Prefiri omitir a parte em que o olho do idoso passou para mim, pelo menos até que ter certo controle para não causar pânico.
@Luan
Escutando tudo o que Han-sensei teve a dizer, Haku não poderia dizer que um certo alívio havia percorrido seu corpo. Não estava achando que os oponentes seriam fáceis. Longe disso. No entanto, o tipo de item e os ganhos dos criminosos com eles tornavam pouco provável que um dos atacantes fosse a Akatsuki. Isso, por si só, já era uma excelente notícia para o Tokujou.
Assentiu com a cabeça e esperou as demais dúvidas serem sanadas. Fez questão de tomar notas mentais sobre tudo o que Han-sensei dizia. Àquela altura, o contexto da missão havia finalmente ficado claro. A situação envolvendo um forte oculto até mesmo para as forças de uma vila oculta era bem incomum. Sem dúvidas, pelo menos orientações de direção de Makarov seriam necessárias.
A emersão de Narie do que parecia ser um transe um tanto incomum para ela chamou bastante a atenção de Haku. Estava naturalmente interessado no assunto envolvendo Jinchuurikis já que, de certa forma, era um pseudo. No entanto, sua conexão não estava tão próxima com a besta quanto a da Senju. E, talvez, nunca ficasse. Seu intento era desenvolver melhor os poderes dos braços e, quem sabe, um dia aprender a usar mais ninjutsus de uma vez com eles. Ou, pelo menos, algo do gênero.
Sabendo que a resposta não viria logo, Haku optou por fazer como Han-sensei dissera. Diante do seu aceno de dispensa, equipou o chapéu e sinalizou para que os dois colegas de time prosseguissem com a saída do escritório.
Makarov ainda não parecia sério quanto a missão. Talvez fosse porque aquilo era algo simples para ele. Entretanto, imaginava que os itens valiosos talvez estivessem sob sua posse e, naquele momento, ele fosse os buscar. Fosse isso ou não, era importante que todos no time partissem para a missão em bom estado. Se ele precisava comer, então que fosse.
Junto dos outros ninjas, Haku seguiria em direção ao portão.
— Narie-san que não parece muito descansada — no caminho, Haku se voltaria para os dois com um ar preocupado. — Hazu-kun, por acaso você não tem nada para carregá-la durante a viagem? Assim ela pode descansar enquanto a viagem estiver tranquila e tal — completaria, ainda voltado para eles, esperando a resposta enquanto caminhavam.
Fora isso, seguiria para o portão conforme o combinado por Makarov e o esperaria por lá. Assim que ele chegasse, partiria junto dos demais em direção à tal Floresta Negra.
Mente Narie escreveu:"Maldito macaco pulguento!" gritava o pequeno Gobi em sua mente. "Eu não vou para lugar nenhum com aquele macaco! Me deixe em paz!" Narie suspirou de novo. Vai ser uma longa viagem..., pensou.
Haku estava prestes a responder o questionamento de Narie sobre a possibilidade de deserção do velho. Todavia, logo ficou claro que Makarov não estava levando a missão totalmente na brincadeira, apesar das aparências. A razão maior do sumiço realmente parecia ter sido ir pegar os objetos que seriam transportados. E, como era de se esperar de um ninja mais experiente, ele tinha sido mais rápido ainda com aquela tarefa extra.
Acabou não respondendo nada a Narie.
O que não esperava, no entanto, foi o Henge estranho utilizado pelo homem. Suspirou discretamente, pegando na ponta frontal do chapéu, enquanto se sentia observado pelas pessoas que passavam e tinham sua atenção capturada pelo show dado pelo velho.
Hakuryū, entretanto, não achou que a música fosse totalmente despropositada. O irmão era tão ou mais excêntrico que Ōnoki. E sua personalidade parecia ser bem oposta a dele num sentido de extroversão. Beirava o histrionismo. No entanto, assim como o irmão, Makarov parecia ter sempre algo por trás. Ainda mais naquela situação, em que todos os sintomas e sinais da bebedeira pareciam ter magicamente desaparecido. Ponderou, portanto, se a música não era um tipo de alerta para o tipo de perigo que iriam enfrentar na floresta. A maior questão que permanecia, contudo, era o porquê da escolha daquele método.
Suspirou novamente. Não achou produtivo pensar ou perguntar mais sobre esse assunto. Deixaria que o velho shinobi fizesse como preferisse. As coisas deveriam fluir melhor assim.
Após longas horas de caminhada em formação floresta adentro, a noite eventualmente caiu. Haku, naturalmente, estava mais preocupado, já que a baixa visibilidade sem dúvidas era um obstáculo. Makarov, por sua vez, quis subitamente interromper o ritmo de avanço do time para mais um de seus avisos incomuns.
