Papo reto #1 — Funk é sinônimo de imoralidade e retrocesso?

Vamos ver se esse tipo de abordagem interessa a vocês, começando com essa: o funk é sinal de retrocesso (principalmente para as mulheres)? 

Se falando no geral, é difícil não associar uma música que fala sobre tacar a bunda na piroca com imoralidade, independentemente de quem você seja. Se especificarmos certos grupos então, como os movimentos feministas (ou simplesmente que lutam pelo direito e respeito das mulheres na sociedade), eu, pelo menos, não vejo muito sentido em ver uma mulher/garota que tanto reclama da objetificação feminina na TV, novelas, filmes, seriados, etc, ir para o rolê, colocar as mãos no joelho, rebolar e ser sarrada ao som de "Agora vai sentar". Isso não culminaria no tal "retrocesso" que essas mesmas mulheres tanto acusam os comerciais com mulheres seminuas de causarem?

A Anitta virou sinônimo dessa contradição, já que seus últimos clipes, como "Vai malandra", apesar de apontado como "tapa na cara da sociedade" por muito gente, fez exatamente o que comerciais de TVs chamados "machistas" fazem. 

E você, o acha? Acha que não tem nada a ver uma coisa com a outra? Concorda com sendo imoral o estilo do funk atual? E se tocar no rolê, você dança ou sarra em quem dança, ou fica na tua até a música mudar? Não vale achar que é um retrocesso mas curtir fora do NS, hem?

Não! O funk apenas retrata a realidade de uma fração de nossa sociedade, tudo o que é relatado nas letras de fato ocorre, o que eu notei é que esse ritmo não está mais restito apenas as pessoas do morro, ele se tornou popular entre todas as classe sociais, pode-se dizer que o funk é como uma fotografia ou diário, você pode não gostar do que é fotografado ou escrito, mas não deixa de ser a realidade...

BOG escreveu:

Não! O funk apenas retrata a realidade de uma fração de nossa sociedade, tudo o que é relatado nas letras de fato ocorre, o que eu notei é que esse ritmo não está mais restito apenas as pessoas do morro, ele se tornou popular entre todas as classe sociais, pode-se dizer que o funk é como uma fotografia ou diário, você pode não gostar do que é fotografado ou escrito, mas não deixa de ser a realidade...

O que deveria ser não é? Boa parcela do "funk" tocado hoje em dia só aborda o que o Kakau citou, putaria e sacanagem.

Tudo que você falou é verdade. E sinceramente? Eu não ligo. É meu estilo de música preferido. Escuto em casa, no role, no somzinho quando jogo bola. Eu fico na minha quando NÃO toca funk. Acho horrível qualquer outro estilo no rolê, principalmente sertanejo.

O problema do funk se retrata em um único espectro: a sociedade em si e como ela moldou-se com o tempo. Parece meio ''filosófico'' ao falar dessa maneira, mas o que tornou o funk algo criticável pela sociedade foi a própria sociedade. A sociedade se compactuou com o funk pelos meios que ''apresentavam'' a ideia da própria sociedade ou o que ela deseja, no caso: a ostentação.

Para quem nasceu entre 1995 a 2000 deve ter escutado aqueles funks antigos que falavam sobre a realidade social do Brasil e suas favelas, a degradação social que tinha nas classes. Naquela época, a classe baixa (favela) tinha uma diferença gigantesca da classe média (pessoas que vivem tranquilas, mas não são ricas).

Funk/Rap do Silva, Funk da Tropa de Elite ou aqueles funks ''proibidões'' que falavam sobre a violência da favela era chamado de ''FUNK'' porque não seguia o estilo das demais músicas como o sertanejo, pop, rock e dentre outros. O Funk antigamente era um meio de se falar a realidade e tratar ela para quem não tinha conhecimento. Mas mesmo assim, as pessoas (sociedade) estavam poucos interessados em saber sobre como era esse tipo de convívio social da classe baixa, por isso era difícil ter muitos MC's famosos.

Hoje a sociedade vê a favela mais integrada aos ambientes de mais alto nível cultural (média e alta), mas talvez ainda sim haja uma imoralidade por trazer um certo tipo de cultura sexual.

Eu não diria "retrocesso" (porque implica no retorno a um estado anterior), mas a maioria dos funks são prejudiciais às mulheres sim... Realmente, os clipes e danças de funk fazem exatamente aquilo que as feministas dizem ser "objetificar" as mulheres. Os clipes são bem semelhantes a propagandas antigas na questão de objetificar mulheres. Isso sem falar em apologias a crimes, machismo nas letras, ter letras com "putaria" e promover a sexualização precoce de crianças.

Não estou dizendo que "as pessoas não devem escutar", mas sim que o estilo da maioria das músicas de sucesso são prejudiciais de diversas maneiras.

