Good Morning, Clan!
Eu escolho: -Assuntos polêmicos; já crio e mando o link aqui.
No mais,
@Nyarlathotep, todo mundo sabe o que é números primos, então decidi fazer um conto envolvendo primos, uma ideia bem bosta digassi di passagi. Então, dê um título para a bosta abaixo:
Era noite. Um rapaz chamado Gabriel e seus 5 primos estavam caminhando pelo interior da rodoviária de Estância Velha, Gabriel estava falando ao celular, com uma mochila presa em seu ombro direito.
- Não, mãe, já falei. Vou chegar aí por volta das 5 horas. – uma pequena pausa. –segunda pausa- Mas o ônibus tem banheiro e estou levando bastante lanche. Primeiro vamos cortar algumas cidades vizinhas, chegar em São Leopoldo, depois é umas 5 horas direto só de mato, até Rio Grande do Sul. – terceira pausa – Sim, mãe. Por causa da floresta. Por isso não tem cidades entre São Leopoldo e Rio Grande do Sul. – o rapaz chega ao lado de um ônibus intermunicipal de dois andares, onde se encontravam duas pessoas igualmente uniformizadas. – Cheguei no ônibus, mãe. Vou desligar. Quando chegar na capital, te dou um toque. Boa noite. Beijos.
Gabriel desencostou o celular do ouvido, desligou a chamada e o colocou no bolso frontal direito. Após, retirou do bolso frontal esquerdo uma passagem e se encontrou com o mais baixo dos uniformizados, que a recebeu, conferiu, rasgou ao meio e o devolveu. Seus primos fizeram o mesmo. Por fim, adentraram no interior do ônibus, que se encontrava parcialmente vazio, procuraram suas poltronas e se assentaram ao fundo, próximos das janelas.
Cinco minutos depois, os dois uniformizados adentraram no interior do ônibus. Um deles foi para o volante, enquanto o outro ficou ao seu lado, de pé.
- Está vazio hoje. – disse o de pé. De fato, tinham apenas 12 passageiros. Alguns segundos depois, o ônibus partiu do interior da rodoviária.
A viagem era deveras demorada. Era pouco mais de 10 horas da noite e eles só chegariam à capital por volta das 5 ou 6 horas da manhã. Conforme os dizeres de Gabriel com sua mãe, primeiramente a estrada cortaria várias cidades vizinhas, até chegar em São Leopoldo, onde atravessariam uma densa floresta que divide Rio Grande do Sul de São Leopoldo.
Sabendo da distância e da demora da viagem, Gabriel se arrumou no banco, tentando ficar o mais confortável possível. Após, ligou a luz individual interna do veículo e postou um livro entreaberto à sua frente, enquanto colocava fones de ouvido.
O ônibus já se encontrava saindo do interior da cidade, quando o cobrador adentrou no corredor solicitando as passagens dos doze passageiros. Gabriel rapidamente percebeu que o ônibus se encontrava realmente bem vazio – à frente, sentados logo atrás do motorista, havia um casal de idosos; ao seu lado, em um dos bancos à direita, um homem de seus quarenta e poucos anos; mais para o meio do ônibus, outro casal, agora de jovens, um rapaz solitário, uma mulher de certa idade carregada de sacolas, que vira e mexe caíam por causa do sacolejo do ônibus, Gabriel e uma bela morena de pernas estonteantes sentada na outra janela da mesma fileira de bancos que o rapaz.
Tão logo percebeu a existência da bela moça, Gabriel ficou encantado. A moça tinha uma pele bronzeada pelo Sol, uma belíssima cor de chocolate e um belíssimo cabelo preto, que ultrapassava a omoplata da jovem. Gabriel se pegou olhando para a moça durante longos segundos, até que a mesma percebeu e este desviou o olhar. Ele não reparou, mas ela deixou escapar um sorrisinho.
Nesse instante, apareceu no corredor entre os bancos o cobrador, solicitando a Gabriel e seus primos – e depois a moça – a passagem. Após a entrega por parte de todos, o cobrador desobstruiu o corredor, voltando à frente do veículo. Neste instante, Gabriel percebeu que a moça se encontrava sentada no lado do corredor.
- Olá. – ela disse, com um belo sorriso no rosto. A atitude da garota surpreendeu Gabriel, que não esperava. Seu coração disparou no peito.
- Oi. – disse, timidamente.
- Está lendo que livro?
- "Nyarlathotep " – disse, mostrando a capa do referido livro à moça.
- Não conheço. Parece de terror.
- É sim. É uma história de um jovem que vai estudar em uma escola situada em um antigo sanatório inativo.
- Credo. Não curto muito livros de terror. E você tem coragem de ler uma história dessas viajando a noite no meio da estrada? – disse a moça, rindo ao final.
Gabriel riu.
- Nessa hora, já pretendo estar no décimo sono.