Não sabia quanto a demônios. Porém, talvez a escolha de termos derivasse do tipo de ataque que essas criaturas faziam. Afinal, tivessem as vítimas seus corpos simplesmente comidos, as pessoas imaginariam tratar-se de predadores, ainda que anormalmente grandes. Então, além de primatas monstruosos, talvez devessem esperar criaturas ou monstros de chakra capazes de drenar suas energias? Ou então, provavelmente algo minimamente similar a isso, mesmo que apenas em aparências.
Haku não era de subestimar sinais para perigos, por isso teve em mente que devia ficar alerta. Ainda mais agora com a baixa luminosidade.
Tinha um equipamento que iluminaria os arredores razoavelmente. Entretanto, se o próprio Makarov, que tinha uma lanterna em mãos, havia desligado a sua, pressupôs que talvez fosse mais vantajoso viajar sem chamar a atenção de predadores. A teoria da floresta escura era baseada na dinâmica de florestas exatamente como aquela, afinal.
Sendo assim, com a guarda elevada e focado nos demais sentidos disponíveis, continuou a caminhada em formação junto de Makarov e os demais membros do time.
Haku franziu a testa para todo o raciocínio que Hazu estava fazendo diante do grupo. Ao que ele fez a pergunta quanto ao tamanho das abelhas, Han balançou a cabeça negativamente, sinalizando que ele não havia compreendido.
— Não sei quanto a abelhas gigantes — comentou, enquanto avançavam na viagem até o forte. — Mas estava pensando mais num enxame no formato de uma plataforma, ou algo do tipo. Afinal, a força das abelhas está no coletivo — elevando uma das sobrancelhas, completou, não muito certo da frase de efeito que ele próprio havia soltado ali mesmo.
De qualquer forma, buscou manter-se sério e focado nos arredores. Não estava com tempo para pensar em descontrações ou interações agradáveis entre o time. Fosse outro momento, talvez até fosse adequado para aumentar o entrosamento do time. Contudo, considerando que estavam no meio de uma floresta tão perigosa com uma visibilidade tão baixa, as interações teriam que ficar para depois. Brincadeiras e descontrações fora de hora em um ambiente tão perigoso poderiam culminar em mortes.
Diante do aviso de Makarov, Haku elevou imediatamente sua guarda e se preparou para o combate. O velho confiar-lhe o pergaminho tão rapidamente assim foi uma supresa, mas Haku sabia que não teria tempo de hesitar. Aceitando a tarefa naturalmente, prendeu o pergaminho firmemente em suas costas, deixando as mãos livres para o combate que viria.
Com os avisos dos colegas de time, e sabendo da importância de proteger o pergaminho, Haku rapidamente fez uso da sua Keirakukei Avançada para executar os selos de um Doton: Chidōkaku [Rank A | Potência Normal] em uma mão, enquanto a outra cuidava do(s) selo(s) para ativar o Chakura Mōdo [Tier 2]. Com o Chidōkaku, sua intenção era elevar de súbito a si, Hazu e Narie em um pilar de pedra quadrado. Assim, ao que o inimigo chegasse próximo de onde eles estavam, ele surpreendentemente se depararia com o que aparentaria ser uma parede de pedra. De cima, então, Haku e seus colegas teriam posição privilegiada para contra-atacar, lançando seus ataques mais poderosos para baixo.
Por outro lado, imaginando estarem sob o efeito de algum genjutsu de uso contínuo, Haku também teria paralelamente ativado o Chakura Mōdo [Tier 2]. Como para esses tipos de ilusões kaijutsus e dor não bastavam, tudo que podia fazer era melhorar sua Mente. Como bônus na ativação daquele modo, já que seu Chakura Denshin não dava melhorias mentais, ainda ganharia melhorias Corporais, de Selos e de Velocidade.
Logo em seguida, novamente com sua Keirakukei Avançada, Haku procuraria emendar um ataque de Katon seu com os ataques dos dois aliados, enquanto também produzia clones para usos futuros. Uma das mãos executaria os selos para um Katon: Zukokku [Rank B | Potência Normal], enquanto a outra executaria os selos para um Kage Bunshin no Jutsu [Rank B | Potência Alta → Bunshinjutsu Avançado: reduzido p/ 46 CH → 2 Clones de 23 HP cada].
Enquanto isso, o Zukokku buscaria os inimigos ao pé do pilar de terra, mirado na direção em que seus aliados alertassem ver/sentir o inimigo ou na direção em que mirassem seus próprios ataques — já que tinham capacidades de sensoriamento melhores que as suas. Assim, tentaria somar seu jutsu ao deles para que obtivessem maiores danos e eficácia finais.
Por fim, Haku e seus clones ficariam atentos aos arredores, com os cinco sentidos elevados, para reagirem a eventuais surpresas. Estaria preparado para evadir de ataques e, se absolutamente necessário, até mesmo usar seu Vôo Livre para se livrar de empecilhos, como o desmoronamento de seu pilar ou aproximações perigosas de inimigos de si mesmo e do pergaminho que carregava.