17º Turno00h05
Temperatura estimada em 7º com presença de ventos
Após ceder um remédio ao seu subordinado, o rapaz mais ágil começou a criar novos ghouls enquanto Batolomeu seguia em frente até o buraco onde Momochi havia caído. O tiroteio não cessou em momento algum. Enquanto um inimigo recarregava, outros dois atiravam em seu lugar. Enquanto dois recarregavam, 4 atiravam... Quanto mais se aproximavam daquela pequena zona de guerra, mais clara a situação iria ficando. A dupla de piratas não puderam ver inicialmente devido à névoa, mas alguns corpos robóticos eram periodicamente arremessados para fora do subterrâneo, todos em péssimas condições, vários com partes claramente faltando. Estes e os que haviam dentro do túnel eram androides altamente tecnológicos e portavam uma grande arma aparentemente tão high tech quanto seus corpos.
Batolomeu é o primeiro a se juntar ao caos. Com escudo em mãos, o rapaz se joga no buraco, imediatamente tankando 2 disparos com o mesmo. Diferente da primeira leva de projéteis, aqueles possuíam menos poder explosivo, tão pouco que o impacto era ignorável e mal fazia a estrutura do túnel tremer. Entretanto, estes continham nitrogênio líquido armazenado em suas cápsulas e possuíam propriedades congelantes. Assim, ao atingirem a aura refletora do escudo, os projéteis tiveram sua trajetória alternada por apenas um instante, explodindo numa pequena nuvem azulada há alguns centímetros de onde estava.
Por mais incrível que pudesse parecer, apesar do horário e das condições, a ausência de névoa no subterrâneo tornava aquele longo corredor muito mais fácil de se guiar. Ainda era escuro, mas por se tratar de um caminho relativamente estreito e os robôs emitirem luz através de seus disparos e partes específicas dos corpos, a situação não era tão ruim quanto poderia ser. As trajetórias eram previsíveis e o inimigo só possuía duas opções: correr ou atacá-los.
Atrás de Batolomeu, uma pilha de corpos robóticos sem vida se misturavam com alguns destroços que iam desabando com a sucessão de explosões e impactos que continuavam a reverberar pelo ambiente. Pareciam haver alguns androides daquele lado também, mas como tinham o caminho bloqueado e uma explosão ali poderia fazer o túnel desabar de forma mais drástica, optavam por permanecer em standby. Enquanto isso, alguns metros à frente do pirata, o autor de toda aquela destruição jazia preso no chão depois de ser acertado por mais de uma dezena de balas congelantes. Com o corpo coberto por uma camada espessa de seu haki negro, qualquer feição ou detalhe que o tornasse reconhecível permanecia oculto, sendo a única dica a enorme espada que carregava consigo e o tradicional baixo QI que possuía para lidar com qualquer coisa.
Tendo o 'focinho' coberto por gelo, limitou-se a responder à fala de seu senpai com um joinha de sua mão livre. No mesmo momento, um novo projétil acertou sua mão exposta, aparentemente irritando-o e fazendo voltar sua atenção para o que havia diante de si.
Diferente de um típico main adc, os robôs remanescentes permaneciam posicionados à dezenas de metros adiante, no que parecia ser um grande salão oval. Com seus projéteis congelantes, eles se coordenavam entre si para imobilizar totalmente o resistente ninja e depois atacá-lo juntos com um golpe mais destrutivo, fazendo toda a estrutura daquela área desabar em cima dele por fim. Porém, tudo mudaria ao verem Batolomeu e a forma como seu escudo refletia aqueles projéteis. Com um sinal de mão, o que parecia ser o líder instruía novas ordens silenciosas a todos os que estavam no salão.
O escudeiro assumiu a dianteira, se colocando entre Momochi e eventuais disparos que não vieram inicialmente. O ninja por sua vez, começava a friccionar as partes congeladas de sua 'armadura' através das chamas negras do Deflagration, lentamente derretendo o gelo. O objetivo de Batolomeu era se aproximar e partir para um combate melee contra o inimigo, mas isso não seria tão simples quanto gostaria.