A moça retribuiu o riso. Gabriel mexeu no interior de sua mochila e retirou de lá um saco de papel dentro de uma sacola plástica. Abriu-a e ofereceu à moça.
- Aceita?
- O que é?
- Chimarrão.
- Por que um gaúcho só oferece chimarrão? – perguntou a garota, rindo, enquanto levantava e retirava do interior do saco o chimarrão.
Gabriel riu.
- E tem coisa mais gostosa que chimarrão? Tá pra nascer. – disse o rapaz, descendo transparecer seu sotaque típico – E você é de onde?
- Bahia.
- Nossa, e o que está fazendo tão longe da sua terra?
- Estava visitando alguns parentes meus que mora aqui em Estância Velha. Agora estou indo para a capital pegar o voo para a Bahia.
- Entendi.
O assunto, em seguida, encerrou-se por completo, e a moça voltou a sua poltrona.
Passaram-se algumas horas. Era madrugada e todos já estavam dormindo, incluindo Gabriel e seus primos. As luzes do ônibus estavam apagadas e somente o motorista e o cobrador se encontravam acordados, conversando na cabine frontal do ônibus. O veículo estava em alta velocidade, haja vista, estar em uma gigantesca reta e a estrada estava completamente vazia. Alguns segundos depois, o ônibus diminui a velocidade para entrar em uma curva para a direita. Repentinamente, para surpresa da dupla de profissionais, eis que surgem duas capivaras na pista, bem na curva, atravessando o pasto em direção ao barranco à esquerda. O motorista, surpreso, freia o ônibus com toda força, acordando – e assustando – os passageiros e o vira, de inopino, à esquerda. Este acaba descendo o barranco, capotando ao bater em uma árvore.
Os passageiros começam a ficar assustados e a gritar. Gabriel segurou sua mochila e a grudou consigo, no peito. Em seguida, colocou os pés sobre o banco e colocou a cabeça no meio de suas pernas. Percebeu, em seguida, que a moça e seus primos fizeram o mesmo.
O ônibus continuou capotando durante alguns segundos, inclusive batendo nas beiradas contra duas árvores, até parar no final do barranco, deitado. O interior da mente de Gabriel continuava chacoalhando e parecia que o mundo continuava rodando. Entretanto, sabia que não podia continuar por muito tempo no interior do veículo. Retirou o cinto e ajudou seus primos a se levantarem, sobre o que sobrou das janelas do lado direito. Pegou sua mochila e foi ajudar a moça a retirar o cinto, que estava preso. Após, ajudou-a a se levantar e caminharam pelo local. Alguns dos passageiros já se encontravam evadindo do local.
- Parece que foi um estrago feio. – disse a moça, sendo auxiliada por Gabriel.
- Verdade, moça. – respondeu Gabriel, preocupado, olhando para onde pisava, já que visualizou marcas de sangue no chão.
- Pode me chamar de Bumbum.
- Bumbum. Não vou esquecer.
- E qual o nome do rapaz que segura a minha mão?
Neste instante, Gabriel percebeu o quão quente era a mão de Bumbum e enrubesceu.
- Ga..briel.
Bumbum ri.
- Vejo que você é tímido.
Foi a gota d´água para Gabriel. Ficou vermelho igual um tomate, tamanha a vergonha.
Gabriel adentrou no interior da cabine frontal do ônibus, onde se sobressaltou. Ao perceber o sobressalto do rapaz, Bumbum perguntou:
- O que foi?
- Acho melhor não olhar pra cá. – disse, apontando com a cabeça para o lado do motorista. E assim o fez. Gabriel auxiliou Bumbum a descer do interior do ônibus, sem que esta visse grandes galhos de árvore atravessando o vidro esquerdo do local e fincando no corpo imóvel do motorista em vários pontos de seu corpo.
Todavia, Gabriel, de uma forma ou de outra, não evitou que Bumbum visse uma cena horrenda. Do lado de fora, quatro dos demais passageiros se encontravam em choque, rodeados do que sobrou dos corpos do casal de idosos – que se encontravam esmigalhados e espatifados barranco abaixo - e do cobrador – que aparentemente voou pelo vidro da janela e foi descendo barranco abaixo batendo nas árvores até quebrar boa parte do seu corpo. Provavelmente não estavam usando cinto de segurança, o que lhe fizeram ser arremessados para fora do veículo. O homem que se encontrava ao lado do casal de idosos não se encontrava no local, nem ele nem o seu corpo.
Tão logo viu a cena, Bumbum tampou os olhos, horrorizada. Gabriel, em seguida, lhe amparou.
- E o que faremos daqui em diante? – perguntou seu primo Edy.
Gabriel olhou para cima. Percebeu que o barranco era demasiadamente alto. Em seguida, olhou ao seu redor. Estavam em um local com pouca mata na beirada de um gigantesco rio ao fundo.
- Acredito que esse deva ser o Rio Albuiú. Se seguirmos, devemos dar em Novo Hamburgo ou em São Leopoldo. – disse Gabriel.
