[Golden Valley] Golden Plague

Os submarinos finalmente chegavam ao porto que não apresentava um movimento ou aspecto comum. Deixaram os submarinos lado a lado nas docas, e depois de todos os seis terem saído, notaram que quase não haviam navios aportados, o que dado o tamanho e importância de Golden Valley era estranho. Não havia muito transporte de carga, nem pessoas andando livremente por lá, muito menos barracas de vendedores ambulantes. O que viram, após pisarem na tábua gasta do pier do cais, foi uma presença bem mais militarizada e vigilante, os quais os olhares ficariam centrados nos seis, que não teriam escolha senão andar até a terra firme e rochosa da ilha.

Quando o fizeram, a ideia seria se separem, mas antes disso foram abordados por um homem alto, pele branca e cabelo muito curto que portava uma arma longa de precisão a qual possuía uma lamina em sua ponta, e assim que caminhou na direção do grupo, foi acompanhado por alguns outros, além do resto estar observando sem se moverem. - Recomendo que deem meia volta e saiam daqui. Estamos em um status... especial, viajantes que entram na ilha não conseguem sair facilmente.

Logo que disse isso, notaram no acesso ao porto, um caminho que levava para o restante da ilha, mas parecia um lugar controlado pois um homem de terno estava atrás de uma mesa, fazendo anotações enquanto uma fila esperava, no sentindo para sair da ilha. Viram um dos guardas levando o primeiro da fila para uma casa ali do lado, de modo pacífico e tranquilo. Ambos eram homens.

- É claro que, não há ordens para proibir ninguém de se aventurar aqui, a proibição é na saída. Não podemos correr riscos. - continuou o mesmo de antes.

- Estamos cientes da situação amigo, doença da pele dourada e tals. - rebateu Hashibi, não sentindo muito da pressão. - Prometemos não tocar nada muito... nojento.

O homem mostrou surpresa pela fala da gata, e logo rebateu - A questão não é essa. É uma epidemia desconhecida, não temos médicos e inventores suficientes para lidar com isso no momento. É uma praga, uma praga mortal.

- Ele é médico. - e apontou para Jhon, sem hesitar e sorrindo.

O guarda chefe ponderou. - Qual o objetivo de vocês aqui, sabendo da nossa situação? Devo assumir que vieram aqui para... ajudar? Vocês tem dois minks no seu grupo e isso é interessante. Temos um membro que também é e mostrou imunidade a essa maldição.

A afronta do gato foi imediata e clara, o que incomodou alguns guardas que estavam ao redor, mas qualquer ação de represália foi rapidamente dissolvida por um simples aceno de mão, com a palma para cima do guarda supervisor. Sem ter nenhum tipo de impedimento, o mink continuou seu caminho com o prisioneiro a tira colo, indo até a dupla que se dirigia até ao prédio próximo, os quais não entenderam absolutamente nada do que Seth disse. Entraram na construção cravada na parede e fecharam a porta. Por fim, ele podia tomar o caminho até o restante da ilha.

Enquanto isso, os outros prosseguiam com a conversa - São insurgentes, com certeza. - respondeu o homem com convicção, quando Crombel comentou sobre os corpos achados na ilhota dias atrás - Gente sem empatia que fugiu da ilha mesmo estando contaminado, correndo o risco de espalhar essa praga para o mundo... Espero que não tenha tocado os corpos deles... Pensando bem, acho que se você tivesse feito isso, já saberíamos. - então o doutor voltou até o submarino para pegar suas coisas.

- De todo modo fico feliz com a ajuda, você - disse olhando para Jhon, afinal só estava ele e Hashibi ali no momento - e o senhor oferecendo os serviços assim... Com sorte vocês conseguem fazer, um remédio, antídoto, vacina, sei lá a diferença... Só peço que tenham cuidado, não temos algo efetivo contra isso, se pegar é caixão certo. - e depois daquela dose muito motivadora, Edward voltava todo paramentadozinho.

O doutor fazia seu pedido e Jhon o contraponto, mas o guarda deu de ombros - Não tenho muito mais informações que isso, subam a estrada e na cidade procurem a sede do Mines & Mines, eles fazem a administração do lugar, fica perto do vulcão.

O caminho a frente, onde estava a fila num canto, era uma subida mais ou menos ingrime, e todos eles incluindo Seth muito mais a frente, veriam a figura do vulcão no alto, ficando ainda maior, a formação era localizada exatamente no centro da ilha, onde estavam no momento por terem atravessado o canal nos submarinos. Seth foi na frente, e portanto seria o primeiro a alcançar o topo, uma planície bem acidentada cheio de morros que se escoravam em paredões de rocha do vulcão, era a cidade.

Era um lugar bem único em termos de estrutura urbana, todas as construções eram cravadas na rocha, não havia nenhum único prédio construído de concreto ou madeira e aquilo podia até passar uma impressão de lugar rudimentar, mas não era exatamente o caso. Mesmo enfiado nas rochas, a maioria das casas que conseguiam ver tinha uma fachada bem agradável e elegante, pintada e com enfeiteis como vasos de flores embaixo das janelas fechadas e placas com o número das casas estilizados. Como era de se esperar, a cidade não fornecia muita vida quando chegaram, tendo meia duzia de civis se locomovendo, trabalhadores das minas em um número um pouco maior e mais guardas, dessa vez fazendo menos caso com a presença dos viajantes.

