Horizonte Tokiogarasu - Mundo Lúdico

O Horizonte Tokiogarasu, reservado apenas para aqueles devotos o suficiente para sobreviver ao chamado da Estátua Tokiogarasu, ou Genshi-zou, é um domínio místico que não apenas transcende as barreiras do tempo e da realidade, mas as distorce e as devora. Este plano é um pesadelo vivo, onde a normalidade do mundo físico é dilacerada e retorcida até se tornar irreconhecível, uma manifestação sombria dos fluxos temporais e das possibilidades infinitas que o tempo esconde.

Uchiha Yashin e Kyosuke Kuroi despertariam no meio de uma cena de devastação total, cercados por estilhaços de prédios em ruínas. Ofegantes, eles se ergueriam com dificuldade, suas energias quase extintas e seus corpos pesando como se estivessem submersos em concreto. Uma névoa espessa e opressiva pairava no ar, obscurecendo seus olhares e distorcendo a visão de uma destruição interminável que se estendia até onde a vista alcançava.


O cenário ao redor era um caos absoluto: ruínas fumegantes, fogo consumindo os escombros e o som ensurdecedor de batalhas ferozes, com explosões que sacudiam o chão e ecos de gritos distantes se misturando em uma sinfonia de terror. O chão estava marcado por crateras e escombros, testemunhas silenciosas de um conflito brutal e implacável. A atmosfera carregava uma tensão palpável, como se a própria essência do campo de batalha estivesse saturada com o desespero e a fúria da guerra. O que antes era um campo de batalha agora era um inferno de destruição, onde a guerra parecia ter consumido toda a esperança e humanidade.

Um corpo parecia estar carbonizando próximo de Kuroi, seus olhos começavam a se acostumar com aquela nevoa que bloqueava suas visões, porém por algum motivo, o coração de Kuroi parece se desesperar por um breve segundo ao ver aquele indivíduo que, agora, estava... completamente morto.


Uma garotinha de aproximadamente quatro a seis anos estava agarrada à perna de Kyosuke Kuroi, que agora se dava conta, com uma sensação perturbadora, de que sua altura estava distorcida, como se o mundo ao seu redor tivesse se transformado. Antes que pudesse compreender completamente a situação, a menina, com a voz quebrada e repleta de medo, começou a falar, seus soluços sufocados se misturando ao caos:

— P-pai... a mamãe... foi a-atingida pelos escombros... — Ela tentou desesperadamente se confortar, suas palavras entrecortadas por choros convulsivos e o tremor incontrolável de sua voz. — Ela vai ficar bem, c-certo?


Enquanto essas palavras ecoavam na mente de Kuroi, memórias que não eram suas se precipitaram sobre ele, uma onda esmagadora de imagens e sentimentos alheios. Sua identidade parecia se desfazer, substituída por uma sensação aterradora de ser outra pessoa. No meio desse turbilhão mental, uma voz, familiar e carregada de uma urgência desesperadora, cortou o caos:

— Mizukage-sama... Urgh... Hyoumi-san, você está bem? A última explosão parece ter sido direcionada para o lugar que estávamos evacuando os civis e os shinobis feridos, acho que... Foram todos mortos… — Mirian comentaria um tanto atordoado, visivelmente não sabia mais o que fazer. — Devemos recuar? Não temos como impedir os avanços daquela maldita organização e de acordo com o Darui-sama, talvez conseguiremos a solução para lidar com Kyosuke Yoru dentro do País do Ferro. Se continuarmos lutando, vamos apenas morrer... Apenas sinto o chakra de Ikhor, Mizumi, Sakuya e Haikot... Espera... Ah, merda...


Uma explosão devastadora irrompeu com uma força titânica, sacudindo o campo de batalha com uma violência implacável. O impacto foi tão feroz que os três indivíduos foram lançados pelos ares como bonecos de pano, seus corpos sendo projetados em direção a um prédio distante. Hawasaka Mirian, lutando contra o cansaço e a exaustão, imediatamente começou a formar selos de mão com uma precisão desesperada. Com um esforço sobre-humano, ele canalizou o que restava de seu chakra em uma torrente colossal de água que se precipitou em direção ao chão. A água se expandiu em um manto acolchoado, absorvendo o impacto e amortecendo a queda do trio com um estrondo ensurdecedor.

Apesar de seu feito heroico, era evidente que Mirian estava à beira do colapso. Seu corpo tremia e sua respiração estava ofegante, as reservas de chakra quase exauridas. O custo de sua bravura era claro: ele não teria forças para realizar outra façanha semelhante. O cenário era de desespero e ruína, cada segundo preenchido pelo som do caos que continuava a consumir o campo de batalha.


Eles tinham sido empurrados em um alcance bastante notável e nesse momento, conseguiam observar uma garota com cerca de 16 anos, em estado de choque, observando o corpo de Kaguya Haikotsu completamente pálido e sem vida. Kaguya Sakuya por alguns segundos, parecia estar completamente incrédula, ela havia simplesmente congelado. Tudo que era possível de ouvir, era sua voz suplicando para o corpo já sem vida:

— Irmão... Não me deixe, p-por favor...


Num subito movimento, "Yuki Hyoumi" notaria um sujeito emergindo da destruição, "Kyosuke Yoru" fazia sua aparição e se movimentaria rapidamente em direção de Sakuya, como se quisesse mata-la no próximo movimento. Yuki Hyoumi, ou melhor dizendo, Kyosuke Kuroi faria alguma coisa?




Uchiha Yashin mal conseguiria ter tempo para organizar seus pensamentos, mas seu corpo de certa forma se movimentaria por conta própria, uma cúpula de sangue parecia proteger seu corpo das explosões seguintes que estavam sendo direcionadas a si. Seu chakra começava a decair de forma pesada, porém, ele imediatamente sentiu uma presença surgindo atrás de si próprio, Shinokaze fazia sua aparição, com sua arma em punhos, o Shinigami tentaria cortar "Yashin" ao meio naquele momento. Porém, o sangue em sua volta iria brilhar numa intensidade assustadora e repelir a arma empunhada pelo shinigami.

Sua boca se movimentaria sozinha naquele momento, formando uma voz:

— PORRA, IKHOR. POR QUAL MOTIVO SOU EU QUE ESTOU TE DEFENDENDO, MOLEQUE? ACORDA PARA A VIDA, PORRA!

A cúpula de sangue se movimentaria em alta velocidade pelos prédios que estavam sendo explodidos um por um, a capacidade sensitiva de "Ikhor" sentia diversos pontos de chakra se aproximando dele, porém, todos eram inimigos, Shinokaze, Samekyodai, Raijinganma, Sengan no Karasu... Todos estavam sendo controlados de alguma forma por Kyosuke Yoru que nesse momento estava acompanhado por outros membros da Oleander que pareciam ter um poder absurdo em comparação a qualquer outro indivíduo que ele tenha visto anteriormente. Porém, o mais problemático entre eles era definitivamente um Uchiha que parecia estar montado em um dragão de mais de 100 metros de altura que incinerava tudo que estivesse em sua frente.


Antes que pudesse fazer alguma coisa, uma quantidade avassaladora de água vinda do mar invadiria sua pequena vila, e Samekyodai iria fazer sua aparição tentando abocanhar Chinoike Ikhor. Porém, Jashin já não seria mais capaz de executar nenhum movimento defensivo naquele momento contra aquela entidade, existia algo que Ikhor poderia fazer para impedir de ser devorado?

Ação livre para @Heimdall e @Gaius

Observações gerais:
— Todas técnicas de Ikhor e Hyoumi estão temporariamente disponíveis no meio desse acontecimento.
— Apesar de serem Yashin e Kuroi no controle desses corpos, grande parte das memórias anteriores de Ikhor e Hyoumi estão disponíveis para serem acessadas por suas cabeças.
— Qualquer tipo de dúvida, me contatar...

Outro estrondo ensurdecedor sacudiu Kirigakure no Sato, fazendo ecoar pelos céus uma explosão que parecia rasgar a própria alma da vila. A outrora pacífica morada de muitos agora se assemelhava a um campo de batalha desolado, um vasto abatedouro onde a vida, sem distinção, parecia fadada à extinção. O ar estava impregnado de desespero, e as sombras do massacre engoliam tudo em seu caminho.


Chinoike Mizumi, uma pequena figura de olhos grandes e azuis como o oceano em tempos de paz, fitou seu pai em silêncio. As palavras que ele proferiu demoraram a encontrar abrigo em sua jovem mente, como se a gravidade da situação fosse densa demais para seu coração inocente suportar. Quando finalmente compreendeu o significado por trás daquelas palavras, sua expressão mudou—o medo e a dor transparecendo em cada traço delicado de seu rosto infantil.

— Huh, como assim ir com o Mirian-san? E te deixar aqui?

A voz da garota, ainda carregando a doçura da infância, tremeu com a percepção aterradora do que aquilo significava. Seus braços se apertaram com mais força em torno da perna de Hyoumi, como se seu frágil corpo fosse capaz de ancorá-lo à realidade e impedir que a tragédia se consumasse. Então, num rompante de desespero, sua voz se ergueu, carregada de um grito primal, uma súplica que cortava o ar como uma lâmina afiada:

— NÃO! A MAMÃE DISSE A MESMA COISA, E DEPOIS ELA SIMPLESMENTE DESAPARECEU NO MEIO DOS ESCOMBROS! POR QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO ISSO COMIGO? EU NÃO GOSTO DESSA BRINCADEIRA! PAREM COM ISSO, AGORA!

A dor em suas palavras era palpável, um reflexo cru de uma alma pequena e indefesa confrontada com a devastação do mundo adulto, um grito de resistência contra o abandono iminente. Porém, como um espectro emergindo das sombras, Hawasaka Mirian surgiu atrás da garota. Com um toque preciso em um ponto específico de seu pescoço, uma faísca de energia percorreu seu corpo, atingindo seu cérebro como um raio divino. A garota, como uma marionete cujos fios foram cortados, adormeceu instantaneamente, mas antes que seu corpo pudesse encontrar o chão, foi envolvida pelos braços firmes do sobrevivente da Scylla.