- Acredita que é seguro? – perguntou seu primo Apollo.
Gabriel deu de ombros.
- Parece que não temos outro jeito. Não sei onde estamos exatamente e já faz bastante tempo que saímos de Estância Velha, então acredito que São Leopoldo esteja mais perto. Como é beirada de rio, acredito ser mais seguro que caminhando floresta adentro.
- Então... – disse seu primo Cleberson, se levantando – vamos se apresentar a sua namoradinha e vamos indo. Eu sou Cleberson.
-Edy, se apresentou seu outro primo, meio tímido.
-Apollo, se apresentou o mais alto, tinha aproximadamente 2m.
-Daniel. Disse o mais calado.
-Me chamo Bumbum. Disse a moça.
-Bom, então já que a chamada foi feita, vamos embora, que não quero virar banquete de tubarão.
-Ai, meu Deus. – disse Apollo, amedrontado. – Tem tubarão na região?
Todos se viraram incrédulos para ele.
O grupo caminhava pelo interior da floresta que beirava o rio. Aos poucos, o rio foi se distanciando do barranco que delimitava a estrada, além de ir tomando as suas margens, obrigando o sexteto a adentrar no interior da floresta. Apollo não gostou muito da situação, pois estava completamente amedrontado.
Edy, Cleberson, Gabriel e Bumbum utilizavam seus aparelhos celulares como lanternas, para iluminarem seus caminhos. Tentaram por diversas vezes ligarem para seus parentes, amigos, para a companhia de ônibus e, claro, para o serviço de emergência, mas não estava funcionando. Duas das quatro operadoras se encontravam inoperantes desde o cair da tarde, e as duas demais não haviam sinal na região, por causa da estrada.
- Será que não é perigoso adentrarmos floresta adentro? – perguntou Cleberson, visivelmente amedrontado. Daniel se encontrava na mesma situação.
- É sim, mas é só não distanciarmos o bastante do rio. – disse Gabriel.
- Verdade. – disse Edy – Vamos prestando atenção no barulho do rio.
- Não era melhor termos ficado no local do acidente, esperando o resgate? Com certeza, sentirão nossa falta em São Leopoldo e mandarão uma equipe de resgate para nos salvar. – perguntou Apollo.
- Não sabemos quanto tempo isso demoraria. Você mesmo sabe como o serviço da companhia por aqui é precário. Já aconteceu de ficarmos mais de 7 horas completamente parados na estrada quando um ônibus quebrou, mesmo estando próximo de uma cidade, porque a garagem da companhia é só na capital. Tivemos que esperar o veículo da companhia chegar para nos buscarmos. – indagou Gabriel. – Com certeza ficaríamos por lá até de tarde sem qualquer resposta por parte da companhia. Até para chamar a polícia, é devagar.
Apollo engoliu em seco. Continuou caminhando, mesmo a contragosto.
O grupo continuou caminhando floresta adentro, sem grandes perigos - somente uma aranha que desceu no ombro de Daniel e seus gritos quase fizeram os demais enfartarem. Edy e Cleberson auxiliaram seu primo a retirar a aranha e verificaram se a mesma não o picou.
-Daniel, merda. Você quase me mata do coração. – disse Apollo, ofegante, com a mão no coração – Eu sou diabético e hipertenso. Não posso levar esse tipo de susto.
O sexteto continua sua caminhada. Após uns minutos, avistam uma pequena cabana próxima ao rio e isolada da floresta.
- Olha, que bom. Uma cabana para nós descansarmos. – disse Apollo, efusivo.
- Calma. Não sabemos se há algum morador. – disse Edy, mais cauteloso.
O sexteto caminhou cautelosamente em direção à pequena cabana. Ao chegar defronte à cabana, Gabriel e Bumbum olharam ao redor, enquanto Edy e Cleberson ficaram na porta. Bateram no local e chamaram por algum morador. Ninguém respondeu.
Edy girou a maçaneta da porta principal e a mesma abriu, revelando uma pequena residência com uma pequena sala mobiliada frontal. Havia sujeiras no local resultantes de lama no carpete e nos sofás, além de comida espalhada, mas não possuía teias de aranha ou poeira – embora o número de insetos voadores chegava a incomodar. Edy testa o interruptor do local, mas a luz da cabana não ligou. Em seguida, começou a adentrar pelo interior da cabana. Gabriel lhe interceptou, perguntando:
- Tem certeza? Deve ter algum morador por aqui.
- Esperamos que não. – respondeu Apollo.
Edy e Gabriel adentraram no interior da sala da pequena cabana, jogando os feixes de luz das lanternas de seus celulares em todos os cantos possíveis. Atrás deles, vieram os demais, cautelosos. À direita da sala, havia uma porta que dava a um pequeno e fedido banheiro. Já ao fundo, havia uma porta.
- Vocês têm certeza que realmente devemos invadir a casa alheia? – perguntou Apollo, com medo.