Escondidos nas sombras do túnel, pequenas criaturas esquisitas surgiam de repente e se aproximavam rapidamente da dupla enquanto os atiradores preparavam alguma coisa à distância. Ainda tendo seu aspecto animal ativo, Batolomeu continuava sem poder sentir qualquer cheiro de sangue. O que quer que fossem aquelas coisas, não se assemelhavam a nenhum animal que os dois reconhecessem. Por onde passavam eles deixavam um rastro de preto no caminho, quase como se estivessem pintando o chão com seus corpos. Nesse momento, antes que se aproximassem demais, o teto acima dos animaizinhos cede, esmagando-os com um sonoro "splash" e sujando mais ainda os arredores.
Àquela altura Momochi já havia terminado de se livrar e parecia ter interesse de voltar à linha de frente, se aproximando com tudo enquanto mantinha seu expansion e deflagration ainda ativos. Paralelamente, os Ghouls de Shinguji tentavam interceptar as criaturinhas que, apesar de frágeis, eram ágeis. Devia haver pelo menos uma dezena deles escondidos pelo túnel, e nem todos poderiam ser parados pelos ghouls de Koichi. Eventualmente eles se aproximariam, e também era de se esperar que o som de tiroteio voltasse a cobrir o túnel, agora que os androides pareciam ter terminado o que quer que estivessem fazendo.
Eva oscilou ao ouvir Kobayashi, parando no lugar. Mais difícil de lidar do que qualquer inimigo, a royal spades se via internamente conflitada sempre que tentava levá-lo em consideração. Ela não se considerava antisocial, e introvertida talvez fosse um pouco demais, ao menos do ponto de vista da própria mulher. Antes de qualquer coisa, Eva era uma profissional que levava seu trabalho na Spades a sério. Rápida, eficiente e silenciosa, raramente questionava o que não julgava necessário. Em momentos como mais cedo, no refeitório, ela não se importava de socializar e jogar conversa fora, mas aquele não era o momento para isso.
A mulher parecia prestes a responder alguma coisa, quando notou a súbita mudança no comportamento do rapaz. Devido ao foco que sua Clairaudience requisitava e as preocupações que rondavam sua mente, nunca havia notado as mensagens que Kamui recebia e deixava de compartilhar com o grupo por algum motivo. Perceber aquilo fez as engrenagens de seu cérebro se moverem, como se tivesse acabado de ter uma ideia.
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Aquilo não era uma nave, ela possuía uma aura. É provável que fosse o dragão que está produzindo essa névoa. - Respondeu sinceramente, o que provavelmente também não era uma boa ideia mas ela ao menos estava tentando ok?
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... Mas eu não sei o que aconteceu na mansão, precisamos averiguar de perto.-
Você viu o dragão e deixou ele escapar?! - A médica gritou no ouvido de Kamui, para que todos pudessem ouvir sua insatisfação. Ela, afinal, seria poupada de todas aquelas horas extras de trabalho no primeiro momento em que se livrassem daquela névoa maldita.
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Nós temos outras prioridades no momento. - Respondeu calmamente, suspirando como quem não tinha tempo para aquela discussão.
Informações irrelevantes ou incertas eram desnecessárias, e por isso ela se recusava a compartilha-las. Se via algo do qual não sabia a origem ou o efeito, que era visível para todos, não havia nada que pudesse acrescentar, afinal, tudo não passaria de mera especulação que poderia criar falsas expectativas para aquele grupo volátil. Se percebia um dragão sobrevoando suas cabeças e ele não demonstrava intenções agressivas, sua identidade era tão irrelevante quanto, uma vez que a missão do trio não envolvia acabar com a névoa, mas se infiltrar na mansão e conseguir informações. Além disso, agora, depois de ver como haviam se saído contra meros Kagenashis, Eva não podia deixar de acreditar que ignorá-lo também era a melhor opção para a sobrevivência daqueles dois. Afinal, a aura que identificara era tão opressora, senão mais, que a do próprio às de ouros.
A mulher estava prestes a se virar e seguir caminho em direção a mansão, quando de repente, notou um par de patas vindo em sua direção. Recuou instintivamente, dois passos para cada um que Kobayashi dava em sua direção, até eventualmente ter suas costas contra uma árvore. Em um desespero totalmente irracional, perdeu o foco necessário para manter seu haki ativo e olhou para os lados em busca de qualquer coisa que pudesse ajudá-la, mas só encontrou névoa em seu caminho.
