Capítulo VIII.
Goku caminhava ao lado de Vegeta, o seu traje laranja tremulando em sincronia com seu cabelo. Vegeta, por sua vez, caminhava um pouco atrás, postado em sua direita - trazia consigo um olhar carrancudo, porém, ao mesmo tempo, composto por uma barreira de análise impenetrável à seus adversários. Com os braços cruzados, eles cruzavam esse curto caminho.
– Seu silêncio me surpreende, Kakarotto. Sequer parece com você. – Disse Vegeta.–
Vegeta... Os meus limites precisam ser superados para que possamos avançar.
– Hmpf!
– Resmungou Vegeta
. – Já entendi. Essa mudança repentina de atitude... Você está buscando aquilo, não é?– Quando enfrentei Hitto e depois Toppo, no Torneio de Exibição, pude notar que meus limites não seriam quebrados do jeito que estou. – Analisava enquanto caminhava ao lado do Príncipe
. – Terei que recorrer àquilo, mesmo forçando, mesmo não tendo sequer dominado ou alcançado uma fagulha sequer.– É uma estratégia arriscada, eu diria, ainda mais com todo o multiverso estando em jogo. Para nós, saiyajins, ignorarmos nossas ações, mantermos um estado sincronizado de paz entre mente e espírito, justamente para que nosso corpo se move por instinto... – Atestou Vegeta
. – Tsc, parece que Whis realmente é um sujeitinho desgraçado.– Você está certo, mas mesmo assim... Não obtive a certeza se poderia vencer Toppo, e existe o Jiren, aquele sujeito de seu universo... Dizem que nem mesmo um Deus da Destruição dá conta. – O silêncio permeou por alguns segundos. Goku fitava o solo, seus punhos fechados
. – Meu sangue saiyajin ferve de excitação ao mesmo tempo em que minha mente me condena, Vegeta. Elimina mais de trilhões de vidas inocentes para salvarmos o nosso universo.
– Os feitos de vocês ultrapassam até mesmo a barreira do multiverso.
– A voz de Rabanra cortava o ar.
– Especialmente os teus, Son Goku! – Zarbuto exclamava.
E os dois, guerreiros pertencentes ao segundo universo, rapidamente iniciavam uma correria em alta velocidade na direção da dupla. Entretanto, havia um enfoque maior na figura de Son Goku, cujo os olhavam atentamente. Brandindo a bandeira do segundo universo em seus corações, Rabanra saltava em direção do filho de Bardock, com os punhos cerrados na direção de seu tórax. Porém, o que ocorria era que o laranjinha acertava unicamente uma imagem remanescente - um truque velho, mas funcional. Querendo antecipar a aparição de Goku, Rabanra abria sua boca e expelia diversas ondas de ki em direções aleatórias.
Nada ocorreu. Sem entender, ele novamente virou ao sul, onde, anteriormente, Goku estava. E ali ele surgiu. Com passos ligeiros ele se postou frente a frente com seu adversário, seu braço direito flexionado. O dedo indicador e médio posicionados, próximos do peito de Rabanra, mas logo desfeitos quando, velozmente, Goku fechava seu punho e, com um piscar de olhos, cravava no peito de seu adversário - o soco de uma polegada. Toda a musculatura do corpo de Rabanra tremia incessantemente, e seus olhos encontravam os de Goku, sérios. Antes de ser mandado para fora da arena devido ao impacto, o ser alaranjado deixou uma quantia de saliva misturada com sangue no solo da arena.
– M-m.. Mas o quê?! – A surpresa de Zarbuto não podia ser contida.
–
Kakarotto não é o único aqui, idiota...A lateral do joelho direito do Vegeta era, bruscamente, conectada ao estômago de Zarbuto. Não obstante, o pai de Trunks, com passos velozes, postava-se na retaguarda de seu adversário e, através da capa branca do mesmo, jogava seu corpo acima. Sem reação, Zarbuto aguardava, com medo, seus olhos rodando sua órbita em busca de algum sinal daquilo que havia o atingido - tamanha era a velocidade que sequer notou o que o atingira. Surgindo, com um salto, sobre o corpo do bigodudo do segundo universo, Vegeta levava seus dois braços acima de sua cabeça, com as palmas juntas. Sem delongas, as palmas se converteram num punho único que, como um raio, chocava-se contra o peito de seu antagonista.
Quicando devido ao impacto, uma forte energia era disparada pela mão direita de Vegeta - apenas o dedo mindinho e anelar estavam dobrados, repousando. Zarbuto era o mais novo eliminado do segundo universo, restando apenas Ribrianne e Zirloin.
– Nada para nos preocuparmos. – Informou o pai de Bra.
Repentinamente uma densa névoa se espalhava pelo cenário, tal nevoeiro que impedia a identificação e localização de ki, além de obstruir a energia.
–
Vegeta, o que está acontecendo? Goku virava-se, mas não encontrava Vegeta. E isso acontecia com Jiren, Toppo, Dyspo; Kale, Caulifla e Cabba, Tenshinhan e Buu, Gohan e Piccolo - e muitos oponentes que, dado o momento, enfrentavam-se. Outra duplas se separavam. Todavia, o universo nove, preparado para aquilo, aguardava o fim do dissipar do nevoeiro.