- Pode ser que o morador nos auxilie a sair dessa floresta, nos dê alguma dica. Há produtos industrializados aqui dentro, então significa que ele vai a algum local adquiri-los. E neste local poderíamos pedir ajuda para chegar à capital. – explicou Gabriel.
- Além do mais, se explicarmos nossa situação, não acredito que ele ficará com raiva de nós. – continuou Edy.
Ao ultrapassar a porta, o grupo visualizou um pequeno corredor à esquerda, que desembocava em uma porta fechada. À direita deste corredor, um par de porta.
- Que cheiro ruim é esse?! – perguntou Bumbum, enojada.
Gabriel retira com a mão algumas moscas que estavam rodeando seu rosto.
- Realmente parece ter um cheiro ruim. E o número de moscas está cada vez maior.
Edy abriu a primeira porta. Sobressaltou e fechou, com toda força. O barulho ecoou pelo local. A ação do rapaz assustou os demais.
- O que aconteceu? – perguntou Gabriel, percebendo o rosto de assustado de Edy.
- Descobri a origem do cheiro forte. – disse o rapaz.
- E do que se trata? – perguntou Gabriel, virando-se para a porta. Tentou girar a maçaneta, mas percebeu que Edy ainda a segurava. Virou-se para ele: - Pode soltar.
- Tem certeza?
- Sim.
- Ok. Não me responsabilizo. – disse, afastando-se da porta, dando lugar a Cleberson e Daniel.
Gabriel abriu a porta. Um forte cheiro de decomposição adentrou no local. Todos rapidamente passaram mal. Daniel e Apollo saíram correndo em direção à saída, com forte vontade de vomitar. Gabriel percebeu, naquele instante, que havia um corpo sobre a cama, de bruços, em estado de decomposição. Estava de roupas e a luminosidade só permitia visualizar da virilha para baixo.
O rapaz rapidamente fechou a porta, cortando o cheiro.
- Eu te falei. – disse Edy.
- Quem será ele? – perguntou Cleberson.
- Provavelmente, o dono da cabana. Por isso que ela estava vazia. – disse Gabriel.
- E do que será que ele morreu? – perguntou Bumbum.
- Não sei. Talvez infarte fulminante.
- Mas parece que a comida na sala é mais recente que o corpo. – disse Cleberson.
Gabriel ergueu a sobrancelha.
Apesar da advertência de Cleberson, Apollo, Daniel e Edy solicitaram descansar durante algum tempo, já que estavam bastante exaustos. Apollo já foi logo ocupando o quarto ao lado do cadáver, encostando a porta e dormindo pesadamente no local – ainda que os demais tenham pedido para ninguém dormir, já que não queriam esperar até o raiar do dia para continuar procurando por ajuda. Daniel e Edy descansavam no sofá da sala. Gabriel e Bumbum dividiam uma poltrona de dois lugares e estavam apertados no local. Ambos e Cleberson estavam com os celulares ligados com lanterna próximos, iluminando o local.
- Então... está com sono? – perguntou Gabriel.
- Até que não. Tenho costume de dormir pouco. – disse Bumbum – E você?
Gabriel esticou o corpo.
- Com preguiça.
Bumbum ri.
- Nossa, se sua mãe souber, então, que você está no meio do mato perdido, tentando achar o rumo de casa...
- Ela infarta. – ele completou. E ambos riram.
Bumbum, em seguida, apoia a cabeça sobre o ombro de Gabriel.
- Achei que estava sem sono. – brincou.
Bumbum ri, sem nada responder. Em seguida, respira fundo e diz:
-Seu cheiro é bom. – e cheira o pescoço de Gabriel, fazendo subir uma boa emoção espinha acima. Em seguida, ela dá uma leve mordida no local, fazendo novamente subir uma boa emoção espinha acima e obrigando Gabriel a rapidamente cruzar as pernas para não passar vergonha. Ela cochicha no ouvido do rapaz: - Você sabia que fico doida de homens bonitos? – Gabriel se enrubesce em seguida, ficando da cor de um tomate.
Enquanto isso, Cleberson diz para Daniel que irá ao banheiro e levanta do sofá, trocando o colo por uma almofada. Utiliza o banheiro e, na volta, visualiza um jornal, novo, sobre a mesa. Joga o feixe de luz do celular sobre o local, iluminando o suficiente para ler a manchete principal, que era:
"WESLEY JEAN VOLTA A AMEDRONTAR A POPULAÇÃO"
- Wesley Jean?! – se perguntou Cleberson, para si mesmo. Tentou se lembrar de algo: "Esse nome não é estranho", pensou. Retirou o jornal de cima da mesa e passou a ler a reportagem, que dizia:
"Wesley Jean volta a amedrontar população de pequena cidade do interior do Estado. Desde o começo da semana, 7 pessoas já desapareceram em circunstâncias misteriosas em São Leopoldo e região." – "eu lembro quando falaram desses desaparecimentos", pensou Cleberson – "A Polícia Militar da região acredita ser um novo ataque sistemático de Wesley Jean, um maníaco obcecado por sangue que amedrontou a população da cidade no final da década de 80 e começo da década de 90, quando finalmente foi preso em uma pequena cabana perto do Rio Albuiú. Atualmente, Wesley Jean foi transferido para o regime semiaberto após cumprir 23 anos dos 62 anos e 6 meses de prisão que recebeu em seu julgamento em 1997, já estando preso desde que foi capturado em 1993."
