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Planícies de Effūsīvus

2 participantes

descriptionPlanícies de Effūsīvus - Página 2 EmptyRe: Planícies de Effūsīvus

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Turno




@Nie

Logo que se aproximou do display, pode perceber que seu manuseio não foi muito difícil. Considerando que a maior parte da tela ainda estava intacta, seus sensores de toque funcionaram razoavelmente bem. Não tinha expertise em manusear aquele tipo de aparato, mas após aleatoriamente examinar todos os menus a vista na tela, eventualmente identificou um que parecia ser bastante útil. Aparentemente, os guardas cibernéticos se dividiam em guardas, por isso, um parecia saber a posição do outro. Vendo agora, o mapa do labirinto de trilhos parecia assustador, eram muitas as formas de ficar preso e muitos os guardas distribuídos ao redor dele. Parecia ser uma medida um tanto drástica - denunciando que aquele deveria ser o caminho certo -, já que era de se imaginar que guardas e um portão com senha deveria bastar. No entanto, os seus criadores pareciam excessivamente confiantes demais de que nenhum daqueles guardas de pedra seria derrotado, pois a rota que os robôs tomavam para fazer o recarregamento autônomo de seus reatores estava bem ali, bem como a sua chave individual de acesso. Para o espião invasor bastaria apenas decorá-los e seguir em frente.

Ferido, mancou lentamente pelo caminho indicado. Haviam claros rastros de pequenas formas de vida habitando aqueles túneis. Todavia, Higurashi não conseguiu ver nenhuma criatura de fato. Por mais que as rastreasse através de pegadas nos pequenos túneis formados naqueles túneis de lava - agora bem mais habitáveis que o de antes -, era como se toda a fauna do local tivesse fugido às pressas. Mesmo sem capacidades espirituais, o Ogro podia perceber o mau agouro naqueles sinais.

A princípio, apenas trataria de seguir o caminho memorizado, querendo cumprir seu objetivo e sair o mais rápido possível daquela ilha amaldiçoada. Todavia, intensos terremotos tomaram conta das cavernas em que estava. Os túneis pareciam sólidos o suficiente para resistir, mas ainda assim podia sentir em seus ossos que algo estava errado.


Foi pego completamente de surpresa quando um rugido absurdamente alto e grave pareceu ecoar simultaneamente de dentro e de fora das cavernas. Nunca tinha ouvido nada parecido. Nenhum predador de ápice de cadeia que conhecia podia produzir tal coisa. Aliás, seus instintos lhe diziam que nem mesmo um Rei do Mar poderia produzir tamanho feito. Não tinha a mínima ideia do que estava acontecendo, só que os tremores pareciam se intensificar cada vez mais e, que em meio à situação caótica, o túnel que se estendia quilômetros à sua frente exibia uma luz avermelhada.

Era um tubo de lava antigo, Higurashi somou A mais B. Mesmo com dor avançou o mais rápido que pode até um túnel no teto da caverna em que estava. Lutando por sua vida, saltou de parede em parede até que finalmente se viu novamente nas Planícies de Effūsīvus. Não deu qualquer grande foco aos arredores, apenas tratou de sair de perto do túnel o mais rápido possível. Túnel este que não demorou a cuspir grandes quantidades de lava e gases.

Todavia, logo notaria que não era o único. A situação externa era absolutamente caótica. Todos os vulcões em seu campo de visão tinham subitamente entrado em erupção simultânea. Não precisava ser nenhum expert para saber que alguma coisa deveria estar muito errada.

Higurashi não demorou mais do que alguns instantes para perceber o que era essa coisa errada. Por mais que suas emoções fossem suprimidas, os alarmes internos de seus instintos eram o tipo de coisa do qual não poderia se livrar, por mais racional que fosse. E diante daquela cena apocalíptica, teve certeza de que esses instintos nunca estiveram tão alertas quanto antes. Além dos diversos pilares de lava ao seu redor e ao longe no horizonte, o cipher pol também viu um absurdamente maior que os demais bem no centro da ilha.

Considerando que aquela era a direção para onde o mapa do guarda cibernético o levava, era de se imaginar que nada da sua missão devia ter restado. No entanto, um singelo “detalhe” foi capaz de desviar sua mente desses pormenores. Algum tipo de humanóide de proporções titânicas estava literalmente erguendo-se das profundezas incandescentes da terra. E era dele toda aquela fúria canalizada em rugido que Higurashi pode ouvir.

