IwagakurePrédio Central Os corredores do prédio central de Iwagakure exalavam um ar de imponência e respeito. O som das botas de
Hakuryū ecoava pelas paredes de pedra polida, misturado ao sussurro do vento que entrava por pequenas frestas nas janelas altas. O prédio, com sua arquitetura robusta, era um reflexo direto da força e da resistência de Iwagakure, uma vila erguida em meio às montanhas, simbolizando a força inabalável da terra.
Hakuryū caminhava com passos firmes, sua expressão neutra, mas seus olhos penetrantes observavam cada detalhe ao seu redor. Ele estava respondendo a um chamado urgente do Tsuchikage, algo que poucos ninjas tinham o privilégio de receber diretamente. A responsabilidade pesava sobre seus ombros, mas ele não demonstrava fraqueza. Seu corpo carregava a marca de inúmeras batalhas, cada cicatriz escondida pela armadura que vestia era uma lembrança de que ele havia conquistado seu lugar na história de Iwagakure, mesmo sendo jovem.
Atrás dele,
Kamizuru Hazu caminhava em silêncio, seu semblante sempre sério. Os olhos de Hazu seguiam cada movimento de Hakuryū, estudando e admirando o homem que liderava seu time. Para Hazu, Hakuryū era mais do que um líder — ele era um sensei, alguém digno de respeito e imitação. Hazu, apesar de sua própria competência, sentia uma profunda admiração por Hakuryū. O jovem ninja, pertencente ao respeitado clã Kamizuru, sabia que estar sob a tutela de alguém tão notável.
O corredor parecia interminável, suas paredes adornadas com retratos e artefatos históricos que contavam a história de gerações passadas da vila. Hakuryū não prestava muita atenção a isso, focado em seu objetivo, mas Hazu, ao fundo, não conseguia deixar de perceber como o próprio nome de seu líder já estava cravado na história da vila. “
Um prodígio”, sussurravam alguns. “
O futuro de Iwagakure”, diziam outros. Para Hazu, isso não era apenas um boato — ele sabia que estava caminhando atrás de uma lenda viva.
A porta da sala do Tsuchikage se aproximava, imponente e pesada. Hakuryū parou diante dela por um breve momento, respirando fundo, antes de empurrá-la. Hazu parou logo atrás dele, em posição, sempre atento...
Flashback parte1; A morte da Colmeia...
Hazu, parado atrás de Hakuryū, observava as costas largas e firmes de seu líder. A imponência de Hakuryū lhe dava uma sensação de segurança, mas também trazia à tona memórias sombrias, profundamente enraizadas em seu passado. Seus olhos, normalmente tão sérios, vacilaram por um breve momento, enquanto sua mente era transportada para o dia que mudaria sua vida para sempre.
Ele se lembrou da sensação do ar pesado naquela floresta, quando estava em uma missão de Rank A com seu antigo time. A tarefa parecia simples, mas carregava um peso terrível: eles deveriam vigiar e impedir a comercialização de corpos de ninjas mortos de Iwagakure, um mercado sombrio que se alimentava do caos das batalhas. Era uma prática desonrosa, uma afronta às tradições da vila, e Hazu, ainda jovem na época, estava determinado a cumprir sua missão com orgulho, confiante no apoio de seus companheiros e de sua sensei.
Eles haviam montado uma vigília discreta ao redor do mercado clandestino, e por um tempo tudo parecia correr bem. O vento agitava as árvores, e a tensão no ar parecia se dissipar enquanto a tarde se transformava em noite. Foi então que eles apareceram.
Dois shinobis poderosos surgiram como sombras nas árvores, quase como espectros. As roupas que vestiam eram negras, ornamentadas com nuvens vermelhas. Hazu nunca tinha visto algo parecido, mas sentiu o pavor percorrer seu corpo no momento em que seus olhos fixaram-se nos deles. Um dos homens carregava uma enorme foice de três lâminas, sua presença era aterrorizante. O outro, usando uma máscara que ocultava seu rosto, tinha uma aura fria, distante, e perigosamente silenciosa.
Hazu sentiu o ar escapar de seus pulmões. Não houve tempo para pensar, não houve tempo para reagir. Em questão de segundos, o caos se desenrolou diante de seus olhos. O primeiro golpe veio rápido — sua companheira mais próxima foi cortada ao meio antes mesmo de entender o que estava acontecendo. O som da carne rasgando, o choque em seu olhar, e o sangue jorrando... tudo se misturou em um pesadelo vívido. Hazu congelou.
Seu sensei gritou ordens, tentando organizar a equipe, mas era tarde demais. O ninja mascarado movia-se como um fantasma, eliminando os outros membros do time com precisão letal. O cheiro de ferro no ar, o calor do sangue no chão... Hazu estava paralisado pelo medo. Sua mente gritava para que ele lutasse, mas seu corpo não respondia. Era como se o tempo tivesse parado, e ele fosse apenas um espectador do massacre de seus amigos.
Foi então que sua sensei fez algo que Hazu nunca esqueceria. Ela o empurrou, forçando-o a se mover. Seu olhar, normalmente calmo e confiante, agora estava carregado de desespero, mas também de uma firme decisão. "
Corra!" ela gritou, sua voz quebrada pela urgência. "
Você é o herdeiro do clã Kamizuru! Você precisa viver!"
Hazu hesitou por um segundo, mas o instinto de sobrevivência o impulsionou. Ele correu, como nunca havia corrido antes. Atrás dele, o som da batalha continuava por mais alguns momentos até ser abruptamente silenciado. Ele sabia o que isso significava. Sua sensei havia se sacrificado para que ele pudesse escapar. Enquanto ele corria, lágrimas quentes escorriam por seu rosto, misturando-se com o suor e a terra. Ele odiava a si mesmo por fugir, mas também sabia que não havia escolha.
Aquela noite o marcou para sempre. O peso da culpa e da perda o assombrava em seus sonhos, e a imagem dos corpos de seus companheiros, mutilados e deixados para trás, nunca saíam de sua mente. Ele jurou naquele dia que nunca mais fugiria. Não importava o inimigo, não importava a ameaça. Ele enfrentaria qualquer coisa de frente, até o fim. Aquele havia sido o último dia em que permitiu o medo dominá-lo. A morte de sua sensei não seria em vão.
[...]Hazu voltou ao presente, ainda parado atrás de Hakuryū. Olhar para as costas de seu líder, para a firmeza e determinação que ele exalava, o lembrava de por que ele continuava. Agora, sob a tutela de Hakuryū, Hazu sentia-se preparado para honrar a memória de seus companheiros caídos. Nunca mais ele seria o garoto indefeso que corria de uma batalha. Agora, ele era Kamizuru Hazu, o herdeiro de seu clã. Ele tinha uma dívida de sangue, e um juramento a cumprir.
Ambos entram no escritório do Tsuchikage...
@Keel Lorenz @Hemurin @hazuray Narração continua no tópico: https://www.forumnsanimes.com/t104164-escritorio-do-tsuchikage-han#1794910