Templo do Fogo - País do Fogo

Ao que se aproximaram do local do templo, Haku começou a ficar um pouco tenso. Por mais que a guarda parecesse reduzida, estavam longe de casa e tinham que tomar cuidado. O combinado mencionado pelo professor acabou lhe deixando mais calmo e, por isso, não demorou a também escolher um henge para si próprio.

Sorriu diante da resposta de Sora. Com aquela aparência não podia ligar para incômodos de outras pessoas. Apenas os desprezar. No entanto, na realidade estava um tanto compadecido com o rapaz. Não o achava má pessoa, apesar de meio revoltado. Mas, não tinha muito o que fazer. Não podia quebrar o disfarce tão cedo assim.

O surgimento e o comentário de Chiriku quanto à visita do time, aliás, deixou as coisas um tanto mais claras. Han havia ajudado Sora no passado com qualquer que fosse a origem do poder que ele tinha no corpo dele. Pseudo-jinchuurikis deviam ser similares aos jinchuurikis tradicionais de alguma forma, afinal.

Ainda sem quebrar o disfarce, com uma carranca de poucos amigos, seguiu os demais membros do grupo até uma fonte termal abandonada. Assim que parecesse seguro, desfaria seu Henge ao que o sensei também desfizesse o seu.

— Definitivamente não mexi com eles por livre e espontânea vontade — coçando a nuca, lembrou-se da situação apertada do Chuunin Shiken. — Quanto às amostras de DNA, terei que pedir desculpas. Infelizmente não fui capaz de reuni-las. Depois daquela ocasião, cheguei a encontrar uma garotinha com a kekkei genkai de um Clã chamado Ibuki. Mas, pela situação delicada da família de refugiados, não pareceu adequado pedir algo assim naquela situação — contraindo o cenho, lembrando-se da ocasião na fronteira da chuva, prosseguiu. — Mas posso dizer que eles possuem uma capacidade de ocultação física e sensorial fora do comum. E, se estiver interessada, sei onde estão e talvez consiga pedir algo do tipo num momento mais oportuno futuramente — pendendo a cabeça, prosseguiria explicando, conforme se lembrava das missões em sequência, após a missão naquela mina. — Depois disso fui direto para o Exame Chuunin e também não houve oportunidades ou situações discretas o suficiente para coletar. Tivemos um confronto direto com o falecido Mizukage em uma das fases do exame. E, apesar das habilidades incríveis que ele tinha, ainda que fôssemos capazes de sequer tocá-lo, acho que não era nada genético, mas sim baseado na besta de três caudas… Depois da batalha na arena, tivemos o encontro com o Funato do qual roubamos o pergaminho, que continha essas marcas. Porém, até onde sei, assim como essas marcas que adquiri sem requisitos genéticos, as heranças do clã Funato estão mais para Hijutsus, não? De qualquer forma, acho que pode lhe interessar saber que o kiri-nin Funato só se envolveu com a gente porque estava atrás da antiga membro do nosso grupo por ser uma Yuuki. Ele parecia querer acertar uma dívida que o clã tem com a vila da névoa. Algo assim… — elevando as sobrancelhas, comentou. Imaginava que talvez poderia ser relevante saber que estavam caçando o clã dela. — E, antes de chegarmos aqui, enfrentamos seis ninjas de Kumo, todos sem kekkei genkai, creio, exceto um. Era um jounin que utilizava jutsus de borracha. Mas, como a coisa estava apertada, só pudemos neutralizar outros kumo-nins e fugir para o território do fogo — imaginando se não estava falando demais, fez uma breve pausa. — Lamento por não ter mais a fornecer — cabisbaixo, completaria. — Aliás… Pensando bem, acho que eu nunca parei para pensar em um item ou método que pudesse facilitar a coleta e preservação das amostras. Tem algo que eu poderia fazer quanto a isso em coletas futuras? — curioso, voltar-se-ia para a monja, imaginando se ela não teria algo ou alguma dica para facilitar a coleta das amostras.

Sendo justo, Oonoki realmente era meio ranzinza. Porém, mesmo assim, algo naquele comportamento por parte da mulher não lhe agradava. Até poderia ter ficado mais tempo irritado pelo desrespeito com o Tsuchikage, mas ficou curioso demais quanto ao resto da fala dela. Parando novamente para pensar bem, não sabia muito sobre aquela Yuki.

— Quando você fala em "seu mestre", fala em Chiriku, não? — pendendo a cabeça e ignorando as menções ao Tsuchikage, faria uma cara confusa enquanto perguntava em baixo tom à mulher.

