Kira, your name is Brenon. :nyoron:
AHUSAHSU
Enfim, observando rs
AHUSAHSU
Enfim, observando rs
Kira escreveu:O mundo da escuridão era um tanto curioso, simultaneamente novo e misterioso para o homem que vestia o manto negro que cobria suas antigas cicatrizes. Embora marcado, se via livre de qualquer arrependimento ou de sofrimento. Já estava certo de que não era um devaneador, mas um errante. Pisava. Um passo de cada vez, sobre o solo daquele mundo que era composto por um tipo de areia escura.
Uma história tinha seu início.
Esbarrou com mais uma presença deformada e monstruosa, embora nela tenha reconhecido, de alguma maneira, Paty Campos. Havia algo de diferente nela, além de sua aparência. Diferente das outras presenças, ela não gritava de sofrimento, não murmurava, não se contorcia... apenas se mantia caída, consolada entregue à eternidade. O homem parou em frente à ela e soltou um olhar arrogante de cima, para a antes jovem presença caída.
Ela encarou, com um olhar indiferente:
- Veio acabar comigo? Heh.
Ele não respondeu, apenas sacou o seu caderno sem dizer sequer uma palavra. De seu manto, apenas sacou um caderno invulgar. Entretanto, no momento em que foi sacar sua caneta, não mais ela estava lá. Não fazia sentido, porém, ele ainda não havia desistido:
- Por que você não levanta e tenta recuperar o amor que uma vez sentiu por si própria? - perguntou.
Ainda com um olhar indiferente, ela o respondeu prontamente:
- No fim, nada disto importa. Olhe para onde estamos. Não importa o quanto você olhe para cima, não existe um céu aqui. Não interessa o quanto você caminhe, não existe um fim neste caminho, e tudo que encontrará será escuridão e mais sofrimento. Não importa o quanto você grite e se contorça, suas feridas e monstruosidade apenas irão latejar e dançar no infinito. Eu não me importo mais, não sou tolinha, como os demais escandalosos. Esse é o tamanho de minha força.
O homem voltou a olhar ela com um olhar arrogante e arrebitado:
- Eu sei o seu nome, Patrícia. Deve ter ficado muito tempo aqui para ter se tornado uma pessoa tão estúpida.
Paty Campos, ofendida, prestes a contestar e questionar o homem, foi interrompida:
- Cale sua boca. Não ouse me interromper, depois de tanto me fazer ouvir essas tolices. Visse? Você sempre abaixa sua cabeça para quem lhe trata assim. Do contrário, você olha indiferentemente e a trata com frieza, ainda que queira te ajudar. Não se importar e ser indiferente não te torna nem um pouco mais forte, é apenas mais um sórdido sinal de fraqueza. Isso não te faz melhor que ninguém aqui, afinal, é nada mais que o caminho mais fácil. Ainda que lembre do seu nome, você aparenta tudo ter abandonado, desde os seus princípios até ao seu próprio coração. Sua força é minúscula, não há sofrimento a resistir, se você não luta para se livrar dele. É uma eterna refém. Nem sempre você teve essa aparência monstruosa, você já foi uma criança pura, uma jovem linda e uma mulher atraente. Porém, se deixou cair em desgraça, iludida por uma força que não existe.
Ela ficou calada por um tempo, até que, ainda sem olhar diretamente para o homem com o manto negro, resolveu se pronunciar:
- Você está tão caído quanto eu. Além disso, eu não quero mais tentar, não há mais razão ou sequer esperança para mim.
O homem suspirou e imediatamente respondeu:
- Existe um motivo pelo qual você existe. Ou você se considera tão insignificante ao ponto de estar aqui para nada, ao ponto de se jogar no lixo e tornar sua existência em vão para todo o sempre, por simples fracasso e desistência de si própria? Afinal, foi esse o motivo pelo qual você mesma se fez cair em desgraça, antes de chegar a este mundo e assumir essa aparência monstruosa. Quer mesmo se afundar ainda mais? Grite, grite alto como se o seu grito fizesse todas as sombras e demais gritos se curvarem à tua presença.
E aconteceu. Ela explodiu por dentro. Ofuscou tudo a sua volta e gritou como se não houvesse amanhã; e realmente não há. O homem finalmente notou que sua caneta estava dentro do caderno, o que era estranho, já que ele não se lembrava dela estar ali. De toda forma, seu trabalho estava concluído, ele escreveu o nome de Paty Campos em seu caderno. Ela brilhou forte como nunca, e deixou sua forma monstruosa em meio a luz e seus gritos, voltando a ser uma mulher atraente... ascendendo à luz que salvaria a si própria, e deixando para sempre aquele mundo da escuridão, às 20 horas de uma manhã.
O homem sorriu de lado e prosseguiu para a sua caminhada sem rumo, carregando apenas seu manto negro, um caderno invulgar e um intento que ecoará pela eternidade.
Paty Campos escreveu:@Breno e @Senju Felipe Vcs são suspeitos.