Alocados em um pequeno compartimento acoplado à um navio do Governo, um grupo formado por seis piratas bastante peculiares se dirigia ao local que diziam ser a ilha mais abastadas da primeira região do Novo Mundo. Contudo, há de se pensar, por quê diabos piratas estariam usando um navio da Marinha acompanhados de um vice-almirante medíocre qualquer ?
A resposta seria encontrada por qualquer curioso que tentasse inspecionar com maior atenção as faces dos criminosos ali presentes, afinal, uma delas era de uma Yonkou. E que Yonkou, diga-se de passagem.
Cercada por céus tão limpos quanto o rosto de uma criança, a mulher dava ordens exageradas para os marinheiros presentes no navio, como quem já estava acostumada à tomar a posição de liderança. E foi com essa mesma ousadia espalhafatosa que a pirata simplesmente atraiu aquela embarcação governamental para os arredores de uma de suas ilhas controlando o clima, sua maior especialidade. Diante de um território repleto de inimigos, a infantaria e demais comandantes presentes não tiveram outra escolha senão jurar obediência em troca de suas vidas, o que provavelmente foi a melhor atitude que poderiam tomar. Afinal, algo fazia mais a cara dessa mulher do que arranjar DO NADA um bando de zé-ruelas para lhe servir
Enfim, a questão era que a Imperadora havia deixado seu lar com o objetivo de investigar a lenda que cercava a ilha vulcânica. Segundo seus comandantes mais proeminentes, as chances da história acerca da criatura residente de Pthumerias serem verdade eram altas, considerando a movimentação estranha da nobreza local após as recentes perdas da Marinha. Querendo se aproveitar da deixa, a Deusa da Tempestade decidiu levar alguns poucos comandantes seus até a localidade para de fato entender a situação, e na melhor das hipóteses, domesticar a criatura na base da força e ter um desafio de verdade.
- Faz tempo que não fico tão empolgada assim, minhas pernas estão até tremendo... - Ela pronunciava enquanto subia nas costas de um marinheiro qualquer para melhorar sua vista. Não que ela precisasse, é claro, já que ela voava. Contudo, digamos que um dos fetiches da felizarda era demonstrar domínio seja lá qual seja a situação.
- Nossas fontes de informação são bastante confiáveis, então creio que não será uma viagem inútil. Na pior das hipóteses podemos simplesmente saquear alguns minerais e levar até nosso povo. Aposto que os Tontatas irão adorar o presente. - Uma mulher de cabelos esbranquiçados e roupas bastante...peculiares respondia sua capitã em um jocoso, como se estivesse torcendo para o boato ser mentira por algum motivo misterioso. Tratava-se de Grace, uma das melhores atiradoras do bando de Victoria e alguém com um cargo bem mais alto na hierarquia que os outros quatro.
Após essa curta conversa entre as duas, a embarcação logo se aproximou da baía mais próxima e finalmente pode finalizar sua viagem. Os marinheiros, claro, estavam apreensivos. Afinal, seu propósito ali havia sido concluído e o grupo havia conseguido se aproximar da ilha sem ser descoberto, logo não haviam motivos para deixar que eles vivessem para relatar a situação à algum almirante.
Contudo, diferentemente do que a vibe da situação dizia, a Yonkou simplesmente optou por utilizar seus ventos para jogar todos os den den mushi que havia confiscado no mar. Em seguida, já tendo desembarcado na ilha com seus subordinados, a pirata sorrateiramente utilizou de uma nova ventania para guiar a embarcação governamental de volta para o mar, como se nada tivesse acontecido.
- Só deixei esses paspalhos viverem porque me serviram bem. Uma Imperadora deve saber recompensar seus súditos. - A mulher entoava aquelas palavras como se fosse algum tipo de mantra.
- Enfim, é aqui que nós despedimos. Não gosto de agir acompanhado e creio ter alguns assuntos para resolver em um certo lugar antes de começar a festa. Até lá, tentem encontrar algum jeito de adentrar no andar subterrâneo do palácio pthumeriano. Um passarinho me contou que existem nessa região pessoas dispostas à ajudarem vocês nisso. - Após terminar de falar, Victoria começou à organizar alguns papeis, dando a deixa para os presentes fazerem alguma pergunta, se assim quisessem.
Ainda não tendo sido vistos pelos robôs vigilantes locais, os piratas tinham tempo para contemplar o cenário da ilha e escolherem que rumo tomar. Suas opções mais próximas eram claras : adentrar no peculiar Centro Comercial que estava nas proximidades, viajar um pouco e explorar a Plataforma Industrial ou adentrarem nos domínios nefastos e misteriosos da famigerada Vila Mimosa, o local mais estranho da ilha. Apesar da opção de dividir o grupo para explorar diversos lugares existir, fragmentar a força de um agrupamento tão pequeno de pessoas em um território desconhecido e hostil era perigoso. Por outro lado, conhecendo a Yonkou, não demoraria muito para a pirata se meter em alguma confusão, então demorar para agir não era uma opção.
- Eae palermas, como é que vai ser ? - Grace questionou enquanto recarregava seu rifle. Infelizmente, a cada bala cuidadosamente
enfiada naquele cano grosso e escuro, seus seios balançavam de um lado para o outro, atraindo a atenção dos coitados dos criminosos.
- Eu vou para a Plataforma Industrial resgatar um companheiro de bando, porque o cara faz uma canjiquinha das boas. Não devo demorar, mas acontece que a nossa missão é prioridade, então não posso levar muita gente comigo, então levarei no máximo um cabocó comigo. - Ela concluiu, enquanto o mestre fazia ela dropar uma moto de uma capsula, bem estilo DBZ mesmo.
Acompanhados do silêncio e da brisa marítima noturna, restava para o quarteto pirata escolher que rumo tomariam.