Esperava receber talvez mais alguma informação sobre o contexto da mulher e os estudos que ela fazia sobre kekkeis genkais.

As respostas de Mitsuru acabaram não concedendo grandes respostas e levantando ainda mais perguntas. Lembrava dela pingando gotas de sangue num pergaminho. Entretanto, por mais que comprasse um desses, o dela deveria ser especial de alguma forma para registrar informações genéticas só com uma gota de sangue. O ideal seria carregar frascos, coisa que também não tinha e não sabia onde comprar também. Era esse tipo de solução que buscava dela, mas sua resposta apenas deixou a situação mais misteriosa.

— Obrigado, senhorita Mitsuru… — recebendo à flor em mãos, cuidadosamente a guardaria em sua bolsa de medicamentos.

Já a menção da criação do Chakura Denshin, Haku foi realmente pego de surpresa. Quais as chances de uma coincidência daquelas, afinal? Quem sabe não conseguisse treinar e melhorar a técnica sob tutoria dela no futuro?

De qualquer forma, o que mais lhe preocupou, no entanto, foi a identidade do mestre dela. A Yuuki lidava com estudos genéticos e Haku não tinha ideia de possíveis pessoas que cumprissem o requisito de conseguir ensinar algo do tipo a ela. Entretanto, imaginava que, com certeza, deveria ser alguém importante. Não sabia da índole do sujeito, no entanto, por isso permaneceria atento, mantendo as relações de mútuo benefício com a mulher para descobrir mais.

O aviso de Han-sensei o deixou animado por várias razões. Primeiro porque ele deveria conseguir alcançar o compartilhamento de poder após um período. E, segundo, porque talvez o time pudesse ter tempo livre para também fazer algum treino.

Ao perceber a aproximação insistente do ANBU, Haku se viu obrigado prestar atenção no que ele tinha que dizer. Aparentemente, a criatura nova que acompanhava Brakios era um tipo de experimento. No entanto, dadas as circunstâncias, isso era o de menos àquela altura.

Por mais que Chiriku tivesse interrompido o questionamento do homem, ele ainda parecia bastante insistente com suas perguntas. Haku chegou a cogitar se ele não estava suspeitando de algo. E a pergunta sobre o ocorrido na fronteira talvez dissesse isso. Porém, parecia haver um motivo bem lógico em saber quem eram: monitorar o espécime denominado de número 37. Ele queria saber o nome do sensei e número do time para poder rastreá-los em seguida. Ou seja, bastava que ele soubesse onde encontrá-los no futuro que tudo devia ficar bem.

Não podiam simplesmente inventar o nome de algum sensei, pois arriscavam dar um nome que não existe e estragar o disfarce. Ou pior, poderiam dar um nome que existe, mas pertence a outro time. Quanto ao número, não estressou tanto, nem ele sabia o número real do time dele. Contudo, eventualmente veio à cabeça de Haku que, basicamente, qualquer um podia largar tudo na vida para se isolar em um monastério como aquele. Havia monges versados em ninjutsu, já havia encontrado mais do que um. Como Chiriku havia dito, adquirir habilidades mais avançadas talvez fosse mais difícil para eles naquele ambiente. Entretanto, para aprender o básico, crianças passavam pela academia ninja. Sendo assim, a mentira mais conveniente seria dizer que nunca chegaram a ter um time. Sim, poderiam se passar por genins que, ao se formarem, decidiram se tornar monge. Afinal, todo monge ninja tem que ter iniciado a vida monástica em algum momento da vida, não?

— Não chegamos a ser designados a um sensei ou time, na verdade —esforçando-se para manter a calma, voltar-se-ia para o homem e daria a informação que ele devia querer. — Depois da formatura, decidimos vir para cá, a convite de Chiriku-sama, para iniciar o treinamento de monge. Mal começamos, mas todo monge ninja tem que começar de alguma forma, né… Sobre os relatos, lamento não poder ajudar. Não sei nada sobre essa confusão — após uma respeitosa reverência de despedida, tentando manter a calma para não deixar nada escapar, começaria a lentamente andar na direção indicada por Chiriku — Vamos, pessoal — dando o sinal para que o time o seguisse, esperava dar a brecha necessária para que Chiriku pudesse tirar o homem dali.

O ideal era não dar tempo de ele perguntar mais nada. Por isso, buscaria apenas seguir em direção ao local de treinos.