Mirian suspirou profundamente. Ele inclinou a cabeça, um gesto de aceitação silenciosa, confirmando sua submissão ao comando do Mizukage. No entanto, o sujeito virou-se naquele momento:

— Sabe, Hyoumi… Perdão por comentar isso, mas… Você deveria fugir comigo e com a Mizumi, para ser sincero, eu gostaria que até a Sakuya fugisse também, ela não merece morrer no meio desse caos. Você já deve ter notado com sua capacidade sensitiva, mas… Se existem 15 sobreviventes da nossa vila, já seria muito… Mesmo que por um milagre você consiga resolver tudo isso, até mesmo Konoha já pereceu contra eles, você está indo para a morte certa, você sabe, né? Mas não importa o que eu vou falar, você vai continuar com essa ideia de continuar lutando. Talvez tenha sido por isso que você foi escolhido como Mizukage e eu não… No fundo, eu sou um tremendo covarde, não é? — O sujeito fechou os olhos naquele momento e, por fim, suspirou, ele iria contrariar uma pequena parte da ordem de Hyoumi. — Estarei partindo para o País do Ferro com sua filha e vou protegê-la, não se preocupe quanto a isso. Vou simplesmente fugir, porém, prometo que… Vou conseguir alguma forma de acabar com esses malditos, nem que seja a última coisa que eu faça!

Após aquela troca breve e carregada de emoções, Yuki Hyoumi e Hawasaka Mirian sentiram de imediato a presença de Kyosuke Yoru, um espectro de destruição emergindo com uma velocidade aterradora, como um predador implacável fixado em sua presa. Sakuya, paralisada pelo pavor, mal conseguia respirar, quanto mais reagir à iminente ameaça. O gigante musculoso avançou, seu braço direito se ergueu, e suas unhas cresceram de forma grotesca, prometendo uma morte rápida e cruel.

Mas antes que pudesse desferir o golpe, Hyoumi, o Mizukage, já estava em movimento. Suas mãos correram pelos selos com uma precisão letal, seus olhos queimando com uma fúria gelada. Seu chakra explodiu, canalizando uma força colossal que tomou forma em uma cúpula de madeira, fortificada com gelo impenetrável, que envolveu a área, interrompendo o avanço de Yoru. Um grunhido baixo e ameaçador escapou dos lábios de Yoru, enquanto ele se preparava para nulificar a barreira de madeira. Porem...

— NULIFICA ISSO, SEU DESGRAÇADO! — rugiu Mirian, sua voz vibrando com uma intensidade selvagem.


Num último ato desesperado, Mirian reuniu a mínima fração de seu chakra restante. Aproveitando as nuvens densas geradas pelo calor abrasador do campo de batalha e a presença ameaçadora do Raijinnoganma, ele invocou sua técnica suprema, um golpe perfeito após anos de refinamento— o lendário Kirin, técnica criada originalmente por Uchiha Sasuke. O céu se abriu com um rugido, e um raio moldado em pura destruição desceu como a fúria de um deus, atingindo Yoru com uma força devastadora. A explosão iluminou os céus, seguida por uma tempestade de fumaça e poeira que engoliu a região.


Sem perder tempo, Mirian agarrou Mizumi e saltou para longe, escapando das ruínas de Kirigakure no Sato. Enquanto isso, Hyoumi se moveu com uma velocidade sobrenatural, aproximando-se de Sakuya, que ainda lamentava sobre o corpo inerte de Kaguya Haikotsu. A garota albina estava perdida em sua dor, alheia à carnificina que se desenrolava ao seu redor, enquanto o caos e a destruição reinavam sem piedade. O jovem adulto, tentou fazer a adolescente acordar daquele transe, porém, era claro que Sakuya parecia estar quebrada mentalmente naquele instante, ela iria encarar Hyoumi enquanto lagrimas brotavam de seus olhos, seu corpo simplesmente tremia:

— Irmão Hyoumi... Desculpe por ser tão inútil, mas... Eu não c-consigo fazer mais n-nada… Irmão Haikotsu morreu por minha culpa, me d-defendendo e eu não consegui fazer n-nada... Como eu posso s-ser tão i-inútil?

Os sons de explosões continuavam a ecoar como um sinistro coro de destruição, enquanto a interação entre Hyoumi e Sakuya se desenrolava no meio do caos. Em meio a essa cacofonia, Hyoumi percebeu algo estranho—o livro que Sakuya carregava, oculto até então, começou a brilhar e vibrar brevemente, como se uma força adormecida dentro dele estivesse tentando despertar.

Sakuya olhou para o objeto com uma expressão abatida, sua curiosidade misturada com resignação. Quando tentou abrir o livro, uma estranha possessão tomou conta de seu corpo, mas desta vez, a entidade parecia fraca, uma sombra do poder que normalmente exercia. Ao contrário das possessões anteriores, não houve mudança física visível em Sakuya, como acontecia com Shizuka. A entidade parecia esgotada, quase como se estivesse lutando para se manter presente.

Foi então que a voz de Yoikami, suave e distante, ressoou nos ouvidos de Hyoumi, penetrando a barreira de som e caos ao redor:

— Byakuren... Esse nome, não me é familiar. De qualquer forma, há um motivo para as coisas serem do jeito que são, Hyoumi-san... Mas... Infelizmente... Eu acho que não vamos conseguir a resposta nesse exato momento. Se eu pudesse, eu voltaria à época em que era humana e tentaria impedir tudo isso que está ocorrendo atualmente. Por fim, tentarei pôr um fim definitivo em Aoshin no meu próximo movimento, porém... Quanto mais manifesto minha consciência, mais perigosa para todos ao meu redor eu me torno. Porém... Conforme todos esses anos se passaram, eu tive algum tempo para pensar e desenvolver uma última técnica. Se minha energia espiritual for esgotada nesse ultimo ataque, talvez eu possa resolver todos os problemas.


No meio do nevoeiro denso de poeira, uma voz sombria e debochada ecoou, cortando o silêncio momentâneo como uma lâmina afiada. A figura de Aoshin começou a se delinear no caos, caminhando calmamente em direção a Hyoumi e Yoikami. Seu corpo, parcialmente queimado, era uma visão aterradora, mas o que mais assustava era a velocidade grotesca com que suas feridas se fechavam, o tecido regenerando-se diante dos olhos perplexos de seus oponentes. A presença de Aoshin, agora mais poderosa do que no confronto no País do Vento, trazia consigo um peso insuportável, como se o ar ao redor se tornasse mais denso e sufocante.

— Minha amada filha é realmente patética, como você vai fazer algo contra mim nesse corpo propositalmente incompatível? — zombou Aoshin, sua voz escorrendo veneno e sarcasmo. — Saiba que eu não fiquei brincando pelo mundo todo esse tempo que estive livre, seus rituais não funcionam mais contra mim.


Yuki Hyoumi por algum motivo lembraria de um acontecimento no passado, um instante que Sakuya e o homem conhecido como Pastor teriam ficado sozinhos. O que exatamente ele estava querendo falar com a palavra "propositalmente incompatível?" Porém, não havia tempo para pensar na provocação, ele fecharia seus olhos e por fim iria realizar seus selos de mão, tocando o chão com firmeza. Sua companheira Vitral iria emergir naquele momento, pronta para o combate.


Quando o imenso Samekyodai iria abocanhar Chinoike Ikhor, o sujeito imediatamente iria em pleno ar concentrar seu chakra e dispersar seu sangue para todas regiões possíveis, e com uma marca já preparada, rapidamente se teleportou para uma região segura. Num suspiro cansado, o sujeito criou dois clones e imediatamente fez os preparativos necessários para continuar aquela luta. Uma vez que tudo estivesse pronto, o sujeito iria emergir no campo de batalha novamente com Ba'al já invocado, porém, enquanto isso ocorria, Jashin comentava:

— Dessa vez... Acho que não tenho muita escolha, com a presença do Shinokaze e daquele maldito corvo, mesmo que você morra nesse combate e eu assuma seu corpo em seguida, eu estarei destinado a perecer se não lutarmos com tudo. Tudo bem... Está na hora de evoluir a influência da minha energia em seu corpo, porém... Não se acostume com essa idéia, moleque. O poder que um humano remelento como você é capaz de usar, ainda é muito limitado quando se comparado ao meu verdadeiro.

Com a permissão de Ikhor, uma lâmina formada a partir de seu próprio sangue avançou impiedosamente em direção ao seu coração. Ao penetrar o órgão vital, a sensação de vida esvaindo-se foi imediata, sua vitalidade caindo vertiginosamente até se dissipar completamente. No entanto, no instante em que a morte o abraçava, sua consciência se fundiu com a de Jashin em um ato de pura transcendência, liberando uma onda avassaladora de energia espiritual que explodiu para fora de seu corpo.

O sangue do Chinoike jorrou de maneira selvagem e incontrolável, cada gota expulsa como se seu corpo estivesse sendo despojado de sua própria essência. Em poucos segundos, não restava mais uma única gota de sangue em suas veias. Mas a maldição da imortalidade que o possuía permitia que ele manipulasse aquele sangue como uma extensão de sua vontade. Num ato de puro domínio, o sangue rapidamente envolveu seu corpo, transformando-se em um manto denso e pulsante, como se estivesse vivo, uma segunda pele que sussurrava promessas de poder e destruição.

Enquanto a transformação se desenrolava, um crânio com chifres começou a se formar, grotesco e aterrador, substituindo as feições humanas de Ikhor por uma máscara de pura malícia. Suas roupas, antes meramente humanas, pareciam se desintegrar, seus tecidos tornando-se pálidos e frios, como o tecido do próprio submundo. Seu corpo foi se contorcendo e deformando, os músculos e a carne se retraindo até que ele se tornasse um esqueleto ambulante, uma visão de horror esculpida na forma de um demônio.

A dor que rasgava sua mente e corpo era inimaginável, uma tortura que superava qualquer sofrimento que ele já havia experimentado. Cada fibra de seu ser gritava em agonia, mas junto com essa dor vinha um poder absoluto, uma força tão imensa e primitiva que o fazia sentir-se mais próximo de um Demônio Elemental do que de qualquer coisa mortal. Ele era a encarnação do caos, uma manifestação viva do poder obscuro que fluía de Jashin, e com isso, ele sabia—estava pronto para devastar tudo em seu caminho.