**
Oregano sentia a vibração de suas teias. As linhas, ligadas a seu corpo, se contactavam através da sonoridade. A neve se dissipava, desobstruindo a sua visão. Hyssop, próximo do aracnídeo, mantinha-se silencioso. As teias se comunicarem com Oregano significa uma coisa: presa. Antes dos movimentos do ogro de gelo, Oregano decidiu que seria uma boa ideia espalhar algumas armadilhas estratégias pela arena, e uma aparentou dar certo. Aproximando-se cautelosamente, como uma aranha, grudado nos escombros da arena, o aracnídeo percebeu uma figura um tanto curiosa presa em suas teias, debatendo-se e tentando escapar através de explosões de energia e mordidas - a cabeça de lagosta não se encaixava bem, esteticamente, com seu corpo.
–
Ora, ora... O que temos aqui? –
Desgraçado! Solte-me!–
Não, não, não... Lembre-se que quem dita as regras é o predador, jamais a presa.–
Solte-me, aracnídeo nojento! Solte-me e enfrente como um guerreiro honra...
Antes de concluir a frase, Oregano abriu sua boca, expondo uma presa de cor bege, tal qual era inserida a força no corpo de Mechiop. Apagando pelo veneno - Oregano usara unicamente uma dosagem que o faria desmaiar -, era uma presa vencida. Dançando em volta do corpo de Mechiop, o homem-aranha tecia suas teias em volta do corpo do sujeito com cabeça de lagosta, embrulhando-o. Vencido, bastou unicamente que Oregano retirasse-o da armadilha e, nos ombros, depositasse seu corpo para fora da arena. Depois voltou para Hyssop.
– Menos um, caro amigo.
– Informou Oregano.
–
Hm.–
Você não tem jeito, não é? Sempre com as mesmas poucas palavras. Irônico como um falastrão como eu e um ogro de poucas palavras funcionem como dupla...
**
–
Ei, Basil, olha só para o Bergamo, kiehehe!– Irmão, parece que você absorveu bastante dos lixos de outros universos, não é? – Dizia Basil, mirando Bergamo.
– Eles me alimentaram com seu poder e olhe só... – O corpo de Murichim se encontrava ao solo
. – Mostrarei a supremacia do nono universo. Senhor Roh, Senhor Sidra! – Apontava em direção de ambos, na arquibancada
. – A vitória será nossa.E chutou o corpo caído de Murichim para os confins da arena, resultando em sua eliminação.
– Como se sente sendo o próximo, verme? – Provocava Basil.
– Vai cair, vai cair, kiehehe! – A risada de Lavenda penetrava até o mais surdo dos ouvidos.
Napapa, enfrentando dois dos principais membros do nono universo, esquivava o quanto podia. Percebendo que era a hora do contra-ataque, expelia ar de suas narinas e avançava ferozmente, com seus braços e pernas flexionadas. As palmas miravam os dois irmãos. Desviando, eles emitiam ataques físicos que, por sua vez, eram defendidos e contra-atacados em intensidades maiores. Nesse momento, com uma trégua de ambos os lados, Napapa jogava sua palma ferozmente contra o solo, causando um pequeno buraco e o levantar de fumaça. Aproveitando-se disso, graça ao distanciamento provocado por sua ação sobre os irmãos, Napapa surgia na retaguarda de Lavenda, agarrando-o por trás, esmagando seu corpo.
Sofrendo de uma enorme dor, mas sabendo que isso seria vantajoso, vide que Napapa escolhia uma posição de contato, que seria prejudicial para ele - mesmo não sabendo no momento -, o lobo, de sua boca, expelia uma nuvem de veneno que cobria o corpo de ambos. Desesperado e, aos poucos, perdendo o vigo físico, Napapa recuava para tomar um ar limpo, mesmo o seu corpo ganhando novos desenhos de coloração roxa [o veneno do lobo amarelo percorria rapidamente pelo corpo de seu oponente].
– Engula isso! – A voz de Basil soava, no alto, quando o seu ki era concentrado em seus pés, lançando duas enormes esferas de ki na direção de Napapa
.–
Dosukoi! Emanando sua fala, abriu suas palmas e conteve as duas esferas. O seu corpo, mesmo com as plantas de seus pés forçando contra o solo, era empurrado até próximo das extremidades. Estando em maus lençóis, Napapa colou seu punho esquerdo ao solo, evitando uma derrapagem maior. As esferas, anteriormente, eram jogadas acima. O corpo de Napapa sofria com a rápida contaminação do veneno, e ele tossia.
– Estou aqui! – Disse Lavenda.
De sua boca, novamente, uma grande quantia de nevoa venenosa, causando vertigem e perca de sentidos em Napapa. Não obstante, energia venenosa era depositada de seu antebraço até seu punho [através de sua boca], e diversos socos eram alvejados contra o membro do décimo universo, do qual tinha seu destino, praticamente, selado.
–
Afaste-se, irmão.
Com uma energia crescente, Basil executou um giro no ar e, depositando uma maior força em seu
blast, jogou uma esfera ainda maior e poderosa através de seu pé. Lavenda, vendo a aproximação do ataque, saltou ao lado e Napapa recebeu em cheio, caindo.
– TRIO DE DANGERS! – A comemoração exaltada do trio de irmãos era aprovada por Roh e Sidra.
Mais um capítulo. Perdão pela demora aos leitores que estiverem acompanhando.