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O-o-o que pensa que está fazendo?!?! - Haviam poucas coisas que podiam mexer com o coração de uma dama solitária e pragmática como Eva, e uma delas já havia ficado clara para o Kurasu Iinchou. -
YAMEROO! - Gritando, deixou escapar um gemido suave ao sentir a pata de Lou em seu rosto. Com a face ainda avermelhada, chutou as bolas do rapaz do mesmo jeito que havia aprendido vendo um certo anime e se livrou de sua tortura machista opressora.
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... O que vocês estão fazendo? - Em um tom nitidamente irritado, a médica questionou, apenas tendo ouvido ao que aconteceu. Ela não esperava muito daquele grupo, mas ainda tinha fé em Eva, e ouvir sua voz daquele jeito era algo que nunca antes havia presenciado. -
... Enfim, eu também estou contatando para informar que a névoa possuí habilidades sensoriais. Eu não sou capaz de dizer a extensão desses poderes, mas movimentos bruscos ou muitos fortes que tentem se livrar ou mexer com a névoa podem ser sentidos pelo usuário da akuma no mi. - Dito isso, a médica aguardaria na linha por alguns minutos para o caso de haverem respostas e após isso retornaria a sua pesquisa. Ainda havia muito trabalho a ser feito.
Sem saber como responder Sephie, Eva deixou isso para o rapaz que tinha o comunicador e seguiu em frente, sem dar os olhos para trás. Não podia ser levada para o mal caminho, não ainda. Entretanto, tendo escutado alguns sons suspeitos mais cedo, a habitante do céu sentia que já havia cometido um grave erro por ter participado daquela cena. Claro, a maior parte da culpa era de Kobayashi, mas ela não se isentava de uma parte. Todos tinham suas fraquezas, e a royal spades não era uma exceção. De qualquer forma, a merda já havia sido feita e não tinha como voltar atrás, se lamentar por isso ou culpar o Kurasu Iinchou provavelmente não teria efeito algum no que viria a seguir. Caberia a ela contornar aquele problema.
Alguns poucos minutos depois, agora próximos a mansão, o trio começaria a se organizar para pular o muro como verdadeiros arruaceiros. Eva observou aquela cena com certa descrença, perguntando-se o porquê diabos daquilo. Claro, as paredes do manor não eram tão pequenas, mas para seres super poderosos como aqueles, simplesmente saltá-las não seria um problema. Não apenas isso, como Kamui podia literalmente voar. Claro, o brilho da lava e um movimento abrupto capaz de saltar aquele muro provavelmente poderiam chamar a atenção se não tomassem muito cuidado com suas ações, mas a mulher se perguntava se eles eram capazes de pensar tão a frente. Estariam os dois realmente pensando numa boa solução que levasse em consideração suas fraquezas? Eva só podia imaginar, com uma expressão radiante de admiração e felicidade ao fim de sua linha de raciocínio. Talvez, se não houvesse a possibilidade de inimigos próximos, poderia até aplaudi-los por aquilo.
Assim, Kobayashi seguiu na frente com a ajuda de Kamui, e Kamui com a ajuda de Eva que afirmou ser capaz de subir sozinha. Apesar de habitantes do céu geralmente não serem capazes de voar, a royal spades ainda podia usar suas asas para planar e/ou ajustar sua velocidade de queda. Assim, ao saltar, moveu-se mais silenciosamente que os rapazes, pousando ao lado deles em poucos instantes.
Agora oficialmente dentro do terreno escolar, perceberiam imediatamente o chacoalhar de algumas moitas próximas ao jardim do ricaço. Apesar da escuridão da noite e da névoa, era inconfundível o tom negro que pintava aquela vegetação suspeita. Como se fossem capazes de senti-los, 3 monstrinhos menores que Lou saltariam a partir dali. Eles não emitiam sons e, ao menos de longe, sequer pareciam respirar. Não possuíam pelagem e sua pele era oleosa como a de algumas espécies de sapos. Tratavam-se de criaturinhas nunca antes vistas por qualquer um dos caçadores, até mesmo Eva.