Vantagens dessa forma:

Imortalidade Inexistente:
O usuário transcende a mortalidade de forma absoluta, tornando-se imune a qualquer tipo de morte. Ferimentos, por mais graves que sejam, regeneram-se gradualmente, revertendo o corpo ao seu estado original. A verdadeira morte se torna um conceito inexistente para ele.

Manto de Sangue:
O sangue do usuário pode ser manifestado como uma barreira viva, envolta em uma aura sinistra. Este manto serve como uma defesa contra ataques espirituais, repelindo energias que visam a alma, porém, tal defesa não é absoluta.

Abismo Sobrenatural:
Com um simples gesto—o apontar do dedo indicador—o usuário é capaz de causar danos físicos devastadores. Este poder vai além do meramente físico, podendo explodir um corpo por completo dependendo é claro de sua vitalidade, desintegrando carne e ossos com um pensamento.

Conceder Imortalidade:
Apenas apontando o dedo indicador para outro ser, o usuário pode conceder a dádiva ou maldição da imortalidade. Não há limites ou condições; a imortalidade é transferida de maneira imediata e inescapável, vinculando o agraciado a uma existência sem fim.

Cancelar Imortalidade:
Com o mesmo gesto que concede a eternidade, o usuário pode revogar a imortalidade de um indíviduo, contanto que tenha uma visão clara do alvo.

Impulso Jashinista:
Ao marcar um inimigo com o selo de Jashin, o usuário assegura que todos os seus ataques, independentemente da precisão ou circunstância, atingirão o alvo. A marca é uma sentença de morte inevitável, guiando cada golpe com infalível precisão.

Invocação Infernal:
O usuário pode distorcer o espaço/tempo em sua volta, literalmente fusionando a Dimensão Inexistente com uma região que ele pessoalmente escolheu. Todas criaturas do Culto Jashin serão controlaveis nessa região.

Potencialização Jashinista:
Todas as técnicas do usuário são intensificadas, alcançando um nível de poder comparável ao que se observa no Modo Sábio (Sennin Modo). Esta amplificação eleva as habilidades a um estado transcendente, onde o comum se torna extraordinário e o impossível, atingível.

Jashinkhor, agora uma entidade de pura malícia, fez seu movimento inicial com a ferocidade de uma tempestade infernal. De seu corpo, uma névoa densa e rubra se espalhou, como se o próprio sangue se evaporasse e se tornasse uma cortina sufocante que cobriu o ambiente por uma vasta distância. Aquela névoa não era apenas uma manifestação física; ela carregava um peso espiritual avassalador, arrastando todos os seres próximos para dentro de um genjutsu poderoso. As vítimas se viam presas em um pesadelo sem fim, e a manifestação do Mugen Onsa amplificava o tormento, transformando suas mentes em prisões de dor e desespero.


Os mortos-vivos que vagavam pela área, anteriormente implacáveis em sua sede por carnificina, pararam de repente, suas formas cadavéricas congeladas em posições grotescas. Até mesmo Samekyodai, uma força de destruição por si só, foi momentaneamente subjugado, afundando nas profundezas do mundo ilusório criado por Jashinkhor.


Mas, então, o inesperado aconteceu. Um trovão rasgou o céu com uma fúria primordial, e uma chuva de raios desceu sobre a região. A velocidade do ataque foi tanta que simplesmente um de seus clones foi dizimado sem nem conseguir se mover, e um raio particularmente potente encontrou o crânio chifrudo de Jashinkhor, e o impacto foi devastador. Ele foi lançado violentamente ao chão, seu corpo demoníaco se contorcendo enquanto o impacto corroía sua forma. A dor era excruciante, e ele sentiu seus sentidos entorpecidos, como se o mundo ao seu redor estivesse se tornando indistinto e turvo.


Para sua surpresa e consternação, Raijinganma, a criatura escondida no meio das nuvens, permanecia ilesa e inabalada pela estratégia de Jashinkhor. E para sua surpresa, algo ainda mais perturbador se revelou—corvos, criaturas comuns que haviam sido atraídas pelo caos, começaram a se mover em direção a Jashinkhor. A maioria caía morta ao entrar em contato com a névoa de sangue graças ao veneno, seus corpos caindo como folhas mortas. No entanto, um corvo em particular persistiu, atravessando a névoa tóxica sem sucumbir. Aquela ave, em sua resistência obstinada, se tornou um enigma que fazia a escuridão no coração de Jashinkhor pulsar com uma fúria renovada. E... Antes que pudesse perceber, ele notaria que...


Chamas negras pareciam inundar todo solo. Todos corvos que morriam ou tinham sido afetados pelo genjutsu, iriam explodir e gerar uma quantidade interminável de fogo que se espalharia de forma violenta por todo restante de Kirigakure no Sato. O chão não era mais um lugar seguro, para que Chinoike Ikhor continuasse a ficar. E para completar o pacote de desgraça, a criatura conhecida como Shinokaze também se movia rapidamente em sua direção, o fantasma que havia causado a morte de grande parte da Scylla, agora estava se aproveitando das propriedades de seu corpo etéreo para se aproximar do sujeito.


Era possível também, notar com sua capacidade sensitiva, que diversos indíviduos de outras regiões do mapa, muito distante do confronto que Ikhor que estava tendo, iriam lentamente canalizar seus chakras para aplicar seus próprios ataques. Além disso...


Uma versão corropida de Eltanin apesar de estar sendo afetada pelo genjutsu e o veneno de Ikhor, claramente o sujeito que estava em sua boca, parecia estar gargalhando com aquela situação. Uma voz grave, grossa e impiedosa se manifestava pelo campo de batalha. Aquele que estava dentro daquele dragão, era claramente... Uchiha Yashin... Ele parecia estar utilizando algum genjutsu para projetar sua voz por todo campo de batalha, uma técnica que Chinoike Ikhor nunca tinha visto na vida.

— Kuroi-san... Manifeste seu Shin Suusenju, vamos acabar com o garoto Jashinista, juntos!

A situação não parecia nada boa, Ikhor até conseguia lidar com os indíviduos que estavam na sua área de atuação, mas enquanto ao resto que estava totalmente distante. O que ele faria? Existia alguma estratégia víavel? Existia alguma coisa que ele pudesse fazer?

Ação livre para @Heimdall e @Gaius

Última edição por Ben Ikneg em Sex 16 Ago 2024, 06:27, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : Arrumando erros de português)

A mulher espelhada, envolta em uma quietude quase sobrenatural, fixou seu olhar em Hyoumi, como se estivesse sintonizada com seus pensamentos, pressentindo que algo terrível e irrevogável se aproximava em seus destinos. O Mizukage, contudo, mantinha seus olhos firmemente cravados em Aoshin, com uma determinação feroz, uma chama gélida que não admitia dúvidas ou hesitações. Nenhuma sombra de incerteza seria permitida, nem mesmo pela enigmática Vitral, cuja presença vivia presa nas profundezas dos espelhos.


E então, após um instante que pareceu engolir o tempo, a criatura feminina, cuja essência habitava os reflexos, deixou escapar um suspiro de seus lábios. Enquanto seu ser se preparava para confrontar a abominação diante deles, sua voz emergiu dos recessos do espelho, carregada de uma resignação amarga e absoluta:

— Hyoumi-kun, seu comando... será uma ordem. Foi... bom... te... conhecer...

O confronto finalmente se desencadeou, uma tensão palpável permeando o ar. Yoikami, através do corpo de Sakuya, executou um movimento rápido e preciso com o pé esquerdo, traçando um símbolo no chão, reminiscente de um número 8. Imediatamente, Aoshin sentiu seu corpo pesar, como se uma maldição de supressão tivesse se enraizado em sua carne, uma sombra densa que se espalhava por seus membros. Contudo, não tardou para que a realidade se impusesse: Aoshin, com suas habilidades anuladoras que de certa forma, foram a origem dos poderes do Culto Yoikami, sentia apenas um leve abalo; a supressão seria fugaz.

Mas a intenção da entidade feminina era clara e implacável: apenas conter aquele homem, apenas o tempo suficiente para que Hyoumi pudesse se mover livremente, para que a maré da batalha pudesse ser brevemente inclinada a seu favor. E nesse interlúdio precioso, Hyoumi agiu com uma ferocidade que transbordava da terra. Com um impulso brutal, ele manipulou as células vegetais do solo, estimulando-as até que brotassem enormes ramificações de madeira. Essas se entrelaçaram, se contorceram, até se metamorfosearem em um colossal dragão de madeira.


O monstro, junto com Hyoumi em suas costas, rasgou o ar com uma velocidade grotesca, movendo-se como um relâmpago enfurecido em direção a Aoshin.

O inimigo, com uma destreza assustadora, moveu seu braço em direção ao dragão, e num piscar de olhos, o sujeito de pele escura desapareceu, para emergir logo depois, bem próximo do seu alvo, seus pés tocaram a criatura, aproximando-se com uma agilidade feroz do curto alcance de Hyoum, no instante exato em que o Mizukage conjurava um clone para auxiliar no combate, algo inexplicável ocorreu. O imenso dragão de madeira, outrora uma força colossal, subitamente parou. Seu movimento cessou, sua imensa forma desmoronou em um instante, como se o próprio chakra que lhe dava vida tivesse sido extinto, dissipado no ar como uma miragem.

Antes que Hyoumi pudesse compreender o que estava acontecendo, o inimigo, com uma rapidez brutal, ergueu seus braços e agarrou com firmeza o rosto de Hyoumi e o do clone recém-criado. Com uma força descomunal, ele os arremessou ao chão, enterrando a cabeça de Hyoumi contra a terra com uma violência devastadora. O impacto foi tão feroz que além do clone se dissipar, o jovem Mizukage sentiu seu crânio rachar no impacto brutal, enquanto o solo abaixo dele se fragmentava sob a força da colisão.


Aoshin, com um riso frio e zombeteiro, proferiu suas palavras com desprezo cortante:

— Não é porque você veste um chapéu de Kage que você se torna digno de ser meu oponente. Me diga... Sua fraqueza te incomodou? Se sente frustrado? Humilhado? Não se preocupe, sua essência e a energia de seu povo não será inútil e nem desperdiçada para mim, a usarei de bom grado para criação de algo muito maior que vossas existências medíocres nunca entenderiam, agora, volte para o pó, humano...

