Apollo escreveu: Respondam direito. Ele obviamente se sentirá mal, pois um dos procedimentos é a introdução de ferramentas auxiliares para retirar as pernas do feto, nesse procedimento é possível perceber o feto se debatendo, e outro tem o "descarte do feto", que acontece caso ele tenha sobrevivido as etapas da cirurgia. Até mesmo um sociopata terá sentimentos negativos com tudo isso.
Então ao comentar o tópico vocês não devem falar algo óbvio como "depende do médico" ou "é subjetivo" e sim criar uma hipótese sobre como ele vai se sentir após isso e como ele lidaria com esse pesar para a profissão.
E vale a pena ressaltar que os cirurgiões que são submetidos ao aborto cirúrgico não são "abortistas" necessariamente. Todo médico faz um juramento que não pode negar atendimento a ninguém, então eles não tem escolha quanto a fazer a cirurgia.
Por que não seria possível usar a objeção de consciência para não realizar o procedimento? Quais seriam as consequências de não realizar o aborto? Não haveria outra possibilidade de garantir a vida da mãe sem realizar o aborto? São várias perguntas que fazem com que a resposta dependa, além da própria ética do médico e suas convicções que já citaram.
Em minha opinião, de qualquer maneira, o médico e a equipe poderão declarar objeção de consciência para não participarem da realização do procedimento, sem consequências, uma vez que o procedimento é literalmente matar outro ser humano. O juramento não os obriga a realizarem abortos. Porém, caso o médico considere que o procedimento é a ÚNICA alternativa possível para salvar a vida da mulher, ele poderá realizar o procedimento e considerar que salvou uma vida enquanto causou a morte de outra (se o bebê fosse sobreviver, obviamente). Seria como um dilema onde houvesse uma criança e uma mulher adulta se segurando para não cair de um precipício, e você precisaria escolher uma para tentar salvar, sabendo que a outra poderá cair e morrer com isso (apesar de, nesse caso, a morte estar sendo causada diretamente, em um dos casos). É uma escolha difícil, com consequências terríveis.
Tirando os médicos com menos ética, eu diria que a maior parte dos mesmos se sentiriam horríveis se tivessem que realizar um procedimento assim, mesmo nesse caso. Porém, acredito que em boa parte dos casos, em gravidez mais avançada, é possível tentar fazer um parto adiantado e tentar salvar o bebê.
Já se for por qualquer outro motivo, os que não são abortistas irão declarar objeção de consciência sem pensar duas vezes, se souberem dessa possibilidade.