Outro detalhe suspeito que seria ignorado pela ausência de outro usuário de haki da observação era o fato de que eles não possuíam auras. Não se tratavam de seres vivos no sentido literal da palavra, mas Eva não perceberia isso. Tal como se comportara com Lou na base, a mulher parecia hipnotizada pela fofura daqueles pequenos monstrinhos. Talvez por se tratar de uma espécie nunca antes vista ou talvez por ainda não ter superado completamente a recaída que tivera mais cedo, a royal spades lentamente caminhava na direção deles com uma expressão maravilhada enquanto eles respondiam ao gesto se aproximando numa velocidade semelhante.
Por algum motivo, Lou não pareceria gostar daquelas criaturas e latia fervorosamente em direção a eles enquanto se escondia atrás de Kobayashi. Agora sem o radar sensorial de Eva seria impossível dizer se haviam outros seres escondidos em meio ao breu.
Em uma realidade controlada por uma pessoa que sequer conheceu, Leonard só podia imaginar as intenções e a extensão dos poderes de Nathnaught. Apesar do vermelho se referir aos prisioneiros como 'visitantes' em certas passagens, estava claro que a portadora daquela fruta não tinha o menor interesse em socializar com seus convidados. Para a loira, todos os seres vivos que vinham ao Yomotsu Hirasaka não passavam de alimento. Entretanto, o que ninguém poderia jamais imaginar era que aquela vilã também era uma verdadeira gamer.
Tóxica, competitiva, viciada em constantes doses de adrenalina e entretenimento. Sendo a invicta da casa, era natural que estivesse convencida e sequer cogitasse a possibilidade de uma eventual fuga. Seus tabuleiros não haviam falhas do ponto de vista da mulher. O vermelho não passava de um pequeno brilho de esperança, um capricho que providenciou para que os prisioneiros não se rendessem ao desespero, ou ao menos isso era o que dizia para si mesma.
O primeiro set de portas em breve deixaria isso claro. Decisões importantes, mas sem qualquer contexto ou dica que pudessem auxiliar os jogadores à escolher algo objetivamente positivo ou vantajoso. Do ponto de vista da campeã, havia apenas uma porta inconveniente, tanto para ela quanto para seus oponentes. E 'felizmente' essa não havia sido a escolha do às de ouros.
Adentrando o portal referente à 'verdade azul', o rapaz subitamente se veria em um espaço completamente branco. Não parecia haver chão, paredes ou teto. Nenhum tipo de mobilha, pessoas ou itens. À mercê da gravidade zero, podia apenas flutuar pela tela em branco. E assim permaneceria, à deriva.
Alguns segundos depois de sua chegada, ouviria uma única voz em sua cabeça. Aquela voz não denotava gênero, seu tom era neutro e impassível, devota de quaisquer emoções. Aquilo era simplesmente a voz da própria verdade.
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Verdade absoluta até que se prove o contrário, podendo ser facilmente anulada pelo uso de um contra-argumento vermelho. O jogador tem direito a uma afirmação em azul por turno, que deve obrigatoriamente ser rebatida ou confirmada em vermelho, mas não necessariamente no mesmo turno. O Game Master também é capaz de usar azul, mas não é obrigado a responder às próprias afirmações sem que o jogador gaste o turno para repeti-las com o seu próprio azul. O número de usos pode ser alterado a qualquer momento pelo Game Master, mas nunca para um valor menor ou igual a zero, sendo o limite válido para ambos. O saldo de Blue Truths não é cumulativo, valendo apenas para o turno em questão.Ao que terminou de ouvir essa voz em sua cabeça, foi novamente transportado para outro cenário, este no entanto lhe era mais familiar. Tratava-se de uma reconstrução 1 por 1 da mansão de Ultred. Sem qualquer aviso ou instrução inicial, foi depositado no que poderia identificar como o hall principal. O tempo parecia estar paralisado ali, tal como estivera no momento que foi trazido ao Yomotsu Hirasaka, mas dessa vez Leonard ainda era capaz de se mover, ainda sem quaisquer sinais de drenagem muito aparentes. Enfileirados diante do inventor jazia uma série de indivíduos, alguns conhecidos e outros nem tanto.