Aoshin por um breve tempo parece concentrar o chakra em seu corpo, fazendo o queimar numa intensidade poderosa, como sua mão estava em contato com o rosto do Mizukage, Hyoumi sentiria inevitavelmente o sangue de sua cabeça ferver numa intensidade tão brutal que o próprio sujeito estava internamente pedindo que seu sofrimento acabasse logo, porém... Aquele era a chance que o Mizukage queria.


Num impulso devastador, Vitral manifestou todo o poder espiritual contido em sua alma e avançou pelo espaço como se fosse um raio, chocando-se de forma etérea com “Kyosuke Yoru" num breve momento de distração, conseguindo assim, adentrar em seu corpo. Os olhos cegos do sujeito imponente se arregalaram naquele momento, suas mãos segurando a própria cabeça enquanto visivelmente tentava "exorcizar" a presença de Vitral. O contato prolongado com o corpo de Aoshin era suficiente para desintegrar qualquer criatura sobrenatural sem pestanejar. No entanto, num esforço que ultrapassava o sobrenatural, Vitral lutava para controlar aquele corpo, dando tempo para que Hyoumi e Yoikami pudessem agir.

Habilidade envolvendo Nulificação será temporariamente cancelada no próximo turno.

Sakuya, ou melhor dizendo, Yoikami, desenhou com uma delicadeza quase ritualística o número 11 no solo, usando seu pé esquerdo. No instante em que o símbolo foi completado, um turbilhão de cinzas e poeira do campo devastado começou a girar em torno da garota, como se obedecesse a um chamado primordial. As partículas se uniram ao corpo possuído, tecendo uma vestimenta sombria, formada pela destruição ao seu redor. As roupas de Sakuya escureceram, assumindo formas sinuosas e perturbadoras, enquanto uma coroa composta de destroços sinistros se formava ao redor de sua cabeça, conferindo-lhe uma aparência quase angelical, mas de uma pureza macabra.



Seus longos e volumosos cabelos brancos caíram sobre seus olhos, escondendo qualquer vestígio de humanidade que pudesse ter restado. A transformação estava completa, mas algo naquela nova forma era inquietantemente errada. Não era uma possessão comum, como a que ocorrera com Kyosuke Shizuka; essa manifestação de Yoikami parecia incompleta, fragmentada, sua mente oscilando entre o caos e a ordem. Contudo, a Entidade da Ordem ignorou a instabilidade latente, e, com uma serenidade fria, estendeu sua mão esquerda em direção a Aoshin.

— Hyoumi-san... Por favor, impeça qualquer movimento ofensivo de Aoshin nos próximos segundos. Irei acabar com tudo isso no meu próximo movimento, inclusive minha própria existencia. Meu ultimo arrependimento foi... Não ter conseguido ter uma conversa decente com o Warui-kun por todo esse tempo e simplesmente ter desistido de arranjar alguma cura para sua situação... M-mas, isso não importa mais, só tenho que garantir que essa história não se extenda infinitamente... NOSSO TEMPO JÁ ACABOU FAZ TEMPO, PAI!

O chakra que emanava de Yoikami se expandiu com uma intensidade avassaladora, como uma onda de energia sagrada que corrompia a realidade ao seu redor. Por um instante, os olhos de Aoshin se arregalaram, sua confiança abalada diante do que percebia. A existência de Vitral em seu corpo estava quase nula, porém a criatura limitava os movimentos de Aoshin com uma determinação abismal. Tudo que restou para Aoshin naquele momento foi o dialogo e ele tentava naquele momento, persuadir sua filha:

— Isso... é... uma técnica suicida? Essa é sua grande estratégia? Isso não vai resolver nada, eu não posso ser deletado dessa existência. Minha filha... O mundo e a sociedade que estou tentando criar, tem um lugar para você, assim como tinha antes... Abaixe sua mão, e vamos conversar como os velhos tempos... Eu posso até mesmo reviver o seu amado Warui, que tal? Pense um pou...


Porém, Yoikami não ouviria mais nada vindo daquele homem, sua alma estava sendo expelida no formato de uma pequena esfera de pura energia comprimida. Uma quantidade tão densa de poder que assim que se chocasse com algo, iria gerar uma explosão que iria engolir tudo em um alcance extraordinário. Vendo que sua filha, não iria amolecer na sua ofensiva, tudo que restou para Aoshin é tentar aplicar um ataque certeiro naquela mulher, antes que fosse tarde demais. Mesmo sendo suprimido pela Vitral que estava na beira da morte, o sujeito rapidamente tentaria avançar em direção de Yoikami para um ataque final, enquanto ela estava concentrando todo seu poder naquele ataque. Porém, agora a movimentação de Aoshin era definitivamente previsivel, Hyoumi teria liberdade para implacar um ataque.



A guerra que se desenrolava no campo de batalha transcendia os limites do humano, ressoando como uma sinfonia profana que nenhum mortal deveria testemunhar. O nevoeiro carmesim parecia ganhar vida própria, pulsando com uma malevolência insaciável enquanto flechas de chakra moldado rasgavam o ar como serpentes infernais que viajavam na velocidade da luz, superando sua velocidade de reação e cravando-se no corpo de Jashinkhor com uma brutalidade que desafiava a sanidade. Cada impacto era acompanhado por um som que não se podia distinguir entre o estalar de ossos e resquicios da sua carne sendo explodidos, Ikhor sentia que sua visão começava a se desfazer em borrões espectrais e seus atributos envolvendo velocidade reduzindo consideravelmente, como se o próprio mundo estivesse se desintegrando ao seu redor.


Ba'al avançou rapidamente em sua direção, puxando-o para deixa-lo montar em cima dele, e após iria aplicar um grande salto, deixando Shinokaze incapaz de acompanhar sua grande velocidade naquele momento. Nesse breve momento, a imagem de uma figura iria inundar a cabeça de Jashin, imagens que ele queria esquecer, um pressentimento de um fim inevitável começou a preencher seu gélido coração. O grito que emergiu de sua alma foi algo que nem o próprio inferno poderia ter concebido, uma reverberação do abismo que ecoou pelo campo de batalha, fazendo o próprio ar se contorcer em agonia. Chamas negras, raios, e projéteis elementais convergiram sobre ele como uma chuva do apocalipse, cada explosão desintegrando seu corpo em fragmentos de pó, até que o jato flamejante de Eltanin o reduziu a praticamente nada.


Mas Jashinkhor não conhecia a morte. Com uma determinação que rasgava o tecido da realidade, ele se regenerou, emergindo das cinzas com uma raiva que superava qualquer emoção que jamais havia experimentado. Com movimentos reduzidos graças aos danos absurdos que seu corpo tentava se regenerar, porém todos seus movimentos continuavam meticulosos, ele moldou os selos de mão e, num instante, o campo de batalha foi engolido por um genjutsu que aprisionava a mente dos oponentes em um pesadelo sem fim. Todos ao redor de Jashinkhor, em um raio de 100 metros, foram lançados em uma ilusão abominável, onde o inferno inexistente desdobrava suas entranhas diante deles, roubando seus sentidos de forma completa.


E então, com o poder de uma verdadeira entidade, Jashinkhor distorceu a realidade ao seu redor como se fosse vidro quebradiço, convocando não apenas uma criatura do culto Jashin, mas uma dimensão inteira de pesadelos, onde Kirigakure no Sato foi engolfada por um cenário de desespero absoluto. Crânios humanos formavam montanhas, rios de sangue corriam como correntezas inescapáveis, e o céu, tingido de um vermelho apocalíptico, ressoava com o lamento dos mortos.


As criaturas do Culto Jashin, bestiais e insaciáveis, avançavam como uma maré sombria, suas garras e presas despedaçando os mortos-vivos do Edo Tensei que se erguiam para confrontá-los. A batalha, que antes parecia estar nas mãos dos servos de Oleander, começava a pender em favor dos horrores invocados por Jashinkhor. O campo de batalha, outrora apenas uma cena de carnificina, transformava-se em um abismo de desespero, onde a destruição se espalhava como uma praga inexorável, consumindo tudo em seu caminho.

No ápice da devastação, os olhos de Jashinkhor fixaram-se em Raijinnoganma, a imponente criatura que até então parecia inabalável. Com um gesto que parecia trazer consigo o próprio peso da condenação, Ikhor apontou seu dedo ossudo em direção à criatura, pronunciando palavras em um idioma esquecido pelos homens. A maldição foi imediata, um poder tão profundo e perverso que parecia arrancar as entranhas da própria realidade. O corpo colossal de Raijinnoganma começou a se comprimir sob uma força invisível, como se o próprio universo tentasse obliterar sua existência, a criatura assim como Samekyodai parece ficar fora de combate naquele momento. Porém... Mesmo com todas ações brutais de Ikhor/Jashin, a realidade continuava batendo em sua porta.


Um campo de força que imediatamente surgiu, se expandindo por um alcance absurdo, uma técnica que cancelou imediatamente sua habilidade de tempo/espaço, deixando-o praticamente imóvel. Uma técnica que ele próprio tinha.


E então, como se o próprio cosmos se dobrasse diante de forças incomensuráveis, uma pequena orbe negra emergiu no céu. Era um ponto de escuridão absoluta, um vórtice que parecia devorar a luz e o próprio tecido da realidade ao seu redor. No instante em que apareceu, o campo de batalha foi envolvido por uma força gravitacional implacável, que começou a atrair toneladas de destroços rochosos de forma violenta. Pedras, árvores, e até mesmo os escombros das edificações destruídas foram arrancados de suas bases e lançados em direção à orbe, criando um turbilhão apocalíptico de destruição.


Jashinkhor não foi poupado. Sentiu seu corpo ser arrastado por essa força esmagadora, seus pés deixando o solo enquanto era puxado inexoravelmente para o céu. A brutalidade com que era sugado não lhe deu tempo de recorrer a suas invocações; tudo que pôde fazer foi observar impotente enquanto o campo de batalha se desintegrava ao seu redor.