[...]"
- Cabana... perto do Rio Albuiú?! – se perguntou, Cleberson. O restante da reportagem, Cleberson apenas leu, sem ter dado nenhuma atenção. Sua cabeça ainda estava digerindo essa frase. Repentinamente, lembra-se de algo e ergue a sobrancelha. Lembrou-se de Gabriel falando que o grupo se encontrava às margens do Rio Albuíu. – Meu Deus.
De repente, surge um grito, que ecoa fortemente pela cabana, fazendo o sexteto se levantar, completamente assustados.
- Ai, meu Deus. Apollo. – gritou Gabriel. Este e os demais saíram correndo tropeçando. Atravessaram a cabana a toda velocidade e Gabriel abriu a porta a toda velocidade. Neste instante, ainda com a mão sobre a maçaneta, estagnou. Os demais chegaram atrás dele e igualmente estagnaram.
Apollo se encontrava inerte sobre a cama, com as pernas e braços paradas próximos ao corpo. Sua cabeça estava afundada sobre a cama, se transformando em um pequeno pedaço de massa encefálica. Apollo acorda lentamente e vê ao lado dele, em pé, um homem magro, de seus 1,83 metros de altura, com uma roupa preta de palhaço, um malicioso sorriso desenhado no rosto pintado, uma peruca colorida no cabelo e uma marreta enorme suja de sangue em mãos.
- Olá, amiguinho. – disse o palhaço, e começa a o esfaquear múltiplas vezes com um facão, rindo.
- Puta que pariu. Correm. – gritou Edy, virando-se de costas e empurrando todo mundo que estava pela frente. Os demais saem correndo, em completo desespero. Gabriel ainda ficou paralisado durante alguns segundos, mas, ao perceber o assassino vindo em sua direção, fecha a porta correndo e se distancia do local. Atravessa o local logo atrás de todo mundo, pula algo que estava caído no chão e sai correndo. Ao passar pela sala, ainda escuta alguém pedindo socorro, mas não importa. Encontra-se com o restante fugindo da residência e junta-se a eles.
Ele não havia percebido, mas havia saltado sobre Daniel, que havia sido derrubado sem querer por Edy e abandonado pelos demais, que, devido à escuridão, não conseguiram enxergar sua ausência. Daniel ainda tentava se levantar no chão da cabana, quando o assassino o encontrou. Este o levantou por trás, segurando-o pela roupa e pelo cabelo.
-Meu Deus. Socorro. Me solte. Me solte. – gritou o rapaz, enquanto se debatia. O psicopata palhaço saiu do local com ele em mãos e adentrou no corredor, atravessando-o e adentrando a uma cozinha aparentemente vazia. Havia apenas uma pequena pia, um fogão, uma geladeira e alguns ganchos dependurados na parede. Lá tinha dois corpos já em estado avançado de decomposição, dependurados pelo queixo.
- Não, não, não. – começou a debater com mais veemência. Mas não teve jeito. O psicopata o pôs no gancho, que enfiou no queixo e saiu no interior da boca. O rapaz ainda tentou se soltar enquanto a sua vida ia se esvaindo lentamente de seu corpo.
Cleberson, Gabriel, Bumbum e Edy já se encontravam distantes o suficiente da cabana, floresta adentro.
- Ai, meu Deus. Minha bolsa. Eu deixei minha bolsa dentro da cabana. – disse Bumbum, assustada.
- Pelo menos estamos com nossos celulares. – disse Gabriel, ofegante. – Eu também acabei esquecendo da minha mochila.
- O que aconteceu lá? Quem era aquele maluco? – perguntou Edy.
- Coitado do Apollo. – disse Bumbum.
- Eu vi um jornal escrito "Wesley Jean volta a amedrontar a população". – disse Cleberson – Na cabana. – continuou – De um serial-killer que está sendo acusado de ser responsável por uns desaparecimentos em São Leopoldo e região.
- Ai, meu Deus. – disse Bumbum. – Quer dizer que tem um serial-killer na região? – começou a chorar.
- Gente, cadê o Daniel? – perguntou Cleberson, preocupado. Os demais percebem a falta do rapaz e olham na região. Realmente Daniel não se encontrava próximo. – Ai, meu Deus. Daniel! – começou a gritar.
Gabriel o interrompeu.
