Ainda mantenho a opinião do meu post de 2 anos atrás.
Violência é violência contra qualquer público, mas quando se generaliza o termo para todos os grupos, acaba perdendo a visibilidade de tipos de agressões que se dão por MOTIVAÇÕES ESPECÍFICAS.
Seria o mesmo que enquadrar o homicídio culposo, doloso, homicídio qualificado, latrocínio, homicídio + ocultação de cadáveres, tudo em uma mesma categoria. A vítima morreu, certo ? Mas como e o porquê dela ter morrido são pontos extremamente relevantes e que não podem ser ignorados.
Para casos de agressão física e verbal, segregação e discriminação, tem que seguir os mesmos princípios do homicídio.
Ah, uma pessoa foi agredida fisiciamente. Beleza... Mas por qual motivo ? Por que ela ter insultado o agressor ? Por ela estar devendo dinheiro ao agressor ? Por ela ter ficado com o ou a cônjuge do agressor(a) ? Ou por ela simplesmente ser negra, umbandista, muçulmana, gay ou trans ?
Dois pesos, duas medidas.
Tava lendo uns post antigos desse tópico e me deparei com uma afirmação de que racismo é diferente pois engloba todas as etnias, já homofobia é específico.
Na verdade, o título do tópico está equivocado, pois o projeto de lei em si é engloba LGBTfobia e não apenas a homofobia, que por si só é restrito a afeição a indivíduos do mesmo sexo. Bifobia, transfobia (gritando Brasil afora), etc, também estão incluídas nessa pauta.
Seja no racismo, seja na LGBTfobia, somente um dos grupos não sofrem por isso. Brancos e héteros. Por que ? Porque historicamente são grupos privilegiados. Isso não tirei da minha cabeça aleatoriamente, isso é a história do nosso país. Toda a construção religiosa, com base em séculos de escravidão africana e ameríndia. Existem exceções ? Como praticamente qualquer coisa nesse mundo. Podem achar uma notícia avulsa de um hétero que sofreu segregação em um grupo por ser hétero ou um garoto branco que foi ridicularizado por ter uma pele muito clara. Mas sejam sinceros consigo mesmos, qualquer um sabe que é a exceção da mais rara exceção. Enquanto que para o restante dos subgrupos que compõe essas diferenciações étnicas e de orientações sexuais, o buraco é bem mais embaixo.
''Ah, mas não vai mudar nada.''
TALVEZ não mude. Mas ficar de braços cruzados e não fazer nada CERTAMENTE também não irá.
Ele precisa vir aliado a uma mudança na educação brasileira, com aulas de educação sexual nas escolas, aulas, sobre racismo estrutural e sobre várias outras pautas de indivíduos marginalizados que não cabe a esse tópico citar.
São várias mudanças que precisam ser feitas, não apenas uma lei de punição específica. Mas, ela não deixa de ser importante só porque não resolveria o problema por si só.