Foi então que seus olhos captaram algo ainda mais aterrador. Um dos corvos de Sengan no Karasu, uma figura envolta em sombras e malícia, voaria completamente ileso pelas ilusões de Jashinkhor, como se a realidade distorcida fosse uma mera miragem diante de seu poder absoluto. Com um movimento quase casual, Sengan no Karasu liberou um dilúvio de chamas negras que se espalhou pelo campo como uma onda de destruição infernal. As invocações de Jashinkhor, monstros formidáveis do culto Jashin, foram engolidas por essa tormenta, seus corpos consumidos pelo fogo abissal que não deixava vestígios de sua existência. Era um tormento sem fim, um inferno dentro do próprio inferno.

Enquanto seu corpo era inexoravelmente atraído para o imenso orbe de rochas no céu, a visão do apocalipse ao seu redor não cessava. Ele reconheceu a técnica—Chibaku Tensei—um poder capaz de remodelar o mundo, e percebeu que estava sendo selado em uma prisão que nenhum ser deveria experimentar.


Mas o horror não parava por aí. Antes que pudesse sequer contemplar uma forma de escapar daquela atração, notou algo que fez sua alma se retorcer em pavor: uma imensa quantidade de tarjas explosivas inundava a área ao redor da Chibaku Tensei. Eram incontáveis, espalhando-se como uma praga sobre a terra e os céus, cada uma carregando o potencial de destruição de centenas de bombas. Era a técnica de Senju Tobirama, o Gojuu Kibaku Fuda, uma arma letal destinada a garantir que nada sobrevivesse ao impacto final.

Tanto Ikhor quanto e Jashin, sabiam, eles seriam derrotados de uma forma ou de outra naquele combate. A quantidade de inimigos poderosos aplicando ataques era tanta, que uma hora, eles seriam selados por um ataque inevitável. Porém, não demorou muito para eles notarem uma coisa, no meio do céu, ele conseguiria ver um pequeno ponto no mapa que não estava sendo atraido pelo Chibaku Tensei, e através de sua capacidade sensitiva, ele sabia que... Hyoumi, Yoikami e Aoshin estavam lutando naquela região. Existia alguma coisa que ele poderia fazer para ajuda-los?

Ação livre para @Heimdall e @Gaius

Ba'al, envolto em chamas negras que se contorciam em torno de seu corpo como serpentes demoníacas, recebeu o comando imediato de Jashinkhor, seus olhos infernais brilhando com uma fúria avassaladora. O campo de batalha estava sendo devorado pela força gravitacional do orbe, atraindo tudo ao seu redor em um turbilhão de destruição. A criatura infernal, já presa na influência implacável do orbe, girou sua cauda maciça com uma velocidade insana, criando uma onda de energia que rachou o solo que faltava sob seus pés.


Com um salto feroz, Ba'al usou uma pedra que também estava sendo sugada para impulsionar-se em direção ao colossal pedregulho suspenso no céu. O ar ao seu redor rugia com a velocidade, enquanto as chamas negras se intensificavam, alimentadas pela força de sua fúria. Ao se aproximar do rochedo, Ba'al concentrou toda sua energia em um golpe brutal, canalizando a fúria de um inferno inteiro em um único impacto. O contato foi tão devastador que o som da explosão reverberou como um trovão, fazendo o céu tremer. Fragmentos de rocha se despedaçaram em todas as direções, formando uma chuva mortal que descia sobre o campo de batalha.


Mas, apesar da força esmagadora de seu ataque, o orbe, no coração da estrutura, permaneceu intocado, deixando parte de sua superfície exposta e revelando uma fraqueza sutil. Esse detalhe desacelerou a ação de Ikhor, frustrando seus planos. Ba'al, percebendo a oportunidade, lançou um segundo ataque com a fúria de mil tempestades, e desta vez, o impacto foi devastador. O orbe explodiu em uma nuvem de energia descontrolada, despedaçando a estrutura que o envolvia. No entanto, essa vitória momentânea veio a um custo elevado; a quantidade de energia acumulada durante o confronto fez com que a invocação tão querida por Chinoike Ikhor se tornasse um alvo fácil, vulnerável a oponentes habilidosos. E foi exatamente o que aconteceu.

Ba'al, ainda envolto nas chamas negras que queimavam incessantemente em sua pele, rosnou em frustração. Mas antes que pudesse Ikhor pudesse em uma forma de proteger ele, a criatura sentiu o peso esmagador de um amontoado de rochas colossais começarem a comprimir seu corpo contra o solo. Contudo, esse tormento físico não era o ápice de sua desgraça. Seus olhos infernais perceberam tarde demais as incontáveis tarjas explosivas que se multiplicavam ao seu redor, formando um círculo de destruição iminente.


Em um instante, uma única tarja explodiu, e com ela, desencadeou uma reação em cadeia de explosões colossais, cada uma mais devastadora que a anterior. A terra tremeu com o impacto, e o ar foi preenchido com o som ensurdecedor de destruição total. As explosões foram tão intensas que a musculatura de Ba'al foi corroída até os ossos, suas chamas negras apenas acelerando o processo de aniquilação. Rochas descomunais caíram dos céus como meteoros, esmagando seu corpo sem piedade, cada impacto levando-o mais perto da obliteração total. Mesmo um ser tão monstruoso como Ba'al, moldado nas forjas do inferno, foi incapaz de resistir ao ataque implacável. O conjunto de ataques meticulosamente orquestrados era suficiente para incapacitar até as mais brutais criaturas já concebidas, e Ba'al, agora com danos avassaladores, apenas adormeceu no meio da destruição.


Jashinkhor, cercado por uma tempestade de destroços e um número aparentemente infinito de explosões, sentiu o caos se fechar ao seu redor como uma prisão mortal. Em uma tentativa desesperada de sobreviver, ele canalizou seu chakra com uma ferocidade quase insana, invocando várias cabeças de dragões de sangue que emergiram de seu corpo como entidades, formando uma barreira protetora ao seu redor. As cabeças se entrelaçaram, formando uma defesa grotesca e pulsante, enquanto a Entidade do Caos armava todas as defesas possíveis.

O manto de sangue, sua imortalidade – tudo foi colocado à prova, enquanto Jashinkhor lutava para ganhar tempo naquele campo de batalha infernal. No entanto, seu corpo, já dilacerado por ataques anteriores, ainda carregava feridas profundas que não haviam cicatrizado completamente. A destruição ao seu redor era implacável, e mesmo sua imortalidade começou a parecer uma maldição. Quando as explosões atingiram seu ápice, a pressão se tornou insuportável. A barreira de dragões de sangue estremeceu, e em um momento de puro terror, Jashinkhor sentiu a força avassaladora da explosão rasgar seu corpo em pedaços. A dor foi indescritível, uma agonia que ecoava pelo campo de batalha, enquanto seu corpo, se desintegrava em fragmentos sob a violência esmagadora do ataque. A imortalidade, em seu ápice, não era mais do que um cruel lembrete de sua impotência diante da destruição total.



Jashinkhor, não sentia suas pernas, não sentiria seu abdômen e provavelmente parte do seu torax era inexistente assim como várias partes de seu corpo, mas seus braços se movimentavam, usando grande parte de seu chakra, ele movimentou os resquícios de sangue vermelho que ele havia conjurado, e uma quantia quase infinita de lanças de sangue viajariam pelo campo de batalha, visando atingir Aoshin.


Porém, no exato momento em que lançou esse ataque desesperado, algo sinistro surgiu atrás dele. Uma silhueta, vagamente feminina, adornada com uma coroa, emergiu de suas costas, uma presença desconhecida até mesmo para as entidades mais temidas, como Jashin, Ikhor, e Yashin. Por um instante que pareceu se alongar em eternidade, todos os sentidos da única entidade do caos foram roubados, deixando Jashinkhor em um vazio absoluto, incapaz de compreender o que o havia atingido.




As lanças escarlates rasgaram o ar com um som aterrador, rumando em direção a Aoshin. Com reflexos que lembravam uma dança mortal, Aoshin desviou das lanças, cada movimento calculado e preciso. Nem Yoikami, nem Hyoumi estavam preparados para aquele ataque desesperado, mas a manobra frenética de Jashinkhor deixou sua posição vulnerável, abrindo brechas que poderiam ser exploradas. Era a oportunidade perfeita para um golpe decisivo, um momento crítico que poderia mudar o curso do confronto.


Num instante fugaz de meditação, enquanto seu corpo jazia no solo coberto de sangue e poeira, Yuki Hyoumi ergueu lentamente o olhar, concentrando sua visão nas costas de Aoshin, que avançava de maneira imprudente contra Yoikami. Um frio ancestral percorreu suas veias, e seu chakra, repleto de uma energia inumana, se condensou em pleno ar, forjando do vazio absoluto ramificações de madeira fossilizada e impregnada de gelo. Essas raízes amaldiçoadas emergiram como serpentes demoníacas, enroscando-se com fúria impiedosa nas costas do Líder da Oleander, esmagando suas vértebras e perfurando sua carne. Aoshin sentiu sua musculatura enrijecer em um instante aterrador, o frio glacial transformando sua pele em pedra. O terror o assaltou quando percebeu que sua carne havia sido condenada à petrificação imediata, tornando-o um prisioneiro de seu próprio corpo.


A técnica, Senpou: Zettai Oorora, exalava uma aura de poder ancestral, sua força retritiva tão esmagadora que era impossível ignorar. As fibras musculares de Aoshin se romperam sob a pressão implacável, comprometendo cada movimento, até que apenas o pavor residisse em seus olhos. Em um ato de negação desesperada, seus lábios se moveram, sua voz tomada pela incredulidade e pavor ao perceber que seus membros não lhe obedeciam mais, como se fossem ossos de uma estátua prestes a se despedaçar. Um breve olhar seria direcionado a Yuki Hyoumi naquele momento:

— Mizukage... Você está implorando para ter uma morte lenta e dolorosa, não é mesmo? — Seu olhar cego iria penetrar sua alma, como se pudesse vasculhar sua própria alma.


A voz de Yoikami se intensificou naquele momento:

— Bom trabalho... Ikhor... Hyoumi... E me desculpem por tudo…

A esfera de energia espiritual estava finalmente completa, irradiando um poder avassalador que fez o ar tremer. Penas etéreas começaram a se espalhar, caindo como neve espectral, quase como se um imenso genjutsu estivesse sendo lançado sobre todos. O céu, antes tingido de um vermelho corrupto pelo Mundo Inexistente, foi subitamente tomado por um azul profundo e implacável. As criaturas sobrenaturais, aterrorizadas, tentaram em vão escapar, assim como os shinobi invocados pelo Edo Tensei. Mas a sentença já havia sido selada.

