Vilarejo das Cinzas Remanescentes
Por volta das 10 horas.
O vilarejo que um dia pulsou com risos e cores agora jaz em ruínas, uma sombra do que foi. As estruturas, carbonizadas e desmoronadas, se erguem como esqueletos de um passado vibrante. As cinzas dançam ao vento, envolvendo o local em um manto de melancolia. No coração da devastação, uma cratera colossal se abre, testemunha do cataclismo que arrasou este lugar, enquanto árvores desoladas se erguem como lamentos mudos. Flores de oleandro, com suas pétalas delicadas e venenosas, brotam entre os escombros, como a esperança de um renascimento em meio à dor.
Após um longo tempo de viagem, deixando seus amigos por interesse próprio. Hanya, a poderosa garota de doze anos do clã Uchiha, adentra o vilarejo que Yoikami havia mencionado, seus olhos grandes e curiosos percorrendo as ruínas.
Seu cabelo negro, curto e liso esvoaça ao vento, e a presença do sharingan brilha em seus olhos, revelando a herança poderosa que carrega. Por algum motivo, uma sensação de tristeza invade seu coração ao avistar utensílios domésticos destruídos e brinquedos esquecidos, objetos que ecoam risos infantis e sonhos desfeitos. Ao se aproximar de uma pequena boneca coberta de poeira, Hanya sente uma breve empatia, pois seu antigo vilarejo entre o País do Som e o País do Fogo, também teria sido dizimado da mesma forma.
À medida que a jovem explorava o vilarejo em ruínas, uma sensação perturbadora começou a se insinuar em seus sentidos, crescendo a cada passo. Hanya parou de súbito, o ar pesado à sua volta como se impregnado por um olhar invisível, frio e calculista. O vento cortante uivava entre os escombros, levantando cinzas e fragmentos de lembranças apagadas, e trazia consigo um pressentimento crescente de que ela não estava sozinha. Instintivamente, Hanya ativou seu Sharingan. A íris vermelha brilhava com intensidade, iluminando levemente as sombras ao redor enquanto ela sondava a paisagem devastada em busca da origem daquela presença inquietante.
Ao virar-se para inspecionar a área, Hanya se deparou com uma figura à distância, imóvel e observando-a em um silêncio ameaçador. O homem, alto e imponente, tinha a pele escura e cabelos brancos presos em um coque firme, um contraste que conferia ao estranho uma aura marcante e quase ritualística. Sua bandana trazia o símbolo de Kumogakure no Sato, a Aldeia da Nuvem, e estava visivelmente riscada, um detalhe que não escapou ao olhar atento de Hanya. A cicatriz sobre o metal indicava uma renegação formal, um traço dos que haviam abandonado sua vila.
Com a mesma serenidade que usava para observá-la, o homem enfiou a mão na bolsa de armas e retirou um pequeno livro. Sem se apressar, abriu-o e percorreu algumas páginas, seu olhar alternando entre as anotações e a garota à sua frente. Ele examinava as linhas e símbolos no papel com a calma calculada de alguém acostumado a registrar detalhes de alvos e informações importantes, como se Hanya fosse apenas mais uma peça em uma longa série de observações cuidadosas.
Após algum tempo, ele fechou o livro com precisão quase ritualística e guardou-o novamente, o olhar se fixando diretamente nela. A presença de Hanya no vilarejo parecia ser um enigma inesperado, mas agora solucionado com a precisão de um cálculo exato.
— Uchiha Hanya, uma garota da Akatsuki, huh? — Ele parece fitar o livro com certa calma, e depois iria fechá-lo após tirar algumas notas mentais. — O que você está fazendo num vilarejo como esse? Você deve ser muito confiante em suas habilidades como shinobi para andar com esse manto por ai, ou... Você é apenas alguém como eu? Que usufrui da aparência dos outros, como bem, entende? De qualquer forma, o nome Kyosuke Yoru e Kasuga? Remetem alguma coisa em sua cabeça? Você... Tem algo haver com o desaparecimento deles? Se me lembro bem, Ann-chan, já havia comentado uma vez que membros da sua organização já tentaram atacar um dos nossos no passado.
Aquele sujeito parece fitar Hanya diretamente nos olhos, como se não a temesse. O que Hanya faria? Era visivel que uma palavra errada poderia desencadear um confronto.
Ação livre para @ZeddaSilva