Talvez, o que mais se destacava era a presença de uma peça de Nathnaught e do próprio inventor, ainda sem sua armadura. Todos estavam imóveis, devotos de qualquer sinal de vida como se fossem bonecas extremamente realistas. Entretanto, caso se aproximasse de seu clone em particular e o tocasse, perceberia que tinha o tato compartilhado com ele. Ao menos a princípio, não podia enxergar, cheirar ou ouvir coisas do ponto de vista de seu clone, mas podia sentir o seu toque. Não tratava-se de uma ilusão, era algo genuíno daquele mundo, um milagre que só era possível graças a mente deturpada da Game Master.
Não tendo passado pela porta de regras, tudo o que seria providenciado ao rapaz seria sua win condition e o significado de seu clone em meio às outras peças:
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Ao início do jogo, as peças começarão a ser mortas em lugares específicos dessa mansão. Você não possuí os privilégios de detetive, mas é seu dever encontrar o culpado por todas as mortes e elaborar uma teoria que suporte e se sustente em meio ao vermelho do Game Master. Apenas peças podem interagir diretamente com o tabuleiro, e somente em momentos pontuais será possível controlar sua própria peça.Em suma, o Whodunit e o Howdunit eram importantes, mas o whydunit não.
Silenciosa, posicionada na entrada da mansão a sabe-se lá quanto tempo, Nathnaught jazia sentada em uma poltrona flutuante enquanto tentava resolver uma espécie de cubo mágico. Apesar disso, era nítido que ela tinha ciência do que estava se passando a alguns metros de si, ela simplesmente não tivera interesse em iniciar alguma conversa. Estava curiosa para ver o que alguém era capaz de fazer usando o azul, um privilégio raramente concedido a visitantes, mas até que o jogo começasse oficialmente, ela só podia especular.
- O jogo começará em instantes, após o Game Master terminar suas preparações. Até lá, foi permitido o uso de uma única verdade azul para dar início ao jogo. - A voz neutra falou por fim, esvaindo-se da cabeça do rapaz.
Revolucionária: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]Yomotsu Hirasaka - Magatsu Mandala -
Sim, você está certa. - Ainda meio deprimida pela situação, ergueu-se.
Era óbvio que não poderiam ficar paradas ali, à mercê do inimigo. Quanto mais tempo perdiam, piores eram as chances de voltar e encontrar a Segunda Lua intocável. A ausência da ferramenta que mais dependeu em sua vida despia a lunar de suas forças, mas as palavras de Musa lentamente fortaleciam o que havia se fragilizado. Lembrando-se de como sentiu-se mais cedo, no fundo, Eleanora se questionava se aquilo não seria algo positivo. Aprender a viver sem aquele poder, talvez não fosse tão ruim assim. Há muito tempo ela havia chegado a conclusão de que precisava superar essa sua dependência, mas nem sempre era fácil colocar coisas assim em prática. Essa dimensão alternativa talvez fosse o empurrão que ela precisava para começar a andar com os próprios pés.
Talvez, o mais revigorante fosse o fato de que ela ainda conseguia confiar na sereia, sem precisar ler suas intenções. Um feito extremamente difícil para alguém vindo de um povo que abominava estrangeiros.
"Ajuda", uma simples palavra com um significado igualmente simples e objetivo, sim? NÃO! Para um verdadeiro gamer, não havia vergonha maior do que ser carregado por forças que não partem de si mesmo, e Nathnaught era uma pessoa que evidentemente compartilhava essa opinião. Em um jogo de equipes, ou você carrega ou você é a vergonha da profissão. Em um jogo solo, ou você ganha ou você perde, não existe ninguém nem nada para ajudá-lo senão uma tela com enormes palavras de 'game over' para esfregar o fracasso na sua cara. "Isso não tem nada haver com a afirmação inicial"? FODA-SE! Gamers não ligam pra filosofia se não for pra copiar e colar frases 'cool' no perfil social... Enfim, com isso, é de se imaginar que a porta que as revolucionárias escolheram não passaria de algo, no mínimo inútil, não? ERRADO! O game master era absoluto, mas mesmo ela tinha suas impotências nesse universo. Agora, viria a questão mais importante, a pergunta que todos se faziam em algum momento naquela dimensão:
"O que poderia ser mais forte que o Game Master em seu próprio jogo?"