Yoikami, com uma determinação fria, disparou a esfera diretamente em direção a Aoshin. No instante em que a esfera avançou, ele pareceu recobrar parte de suas habilidades, seus olhos se arregalando ao perceber a verdadeira magnitude do ataque. Vitral estava finalmente morta, e com os dois braços congelados pelo desespero, Aoshin tentou segurar o projétil, concentrando todo seu poder em uma tentativa desesperada de nulificá-lo. Mas seu esforço foi em vão. A força esmagadora da esfera o empurrou com uma violência inumana, lançando-o em alta velocidade em direção a um amontoado de mortos-vivos que infestavam o campo de batalha.


E então, num instante fatídico, a esfera colapsou. A explosão de luz que se seguiu foi como o nascer de um novo sol, engolindo tudo em seu caminho. A luz se expandiu numa velocidade grotesca, devorando e purificando tudo em seu caminho, transformando o cenário em uma cena de completa aniquilação. O imenso exército de mortos-vivos foi obliterado em segundos, suas existências apagadas pela onda de pureza que Yoikami havia desencadeado. O poder da esfera não apenas destruiu; ele purificou, deixando para trás um silêncio absoluto, como se o próprio mundo tivesse sido limpo de sua corrupção. Após aquele seu movimento, Hyoumi alvejado pela luz simplesmente perdeu sua consciência, Ikhor que havia perdidos seus sentidos, parece também ser parcialmente atingido pela explosão e inevitavelmente perderia sua consciência, sentindo grande parte do seu poder amaldiçoado sendo completamente expelido de seu corpo e parte da sua alma sendo destruida no processo. Eltanin seria desfeito e a estranha entidade que apareceu atrás do Chinoike, por algum motivo, parecia intacta enquanto observaria os demônios elementais, as versões corrompidas de "Uchiha Yashin" e "Kyosuke Kuroi" serem engolidos pela luz.


Yuki Hyoumi despertaria naquele instante, sentindo uma dor lancinante percorrer cada fibra de seu corpo, acompanhada de uma ânsia de vômito que lhe rasgava a garganta. Sua visão estava turva, mas ele logo percebeu que estava sendo carregado por Kaguya Sakuya, que, apesar de seu corpo pequeno e frágil, se esforçava para mover tanto ele quanto Chinoike Ikhor, que permanecia desmaiado, completamente alheio ao caos ao seu redor.

A garota pálida movia-se com uma pressa desesperada, como se fugisse de algo sombrio e implacável, mas se recusava a abandonar os dois corpos que arrastava consigo, mesmo sabendo que seu corpo estava no limite. Cada passo era uma batalha contra a exaustão iminente, e não demoraria muito para que o peso dos dois a levasse ao colapso. Hyoumi, lutando para recobrar os sentidos, percebeu algo estranho no chakra de Sakuya—aquele traço familiar de Yoikami havia desaparecido completamente, deixando apenas um vácuo inquietante.

Ao notar que Hyoumi havia despertado, Sakuya, com a voz tomada pelo medo e pela urgência, disse:

— Irmão Hyoumi... O ataque de Yoikami-sama falhou. Ainda não acabou... Uchiha Yashin, Kyosuke Kuroi e aquele homem... Myu, ainda estão vivos. Você consegue se mover? Carregar vocês está me matando...

Antes que Hyoumi pudesse responder, um projétil de raios rasgou o ar, atingindo-os com uma força brutal. O impacto lançou os três ao chão, espalhando-os como bonecos de pano. O corpo de Ikhor foi arremessado com violência, caindo em um rio furioso, enquanto sua mente permanecia distante, presa em um coma profundo que o desconectava da realidade.

Sakuya foi arremessada contra uma rocha, seu ombro esquerdo esmagado sob o impacto. Hyoumi caiu perto dela, mas escapou de ferimentos graves—exceto por uma dor lancinante em sua cabeça, que o paralisava.


Das sombras emergiu uma figura aterradora, como se fosse um pesadelo materializado. Myu, o homem responsável pela criação da marionete Motokishi e pela legião interminável de mortos-vivos que assombravam o mundo há décadas, surgia diante deles. Seus longos cabelos desgrenhados e as cicatrizes costuradas em seu corpo lhe conferiam um aspecto macabro, mas havia algo ainda mais perturbador em sua presença—uma aura de perfeccionismo insano, uma precisão cruel em cada movimento.

— O receptáculo atual de Aoshin foi destruído. — disse Myu, sua voz gotejando desprezo e fúria contida. — Vai levar um tempo indeterminado para ele reencarnar neste mundo, especialmente depois de uma morte como aquela... Aquela técnica tinha o poder de apagar almas, o que me causou prejuízos inestimáveis... Perdi uma quantidade absurda dos meus soldados, eliminados para todo sempre.

Ele então voltou seus olhos implacáveis para Hyoumi, seu ódio se intensificando.

— Mizukage-sama e garota albina, como pretendem me compensar pelos danos que me causaram? A vida de vocês? Devo apenas matá-los rapidamente? — Ele deu um sorriso tortuoso. — Isso não seria nem o começo do pagamento... Eu não sou tão benevolente quanto Yashin-kun e Kuroi-kun que sempre matam suas vítimas o mais rápido possível. Eu estudo todas minhas vítimas, vejo os limites físicos e mentais de uma pessoa e simplesmente ultrapasso eles, antes de mata-los. Estejam preparados... Meus amados soldados.

Hyoumi estava com uma dor terrivel em sua cabeça devido ao ataque e se sentia muito fraco. Aquele mundo após a extinção de Konoha havia caído num abismo de trevas, e eles definitivamente estavam próximos de colocar um fim definitivo na Oleander, porém... Caso Myu, Yashin e Kuroi continuasses vivos, aquela destruição não terminária. E a próxima geração composto por sua filha, não teriam chances de sobreviver contra aqueles três.

Sakuya atualmente estava sem chakra e havia perdido completamente o chakra de Yoikami que seu corpo naturalmente produzia, provavelmente nem mesmo suas técnicas conseguia mais usar. Tudo que ela poderia fazer, era aproveitar sua velocidade e seu taijutsu. Apenas Hyoumi ainda tinha algum resquício de chakra e ele sentia que Uchiha Yashin e Kyosuke Kuroi, estavam finalmente chegando naquele território. Kuroi em especial parecia estar acompanhado com uma essência que lembrava seu Ego, porém... Aquilo definitivamente não era o Ego de Kuroi.

Agora estava claro, aquela batalha tinha que terminar agora, antes que começasse de fato... Ele deveria agir... Qual seria a ultima ação de Yuki Hyoumi contra Myu? E Yashin e Kuroi que inevitavelmente chegariam no próximo turno.

Ultima ação livre para @Gaius

Narração continua no seguinte tópico: @Heimdall
https://www.forumnsanimes.com/t105854-pais-do-ferro-mundo-shinobi

Myuzaki escutava atentamente as palavras de Yuki Hyoumi, um sorriso tortuoso surgindo em seus lábios. Aquele cientista insano parecia ter um prazer macabro em prolongar suas lutas, como se cada segundo de hesitação fosse uma nota dissonante em uma sinfonia de horror que ele próprio regia. Seu corpo se movia de maneira inquietante, o peito subindo e descendo de forma irregular, como se abrigasse uma quantidade interminável de corações pulsando violentamente, como tambores de guerra prestes a explodir.


Uma risada suave e perturbadora escapou dos lábios de Myuzaki enquanto ele escutava Hyoumi, e sem pressa, começou a caminhar em sua direção, seus passos ecoando como presságios de desgraça iminente.

— Faz tanto tempo desde que alguém me chamou de Myuzaki. — murmurou, com uma voz quase introspectiva, como se cavasse nas profundezas de sua própria loucura. — Às vezes, esqueço que esse era meu nome original. Tantas consciências presas na minha mente... é difícil fixar-me em um único nome. No final, opto por pequenos apelidos, para que minhas consciências não se sintam solitárias. — Sua voz se tornou um sussurro, quase conspiratório, enquanto uma lista de nomes saía de seus lábios, cada um carregado de uma história de dor e fragmentação. — Myuzaki, Daisuke, Shitokomi, Antheon, Anzu, Hino, Shikami, Sasuke... nenhum desses realmente me define. Mas parece que não sou o único fragmentado aqui, não é? Você também carrega uma entidade dentro de si, assim como eu. Um ser que transcende corpos e coleta conhecimento de várias outras vidas, assim como Ashura, Indra, Aoshin, Yoikami e Jashin. Fascinante... Hahahaha...

Enquanto falava, o olhar de Myuzaki se fixou em Hyoumi, e um arrepio de desconforto percorreu a espinha do shinobi. Havia algo profundamente perturbador na maneira como aquela criatura esquizofrênica o observava, como se soubesse de um segredo proibido, algo além da compreensão humana. Era como se Myuzaki tivesse visto além da realidade, rompendo a própria quarta parede da existência, acumulando conhecimento até ser consumido por ele. Hyoumi sentiu-se invadido por uma sensação de vulnerabilidade, como se estivesse sendo dissecado pelo olhar daquele ser que, em sua loucura, sabia demais sobre o mundo... e sobre os horrores que ele escondia.


Sakuya rapidamente puxaria Ikhor daquele rio que ele havia caído, enquanto posicionava em suas costas, o Chinoike estava em um estado profundo de coma, e mesmo que Sakuya o sacudisse, nenhum movimento do hospedeiro de Jashin era perceptível. A garota pálida tocaria na testa dele e quando fizesse isso notaria que... A cabeça do hospedeiro de Jashin, estava terrivelmente gelada. A garota então encarou as costas de Hyoumi.

— Irmão Hyoumi, por favor... Não faça o que estou achando que você vai fazer. Se lutarmos juntos, talvez consigamos vencê-lo sem que você precise se sacrificar. — Ela parecia tentar reunir algum lampejo na sua mente, alguma ideia que convencesse o Yuki, porém nada vinha. — Se todos ao meu redor continuarem morrendo, qual vai ser o sentido de eu continuar vivendo? Já estou cansada disso, tudo...