Funk pode ser degradante, mas tem as letras e beats mais cativantes, deixo minha contribuição do tópico:

https://www.youtube.com/watch?v=zbfPcI2ZaN0

Eu não acho tão insuportável quanto pagode ou sertanejo porque costuma ser engraçado, mas até esses últimos já dancei em festas juninas, etc. Como o maluco citou, é uma maneira de retratar o que acontece...mas a arte como um todo -música inclusa- por definição, sempre busca fazer uso de uma ideia ou sentimento que será transmitida por meio da mesma. Isto indo desde as cores usadas num retrato até o ritmo que acompanha uma letra em uma música, tudo acompanha o valor passado naquilo que será retratado, podendo sim ser negativo ou positivo, atribuído ao que é retratado. Se rebolar, foder e ficar drogado for retratado por uma batida alegre como é no funk, é um retrato que passa valor positivo dessas atividades, o que, pensi eu, que socialmente falando talvez realmente não seja positivo. O problema é isso tocando p criança. Em ambientes como festas universitárias, boates, e outros cuja presença de menores é proibida, não vejo problema pq o pessoal tá ali p isso mesmo, não sejamos hipócritas.  E acho sim que dançar funk, dependendo da maneira, seja uma forma de expressar sensualidade, mas às vezes o "alvo" não é você, e sim alguém que ela ache mais interessante, então o respeito ainda é cabível. Mas penso que geralmente isso só atraía homens chatos e babões que não as respeitarão tanto. No caso das propagandas acho que o problema é que as propagandas em questão passam em horários livres -em que menores de idade estão assistindo, etc- e atrelam a imagem da mulher às mercadorias anunciadas, o que não é exatamente a mesma coisa do funk, mas às vezes sim hauhaahauhahauah.

Funk é apenas mais um bom motivo pras pessoas de bom senso sentirem vergonha desse país . Não importa se funk retrata a realidade da favela , a realidade da favela é uma merda e é exatamente por isso que o funk não pode ser outra coisa que uma merda .

Uchiha Wolf escreveu:

Funk é apenas mais um bom motivo pras pessoas de bom senso sentirem vergonha desse país . Não importa se funk retrata a realidade da favela , a realidade da favela é uma merda e é exatamente por isso que o funk não pode ser outra coisa que uma merda .

Não, não é retrocesso. Boas partes das músicas nos gêneros colocam a amada/indivíduo em um ponto de objetificação. É mais fácil dizer que boa parte de todas as músicas são retrocessos. 
O funk só é colocado em pauta porque fala abertamente e de forma "moderna" sobre sexo, putaria e isto já é de cara associado logo a uma transformação da mulher em objeto. Nem de longe isso seria um empecilho para o movimento feminista, PORÉM o problema é a retratação que a maioria dos funks trazem; 
A objetificação da mulher no meio das letras, e a submissão delas. Como também acontece no sertajeno, pagode, rock, mpb, brega e etc. 

Acredito eu que o problema em si não é a o fato de uma garota estar dançando uma música explícita, mas no sistema que a coloca como um objeto, sacas? É um assunto bem complexo, mas é nesse meio que entramos. 
Tentar colocar em pontos, porque é confuso. 

- A música não é o problema, é o fato dela estar associado à mulher objetificada
- Menção a rebolar, kikar não são problemas, mais uma vez é estar associado à mulher somente àquilo, como se elas fossem só mais um pedaço de carne para ser consumido. 

A questão da Anitta, ela errou o gol, porque mesmo a música sendo um tapa na cara da sociedade, o video colocou as mulheres perifericas como só aquilo — Mesmo mostrando algumas minorias. 

É uma questão complexa e o movimento feminista explica melhor. E logicamente está faltando mulheres para falar de algo que exclusivamente as afeta. :lisa:

Independente do que defendam ou ataquem do funk, eu só digo que:
- Não gosto da letra.
- Não gosto do tom da melodia.
- Não há muita qualidade. (Pegando os que eu mais ouço na rua)
- Acho enjoativo e chato em vários sentidos.

Mas enfim, eu não sou nenhum revolucionário que vai mudar a cabeça de ninguém e nem sou um profissional da música, mas eu realmente acho que o Funk atual é horrível seja como música ou retratar alguma coisa.

Resposta curta: Atualmente? Sim, sem duvidas o funk (a grande maioria) e tudo que ele retrata é vergonhoso. O fato de muitos pessoas gostarem do ritmo frente à todas as controvérsias é apenas mais um dos muitos sinais de degradação cultural do País. Basta analisar como "a música" em geral envelheceu no Brasil...

Hoje, temos poucos nenhum motivos para nos orgulharmos de nossa cultura.

Resposta longa: Vou ficar devendo.

É uma praga. Quem defende esse tipo de música defende a analfabetização, a estupidez. Qualquer um que defende a moralidade do funk, pra mim deve ser posto num muro e ser fuzilado. Diferentemente do @Matsuoka e @Shinshi-kun que não defendem a moralidade dessa porra, apenas gostam de ouvir. E qual o problema de ouvir funk? Fumar maconha? Não querer estudar? Dar a bunda? Você é livre e a vida é sua, eu jamais faria nada disso mas a vida é minha a sua, a sua. Mas não defenda a moralidade dessa porra SEU FILHO DA PUTA.

E tecnicamente é pobre musicalmente, troço nojento.