O pobre den den mushi em seu bolso também pode instintivamente sentir que algo estava muito errado. Por isso, quando o espião percebeu, ele já estava bastante desesperado em seu ombro. Parecendo ter aceitado que sua única chance de sobreviver era o espião, mesmo sem o comando do portador, a criatura simplesmente começou a reproduzir:

- Agente Higurashi? Câmbio. Agente Higurashi? Câmbio? - uma voz urgente gradativamente se faria presente em meio ao som ensurdecedor do cataclisma - A arma que deveríamos apreender foi ativada. Repito: a arma foi ativada! - a voz de Keen parecia bastante estarrecida - Emergência de nível máximo! - com um certo quê de soturno em seu tom de urgência, o homem momentaneamente vacilou - As ordens dos Dragões Celestiais são expressas: todos os agentes em solo devem cooperar com a corporação marine e ajudar a neutralizar a ameaça ao Governo Mundial. Repito: todos os agentes em solo devem cooperar com a marinha e neutralizar a ameaça de nível planetário - um tanto sem esperança, Cameo parou por alguns instantes - Higurashi-san, está aí? Está tudo bem? Não desligue o den den mushi, estou tentando triangular sua posição! - do outro lado, ele parecia digitar furiosamente em algum teclado - Os marinheiros não estão muito longe, vou enviar apoio, aguente firme! - ele continuou digitando por alguns instantes - Droga, só foram nos liberar o acesso aos recursos da marinha agora que a coisa já esta preta! - nervoso, Keen parecia prestes a amaldiçoar a nobreza mundial.

O ogro estava em um pedaço de solo razoavelmente seguro, todavia, ainda estava ilhado. Rios de lava recém criados formavam uma complexa malha que seguia para todos os lados. Sentia que conseguia dar saltos longos o suficiente para ir de ilha em ilha, entre os fluxos de lava. Porém, não sabia o quão longe conseguiria ir com seus ferimentos. Afinal, a situação atmosférica da ilha havia piorado drasticamente.

Apesar da imediata proximidade dos rios de lava ainda estarem aquecidas, a temperatura do ar havia caído drasticamente. A densa camada de nuvens de cinzas vulcânicas no céu não pareciam apenas bloquear totalmente a pouca luminosidade fornecida pela lua, como também esfriar e alterar bastante o clima da região. Graças a isso, espécies de flocos de cinza vulcânica caíam no lugar de neve e trovões podiam ser ouvidos à distância. Além disso, mesmo que considerasse que desviaria com perfeição de toda aquela lava que tomava as planícies, o pH e a qualidade do ar também pareciam ter caído de forma bem significativa. Higurashi não tinha certeza se duraria mais do que algumas horas naquela atmosfera terrível.

Dado o cenário apocalíptico, Keen Cameo parecia ter ligado em uma excelente ocasião.




Prazo até às 00h30 do dia 25/01/23

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Pela primeira vez em muito tempo, Higurashi se sentia confuso diante de uma situação. Não porque estava ferido, é claro. Coisas tão casuais quanto um machucado ou outro eram perfeitamente concebíveis de um ponto de vista lógico, considerando que era um combatente. Contudo, o mesmo não se aplicava para o emaranhado de acontecimentos estapafúrdios que cercavam seus arredores.

Era como se estivesse no próprio inferno. Em cerca de poucos minutos, um incontrolável pandemônio havia se formado, tendo como figura central um enorme gigante de lava, aparentemente advindo das profundidades da ilha ou coisa do tipo. O responsável não só por eliminar seus alvos, como também por remover as placas tetônicas locais de sua inércia.

- Você tem noção do absurdo que é essa ordem ? - Respondeu seu superior hierárquico após alguns segundos pensativo, inerte em sua posição inicial. Por mais que sua voz continuasse firme como de costume, seu rosto transmitia um constante incômodo com a situação. Uma reação natural para quem não acreditava em milagres, mas bastante significativa para alguém que nunca havia sentido algo semelhante. E era justamente isso que precisaria acontecer para que o Governo pudesse neutralizar uma ameaça daquela escala. - Certo, aguardarei o resgate. - Completou sua fala, fingindo tranquilidade, opção que lhe pareceu a mais sensata, já que sua dúvida quanto ao Governo Mundial havia sido claramente evidenciada em suas palavras. Pensamento esse que continuava a lhe incomodar, considerando que enfrentar aquela besta não diferia em nada de um ataque suicida.

Assim, tendo noção que ainda tinha uma nova ordem à cumprir, Momota começou à saltar entre os poucos pedaços de terra segura que haviam sobrado ali, buscando adiar sua morte e também de seu den den mushi, que lhe mantinha por dentro da situação geral. Geppo devia ser o suficiente para isso, isso é, se seu corpo avariado lhe possibilitasse usá-lo. No pior dos casos, teria que se defender de destroços com sua lâmina, e assim o faria.