Uma figura sombria emergiu do nada, como se a própria escuridão tivesse se condensado em sua forma. Seus longos cabelos negros caíam como uma cortina de sombras, quase ocultando seu rosto, onde uma barba rala quase inexistente apenas acentuava a frieza de sua expressão. Vestia uma armadura de samurai escura com detalhes em vinho profundo, que parecia absorver a luz ao redor. Apenas um de seus olhos era visível, brilhando com um Sharingan escarlate que exalava uma energia aterrorizante, capaz de congelar até mesmo o mais corajoso dos guerreiros. Aquela presença avassaladora só podia pertencer a Uchiha Yashin, uma figura temida tanto por sua capacidade intelectual quanto por sua estratégia implacável, colocando-o à frente de qualquer outro ser vivo no mundo shinobi. Seus passos eram silenciosos, mas o peso de sua aura era esmagador, tornando o ar ao seu redor quase impossível de respirar.

Yashin varreu o campo de batalha com um olhar glacial, seu pessimismo evidente, como se procurasse alguém que deveria estar ali. Ao perceber a ausência, soltou um suspiro de frustração, um som baixo que reverberou no ar, carregando a ameaça de um perigo iminente.

— Não vejo King Clown em nenhum lugar, aquele palhaço simplesmente foi morto naquele ataque? Que decepção… Justamente agora que eu precisava que aquele maldito me curasse. — Uchiha Yashin iria cuspir no chão, era notável que sua saliva estava terrivelmente vermelha, por fim, ele iria observar Hyoumi naquele breve segundo e sua testa iria franzir no momento que ele citaria sobre Ryo. — Como você sabe sobre o velhote? Andou investigando sobre minha vida? Interessante... Me fale mais, tinha certeza que eu tinha apagado qualquer registro existente sobre mim.


Um homem de pele escura, cabelos brancos e orelhas pontiagudas, assim como Aoshin iria emergir no campo de batalha. Yuki Hyoumi sentia uma conexão absurda com aquele sujeito, quase como se ambos fossem lados diferentes de uma moeda, o chakra daquele homem era tão aterrorizante que Hyoumi sentia resquícios do chakra de Aoshin e chakra de Senju Hashirama transbordando em seu corpo, sua presença era tão imponente que facilmente Sakuya que estava logo atrás de Hyoumi, iria mover alguns passos para trás.

Aquela versão alternativa de Kuroi, iria lentamente avançar em direção de Hyoumi e iria parar de se mover quando ficasse lado a lado de Myuzaki. Ele iria observar Hyoumi com certo tédio:

— Yuki Hyoumi, uma anomalia desse universo que conseguiu não apenas dominar a rara habilidade Hyoton, assim como conseguiu adquirir a essência de Senju Hashirama para dentro de seu corpo. É irônico pensar que uma peça tão irrelevante tenha chegado tão longe, e que, no fundo, essa peça seja tão semelhante a mim tanto em poder e habilidade, sinto quase uma simpatia por alguém como você. Porém, esse jogo não é uma partida de shougi ou xadrez, nosso rei foi morto, porém, o jogo continua. Lilian... Minha amada rainha, vamos mostrar para esse indivíduo, o que acontece quando ele mexe com nossa organização, que tal?


Do corpo de Kyosuke Kuroi, uma figura fantasmagórica de uma mulher sombria, adornada com uma coroa, emergiu. Seus olhos, vazios e frios, cravaram-se em Yuki Hyoumi, e uma sensação avassaladora de desespero começou a consumir o ambiente. O ar ao redor dela parecia distorcer-se, como se estivesse se liquefazendo, e ao olhar para o chão, Hyoumi notou uma poça de líquido azulado se formando, densa como a essência da própria morte.

Num impulso aterrorizante, a mulher fantasma avançou em sua direção com uma velocidade que desafiava a lógica, mas Hyoumi estava preparado. A distância entre eles ainda era considerável, e com uma frieza calculada, ele sacou seu Grim da Esmeralda, invocando uma criatura de gelo que avançou em direção a Sakuya, que carregava Ikhor em seus braços trêmulos.

A criatura de gelo, monstruosa e implacável, pegou os dois e disparou, movendo-se com uma velocidade desesperada. Hyoumi, enquanto isso, concentrou uma quantidade colossal de chakra em seu dedo, pronto para a investida do Ego de Kuroi, que se aproximava cada vez mais. As mãos daquela manifestação espectral estavam envoltas em um chakra estranho, uma fusão aterradora de Inton e Hyoton, sugerindo uma técnica incapacitante cuja natureza Hyoumi mal podia compreender.

Quando a criatura conjurada lançou Sakuya e Ikhor para longe, Hyoumi tomou a decisão mais difícil de sua vida: sacrificar-se para garantir o futuro daquele universo.

— Espere, Kuroi... Algo está errado, não o ataque agora! — Yashin gritou, a urgência em sua voz traindo o desespero que sentia.

— Cale-se, Uchiha. Não sigo suas ordens.


No momento em que o Ego se aproximou o suficiente para selar o destino de Hyoumi, ele agiu com uma determinação desesperada, cravando suas próprias mãos em seu coração. O mundo pareceu parar por um instante, enquanto uma quantidade devastadora de chakra era liberada. Yashin ergueu sua gunbai como um escudo, Myuzaki executou selos de mão frenéticos, e Kuroi observou com uma serenidade assustadora, como se já soubesse o que estava por vir.

Quando o coração de Hyoumi foi destruído, uma habilidade latente foi acionada, e todo o chakra selado em seu corpo explodiu em um ato final de sacrifício. Enquanto a vida deixava seu corpo, vislumbres de suas aventuras passaram por sua mente: momentos de camaradagem com Ikhor, Haikotsu, Anubis e Chino. A visão do nascimento de sua filha tocou seu coração com uma dor aguda, e lágrimas começaram a fluir de seus olhos, congelando instantaneamente no frio implacável que ele mesmo conjurara.


Um iceberg colossal ergueu-se do solo, engolindo o campo de batalha em uma tempestade de gelo que varreu tudo em seu caminho. Kuroi, Yashin e Myuzaki foram envolvidos pela avalanche gélida, enquanto Sakuya, em pleno ar, teve de acionar seus portões de chakra para escapar, saltando para uma árvore próxima em uma corrida frenética por sua vida. As lágrimas em seu rosto congelavam enquanto ela fugia, cada gota uma lembrança do sacrifício de Hyoumi.


Yuki Hyoumi, o Mizukage, estava morto. Em seus últimos momentos, ele usou todo o resquício de sua força para eliminar a ameaça que assolava sua vida e proteger aqueles que amava. Contudo, uma sensação inquietante permeava o ar, um pressentimento de que seu sacrifício havia desencadeado algo ainda mais sinistro. Kuroi, que habitara o corpo de Hyoumi por breves segundos, ponderou sobre o que havia testemunhado, uma visão que parecia transcender sua compreensão. A imagem de Hawasaka Mirian e Chinoike Mizumi, acompanhados por um lobo colossal e uma legião de samurais, surgiu em sua mente, uma visão etérea que assombrou seus últimos pensamentos, enquanto o frio mortal de Hyoumi consumia a tudo em sua volta até que sua mente fosse completamente desligada daquele acontecimento, de uma vez por todas.

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Yotsuki Enkei despertou de súbito, seus olhos se arregalando enquanto o mundo ao seu redor parecia um borrão indistinto de cores e sons. Seu corpo estava tenso, ainda sentindo o eco da batalha recente, mas o ambiente ao seu redor era completamente diferente de tudo o que ele conhecia. Sua mente, em estado de caos, foi imediatamente bombardeada por uma quantidade avassaladora de informações, como se memórias estranhas e irreconhecíveis fossem forçadas em sua consciência. A confusão nublava sua percepção do presente, e ele lutava para discernir o que era real.

Diante dele, um vasto dojo se erguia, com seus tetos altos de madeira antiga e o piso de tatame impecavelmente limpo. Estátuas de heróis do passado alinhavam as paredes, em poses que irradiavam poder e determinação. Bandeiras da Vila Oculta da Folha adornavam os cantos do recinto, e o som distante de passos ecoava nas salas adjacentes. O ar era levemente fresco, mas carregava um peso de nostalgia e reverência. Era inconfundivelmente um estabelecimento de Konoha, mas algo nele parecia fora de lugar, como se o tempo tivesse passado rápido demais.

Atordoado, Enkei tentou processar o que via. Ele nunca estivera ali antes, mas havia algo familiar nas memórias que de repente invadiam sua mente: Maito Gai, o herói lendário da Quarta Guerra Mundial Ninja, agora mais velho, quase irreconhecível. O outrora vibrante e enérgico mestre de Taijutsu estava diante dele, mas seu vigor parecia diminuído. As rugas profundas marcavam seu rosto, e a postura que antes exalava confiança agora estava um pouco curvada, evidência da idade que finalmente cobrava seu preço.


Gai, ainda com sua icônica roupa verde de treino, porém visivelmente afetado pela passagem dos anos, forçava um sorriso animado ao notar a presença de Enkei. A chama da "Juventude" ainda brilhava em seus olhos, embora de forma mais apagada e cansada. Ele se aproximou de Enkei com passos arrastados, ainda mantendo a postura de um mestre, mas com uma gentileza quase paternal.

— Ei, Haikotsu... Sakuya... — Gai exclamou, tentando injetar energia em sua voz, embora ela soasse mais fraca do que o habitual. — Vejo que estão um pouco... transtornados, talvez? Não se preocupe, a Juventude sempre encontra seu caminho! Estamos em meu dojo, o lugar onde a chama da juventude nunca se apaga!


Uma versão em miniatura de Ayaka, ou melhor dizendo Sakuya, estava bem a frente de Enkei. Ela parecia estar terrivelmente confusa e acuda.

— Gai-sensei... Irmão Haikotsu? — A garota parecia em pânico por algum momento. — Não... Se estou nessa ilusão, quer dizer que meu c-corpo verdadeiro está...