O que seria, senão a vontade do próprio jogo? "Buffs e debuffs até acontecer um outscaling absurdo"? Pfft, essas palavras são de um idioma estrangeiro para qualquer um que se aproxima de Magatsu Mandala. Esse sistema é balanceado, trust me bro.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem] Pseudo-Flashback escreveu: Era uma vez, vários anos no passado, um frágil jovem que chegou até essa porta já com suas forças próximas ao fim. Sem esperanças de vencer, o rapaz adentrou a porta em busca não de ajuda, mas de um desejo. "Sobreviver?" Nah, that's cheating. Ao ser teletransportado pelo portal para uma nova zona completamente branca, devota de qualquer objeto ou ser vivo, o jovem rezou à divindade dessa dimensão, pedindo por um amigo para lhe ajudar a passar os últimos momentos de sua vida. Deus respondeu, mas não da forma que o tolo humano esperava. Rindo da cara do jovem, um cubo negro se materializou no espaço em branco, e do sorridente Kyubu-kun surgiu nada mais, nada menos do que uma faca!
O que se sucedeu após breves palavras descontraídas do cubo foi o suicídio do jovem, que por ter sido capaz de morrer antes da drenagem completa de seus poderes, não rendeu absolutamente nenhum 'nutriente' à portadora da fruta. Nathnaught jamais aceitou isso. Afinal, o vermelho era absoluto e ele deixa claro que
no Yomotsu Hirasaka, nenhum ser vivo aprisionado aqui é capaz de morrer até ter suas forças completamente drenadas.Assim, nasceu um ódio mútuo pela porta que abrigava aquela desprezível entidade com poderes divinos.
Ao passar pela porta da "ajuda", Musa se viu no mesmo cenário branco, e através dele conseguiu enxergar aquela breve história ilustrada através de breves imagens e falas de um narrador que tentava soar dramático em vão. Devota de quaisquer sinais de gênero, a voz reverberava calmamente por todo o espaço branco. Apesar do 'jogo' girar em torno de velocidade, uma vez que estavam todos sendo drenados, o narrador pouco se importava com aquilo e contava a história com mais detalhes inúteis que o necessário. Ele provavelmente gostava daquela história ao ponto de querer engrandecê-la, mas a história era pequena por natureza e o tempo que passariam naquela sala a ouvindo continuaria não sendo muito grande.
Entretanto, não deixava de soar irritante, ou no mínimo mentalmente desgastante, para alguém naquelas circunstâncias.
Na zona das provações Nathnaught era impiedosa ao ponto de jamais ter permitido a travessia de alguém. Enquanto o Purgatorium poderia ser visto como uma simples "recepção", onde todos escolhiam lutar ou se render à vontade da portadora, Magatsu Mandala se assemelhava mais a um coliseu onde o game master tinha a obrigação de aceitar todos os desafios até o fim dos tempos de seu adversário. Apenas uma derrota significava progressão, mas dezenas de vitórias não valiam de nada enquanto o espírito do desafiante permanecesse intacto. Por isso, todos os jogos eram pensados com o propósito de imediatamente atacar o âmago de cada jogador.
Percebendo que Musa era, mentalmente, o elo mais forte da dupla naquele momento, o alvo do Game Master se tornava óbvio. Diferente de Eleanora, Nath não podia ler a mente de alguém, mas sua dimensão era capaz de fazer isso até certo ponto. A loira nunca visitara 'aquela' ilha, mas as informações que seu tabuleiro lhe proporcionavam já eram suficientes para começar a posicionar suas armadilhas. O resto poderia vir com o tempo.
[...]
Ao fim da história foi imediatamente retirada do espaço em branco sem quaisquer informações ou respostas adicionais. Sem buffs ou recuperação de poderes, apenas uma única coisa. Diante das revolucionárias, o companheiro de viagem que haviam adquirido para acompanha-las em sua jornada pelo Yomotsu Hirasaka, o primeiro e único
Kyūbu-kun!