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10º Turno




A situação conseguiu deixar perplexo até mesmo alguém da espécie de Higurashi. Talvez, fosse “só” pelos eventos infernais que se desenrolaram ao centro da ilha, o espião não tivesse esboçado qualquer reação. Entretanto, a ordem estapafúrdia dada por Keen parecia ser a gota d’água. Àquela altura, os absurdos saídos da imaginação dos Dragões Celestiais talvez competiam até mesmo com o presente cenário da ilha.

- Huh… Sim, tenho. Mas quando nos candidatamos, sabíamos que as ordens de cima eram absolutas - o homem suspirou de alívio ao ouvir a voz do agente, confirmando que estava vivo - Por mais absurdas que elas possam ser, temos que cumprir nosso dever. Ainda que desertar seja uma opção, pelo que posso ver daqui, parece meio inútil… - Cameo pareceu parar de digitar - Tenho sua localização. Aguente firme aí, os reforços já deixaram a esquadra ao norte - Keen finalizou, ainda na linha.

O solo em que estava parecia razoavelmente sólido, no entanto, fora a atmosfera tóxica, Higurashi se viu obrigado a desviar de alguns projéteis caídos do céu. Literais bolas de lava endurecidas por fora voaram em sua direção. Todavia, o Cipher Pol rapidamente sacou sua lâmina, dividindo tudo aquilo que ousou se aproximar dele. Os piroclástos foram neutralizados com sucesso, mas Momota pode sentir que definitivamente seus pulmões não eram mais os mesmos. Um ato que seria relativamente simples para ele no passado agora parecia bastante cansativo. Teve que imediatamente colocar as mãos nos joelhos, exausto.

Alguns bons minutos haviam se passado quando Higurashi pode ver algo vindo do horizonte ao norte. Uma gigantesca nuvem parecia planar próximo ao nível do chão. A princípio ele se viu obrigado a sacar sua espada novamente, já que a nuvem parecia larga e rápida demais para desviar para os lados. Todavia, ao que o corpo se aproximou, Higurashi pode distinguir algo sobre a nuvem: eram pessoas e uma espécie de barraca.

Outra coisa vinda do norte também surpreenderia os sentidos do Ogro. Virou seu corpo com a guarda naquela direção, mas o formato da ave, visivelmente gigante, imediatamente o fez baixar sua guarda. E, como se a coisa não pudesse ficar mais doida, após se debater fortemente no ar, aquilo que parecia ser uma calopsita derrubou um homem-gato sem pelos. Enquanto o gato se recuperava da pancada, a nuvem finalmente pareceu frear próximo dos dois.

- Ah, olha só, os agentes da Cipher Pol de que falaram - uma suave voz masculina se fez bastante presente.

海軍の大勢力・Kaigun no Dai Seiryoku
Grande Potência Militar da Marinha

Planícies de Effūsīvus - Página 2 Mwid3dh
Almirante Baptiste

Ao que se voltassem para trás, veriam um almirante bastante calmo, sentado em um luxuoso jogo de mesa e cadeiras de chá. Com suas pernas cruzadas, ele observava Momota e Pink de perto, apoiando o rosto sob o dorso da mão. Para o cipher pol, parecia absolutamente inexplicável como uma nuvem poderia fazer aquilo. Algo que talvez não valesse para Seth, já que certamente poderia imaginar formas de fazer aquilo possível. No entanto, para seu Haki da Observação ficaria absolutamente claro que aquela não era uma nuvem qualquer. Ela parecia emanar vida. Uma vida da exata mesma assinatura que o infame Baptiste emitia.

- Lulu-chan, mas eram só dois mesmo? - meio confuso, o almirante voltaria-se para um denden mushi loiro e muito bem vestido em seu ombro.

- Não sabemos, B-sama - o caramujo de cabelo comprido e capa responderia - Desde o início, a operação da Cipher Pol tem sido bem sigilosa e fora do meio - meio meloso, ele completaria com um certo ar de irritação - Eles só nos passaram essas coordenadas e solicitaram um resgate - o animal finalizou, visivelmente desapontado.

- Hmm… - o almirante consentiu, levando o braço à mesa do lado e dando um gole em seu chá - Aí! Esse ar está terrível! - após voltar a xícara ao seu pires, Baptiste subitamente gritaria. Levantando seu rosto, parecia reclamar aos seus - Vai acabar com a cutis! - levou a mão ao bolso, rapidamente espalhando um creme em sua preciosa face.