- O que diabos vai fazer comigo? - perguntou o prisioneiro à Seth - Me vender como escravo pra eu passar a vida escavando rocha? Me mate de uma vez.

Pouco tempo depois, o grupo composto por Crombel, seu comparsa random, Jhon e Hashibi veriam o mesmo cenário, mas ao contrário de Seth tinham um objetivo claro, o qual não sabiam a localização. Ambos os grupos veriam alguns caminhos que podiam seguir, pegar uma rua principal e por isso mais larga, algum beco ou ruas menores. Todas as portas e janelas das casas estavam fechados.

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não sei se ficou claro mas a cidade é toda torta, pq só pode ter construção onde tem parede de rocha, então no final as ruas são vãos entre paredes de rocha(o vulcão ou morros menores) onde há casas encaixadas em ambos os lados, com subidas e descidas, poucos lugares muito planos.

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Quando Seth havia visto a cidade pela primeira vez, os últimos raios de sol ainda iluminavam, contudo quando o segundo grupo chegou a escuridão da noite já dominava, piorando ainda mais o clima fúnebre, a camada melancólica que a envolvia com trevas e tristeza. Naturalmente, nas ruas mais largas e em frente às casas que não tinham outros paredões a sua frente, havia postes de luz(caiu) fazendo um trabalho decente sem que fosse necessário o uso de lanternas, o esperado para uma cidade minimamente desenvolvida. O pouco movimento, mesmo com a queda do dia, não havia cessado, ou dominuído mas se mantinha constante.


- James Torrio - repondeu com cautela, ainda mais após o gato liberá-lo das algemas. Seth até podia imaginar que o prisioneiro tinha algumas opções ali, mas parecia seguro de sua atitude e isso provou estar certo no momento, afinal o homem afugentado não fez nada demais, apesar de poder agir para denegrir a imagem do mink através de berros. Um cenário o qual não morria ou virava escravo era simplesmente bom demais.

Andaram então pela avenida principal, o começo da noite marcava o fim do turno da tarde e o início do próximo, portanto era a hora perfeita para o bar, e achariam um com certa facilidade, tendo em vista o fluxo de pessoas, que apesar de pequeno, fluia em direção a um dos prédios cravados na rocha, a fachada do bar era como esperariam - meio suja, meio maltrapida, provavelmente voltada para o público socialmente mais baixo.


O interior refletia a fachada, era meio sujo, a iluminação feita por velas em sua maioria, estruturas básicas e simples, com composição de pedra e madeira. O ambiente estava preenchido por mesas, principalmente os cantos, deixando o meio mais livre para trânsito, o movimento era parcialmente cheio - a área não era tão pequena o que dava a sensação de não estar lotado. Os grupos, reunidos nas diferentes mesas, bebiam e comiam enquanto conversavam baixo, seus olhares eram desconfiados e ficaram evidentes quando Seth abriu a porta do estabelecimento e entrou com seu projeto de comparsa.

Mais ao fundo, o mink veria o balcão onde estaria o dono e atrás dele barris e mais barris de cerveja, além de garrafas de bebidas mais fortes. Contudo, uma figura estranha se destacava, estava de frente pro barman e portanto de costas para o resto, entornava com gosto uma grande caneca de fermentado, seus pelos negros evidenciavam sua raça, já conhecida por Seth. De costas, porém, não daria pra ver alguma coisa, e James também não faria qualquer coisa antes do gato.

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O segundo grupo se dividiu assim que vislumbrou a cidade e seus caminhos. Crombel se dirigiu com seu colaborador e Hashibi que por algum motivo que ele desconhecia havia vindo com eles, a um dos becos e seu nível atual permitia que analisasse por 30 metros, uma áurea por vez, e assim acabou notando uma pessoa mais a direita, após uma curva obrigatória, e ela estava parada. Quando andaram mais um pouco, viram um grupo de três pessoas, fumando umzinho e nenhum deles notou a aproximação do grupo. A iluminação era precária por ser becos.

- Eles tem facas - susurrou Hashibi ao médico, seus olhos eram bem ágeis no escuro.

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Sozinho, Jhon seguiu pela rua principal, o pequeno fluxo de pessoas apontava para estabelecimentos pré-determinados, provavelmente bares mas ele seguiu em frente a procura do grupo controlador da ilha e no fim da avenida encontra um lugar mais amplo, nas costas do vulcão, uma fachada ampla com um jardim de frente bem cuidado, o caminho pelo jardim era de pedras vermelhas e postes estilizados de luz faziam o serviço de iluminação. Na frente um portão de ferro separava a propriedade do externior, a passagem estava aberta e Jhon não encontraria problemas para adentrar. Uma placa enorme estava acima da porta do prédio e indicava "Mines & Mines".

A primeira sala era um hall de entrada amplo, com cadeiras de espera nos cantos e alguns guardas espalhados, se assemelhando muito a um prédio público. No extremo oposto a porta, uma atendente escrevia algo atrás de um balcão, e acima desse alguns den den mushis descansavam. Perto da entrada havia um móvel de suporte que comportava alcool em gel, e o primeiro guarda que viu Jhon já apontava naquela direção, indicando que ele precisava ir lá.