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Oi. - Com uma voz diminutiva, "tentava" simular o tom e o semblante de uma garotinha fofa.
Embora a "ajuda" que aquela porta tivesse providenciado ainda fosse, no mínimo, duvidosa, estava claro que não haveria a possibilidade de voltar atrás na escolha. Não estavam mais no Purgatorium, mas em uma nova área que por algum motivo se assemelhava bastante com uma que Musa conhecia de pouco tempo atrás. O cenário era o porto de Vaehaven, em detalhes quase 1 por 1. A névoa que dava o clima esverdeado à ilha e seu porto com poucas pessoas, inicialmente paralisadas como tudo ao redor. As revolucionárias eram capazes de se moverem dessa vez, mas o tempo de todos o resto do tabuleiro havia sido congelado.
Comparado com o estado atual de Ithil'thol, aquela névoa talvez chegasse a parecer amigável, mas a situação nem tanto. A sereia ainda se lembrava perfeitamente daquela paisagem, ela retratava o exato momento em que estava prestes a partir da ilha:
No porto, três navios próximos se destacavam mais que o normal. As únicas pessoas daquela área eram navegadores e tripulação. Podia reconhecer com facilidade o navio que pegou para escapar de Vaehaven, uma tripulação mercante posicionada mais à direita. Entretanto, não podia esquecer de um importante detalhe: desde sua fuga de Vaehaven até a chegada em Ithil'thol, os liberatores (donos do navio do meio) a perseguiram. Assumindo que agora Nathnaught tinha um certo controle sobre as peças disponíveis, poderia esperar que as ações deles diferissem do que havia presenciado inicialmente. Se não fosse o caso e as coisas realmente se repetissem com facilidade, tudo o que precisaria fazer seria convencer o capitão do navio mercante à direita para levá-la até o North Blue
(o que, na realidade, como já sabia, não aconteceu). Além disso, era de se esperar que ir nadando da Grand Line até os Blues fosse, no mínimo, desgastante. Mesmo sem sua akuma no mi, ainda havia o perigo de ter sua stamina zerada antes de chegar ao castelo ou ser atacada por monstros marinhos.
O Game Master estava ciente de todas essas possibilidades.
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Urgh, vocês escolheram aquela porta. - Sentada em uma poltrona que flutuava ao vento e não tinha nada a ver com o cenário, a loira relaxava com as pernas cruzadas até ver o cubo próximo às revolucionárias.
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Nath-chan! Como tem passado? - Feliz com a visão de sua "dona", o cubo a cumprimentou com repetidas "reverências" enquanto levitava num movimento para cima e para baixo -
Não acha que trouxe gente demais dessa vez? Cuidado para não acabar engordando.Sem dar atenção ao cubo, a loira estalou os dedos, fazendo o tempo voltar a andar naquele cenário.
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... Vamos acabar logo com isso... - Suspirou, desmotivada.
Como a porta de regras havia sido ignorada, tudo o que as mulheres ouviriam em suas mentes seria o ecoar da sua condição de vitória:
"Chegue até Shell of Eternity e mate a rainha." Aquilo não necessariamente era uma afirmação, mas o 'simples' objetivo que precisariam cumprir para triunfarem sobre o 'teste'. Para o primeiro movimento, seria a vez delas decidirem o que fariam com as peças que tinham. Naturalmente, o Game Master não possuía o menor interesse em acelerar aquele jogo, por mais que a presença do todo poderoso Kyubu-kun lhe desse nos nervos.
Ambas as revolucionárias ainda se sentiam bem para fazer o que quisessem. Não estavam muito longe dos navios em questão, mas uma abordagem furtiva como ocorrera na realidade também não era impossível, graças ao baixo número de lâmpadas e a presença da névoa. Tendo lido a mente da sereia por um bom tempo, a lunar já tinha ciência de que aquele jogo havia sido preparado com ela em mente. Em seu interior a hibrida sabia que o inimigo deveria estar lhe desprezando, e mesmo apesar da raiva que nutria por aquela mulher, não a atacaria irracionalmente. Aquele era seu território, por mais que tentassem vender um "jogo justo" para as duas, qualquer tentativa de agressão contra o Game Master dificilmente seria tratada como parte do jogo.