- Fala baixo, que o serial-killer pode estar por perto. O Daniel com certeza fugiu. Eu não vi ninguém dentro da cabana e fui o último a sair. E ele está sozinho. Então gritar pode alertar o serial-killer que ele está sozinho ou que nós estamos aqui. Vamos. Precisamos continuar nossa caminhada pra encontrarmos com o Daniel na cidade mais próxima.
O grupo começou a correr para o interior da floresta. A corrida atravessava a fixação da lanterna do celular – única fonte de luz -, o que acabava por fazer, vez ou outra, fazer com que o grupo não enxergasse o caminho, se atrapalhasse com arbustos e galhos no chão, não visualizassem um galho no alto, dentre outros. Além disso, eles começaram a perceber um barulho de mato logo atrás deles, o que indicava algum outro ser próximo do local. Contudo, eles escutam uma risada ecoando por todo o local.
- Cadê vocês? – perguntava o dono da risada, com voz idêntica a do psicopata.
- Vamos. Por aqui. – disse Gabriel, abaixando-se para passar debaixo de um galho, com a entrada praticamente tampada pelo mato. Segurou a mão de Bumbum e a levou consigo. Edy percebeu a ação do casal e logo adentrou pelo mesmo local. Cleberson estava olhando para trás, a fim de encontrar a posição do palhaço e acabou não vendo onde o casal e Edy adentraram e acabou passando adiante.
Deu mais uns passos e percebe que não se encontrava mais próximo do trio. Olhou ao seu redor e começou a entrar em pânico:
- Gabriel. Bumbum. Edy. Cadê vocês?
Enquanto isso, Gabriel, Bumbum e Edy se distanciavam do local onde outrora se encontravam ainda abaixados, haja vista a significativa quantidade de galhos à sua cabeça. Andaram assim alguns segundos, até o instante em que puderam levantar. Neste instante, perceberam que Cleberson não se encontrava com eles.
- Cleberson. Cleberson. – chamava Gabriel, tentando não chamar a atenção do serial-killer.
Cleberson continuava caminhando pelo interior da floresta, enquanto procurava pelos demais. De repente, sem que percebesse, alguém apareceu em suas costas. Escutou um barulho de algo sendo pisoteado a alguns centímetros atrás de si e virou-se de costas, completamente amedrontado. Percebeu ser Wesley Jean e sobressaltou-se.
- Achei ummmm! – disse o palhaço assassino, em tom de deboche. O rapaz tenta se distanciar, porém o serial-killer foi mais rápido. Em poucos segundos, ele segurou Cleberson pela gola e o jogou no chão. O rapaz bateu com os joelhos no solo e sentiu uma pungente dor no local. Ele grita, tamanha a dor. Após, grita por clemência; porém, não obteve êxito. Wesley Jean rapidamente levanta seu facão e o abaixa em direção ao pescoço de Cleberson, arrancando a cabeça do rapaz e fazendo espirrar sangue, antes da cabeça e corpo do rapaz caírem no solo, sem vida.
Gabriel, Bumbum e Edy caminhavam pelo local à procura de Cleberson quando escutam seu grito de clemência, segundo antes de um estrondo de algo bem pesado cair no solo.
- Vamos, vamos, vamos. – disse Gabriel.
- Puta que pariu. Ele pegou o Cleberson. – disse Edy, irritado.
Enquanto isso, Wesley Jean estava defronte ao corpo de Cleberson, limpando o facão na própria roupa, quando ouviu os gritos e passos apressados do trio remanescente. Olhou em direção aos barulhos e sorriu.
- Achei vocêêêês!
Alguns minutos depois, o grupo se depara com uma rodovia passando ao longe, onde também havia uma ponte que atravessava o rio Albuiú e algumas residências na beirada da rodovia. Naquele local, a floresta era menos densa e havia um descampado entre o local onde se encontravam e a rodovia.
- Vamos. Precisamos nos esconder. – disse Gabriel, para os demais. Continuaram correndo a toda velocidade até chegarem perto das residências. Quando já se encontravam próximos, escutam Wesley Jean saindo do interior da floresta com sua roupa parcialmente suja de sangue e cantarolando, feliz:
- Estoou vendo vocêêêêês!
- Correm, correm! – gritou Gabriel, acelerando os passos. Bumbum e Edy copiaram. Esconderam-se atrás da residência mais próxima e saíram em disparada casa a casa esmurrando as portas e chamando por socorro.
As portas estavam bem trancadas, o que obrigava o trio a esmurrarem a porta e a gritarem por socorro. Sabiam que isso poderia atrair a atenção do assassino, mas infelizmente sabiam ao mesmo tempo que o mesmo estava ao seu encalço e já tinha os visto.
- Merda. Merda. Merda. – dizia Edy, desesperado, batendo na porta e nas janelas de uma residência. – Ninguém atende.
- OI! – gritou Gabriel, entre uma residência e outra, afastado de Edy. – Ajudem-nos. – disse. Bumbum estava andando logo atrás de Gabriel, esmurrando as janelas e porta das residências.