- E com os pulmões também, B-sama. Tome cuidado - o caramujo prontamente completaria.

- Ah sim, tem que se proteger, cuidar da saúde, não é mesmoh? - guardando o creme, levantaria-se em direção a um gaveteiro chique posicionado também sob a tenda vermelha com detalhes de ouro - Essas máscaras não são das mais elegantes, mas vão servir. O ar aqui parece meio pesado… - puxaria uma das gavetas, que estaria cheia de máscaras organizadas em fileiras.

Após colocar a sua própria, e uma em miniatura para o caramujo, voltaria-se para os dois nas planícies.

- Ah, pobrezinhos, imagino que estejam respirando esse ar poluído há um bom tempo não é - levando a mão à boca, soltaria sua voz abafada pela máscara de gás - Venham, entrem, peguem uma dessas para vocês - deixando a gaveta aberta, abaixaria na altura de um frigobar logo ao lado - Nossos médicos também enviaram isso, caso o pulmãozinho de vocês esteja… Carregado - após uma pausa, completaria meio confuso, checando algumas seringas especiais na geladeira - É fácil de aplicar, só forçar contra o corpo e o aplicador faz tudo sozinho - elevando os punhos cerrados, Baptiste suspiraria pela tamanha praticidade - Mas, ah! Não tirem absolutamente nada do lugar! E, principalmente, se usarem o remédio, não sujem o carpete - voltando-se para os dois, apontaria o dedo indicador de forma bastante incisiva.

Ao que entrassem, porém, veriam que a mesa de chá, gaveteiro e frigobar eram apenas o começo. A luxuosa tenda sobre a nuvem era enorme. Poderiam não haver paredes, mas certamente havia uma dezena de nichos com seus móveis ali. Ao centro deles notavelmente havia uma longa mesa com um buffet dos deuses. Carnes, sopas, massas, saladas… Tudo visivelmente da mais altíssima qualidade.

Contudo, havia só um detalhe importantíssimo que teria lhes escapado à atenção. No dos nichos de sala de estar ao fundo da nuvem havia uma silhueta andrógina esparramada num sofá.

- Ah, caralho! - a voz feminina surpreendentemente denunciaria sua posição aos dois - Como vocês são chatos! - a silhueta se ergueria, visivelmente irritada.

海軍の大勢力・Kaigun no Dai Seiryoku
Grande Potência Militar da Marinha

Planícies de Effūsīvus - Página 2 CWXcRAk
Almirante Mugen

Aos desinformados, poderia apenas parecer se tratar de um rapaz enfezado de voz fina. No entanto, o espião e o mink perceberiam muito bem tratar-se da temível almirante Mugen.

- Ar pesado isso. Cutis aquilo. Máscara… Blablabla -  revirando os olhos, com uma das mãos a almirante encenaria um fantoche tagarelando - Cuidar da saúde uma ova. Não tem tempo pra isso! Vocês estão muito calminhos sendo que o FILHO DA PUTA DO KASPER acabou de parir a FODENDO BESTA DO APOCALIPSE AQUI! - cerrando os dentes em puro ódio, Mugen apontaria o braço na direção das duas pernas gigantescas de lava ao norte.

- Calma, Mumu-chan. Tudo no seu tempo - degustando o chá fumegante em sua finíssima xícara, Baptiste não pareceu se comover nem um pouco - Stress dá ruga! - pousaria a porcelana, genuinamente alarmado com a imagem mental de ter rugas no rosto - Ah, sim! Aurelian-sama enviou presentes! - levando a mão para tapar a boca aberta em surpresa, o almirante pareceu se lembrar de algo em choque - Como pude esquecer? Vai ajudar muito vocês, erhm… Lutadores pedestres - abanando a mão como se enxotasse os três na tenda, referiria-se à sua incapacidade de voar com certa pena - Está logo naquela sapateira ali - abanaria a mão discretamente na direção de um pequeno armário no canto oposto ao que Mugen estava.

Nisso, o construto de nuvens começou a se mover na direção das pernas incandescentes. Na porção dianteira do veículo, Baptiste ainda degustava seu chá de forma serena. No entanto, seus olhos visivelmente pareciam medir a criatura. Apesar de todo o seu tom descontraído, ele não parecia estar levando na brincadeira.

Mugen nem sequer se moveu. Ainda em pé, ela cruzou os braços e levou uma das mãos ao cenho. Beliscando-o, ela ficou observando o chão por alguns instantes. Ela parecia resmungar algo para si com bastante raiva. Nada muito diferente do esperado, porém.




@Nie @Harper
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