Ainda sim, a red truth que ouviram ao passar pela sala branca continuava ressoando na cabeça de Eleanora, intrigada com o significado daquilo. Com certas suspeitas pairando sobre sua mente, a lunar encarava um inocente Kyubu-kun à distância. Ele continuava tentando dialogar com sua 'mestre', apesar da mesma ter zero interesse nele, mas não estava tão longe assim e ainda poderia ouvir qualquer palavra que fosse direcionada a si.
-
Viagens de navio geralmente duram vários dias, mas eu duvido que tenhamos tanto tempo assim... - Divagando em voz alta para compartilhar seus pensamentos, a mulher exibia o motivo do semblante conflitante que possuía. -
Você não checou o navio da esquerda, certo?Externamente, à distância, a embarcação remanescente não dava quaisquer pistas sobre o que se tratava. Sequer haviam pessoas próximas a ele. De fato, aquele navio era uma das grandes interrogações preparadas para o início do jogo, mas o que as revolucionárias fariam dependeria muito das decisões de Musa. Eleanora confiava na companheira para tomar aquela decisão, apesar de não terem visto um benefício imediato por passarem pela porta da 'ajuda', ainda era improvável que as demais portas possuíssem algo útil. No fim, se Musa não pudesse levá-las a vitória era improvável que a "mãe" desmotivada conseguisse carregá-las até lá.
/Off-
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]Esquema da Situação :
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Rosa = Koichi
Roxo = Ghouls
Azul = Batolomeu
Retângulo Preto na parte de baixo = Momochi
Zona cinza = Exterior coberto por névoa
Resto preto = construção desabada ou
prestes a desabarBranco = túnel subterrâneo
Fora da imagem, em um salão iluminado por velas 50 metros à frente = 6 androides remanescentes
Os monstrinhos são pretos e se mesclam bem com a escuridão do túnel, só é possível vê-los quando estiverem mais próximos. Eles estão espalhados pelo túnel, alguns sendo bloqueados pelos Ghouls.
O túnel tem largura equivalente a uma pista de duas mãos, daquelas mais apertadas.
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[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] sua técnica foi considerada e ainda está em efeito, mas como ninguém atirou em você até então ela não se tornou evidente. O cenário é escuro e como as placas são negras, é questionável que o inimigo sequer tenha às percebido.
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[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] A verdade azul pode ser descrita da forma que você julgar mais atraente. Escrevendo, falando, através de hologramas ou materializando palavras dessa cor através de uma arma, tanto faz, o importante é apenas a cor para diferenciá-la e o cumprimento das regras a respeito dela. Como o seu personagem fala em azul, peço que diferencie o tom de azul ou deixe algum indicativo no texto do que realmente for 'Blue Truth'.
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[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Eu não havia imaginado inicialmente que você escolheria essa porta, peço que lide com meu senso de humor fora de tom por enquanto. Não se engane tho, o Kyubu-kun pode ser o satanás, mas ele é "útil"... Talvez, extremamente difícil de usar, seja o correto a se dizer?
Se quiser refrescar a memória, basta reler os primeiros parágrafos da sua primeira mestragem nesse tópico (não é necessário ir na aventura anterior).
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[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Neste turno, a única Red truth relevante que não se trata apenas de um tipo de 'regra absoluta' é:
no Yomotsu Hirasaka, nenhum ser vivo aprisionado aqui é capaz de morrer até ter suas forças completamente drenadas.Ressalto que apenas o vermelho é sabido por todos, o contexto das frases não.
- Also, enquanto o tempo estiver parado para vocês, stamina não é consumida. Ou seja, o Keel praticamente não teve dreno algum este turno, uma vez que o jogo dele ainda não começou oficialmente.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] aproveite bem esse momento para testar o azul e, se quiser, interagir com a GM. Teste o que quiser testar, comece a bolar teorias, etc.
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[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] teve o turno pulado por ausência e portanto continua no Purgatorium, em uma situação parecida. Contudo, já pode sentir os efeitos da drenagem de pontos mais nitidamente.