Hanzo salamandra escreveu: Pelo amor de Deus sempre tem uma capina ou uma criança precisando de babá do jeito q vc fala parece q tem ruas em comunidades onde só tem prostituta
Você já trabalhou como babá?
Te garanto que se você não tivesse outra alternativa de trabalho e precisasse sobreviver só com 50 reais por ocasião, você não conseguiria pagar malemal o aluguel, quem dirá pagar suas contas e sustentar filhos, por exemplo.
Existe SIM o ato individual de manifestação de liberdade: a escolha. Mas estes são POUQUÍSSIMOS. A maioria restante o faz por não ter outra alternativa.
E a questão não é o trabalho com sexo em si, mas as condições degradantes envolvidas, o assédio e a violência - mas principalmente
a dificuldade de SAIR deste meio e ENCERRAR esta atividade.
O artigo mencionado trabalha mais especificamente este último caso: A EXPLORAÇÃO de quem trabalha com sexo para fins de lucro pessoal, é crime; a prática da prostituição que é o nome vulgarizado para quem trabalha com sexo, não é.
Não é porque eu estou mais a esquerda que outras pessoas que eu necessariamente preciso ser
idiota. Não se trata de mera ideologia barata, mas sim a convergência entre princípios, matéria de fato, experiência pessoal e muito estudo deste contexto social.
Uma coisa que é interessante, também: Homens que trabalham como acompanhantes de luxo, tem uma experiência muito melhor e quase sem violência - física, moral ou psicológica.
Já as mulheres, até aquelas que trabalham nesta mesma categoria, sofrem abusos constantes porque a nossa cultura reforça este tipo de conduta.
E é por isso que existem leis que interferem nos direitos individuais, mais específico o das minorias.
Só que estamos começando a entender agora que apenas modificar as leis sem trabalhar com políticas públicas concomitantemente, não dá resultado a longo prazo, portanto só resolve parte do problema e faz com que ele se adapte.
@Aburame Hidan amigo, sobre esta sua colocação eu digo a mesmíssima coisa que falo sobre posse/porte de armas:
- Como manifestação do direito individual: sou favorável;
- Como método de resolução da violência que já saiu do controle do Estado: sou contra.
Em cada caso existe uma implicação e um fato que o contextualiza.
* A prostituição como
direito de escolha, eu não tenho nada que ver.
Eu mesmo já vi esta prática como moralmente inaceitável, e apesar de ter mudado minha posição em relação a ela por ter adquirido mais experiência e conhecimento, eu particularmente não praticaria por vários motivos
pessoais.
Há aqueles que não possuem estes N motivos e conseguem fazer dinheiro dessa forma. Não os julgo neste caso.
* A prostituição como
método exclusivo de sobrevivência por decorrência da enorme desigualdade social e fetichismo cultural mais específico do gênero feminino: Aí sim, sou contra. Só que falar exclusivamente em leis sem trabalhar outros aspectos - como o sociocultural - não resolve nada, então é andar em círculos.
Tudo o que eu faço é analisar cada caso conforme seu contexto.
Tenho amigas transexuais que trabalham com sexo porque não conseguem trabalhar com outra coisa.
Tenho amigos que trabalham como acompanhantes de luxo que o fazem pra conseguir pagar a faculdade, por exemplo.
Tenho amigas que trabalham com sexo como forma de levantar uma grana rápida pra comprar algo que elas queiram.
Assim como qualquer outro aspecto comportamental, o tempo e o local influenciam nestas práticas e principalmente
na aceitação sobre isso.
Adultério era crime até alguns anos atrás, hoje ele já não é nem cogitado como prática criminosa, independente do círculo social.
Uso de "drogas": era pesadamente mal visto até 10 anos atrás. Hoje, porte para consumo próprio já não é mais crime, apesar da quantidade ser ridiculamente baixa para a realidade do consumo de determinadas substâncias, como maconha por exemplo.
Então, não dá pra gente ficar na briguinha imatura entre direita e esquerda, religião e ciência, leis x moralidade.
Só o debate e a reflexão vão ajudar neste processo. E a reflexão requer auto análise e refino pessoal, estudo, qualificação. E pouca gente está disposta sequer a pensar em profundidade...
Edit:
Dante10 escreveu: Todas as pessoas se veem obrigadas a trabalhar para ter uma fonte de renda, todas escolhem as melhores condições de trabalho possíveis para suas situações. Não há ninguém obrigando-as direta ou indiretamente, não há nenhum agente criminal, não há nenhuma vítima, logo não há nenhum crime.
Você deu a resposta para sua própria colocação, e automaticamente
refutou seu próprio argumento.
O X da questão é exatamente este: tem MUITA gente, mais especificamente mulheres, que não conseguem trabalhar com outras coisas em determinado momento porque agora que não dependem delas, e assim aventuram-se neste "ramo".
Pouquíssimas pessoas trabalham com sexo porque QUEREM. E mesmo aqueles que começam querendo, as vezes são impedidas de parar, e é aqui que mora o problema, e é neste caso que a lei interfere.
Não há ninguém obrigando-as direta ou indiretamente, não há nenhum agente criminal, não há nenhuma vítima, logo não há nenhum crime
Começar é uma coisa, querer parar e ser
impedido de qualquer que seja a forma que isso ocorre, é outra bem diferente. É disso que se tratava a motivação da atividade policial nesta ocasião.