o que Ele gostaria que fizessem por causa de sua “programação”.
A resposta que a Bíblia nos dá é: Deus tem um propósito perfeitamente bom para a existência do mal. Vejamos a seguir. A Bíblia não só ensina que Deus sabe de todas as coisas, mas que Ele determinou, com precisão, o Seu plano para toda a história do universo. Deus detalhadamente determinou a existência e história para cada criatura desde antes da criação. Ele escreveu a história do mundo para a Sua glória, de sorte que tudo ocorre de acordo com o Seu perfeito plano e nada acontece sem ser previamente decretado por Deus. Em Isaías 46:9-10, Deus apresenta como evidência de Sua divindade o fato de que Ele tem determinado e declarado o fim desde o início. Ele diz: “...Eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim... o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade” (Isaías 46:10).
Antes de tudo, tais argumentações feitas em meio a inclinações tão meramente de perguntas, não deveria interiorizar ou até priorizar somente visões religiosas ou de uma só religião. Buscar especificações dentro desse ponto de vista torna a visão HUMANA inteiramente discrepante, pois veda a ideia de opiniões plausíveis. Usar uma abordagem “sobrenatural pseudo-divina” cristã, em termos de visões dessa religião (antes de tudo, devo lembrar pela milésima vez que sou católico, mas busco sempre perguntar e buscar respostas que muitas vezes a religião, seja ela qual for, está longe de mostrar.) já entrando no tema do tópico, torna uma visão peculiar de mal:
Visto através desta, as outras religiões seriam aspectos de uma maldade? Um ser humano ateu ou que não segue os princípios de quaisquer indicio religioso pode ser considerado mal? Acredito que usando esse tipo de ponto, essas discussões pouco evoluem. Enfim, isso é assunto para outro tópico...
Dizer algo sobre algo tão paradoxal e repleto de incógnitas já se torna complicado pelo assunto em si, portanto, se até me contradisser será pelo fato da exploração do próprio fato, que torna esse tipo de discussão interessante, mas circular. Não tomarei partido em nenhuma das vertentes, vou falar apenas o que acho de cada.
Acreditando que Deus tenha criado o mal, o homem acharia a menor complexidade. Afinal, encontrando uma visão religiosa (sem me contradizer) vemos Adão e Eva visando a maldade, descobrindo-a através da curiosidade. Porém, o mal já existia na "serpente" e logo, se deus teria criado tudo, ele criara o mal na serpente como forma de dualidade existente segundo os preceitos religiosos: Sem a dualidade não existiria mundo. Sem dualidade não existiria humanidade, uma vez que o próprio homem constitui puramente dualidades. Uma vez que deus tenha criado o mal, ele não seria benevolência infinita, fato que eu acredito justamente pela dualidade. E nesse caso entra o fato humano na nossa realidade: O egoismo, a inveja, a promiscuidade, são realidades menores do verdadeiro mal, são vertentes deste. O mal em si não necessita ser, por exemplo, a violência extrema, e, uma vez que ele constitui até as mais pormenores formas de "maldades" o mal realmente existe em todos nós, sem a menor exceção.
Uma vez assim o Fato 2 faria sentido: deus teria criado o mal, mas o homem quem o descobriu, que o usou. Não na forma dos dois primeiros seres, mas em uma forma geral, fazendo dele uma forma de vida. Mas, no entanto, o Fato 2 se contradiz. Uma vez que Ele criou a maldade, ele já não seria bondade infinita, pois uma vez que o mal fosse criado, ele já existiria para deus, e este saber de sua existência, mas de nada o faria para acaba-lo.
"O mal sem o conhecimento do homem não poderia ser consumado." Mas um vez existente, já seria mal.
E ainda mais paradoxal: Uma vez que deus não faria o homem entender e descobrir o mal, ESSA atitude seria uma visão de maldade, pois deus controlaria de certa forma a existência, tornando-nos "vassalos" (MODO DE DIZER) de um "controle de bondade". Como uma liberdade controlada. Sendo assim, já seria o mal.
Ainda assim, O mal nos forma humanos, capazes de discernir a bondade e assim, entramos em outros dois fatores que torna o FATO 1 extremamente complexo: O do velho (mas jamais dispensável) livre arbítrio e a humanidade como meramente um teste. Um teste não digo como a palavra diz, mas sim em como saber como o homem vive a sua liberdade e mesmo assim saiba escolher o que é certo e o que é errado. Essa liberdade mostraria que, além da maldade, a "pura bondade" poderia existir, devido ao homem que, em meio as atribulações constantes desse mundo nessa dualidade, soubesse encontrar o que o Ser queria a todos, mas que apenas poucos, devido a essa forma de "teste" pudesse encontrar. Logo, ele saberia desta mal, mas o usaria para buscar o verdadeiro bem em nossa humanidade, mesmo sendo capaz de tê-lo por conta própria. E não o faria, visto em seres superiores, a sua capacidade de observar. E isso tomaria em cheque o Fato 1, ele saberia do mal, saberia como extirpa-lo, mas não o faria pelos motivos que já disse.
Uma vez que a bondade eterna existisse, como o homem saberia o que é certo? Assim, faria o mal sem saber, como se não vivesse, e assim, afinal, não viveria.
Buscar uma pergunta e resposta menos paradoxal seria impossível.