- Que merda. Que merda. – disse Edy, já bastante afastado de Gabriel e Bumbum, em outra das residências. – Cadê essas pessoas?
Gabriel parou frontalmente a uma pequena residência e começou a jogar o próprio corpo contra a porta, tentando abri-la; entretanto, não conseguiu êxito. Sentiu uma dor pungente subindo pelo ombro esquerdo.
- Nos filmes era mais fácil.
- Deixa eu te ajudar. – disse Bumbum. Postou o corpo para trás, esticou a perna, esperou alguns segundos e desferiu um violento chute na maçaneta da porta. Não abriu por completo, mas pôde ouvir o trinco cair do outro lado. – Sua vez.
- Obrigado. – disse Gabriel. Avançou sobre a porta e, com o ombro, a abriu, caindo no interior da residência.
- Está tudo bem? – perguntou Bumbum, auxiliando Gabriel a se levantar.
- Sim, sim. Ve... – dizia Gabriel, já de pé, sendo interrompido por um estrondo.
- Cadê essas pessoas? – se perguntava Edy em desespero, enquanto tentava abrir a porta de uma das residências.
- Buuu! – disse alguém, com voz conhecida, nos ombros de Edy. Este se arrepiou ao ouvir aquela voz característica a alguns centímetros de seu ouvido. Seu corpo instantaneamente estremeceu e travou. Tentava vencer o medo que controlava o seu corpo, tentava virar para trás; contudo, Wesley Jean foi mais rápido e lhe desferiu um violento soco em sua nuca, jogando-o com toda força de costas na parede ao lado da porta. Com a batida, machucou violentamente o nariz, sangrando.
O serial-killer segurou a gola traseira da camisa de Edy, prensando-o contra a parede. Este olhou para trás e gritou por Gabriel e Bumbum, mas estes estavam ocupados abrindo uma porta do outro lado, e não escutaram seus chamados por causa dos barulhos que emanavam.
- M.... Merd... – disse o rapaz.
Wesley desfere um potente soco na nuca de Edy, fazendo a cabeça do rapaz ser prensada contra a parede. Sentiu uma potente dor vertendo da nuca e começou a perder o equilíbrio. O serial-killer desfere mais dois potentes socos, causando um imenso estrondo, que ecoa pelo local. Edy começa a perder a consciência e começa a cair em direção ao chão.
- Opa... cai não. – disse o psicopata. Ergueu o rapaz, impossibilitando-o de cair no solo. Com a outra mão, sacou o mesmo facão que matou Cleberson e Apollo da cintura e fincou na nuca de Edy, saindo do outro lado. O rapaz solta uns balbucios e depois perde a consciência. Wesley retira o facão e o guarda.
- Sim, sim. Ve... – dizia Gabriel, já de pé, sendo interrompido por um estrondo.
Nesse instante, ele e Bumbum visualizam Wesley Jean segurando Edy contra a parede de uma residência distante da deles.
- Puta merda. O maníaco pegou o Edy. – disse Gabriel.
- E o que faremos agora? – perguntou Bumbum, amedrontada.
- Vamos. Vamos nos esconder. – disse o rapaz. Puxou Bumbum para o interior da residência, desembocando em uma pequena sala mobiliada.
- E a porta? – perguntou Bumbum, sendo puxada por Gabriel para o interior da casa.
Gabriel largou Bumbum e, com a ajuda desta, colocou a porta no local, pouco deslocada por causa da ausência do trinco. Em seguida, ambos correram para o interior da residência. Sabiam que, mais cedo ou mais tarde, Wesley os procuraria dentro da casa. Era necessário um plano.
O rapaz rapidamente ligou a lanterna de seu celular – e evitou que Bumbum fizesse o mesmo, para ter a menor quantidade de luz no interior do local – e conheceu o local. A residência era parecida com a cabana de Wesley – dois quartos, sala, cozinha e banheiro.
- Cadê todo mundo?
- Provavelmente devem ter sido vítimas do Wesley. Aqui é muito perto da cabana dele. – explicou, enquanto adentrou em direção a um dos quartos, sendo seguido por Bumbum.
- Onde nos esconderemos? – perguntou Bumbum, o mais baixo possível.
Gabriel deu de ombros. Olhou ao redor e correu em direção à janela. Abriu-a, para surpresa de Bumbum. Em seguida, voltou, em direção à cama.
- Venha. – ele disse
- Por que a janela aberta?
- Ele vai imaginar que fugimos por ela. Isso o despistará. Só precisamos nos esconder até lá. – explicou o rapaz, ao lado da cama. Em seguida, levantou o colchão da cama e deitou sobre o estrado. Bumbum o copiou. Em seguida, o rapaz desligou a luz do celular, inundando a todos em escuridão parcial – não total, por causa da janela aberta.
- Tem certeza que isso dará certo?