A garota cairia no chão de joelho, começando a lacrimejar, fazendo o velho Gai olhar confuso para a garota. Enkei piscou confuso, tentando focar sua mente em meio ao turbilhão de pensamentos desconexos. Por que estava ali? O que havia acontecido? Fragmentos de suas memórias da guerra e da batalha recente ainda flutuavam em sua mente, mas o dojo diante dele era uma realidade que ele não conseguia encaixar em seu entendimento. Até que ele perceberia por um breve segundo, que o nome e memórias daquele corpo, eram de Kaguya Haikotsu. Uma figura completamente diferente de Yotsuki Enkei.


Por um breve segundo, uma imagem de um lobo com um sorriso macabro começaria a inundar a cabeça de Haikotsu/Enkei e Sakuya, fazendo ambos serem teletransportados para um local de forma abrupta.



Kaguya Haikotsu observava em silêncio, seus olhos fixos na visão devastadora de Konohagakure no Sato em chamas. O céu tingido de vermelho se refletia nas ruínas da vila, que agora mais parecia um cemitério em meio ao fogo. Corpos de figuras lendárias, shinobis prestigiados por todo o mundo, jaziam espalhados pelo chão, destroçados e sem vida. Entre os destroços, Haikotsu despertava, ainda atordoado com o horror que o cercava. Atrás dele, Sakuya observava a ilusão com um semblante abatido, uma tristeza sufocante refletida em seus olhos.



Dominando o cenário macabro, um lobo colossal se erguia, sua pelagem branca cintilando com um brilho pálido e assombroso. A criatura exalava uma aura de pura malevolência, como se fosse a encarnação de um pesadelo antigo e esquecido. Sua gargalhada ressoava pelo ambiente de forma assustadora e maligna. Seus olhos vermelhos faiscavam com insanidade, e seu sorriso distorcido exibia presas afiadas, brancas como a lua. Cada movimento de sua imensa cauda — que mais parecia um chicote feito de ossos e sombras — produzia um som agudo e agonizante, como o ranger de metal sobre vidro, rasgando o silêncio e impregnando o ambiente com uma atmosfera de terror absoluto.

A cada batida da cauda no chão, o ar ao redor parecia vibrar, como se o próprio espaço-tempo estivesse sendo dilacerado pela presença da criatura demoníaca. O lobo, um ser que parecia existir apenas para provocar dor e destruição, gargalhava com uma risada distorcida que reverberava pelo ar como um trovão soturno, cada reverberação ecoando nas profundezas da mente de Haikotsu e Sakuya, intensificando o desespero que os consumia.


A seus pés, o corpo de Maito Gai, uma lenda viva, estava irreconhecível. Carbonizado e deformado, sua figura heróica era agora apenas uma sombra de glória passada. Haikotsu sentiu uma onda de emoções esmagadoras invadir sua mente — raiva, tristeza, impotência — como se Gai tivesse dado sua vida em vão, tentando protegê-los de algo imensurável. Um vazio profundo se abria em seu peito, e o sentimento de vingança contra Oleander queimava dentro dele, uma chama de ódio que ameaçava consumi-lo.

Entretanto, algo estava errado. Quanto mais os sentimentos de Haikotsu fervilhavam, mais a presença de Enkei se intensificava em sua mente. Era como se as memórias, os pensamentos e o controle de seu próprio corpo fossem lentamente escapando de suas mãos. Enkei agora estava no controle, e o lobo monstruoso parecia se deleitar com a confusão e o caos que se instalava dentro deles.

A gargalhada do lobo tornou-se ainda mais frenética, quase histérica, enquanto ele observava a cena diante dele. Com uma voz profunda, gutural, e cheia de desdém, a criatura finalmente se dirigiu a eles, suas palavras gotejando sarcasmo e malícia.

— Eu esperava uma história melhor que essa... — o lobo falou, sua voz reverberando como o eco de mil pesadelos. — Vocês dois são... entediantes. Tão previsíveis. E você, Sakuya-chan... que decepção. Você falhou em eliminar a organização que trará caos a este mundo, você me prometeu que seguiria a história que eu queria ver. Que tragédia... Que atrocidade... Minha peça está arruinada... Ahhhhh, se isso fosse uma história escrita por alguém, eu diria que o autor se perdeu. Que tragédia. Nota 1 de 5, dropei.

O sorriso do lobo brilhou com uma luz diabólica, seus dentes como lâminas afiadas prontas para dilacerar almas. Ele parecia saborear o medo crescente da garota, que estava paralisada de tanta angústia, o corpo tremendo sob o peso das palavras cruéis.

— Você falhou em seu objetivo... e, por isso, eu tenho o direito de devorar sua alma como combinado pelo nosso pequeno pacto, garotinha imunda. — continuou o monstro, a voz agora transformada em um sussurro ameaçador, enquanto sua língua imensa passava pelos dentes afiados. — Mas que história sem graça seria se eu o fizesse por conta própria isso, não é mesmo?

Os olhos do lobo, brilhando com a insanidade que consumia cada parte de sua existência, se voltaram então para Enkei.

— E você, Enkei-san... essa garotinha queria acabar com você, não é mesmo? Ela era muito mais forte, muito mais rápida, muito mais esperta, e muito mais resistente... e você estava à mercê dela, possuindo risco de perder sua vida. Mas agora, veja como as coisas mudaram. Agora, você é o forte e o todo-poderoso do combate. — O lobo inclinou a cabeça, o sorriso ainda mais macabro, enquanto suas palavras pingavam veneno. — Se você a matar aqui, agora... ela nunca mais será uma pedra no seu caminho. Pense nisso, Enkei... você pode ser o herói desta história e finalizar essa pequena lunática de uma vez por todas. O que me diz? Você queria exorcizá-la... Queria bater nela, né? Agora... Você pode… Finalize-a agora, pois o que resta para ela, é viver para sempre dentro do meu estômago depois que essa ilusão acabar.

Sakuya fitaria o chão e apenas falaria, como se já tivesse aceitado o seu destino:

— Desculpe Mirian-san... Mizumi-chan...

O campo de batalha parecia congelar naquele momento, como se até o tempo estivesse retido pela presença opressiva daquela criatura demoníaca. O calor das chamas que destruíam Konohagakure, o cheiro de sangue e cinzas, tudo parecia desaparecer, e a única coisa que restava era o lobo e aquela garota desolada, com sua presença colossal e a decisão que pairava sobre Enkei.

Ação livre para @Yagi



Chinoike Ikhor acordaria numa cadeira de rodas, sentindo uma dor intensa em seu peito e olhos, por algum motivo, um de seus olhos não estava enxergando direito e por algum motivo, não estava sentindo suas pernas, apesar de conseguir mover com alguma dificuldade seus pés. O garoto tentou procurar a manifestação de Jashin em sua mente, porém... Ele estava sozinho, os poderes de Jashin ainda estavam manifestados em seu corpo, porém... De alguma forma estranha, o demônio que existia em seu corpo havia de alguma forma, sido apagado.


Ele tentou se situar com o ambiente em sua volta. E notaria que estava numa espécie de casa, caindo aos pedaços. Por impulso, ele olharia para a janela e veria uma garota magricela que parecia que não comia fazia semanas, observando de forma triste uma espécie de túmulo que existia no jardim daquela estranha casa. Ela parecia estar cavando alguns túmulos, porém com uma antipatia vísivel, como se tivesse fazendo aquilo por muito tempo.


Antes que pudesse fazer alguma coisa, ele notou que no quarto que ele estava, uma dupla de crianças parecia encarar ele atrás de um sofá velho, uma delas estavam observando Ikhor como se ele fosse a coisa mais assustadora que já existiu, enquanto a garotinha que segurava um livro, observaria ele como se fosse a coisa mais admirável do mundo.

— Mana... Ele acordou... Será que ele vai fazer algum ritual macabro com nosso sangue? To com medo... Ele é o Ikhor-sama, não é? O cara que mais durou contra o exército de mortos... Não sei se fico admirado ou com medo... — Falaria o garoto de cabelos azuis, visivelmente ele era o mais medroso da dupla.

— Xiu, seja homem, não esqueça o que nossa mãe falou... Se vamos interagir com um demônio, temos que puxar os chifres primeiro, eles não gostam disso... — A garota por outro lado, parecia a mais sem noção.

— Mas... Mas... Ele não tem chifres, certeza que ele é um demônio? — Perguntaria o garoto quietamente, com algum grau de medo. — Será que a cabeça dele vai virar 360 grau? Será que os olhos dele vão ficar vermelhos que nem os nossos? Mizumi-chan, venha ver... O amigo do seu pai acordou.


Nesse instante, Kyosuke Kuroi abriu os olhos e sentiu algo imediatamente errado. O corpo no qual ele se encontrava era... menor. Bem menor. O choque inicial foi inevitável, afinal, ele não estava mais no próprio corpo, mas sim no da filha de Yuki Hyoumi, a pequena Chinoike Mizumi. Ele mexeu os dedos delicados, observando com estranheza a visão reduzida e os pequenos pés descalços no chão frio. A mente de Kuroi estava confusa, tentava organizar as memórias fragmentadas e caóticas daquela menina de poucos anos de vida.

As lembranças eram incompletas, quase como se estivesse tentando montar um quebra-cabeças com peças faltando. Vislumbres de um lar, de sorrisos fugazes, de uma mão segurando a sua em segurança. Mas, ao mesmo tempo, essas memórias não pareciam carregar o peso que ele esperaria de uma criança da idade de Mizumi. Algo estava muito fora do comum.


Ele tentou se concentrar e sentiu algo... diferente. Um talento escondido, latente, algo que vibrava nas veias daquele corpo infantil. Era uma sensação extraordinária, como se Mizumi tivesse a capacidade de compreender e aprender qualquer coisa com uma facilidade sobrenatural. Ela poderia, ao que parecia, absorver conhecimento apenas observando. Kuroi mexeu a cabeça, experimentando aquele poder peculiar. Ele olhou para as próprias mãos e, num lampejo intuitivo, conseguiu lembrar-se de uma técnica complexa que pessoas normais levariam anos para dominar, no entanto, ela aprendeu em poucas horas. Seu novo corpo aprendia os princípios apenas... vendo. Um talento que só aparecia em 1 a cada 10.000 anos.



Pelo visto, Yashin e Kuroi novamente estavam habitando corpos que não eram seus, e curiosamente não existia sinais que Sakuya ou Haikotsu estavam por perto. O que eles fariam naquele lugar?

Ação livre para @Heimdall @Gaius