- Essa cama é especial. Tem um grande espaço entre o meio do estrado e do colchão. Se não nos mexermos, o colchão não se levanta e se não colocarmos muito peso, o estrado não quebra.
- Você fala como se isso fosse fácil. – disse Bumbum, tentando se erguer parada no local.
- Se precisar, eu te ajudo. – disse Gabriel, sereno, segurando a mão de Bumbum. Ela olhou para o rapaz e o encarou a poucos centímetros de distância de seu rosto. Em seguida, sem nada falar, deu um beijo nos lábios do rapaz. Este se pegou até fechando o olho e apreciando o momento... até que a porta da frente da residência cai em um só baque no chão e o ambiente é invadido pela voz medonha de Wesley Jean.
- Cadêêêê vocês?! – perguntou o palhaço, em tom assustador.
Gabriel e Bumbum estremeceram no mesmo instante e congelaram. Wesley estava lá! O casal escutou os passos do serial-killer na madeira invadirem o silêncio absoluto. Wesley andava calmamente pelo local e vasculhou por toda a casa.
- Eu sei que vocês entraram aqui. Não precisam se esconder.
O silêncio continuou reinando no ambiente. Somente os passos do serial-killer pela residência eram escutados. Um passo atrás do outro... Wesley abre uma porta entreaberta, do quarto vizinho. Adentrou no local e foi caminhando pelo quarto. Repentinamente, Bumbum e Gabriel escutam o barulho de uma porta sendo aberta.
- Ele está vasculhando! – disse Bumbum, desesperada.
- Shhhh! – disse Gabriel, em igual desespero. – Fala baixo. – disse, quase murmurando.
- Barulho. – disse Wesley– De onde veio esse barulho? – perguntou, para si mesmo. Caminhou em direção à saída do quarto e voltou para a sala. Virou em direção ao outro quarto e abriu a porta. Neste momento, Gabriel e Bumbum congelaram por completo. Não podiam fazer um mínimo barulho qualquer, pois o serial-killer estava a apenas alguns centímetros de distância!
- Ora, uma janela aberta. Será que eles fugiram? – se perguntava. – Barulho... – voltou a dizer – Barulho, cadê você?
O serial-killer adentra ao interior do quarto, caminhando pé ante pé, sutilmente.
- Deixa eu mostrar meu novo brinquedo. – disse o palhaço. Wesley passa ao lado da cama. Gabriel e Bumbum congelam por completo e engolem em seco. A testa do rapaz era suor puro e descia rosto abaixo. Desde o começo da caçada, sentia muito calor. Agora, por causa da situação e da tensão, era natural estar sentindo mais calor que antes.
O serial-killer caminha pelo interior do quarto.
- Querem brincar de pique-esconde? Pois bem. Está comigo. Se eu achá-los, tenho o direito de brincar com vocês. – disse, em tom de felicidade, caminhando até o guarda-roupa. – Será que estão aqui? – perguntou. Abriu a porta. Havia algumas roupas, mas nada de mais. Fechou. Voltou a caminhar pelo quarto.
Wesley caminhou em direção a um pequeno baú próximo da janela. Os corações de Gabriel e Bumbum continuava apertando no interior de seus peitos. Todavia, qualquer respiração fora do compasso poderia chamar a atenção de Wesley e ambos deveriam segurar firme a respiração, continuavam apertando forte seus corações em seus peitos.
- Cadê vocês? – perguntou o assassino, abrindo o baú. Decepcionando-se por não haver ninguém lá, fechou com força. – Cadê vocês? – se perguntou, já estando visivelmente raivoso. Continuava a caminhar pelo local.
Gabriel respirou firme quando o palhaço parou ao lado da cama. "Vaza, vaza, vaza, vaza, vaza, vaza...", pensou, continuadamente, mas não teve jeito. O palhaço levantou com uma só mão o colchão.
- Achei.
O rapaz e Bumbum tentaram soltar algum balbucio ou resposta, mas o serial-killer foi mais rápido.
- Digam olá ao meu novo brinquedo. – disse, antes de desferir um poderoso golpe de porrete nas cabeças de Gabriel e Bumbum.
O grito de Gabriel ecoou aos quatro ventos e acabou por fazer todos no interior do ônibus acordar, sobressaltados. O rapaz suava frio e sua blusa social estava encharcada. O cobrador ligou a luz do corredor, abriu a porta e perguntou:
- Está tudo bem, meu jovem?
Gabriel, ainda ofegante e sob olhares reprovadores ou preocupados dos demais passageiros, meneou positivamente com a cabeça.
- Está tudo bem, Gabriel?
- Foi só um pesadelo. Eu sonhei que o ônibus... – a frase de Gabriel foi interrompida por uma freada brusca do veículo e um grito de xingamento do motorista, que ainda tentou controlar o ônibus, mas este rapidamente saiu da pista e começou a capotar, enquanto descia o barranco.
O restante vocês já sabem...